Volume 1

Capítulo 44: Mestre de Magia

Manhã, 25 de setembro de 1590. Império de Cristal, prisão.

Um soldado de patente alta questiona um de seus soldados ao se aproximar de uma cela em uma das prisões da cidade.

— Soldado! Relatório?

— Senhor… Prisioneiro Maxmilliam de Galfik, humano, mágico, foi destituído de seus pertences, roupas, bolsa, itens que ainda estão sendo identificados e seu cajado…

— Crime?

— Foi trazido por Questtis para interrogatório, acredita-se que ele sabe do ataque ao rei semanas atrás pelo grupo da ilha de Pronuntio, além de saber de conspirações contra o Império.

— Ainda não foi interrogado?

— Não senhor, Questtis disse que ele mesmo vai fazer isso.

— Entendi… O que o prisioneiro está fazendo?

— Desde que foi preso, ele fica meditando, só falou uma vez com um soldado quando chegou hoje mais cedo e não falou com mais ninguém.

— Você disse que ele é um mágico?

— Sim senhor, mas esta cela é apropriada para conter mágicos, ele não consegue fazer nenhuma magia.

— Deveria estar morto, e seus itens, destruídos…

— Não senhor, Questtis disse que quando voltasse cuidaria disso pessoalmente.

— Entendido. E sabemos quando ele volta?

— Em alguns dias, senhor, ele foi chamado para resolver alguns problemas em Regem.

— Certo.

O oficial de maior patente se aproxima da cela de Maxmilliam.

— Mágico? Está me ouvindo?

Maxmilliam continua de pernas cruzadas sobre a cama da cela, olhos fechados, as mãos sobre os joelhos e sereno e em pleno silêncio. O oficial fica impaciente e bate com sua espada na grade da cela.

— Velho? Maldito, quero ver se ficará assim quando for executado, farei questão de fazê-lo… Vamos, soldado!

Os dois saem, deixando Maxmilliam só. Por ser uma cela especial, ela fica distante das outras, sem saber se há outros prisioneiros. O corredor é escuro e sem janelas, iluminado por tochas. Depois de um tempo, um soldado passa pela cela e ouve Maxmilliam dizer:

— Ampulex compressa!

O soldado sente uma dor de cabeça, para pôr um momento no corredor, seus olhos ficam com um tom esverdeado e ele se aproxima da cela. Maxmilliam abre os olhos e, ainda na cama, diz:

— Preciso de informação.

O soldado parece estar hipnotizado, fica uns segundos parado, seus olhos voltam à cor normal e ele segue por todos os pontos importantes da cidade buscando informações para Maxmilliam. O dia passa com esse soldado buscando informação e Maxmilliam em meditação em sua cela planejando sua saída.

Na manhã seguinte, Maxmilliam se alimenta com a comida básica e sem gosto que deixam para os presos. O soldado enfeitiçado aparece, alegrando-o.

— Ótimo… O que você viu nesse tempo?

— Ataques quase em todas as cidades, Ducem totalmente destruída, Ghilber foi com reforços para Prince deter um exército inimigo.

— Algo sobre Ray?

— Foi visto por último em Regem, e tudo indica que ele está em Prince.

— Estou com mau pressentimento… A guarda, quando ela diminui?

— Neste horário da manhã.

— Ótimo, então me traga meu cajado, estou pronto para sair.

O soldado sai do local e, depois de um tempo, retorna com uma bolsa grande cheia, um cajado e quatro soldados seguindo-o perguntando:

— Ian Nai não está aqui… Por que trouxe esses itens?

O soldado joga o cajado entre a fresta da grade da cela e coloca a mochila no chão. Os quatro soldados ficam assustados.

— Você está louco? O que você está fazendo?

Um dos soldados ataca o soldado enfeitiçado, desmaiando-o, e todos se posicionam em frente à cela de Maxmilliam com suas armas à mão.

— Mágico? Pare! Entregue o cajado e não terá problemas… Sabe que não conseguirá sair, a cela é antipoder.

Maxmilliam levanta da cama segurando o cajado, se aproxima da grade e diz:

— Desculpem, soldados, mas preciso sair… E eu não sou um mágico comum… Sou um “Mestre de Magia”.

Maxmilliam encosta seu cajado na grade, e a porta de metal solta e voa, prensando um dos soldados contra a parede e fazendo-o desmaiar. Os outros atacam. Maxmilliam apara os golpes com seu cajado e nocauteia-os com golpes na cabeça. Com magia, ele faz os corpos dos soldados serem arrastados até dentro da cela. Maxmilliam se troca e se arruma com seus pertences, que estão dentro da mochila, faz a porta da cela voltar, trancando os soldados dentro dela.

Pela qualidade do ar e a falta de janelas, Maxmilliam suspeita que esteja no subterrâneo. Ele vai andando à procura da saída da prisão. As outras celas estão vazias. Ele sobe um lance de escadas e vê um corredor com alguns soldados, força a mão na parede, e uma onda invisível de energia toma o corredor, deixando os soldados em torpor. Maxmilliam passa por eles como se estivesse invisível.

Ele acha uma sala que dá para a saída, onde estão de guarda um soldado e um mágico, que sente presença de poder mágico.

— Cuidado, sinto magia em atividade.

O mágico faz uma bola de fogo com uma mão e com a outra um escudo pequeno.

— Saia e chame reforço.

Antes que o soldado saia, Maxmilliam aparece e o paralisa de longe usando magia. O mágico ataca com a bola de fogo, e Maxmilliam faz a bola apagar ainda no ar e com um pulso mágico joga o soldado em cima do mágico.

O soldado cai de mau jeito. Maxmilliam se aproxima e o nocauteia com um golpe na cabeça. O mágico ataca com seu escudo, prendendo Maxmilliam na parede.

— Os mágicos do Império são bons.

Maxmilliam destrói o escudo e puxa o mágico com magia. Empunhando um cetro, o mágico faz com que fique encantado com eletricidade e ataca Maxmilliam, que segura o cetro, e o mágico toma o choque e desmaia. Maxmilliam esconde os corpos atrás de móveis da sala e sai da pequena prisão. Ao lado de fora, ele se impressiona por saber que está em Sodorra, a cidade onde está o Castelo de Cristal, o centro do Império e do Grande Continente.

 

A cidade é dividida por muros e portões em quatro níveis diferentes em forma de quadrados. No centro, o primeiro nível, está o Castelo de Cristal, imenso, podendo se ver ao longe, fortificado com cristais corrompidos e com várias torres. No segundo nível, a área militar, quartéis, barracas, barricadas e campos de treinamentos. No terceiro nível, os aldeões, casas para as pessoas que trabalham para o Império; todos trabalham muito, com algumas semelhanças com escravos. O quarto nível está em expansão, uma grande muralha é levantada, árvores são derrubadas, mais casas para aldeões, torres para prisioneiros e estábulos para animais. Maxmilliam está no último nível. Nos dois últimos níveis, a vigia e a guarda são baixas, pois toda a redondeza de Sodorra são cidades e vilas do próprio Império.

 

Maxmilliam observa ao redor e se interessa em uma torre. Usando magia, ele consegue ver que dentro dela há prisioneiros e arquivos. Ele conjura uma aura ao seu redor para que quem o visse veja um soldado de patente alta.

Ele caminha até a torre e entra cumprimentando todos os soldados no caminho, busca em todas as celas algum conhecido. Chega à sala de arquivos e pesquisa sobre os últimos meses.

Os arquivos não apresentam nada do próprio Império, mas mostram registro de prisioneiros, trabalhadores, execuções e alguns dados de alguma grande prisão que o Império está construindo escondido dos outros reinos. Maxmilliam é incomodado algumas vezes por soldados, que o deixam preocupado, podendo ser descoberto.

Ele pega alguns papéis e sai da torre. Vê um alvoroço onde estava preso e adianta o passo para o próximo nível da cidade. No caminho, ele sussurra palavras.

Hostium! … Imperium! … Magicae! … Cione! … Invisibilia! … Putaverunt! … Animalis Amicus!

Seus olhos brilham uma cor para cada palavra dita, até assumir a cor dourada, e, ainda coberto pela aura mágica, Maxmilliam conjura várias magias. A primeira, para verificar hostilidade.

— A área militar é carregada por muita hostilidade, o Império é realmente inseguro e incerto.

A segunda, para verificar população e nível de poder.

— Como imaginei, uma magia poderosa sobre os primeiros níveis da cidade, não consigo ver quem ou o que está lá. Como Xarles consegue? Questtis não tem poder para tanto.

A terceira, visões do passado, vultos e pequenos flashes do que houve horas ou até dias atrás.

— Infelizmente não tenho tempo para buscar por muito tempo atrás… Tenho pena desses cidadãos, eles sofrem muito para terem pouco.

A quarta, localização de magia e identificação.

— Muito poder está no castelo, e sinto que estou sendo observado… Uma sala de teleporte entre o segundo e o terceiro nível, é disso que preciso agora.

A quinta, magia de ocultamento para ocultar sua presença mágica.

— Isso deve me ajudar por um curto período.

A sexta, identificação de seres vivos.

— Já que a cidade é protegida contra a análise do nível de poder, então verei pelas raças… Estranho… um cara tão preconceituoso tem algumas raças peculiares sob seu comando. Mas acho que não estou conseguindo detectar todos.

A sétima, pensamentos superficiais.

— Muito mau humor… Bom que não ouço ninguém pensando sobre intrusos, ainda não sabem que fugi, mas preciso me apressar, já está tarde.

A oitava, chamar animal.

— Melhor uma ajuda… Esta cidade é grande e o sol está deixando o lugar muito quente.

Um cavalo mais adequado e próximo vai até Maxmilliam, que o monta e vai até a localização da sala de teleporte. No caminho, ele conjura a nona magia, adrenalina e saúde para o cavalo.

— Corra o mais rápido que puder, amigo.

Os músculos do cavalo se tonificam e ele consegue dobrar a sua velocidade. Para disfarçar sua presa, Maxmilliam conjura uma décima magia, parecida com torpor, mas só funciona para quem o vê e por segundos, como um flash de luz, fazendo-os esquecer que viram um cavalo em alta velocidade.

— Preciso guardar energia… Espero não ter mais imprevistos aqui.

A noite inicia fria, céu aberto e bem iluminada pelas luas. A cidade tem poucas tochas, mas é bem iluminada pelo castelo de Cristal, que irradia uma luz branca refletindo luas em um tom mais forte.

— Uma bela imagem, porém consigo ver uma aura escura e de sangue em todo o castelo, triste…

Maxmilliam chega até um casarão em uma divisa do terceiro e o segundo nível da cidade. O casarão serve como passagem entre o muro que divide esses níveis. Maxmilliam fica preocupado, pois o segundo nível tem poderes desconhecidos protegendo o lugar, e ele pode ser facilmente localizado.

Ele desce do cavalo, usa uma magia de restauração de fadiga e manda o cavalo voltar. Entra no casarão ainda disfarçado e dá de frente com outro oficial de patente alta, que é da mesma patente do seu disfarce. O oficial o aborda.

— Você também é um… Estranho, não me lembro de você.

Maxmilliam usa magia para distorcer a memória do oficial, fazendo-o mudar de assunto.

— Venha, você está atrasado.

Maxmilliam o segue e observa que outros oficiais estão se reunindo em frente à sala de teleporte. Todos são do padrão do Império, homens de estaturas médias, aparência sem destaques, armaduras do Império, mas com heráldicas de cidades diferentes e distantes, o que o ajuda em seu disfarce, pois nem todos se conhecem.

Eles ficam um do lado do outro em silêncio. O oficial que o chamou entra na sala de teleporte. Passa pouco tempo, e Maxmilliam tem um mau pressentimento, pensando alto:

— Águia de Sangue…

O oficial ao seu lado escuta e comenta:

— Você o viu?

— Não, não… Achei que ele estaria por aqui.

— Também achei, ele não aparece muito, mas ainda deve estar em missão, ele foi chamado para matar traidores.

— Traidores?

Maxmilliam se preocupa com Ray e fica impulsivo. Bate seu cajado no chão, e todos são tomados por torpor. Alguns deles só ficam com uma dor de cabeça e demonstram resistência à magia. Maxmilliam se aproxima destes e fortalece o efeito, disputando com a inteligência deles.

Com todos fora de combate, Maxmilliam entra na sala de teleporte e, antes que usasse algo contra o oficial e os outros soldados na sala, uma energia toma conta do local. A magia de teleporte é ativada, trazendo cavaleiros com elmos de chifres e Ian Nai. Todos reverenciam. Maxmilliam faz o mesmo.

Ian encara Maxmilliam e conversa com o outro oficial sem desfocar de Maxmilliam, que ainda está disfarçado.

— Asinus? O que houve com Maxmilliam?

— Senhor, ele ainda continua preso na prisão dos mágicos.

— Mágicos? Tem certeza de que consegue conter um “Mestre de Magia”?

— Sim senhor, eu mesmo o vi mais cedo…

— Você falou com ele?

— Não senhor, ele ficou calado desde que chegou.

— Meditando?

— Sim senhor… Como soube?

— Tolo. Ele não estava só meditando, ele estava reunindo energia para poder escapar sem fadigar. Ele falou com algum soldado?

— Sim…

— Certo! Vocês subestimaram um velho com uma bengala de apoio.

— Senhor, irei pessoalmente averiguar…

— Não precisa. Ele já fugiu, não há mais o que fazer…

Ian se aproxima de Maxmilliam olhando em seus olhos e conversa com ar irônico.

— E você, oficial, não me lembro de tê-lo visto antes. Você viu alguém machucado ou morto pela cidade?

Maxmilliam responde como se fosse um oficial.

— Não senhor, nenhum morto.

— Menos mal, ficaria bravo se alguém tivesse sido morto em um caso desses… Asinus?

— Sim senhor!

— Os outros oficiais estão reunidos?

— Sim senhor!

— Ótimo, se reúna a eles, e vocês também.

Asinus e os cavaleiros de chifres saem da sala, deixando Maxmilliam, Ian e dois soldados que cuidam do teleporte. Ian rodeia Maxmilliam.

— Não estou surpreso, “oficial” … Já esperava por algo do tipo.

— Desculpe, senhor, não estou entendendo.

— Sei que não…

Maxmilliam usa magia para ler a mente de Ian, mas só consegue ouvir:

“Não faça isso, senão também entrarei na sua mente”.

Maxmilliam lembra que Ian não conjura magias, mas consegue contra-atacá-las e se defender muito bem delas.

— E onde você está sendo chamado, oficial?

Maxmilliam empunha seu cajado, esperando ser atacado, e responde:

— Em Prince, ouvi falar que a situação lá está crítica.

— Entendi… Só posso desejar boa sorte…

Ian olha para os soldados e ordena:

— Soldados?

— Sim senhor!

— Mandem esse homem para Prince, ele tem muito a fazer por lá.

Maxmilliam vai até o centro da sala e agradece a Ian.

— “Grande Herói”! Obrigado.

— “Oficial”? Se eu o vir novamente em Sodorra, eu não serei parcial.

Maxmilliam concorda fazendo sinal com a cabeça e logo é teleportado para Prince. Ele olha a sala abandonada e conjura as mesmas magias que usou em Sodorra com mais intensidade, conseguindo ver muita hostilidade e as linhas de energia completa que ligam todas as marionetes.

— Sokushin Butsu… Ele ainda está vivo? Isso explica muita coisa.

Ele também vê uma grande mancha de sangue sobre uma parte da cidade.

— Como imaginei, Brent está na cidade e em atividade.

Vê pontos de energia.

— Há outra sala de teleporte perto de Ford.

Medita por um tempo, reunindo poder para tomar a sala de Cristal. Depois disso, ele gira seu cajado, energizando-o, e o bate no chão no centro da sala.

— Assumo agora seu poder!

Os cristais da sala se ativam. Ele é tomado pela aura de teleporte e é teleportado para dentro de Detroit, na sala de teleporte. Ao chegar, é abordado por alguns soldados, que se assustam com a sua chegada.

— Quem é você?

Todos se armam, e Maxmilliam tenta dialogar.

— Se acalmem! Eu sou Maxmilliam, amigo de Ford.

Eles não acreditam e atacam Maxmilliam, que apara os golpes com seu cajado e com uma onda de energia os coloca para dormir. Ele sente a presença de Ford e corre até ele. No caminho, Maxmilliam usa magia para não ser notado pelos guardas.

Na sala, ele encontra com Ford, que está andando de um lado para o outro com um olhar preocupado.

— Ford?

— Maxmilliam? Graças ao Criador, você está bem. Ray e seus amigos estão te procurando, onde você esteve?

— Sim, estou bem, preciso me reunir com eles. Você precisa se preocupar com Brent, a Águia de Sangue está na cidade atrás de traidores.

— Impossível. Como?

— Aqui tem alguns papéis que consegui sobre o Império, devem ajudar na futura revolução. Desculpe minha pressa, mas preciso ir atrás de Ray, ele corre perigo.

— Antes me ajude numa magia, você consegue me ajudar com a magia da criação?

— Sagrado?

— Sim.

Ford pega um pincel e tinta com propriedades mágicas e entrega a Maxmilliam.

— Aqui.

— Certo, tire a camisa, desenharei em seu peito.

— Por que aqui?

— Aqui permite um fluxo melhor de energia com seu corpo e defesa, se você for atingido mortalmente conseguirá rapidamente se restaurar, mas só uma vez, a magia de luz precisa de um tempo para a conjuração, e você não pode se movimentar muito.

— Sim, isso eu já sei, mas está longe das minhas habilidades.

— Bobagem, você está próximo de ser um mestre.

— Obrigado pela ajuda, Maxmilliam.

— É um prazer ajudar um grande homem. E muito cuidado.

Maxmilliam termina o símbolo no peito de Ford e conjura uma aura na imagem, que é absolvida pela tinta. Ford veste sua roupa e comenta:

— Dois dos meus generais estão com cristais de teleporte e podem voltar quando quiserem, esses cristais podem ajudar você chegar até Ray.

— Ótimo, vou trazê-los para sua defesa e usar para ir atrás de Ray.

— Espere! Você deve estar enfraquecendo…

Ford pega de dentro de um pequeno baú um frasco transparente revelando ter um líquido marrom com um aroma e um gosto doce.

— Aqui, beba.

Maxmilliam se impressiona.

— Theobroma?

— Sim.

— São raras depois que Xarles destruiu as plantações.

— Sim, mas antes de Cacao ser destruída, alguns itens já produzidos foram pegos por algumas pessoas.

— Mas, Ford, isto é muito poderoso, melhor você ficar com ele.

— Max! Não temos tempo para formalidades, beba e salve Ray e Prince, eu saberei me defender.

— Certo…

Ford começa a arrumar suas coisas, e Maxmilliam volta para a sala de teleporte com o frasco em mãos. Chega à sala e vê alguns soldados acordarem do sono mágico. Ele começa uma conjuração um pouco demorada. Os cristais irradiam luzes diferentes. Os de Mazda e Mercury começam a emanar energia.

Após Maxmilliam conectar a sala com os cristais, ele os teleporta de volta para Detroit. À sua frente, Maxmilliam sinaliza.

— Vocês dois são generais de Ford, e os convoquei de volta porque Ford precisa da ajuda de vocês, ele corre perigo.

Mazda se aproxima.

— Você é Maxmilliam?

— Sim, me conhece?

— Já ouvi falar de você.

— Fico honrado… Por favor, me deem os cristais, preciso usá-los para encontrar o Sokushin e meus amigos.

Mazda e Mercury entregam os cristais e correm até a sala de Ford, pedindo para os soldados que acordaram:

— Vocês! Ajudem-nos!

Os soldados os seguem até a sala de Ford, mas no caminho eles ouvem som de luta no refeitório e vão averiguar.

Maxmilliam bebe todo o Theobroma e sente um poder correndo pelo seu corpo de dentro para fora, suas energias são restauradas, sua fome e sede são saciadas, o cansaço e a exaustão desaparecem, deixando só ânimo e a mente mais otimista.

Maxmilliam medita por uns instantes e, em uma clarividência, ouve a voz de Sokushin.

— “É meu dever salvar aqueles que se perderam… Deixe-me ser seu guia…”

Maxmilliam sacrifica os cristais, fazendo-os virarem pó mágico envolvendo-o em uma aura ampliada e ajudando-o em seu teleporte preciso até Ray, no cemitério de Prince.



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