Volume 1

Capítulo 19: O Ataque do Império

Maxmilliam eleva muito o seu tom de voz e diz para Ray e os outros:

— Preparem-se para a batalha!

Enquanto os fratérnitas terminavam de derrotar os soldados, o homem encapuzado revela ser um mago.

Ele se envolve em magia, uma poeira cobre seu corpo transformando-o em um poderoso guerreiro, com três metros de altura, armadura corporal escura, capacete com três chifres grandes que deixa seu rosto oculto como se estivesse vazio.

Ray consegue ver ao longe esse guerreiro e reconhece-o como um “guerreiro caos”. O enorme guerreiro arremessa o cajado negro para dentro do forte e corre atacando Geiko, Houri e seus guerreiros na entrada do forte. Ray, Baltazar, Onurb e Anirak se espantam, pois dentro do forte se ouvia o grito de guerra do guerreiro caos que se aproximava.

Antes que Ray e seu grupo fossem ajudar Geiko e Houri, o cajado negro cai em sua frente, fazendo o chão estremecer e se erguer uma montanha, que quando atingiu dez metros de altura adquiriu forma como um golem de rochas e terra em uma forma humana.

Com o tremor, algumas construções se abalaram, comprometendo suas estruturas. Na entrada do forte, o guerreiro caos enfrenta Geiko e seu grupo, atacando-os com ataques físicos, golpeando fratérnitas com mãos e pés que usava para esmagá-los.

Os guardas das torres, com seus arcos e flechas, conseguem conter um pouco o guerreiro. Houri dava moral para o grupo e derrotava os soldados ainda vivos que lutavam, Geiko dava ordem para seus guerreiros atacarem sincronizadamente e defenderem uns aos outros.

Com alguns pergaminhos mágicos eles atacam o guerreiro caos com elementos diferenciados: raio para tentar neutralizar, fogo para tentar queimar o corpo debaixo da armadura que parecia impenetrável e encantamento em partes de metal da armadura, tentando quebrar ou enfraquecê-la.

Enquanto todos lutam na entrada do forte, Ray inicia uma briga com o golem que ameaçava destruir todo o forte, indo em direção ao casarão em que ficavam os feridos e refugiados.

Ray grita para todos os guerreiros dentro do forte:

— Defendam o casarão e as estruturas, nós cuidaremos do ataque!

Onurb fala para Ray:

— Você viu o tamanho disso? Você não quer trocar e ficar na defesa?

Todos olham para Onurb, e ele fala:

— Estava brincando, vamos derrubar essa coisa!

Baltazar encrava seu enorme machado no chão, ficando com menos peso, e se arma com dois machados comuns. Anirak se arma com suas adagas de serra, Onurb com uma grande adaga, e Ray com sua espada.

Todos se preparam e avançam atacando o golem. Anirak e Onurb sacam pequenas facas e arremessam na cabeça do golem, chamando atenção dele.

— Pronto!

— Temos a atenção dele!

O golem se vira e ataca Onurb e Anirak, que se esquivam pulando e dando saltos de acrobacia, distanciando-se dos golpes.

Ao mesmo tempo que o golem os ataca, Baltazar o enfrenta urrando, esquivando e aparando as pedras que caíam do golem.

Ele aparava os projéteis e contra-atacava com seus machados, destruindo um pouco das pernas do golem. Enquanto isso, Ray observava e analisava o golem. Vendo que ele é lento e forte, Anirak e Onurb escalam o golem se esquivando dos golpes dele e das pedras que caíam aleatoriamente.

Ray notou que quando Onurb, Anirak e Baltazar atacavam fazendo com que caíssem partes do golem, este absorvia mais terra com os pés para repor o que foi destruído como uma regeneração automática.

Ray lembra que o cajado criou o golem e diz para seus amigos:

— Precisamos destruir o cajado! Deve estar na cabeça ou no tronco.

Ray encanta sua espada com fogo e avança atacando os pés, vendo se consegue neutralizar a regeneração dele.

Com o fogo em sua espada, o jovem consegue fazer ataques mais profundos, parando um pouco a regeneração de terra.

O golem se mexe tentando soltar e afastar-se de seus atacantes. Onurb e Anirak conseguem andar e escalar o golem sem problemas, como se andassem em paredes e atacando-o, chamando mais atenção e dando mais tempo para Baltazar e Ray, que se juntaram para tentar destruir o pé para que o golem caísse.

Ray informa ao seu grupo:

— Ataquem as partes que articulam.

Ray percebeu que na área da cabeça se formou um capacete de rochas.

— Precisamos destruir a armadura que se formou na cabeça!

Baltazar apara um dos socos do golem e o segura. Anirak e Onurb atacam o que pareciam joelhos.

O golem começa a erguer Baltazar. Ray se preocupa, mas Maxmilliam aparece ao longe e aponta seu cajado. Baltazar ganha força e peso, voltando para o chão e segurando melhor o golem. As armas de Anirak e Onurb ganham um brilho estranho, e os golpes desferidos surtem mais efeito, destruindo os joelhos do golem.

Com os joelhos destruídos e Ray neutralizando a regeneração, o golem cai e fica só com o tronco erguido, posicionando-se com as mãos. Todos miram seus ataques na cabeça, mas não conseguem perfurar o capacete.

Para se defender, o golem se abaixa, apoia-se só com uma mão e com a outra ataca todos ao redor. Ray é atingido e empurrado para trás. Anirak e Onurb escapam por pouco, e Baltazar se abaixa se esquivando.

Maxmilliam se aproxima um pouco e informa:

— Precisamos de algo mais forte para quebrar o capacete!

Baltazar levanta e guarda seus machados na cintura.

— Tenho algo forte para esse monstro.

Ele corre em direção ao seu enorme machado que tinha deixado no chão. No mesmo movimento em que tira o machado do chão, Baltazar volta em direção ao golem. Anirak e Onurb distraem o golem, e Ray se prepara para atacar após Baltazar.

Este pega impulso e salta mirando seu machado na cabeça do golem. Maxmilliam ainda o ajuda com magia. Quando o machado acerta o capacete, um grande som ecoa, o capacete quebra e o machado de Baltazar racha.

Chegando ao chão, Baltazar se posiciona para que Ray o use para ganhar impulso. Anirak e Onurb atacam os braços do golem, dando a chance para Ray chegar até Baltazar. O jovem sobe nas costas do amigo e com sua ajuda se impulsiona, dando um alto salto e atacando a cabeça desprotegida.

O ataque quebra uma parte da cabeça do golem, revelando o cajado negro encravado mais a fundo no crânio. Nessa ação, o golem consegue regenerar as pernas e se ergue novamente, empurrando Anirak, Onurb, Baltazar e Ray.

Antes que cobrisse o cajado novamente com rocha e terra, Maxmilliam aponta seu cajado, e sai um brilho forte e rápido como um projétil de luz vermelha que acerta o cajado negro, que explode, e o golem se desfaz. Maxmilliam usa magia para que a queda do golem não destrua e nem fira ninguém.

Ainda fora do forte, Geiko e Houri enfrentam o guerreiro caos que derrotou vários fratérnitas. Geiko foi atingido uma vez e está ferido, Houri ficou à frente de seu irmão protegendo-o.

Depois de algumas sequências de golpes, Houri consegue ferir o guerreiro no peito, onde a armadura fora enfraquecida por Geiko.

Os outros guerreiros focam seus ataques no ponto fraco do guerreiro caos criado pelos irmãos. O guerreiro consegue matar mais dois guerreiros e em um berro se desfaz, virando fumaça e revelando o mago que tinha se transformado.

Ele está fraco e tenta correr. Houri o alcança, o derruba, o neutraliza e o leva para o forte para interrogá-lo. Com a vitória, Ray agradece seus amigos.

— Muito obrigado! Primeira batalha e agimos muito bem.

Todos se reúnem perto de Ray, e Anirak comenta, animada:

— Boa interação de experiências, perfeito.

Maxmilliam, com a mão no ombro de Ray, elogia:

— Parabéns a todos, realmente Ray escolheu bem seu grupo.

Baltazar, ainda balançando seu machado e esperando ação, diz:

— Batalha e mais batalha… Isso me deu fome.

Onurb comenta:

— Finalmente ação! Até que agimos bem, estou motivado para a próxima.

Ray guarda sua arma e olha para todos com admiração.

— Obrigado novamente. Vamos ver se Geiko e Houri estão bem.

Todos se reúnem com Geiko na entrada do forte. Houri volta depois de prender o mago. Todos os feridos são levados para o casarão. Houri pede para alguns guardas vigiarem as redondezas para ver se não há mais inimigos próximos.

Geiko é levado para o casarão para tratar dos seus ferimentos, que felizmente não são graves. Houri se reúne com Ray, seus amigos e alguns guerreiros, nas carruagens resgatadas.

Houri quebra os cadeados das carruagens, libertando alguns prisioneiros e achando algumas armas, armaduras e mantimentos.

— Por favor, analisem para ver se não há nada venenoso, hostil e se poderemos usar esses itens a nosso favor.

Em outras carruagens, resgatam algumas pessoas, homens, mulheres, idosos e até crianças, todos com trajes comuns e demonstrando medo. Mas Houri lhes informa:

— Não temam, somos do exército de Coniuro, não escravizaremos ou maltrataremos ninguém, aqui são pessoas livres e serão tratadas igualmente.

Mesmo demonstrando bondade, os resgatados ficam intimidados. Houri junta todos, sem exceção, e nesse tempo uma mulher se destaca.

Ela aparenta ter uns 30 anos, estatura média, pele clara, cabelos curtos vermelhos, um pouco acima do peso, usando roupas leves; em seu traje, o símbolo de uma balança chama atenção de Maxmilliam, que tenta identificá-la.

— Você é uma cidadã de Libryans?     

— Sim senhor.

Maxmilliam se aproxima de Houri e conversa com ela para que os outros não ouçam.

— Você os levará para o casarão?

— Não… Não sabemos se são confiáveis, primeiro levaremos para uma barraca isolada para que se recuperem, acalmem-se e se alimentem, depois verificaremos se não há algum espião e assim veremos para onde encaminhar cada um. As cidades aliadas estão prontas para receber refugiados.

— Verdade, vocês farão algum tipo de verificação mágica?

— Meu irmão faz isso, depois que se recuperar ele fará essa verificação.

— Se me permite, posso fazer pelo seu irmão.

— Ótimo, fico grata, mestre Maxmilliam.

— Só vou lhe pedir para que me deixe fazer primeiro naquela mulher, acho que ela deve ter sido mandada para ajudar o meu grupo e deve ter sido barrada no caminho para cá.

— Sem problemas. Vou lhe pedir para me ajudar a interrogar o mago que derrotamos nos portões, temos uma prisão improvisada.

— Improvisada?

— Não se preocupe, é contra mágicos.

— Entendi. Depois que verificar os resgatados, irei com você até o mago.

— Certo! Obrigado.

Maxmilliam segue junto com os guerreiros e os resgatados em uma barraca vazia preparada para acolher várias pessoas. Enquanto todos se ajeitam, Maxmilliam se aproxima da mulher e se apresenta.

— Eu sou Maxmilliam. Acredito que você veio de Libryans para ajudar meus amigos.

Meio desnorteada, a mulher responde:

— Não me lembro.

— Como assim? Você é de Libryans?

— Sim, eu estava indo fazer algum serviço em Libryans, mas não me lembro…

Houri, Onurb e Ray entram na barraca e se aproximam. Ray questiona seu mestre.

— Mestre? É ela?

— Tem que ser ela, não houve mais ninguém do gênero. Úrsula me falou que enviariam um caçador com habilidades de sobrevivência e com conhecimento nos terreiros do continente.

Onurb questiona:

— Caçador? Não seria um homem?

— Pode ser, mas normalmente isso não faz diferença.

— Faz diferença, de mulher para homem a diferença é grande.

Houri encara Onurb após o comentário machista. Ele se lembra da fúria de Houri com os soldados do Império e, com um sorriso sem graça, corrige sua observação:

— Verdade, não faz diferença, tem até mulheres mais dignas do que homens. Não liguem para o que eu falei, continuem.

Maxmilliam volta a falar com a mulher:

— Senhorita, você deve ter ficado atordoada nessa confusão com o Império, um golpe forte pode causar perda de memória. Por favor, descanse e depois voltaremos a conversar… Desculpe, qual é o seu nome?

— Eu sou Alexia.



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