Apoteose Fantasma Brasileira

Autor(a): Alexandre Henrique


Volume 1

Capítulo 29: Alvorada dos finados.

Aidan não podia acreditar em seus olhos. Talvez fosse devido à febre ou à dor em seus músculos, mas ele pensava que estava alucinando. Aquela grande névoa cercava a cidade; ela parecia um ser próprio se enrolando nas montanhas. Ele olhava pela janela e via soldados da organização mortos e caídos no chão da praça da cidade. Ele não acreditava que encontraria novamente aqueles seres.

Aqueles seres cinzentos e canibais. Aidan pensou que seria apenas um experimento maluco do Bispo, mas parecia que não era. Aqueles seres pareciam animais em formato humano.

— Me diga, Lia, o que aconteceu enquanto eu estava desacordado? — perguntou Aidan, enquanto tentava resistir à dor em sua cabeça.

Camélia parecia hesitante para falar algo, mas desistiu. Ela sabia que deveria falar a verdade sem meias-palavras.

— Tudo ocorreu muito rápido. Homens vestindo roupas pretas e com armas brancas atacaram a todos, enquanto jogavam uma espécie de fumaça. As pessoas aos poucos enlouqueceram e começaram a atacar umas às outras. Então, eu enviei uma mensagem para meu irmão e ele mandou tropas, mas tudo que recebi de resposta depois foi que o palácio havia sido atacado também. Me desculpe, mas não tenho outras informações — respondeu Camélia com uma voz meio chorosa.

Aidan havia percebido que ela estava cansada e totalmente diferente. Ela não usava o seu véu e muito menos estava com as roupas que tinha trazido. Aidan tentou raciocinar, mas a dor de cabeça ficou mais forte, fazendo-o ter visões estranhas. Ele conseguia ver que tentou proteger Asha de ser levada, mas recebeu ataques de diferentes pessoas, incluindo um homem que lançou alguma fumaça vermelha. Aidan pensou que não era nada, mas vendo seu estado, soube que era relacionado à fábrica de Ourozina.

— Você sabe de algo sobre aqueles? — perguntou Aidan, enquanto apontava para uma das pessoas transformadas.

— Eu não sei de muito, mas sei que eles parecem com viciados em Ourozina. Eles procuram pela fonte de Ourozina incessantemente e, como a maioria da Ourozina fica no sistema nervoso central, a pessoa atacada praticamente morre. Posso não estar tão orgulhosa, mas eu os batizei de Eivados — disse Camélia, enquanto tentava checar a condição de Aidan.

— Como podemos lidar com isso agora? Claramente, isso tem a ver com a fábrica e as tribos — disse Aidan, enquanto tentava se levantar e falhava.

— Tente ir com calma! Seus ferimentos podem não ser sérios, mas com a redução de Ourozina em seu sangue, você vai passar por sintomas de abstinência — disse Camélia, enquanto apoiava Aidan.

— Certo, precisamos perguntar coisas para a tribo local, já que pelo que vi, eles eram os únicos que poderiam estar bem nessa bagunça — disse Camélia.

Aidan respirou fundo e se levantou. Seu equilíbrio estava estranho, mas ele conseguiu se adaptar. Seu olho, que havia recuperado, estava meio embaçado, fazendo-o perder um pouco a profundidade das coisas, mas era o suficiente para conseguir andar.

— Temos que ir para as tribos e perguntar por que eles querem Asha e o que está acontecendo com a cidade — disse Aidan, enquanto se preparava para partir.

Camélia estava parada no lugar e não conseguia responder. Ela tinha que fazer algo sobre aquilo, mas sua mente a impedia. Ela viu Aidan se preparando e não conseguia entender como ele tinha tanta determinação. Respirando fundo, ela também se preparou. Ela não tinha tantas armas, então a melhor coisa foi fazer uma lança improvisada com uma faca de cozinha e outras facas que tinham na cozinha daquele lugar. Já Aidan lembrou da arma que tinha em sua bagagem; ele iria agradecer muito a Anna quando voltasse.

Com os dois prontos para partir, começaram a caminhar para a localização da tribo. O acesso ao GPS não existia, e qualquer aparelho eletrônico não funcionava direito. Talvez a névoa fosse densa o suficiente para atrapalhar o sinal. Eles haviam voltado para a idade da pedra.

O local da tribo era no meio da floresta, ao norte da fábrica, um lugar que parecia estranhamente quieto. Aidan sentia uma estranha ansiedade toda vez que dava um passo naquela floresta que parecia ter olhos. Camélia nem conseguia respirar normalmente; ela era a única humana naquele lugar, a única pessoa normal, com péssimos atributos físicos, e por isso teve que ficar alerta a qualquer movimento.

Apesar de a caminhada para a tribo ter sido terrível, eles chegaram rapidamente e foram encontrados rapidamente por soldados da tribo. O local era cercado por pedras e madeiras com pontas; era mais um acampamento militar do que uma tribo, mas Aidan não se importava. Ele apenas pediu ao soldado:

— Me leve ao chefe da tribo. Atualmente, temos assuntos a tratar sobre uma criança desaparecida.

O soldado olhou com desprezo para Aidan, mas a voz vinda de trás de uma das barracas fez o homem dar um passo para trás e abaixar a cabeça.

— O que você está dizendo? Uma criança desaparecida? — a voz vinha de uma pessoa velha, seu rosto enrugado fazia uma carranca, e suas costas curvadas mostravam seus dias contados na terra.

O homem caminhou para perto de Aidan e o encarou nos olhos, fazendo Aidan dar um passo para trás. Aquele homem viu algo estranho em Aidan, mas, após olhar para Camélia, ele apenas suspirou.

— Entrem, se for sobre a fábrica, tenho uma ideia do porquê estão aqui — disse o homem, enquanto se virava e caminhava para a barraca novamente.

Aidan olhou para Camélia, e ela apenas deu de ombros. Os dois caminharam para onde o homem velho estava. A barraca parecia bastante grande; ela estava cheia de armas brancas como espadas e lanças, tendo apenas três lugares para se sentar, assim como um escritório. O homem começou a falar:

— Muitos de vocês vêm a mim perguntando coisas para descobrir a verdade sobre a sua organização, mas é a primeira vez que um humano acompanha um fantasma sem ser contra a sua vontade — disse o homem velho, enquanto preparava uma bebida estranhamente preta e viscosa.

— A verdade sobre a organização? Nós viemos falar sobre… — disse Camélia, mas foi interrompida por Aidan.

— Me diga o que sabe.

O homem velho suspirou e apontou para os olhos de Aidan, mais precisamente para o olho vermelho dele.

— Seu olho diz que você já começou o processo da Ourozina. Sabe que fomos os primeiros a descobrir sobre isso? Só que éramos muito inocentes. Quando descobrimos o manancial, não tínhamos ideia do que ele era. Pensávamos apenas que era um rio que vertia sangue ou que os deuses estavam bravos conosco e por isso faziam o sangue verter do solo. Mas aquele lugar não era normal, ele atraía pessoas e criaturas, e quando bebiam da água, ou morriam, ou se transformavam em corrompidos.

O homem velho tomou um pouco do líquido, fazendo seu rosto branco ficar avermelhado. Ele parecia se lembrar daquilo tão vividamente, e assim ele continuou.

— Um homem apareceu, e aquele homem fez um acordo com o líder da tribo naquela época. O homem iria cuidar daquele lugar odioso e amaldiçoado, enquanto a tribo ganharia o poder daquele lugar de graça. Aquele misterioso homem construiu a fábrica sobre o lugar. Nós não sabíamos direito de onde ele havia vindo, mas o nosso líder daquela época descobriu. Quando aconteceu a grande guerra, quando as ilhas foram separadas, três irmãos nasceram, todos daquele lugar amaldiçoado. Eles eram experimentos feitos pelos antigos humanos.

— Quando foi isso? — interrompeu Aidan.

— Eu não me lembro bem, mas já vai fazer 120 anos desde que nosso líder morreu. Acho que o ano era 2025, algo assim.

Aidan não pôde deixar de ficar assustado. A organização foi criada na época da grande guerra, com todas as ilhas. Era muita informação para processar, mas ele continuou escutando o homem.

— Aqueles três irmãos eram chamados como os três deuses são chamados, mas um se destacou, o irmão mais velho. Ele foi tão importante que seu nome ficou registrado em documentos antigos. Ele era chamado de Nue. Foi ele que deu a vocês, fantasmas, o poder a partir de seu sangue. Ele foi o primeiro a produzir a substância que vocês chamam de Ourozina e também aquele que foi traído pela própria família e morto por ela, naquele mesmo lugar onde eles nasceram.

— Você está me dizendo que esse manancial deu a vida a essas criaturas chamadas de três irmãos e estávamos bebendo o sangue deles? E o que aconteceu com os outros irmãos? — indagou Aidan.

— Sim, vocês bebem a substância que vem do sangue deles. E sobre os outros irmãos, só sei que sumiram e continuam vivos, já que a morte do irmão mais velho aconteceu quando a guerra acabou, e assim a sua organização foi criada — respondeu o homem com um certo sorriso no rosto.

Aidan ficou surpreso, e sua mente tentou processar tudo aquilo. Ele não sabia o que fazer; para dizer a verdade, ele não queria saber daquilo. Aquelas informações, por mais importantes que fossem, não eram relevantes no momento, e por isso ele revelou a verdade ao homem velho.

— Me desculpe, mas não foi por isso que vim. Eu vim para falar sobre uma menina chamada Asha. Ela foi raptada por essas pessoas na fábrica.

— Espera, você disse Asha? Onde você ouviu esse nome? — perguntou o homem, alterando seu tom de voz. Ele parecia ansioso.

— Eu salvei uma criança de cabelos castanhos e olhos de diferentes cores há um tempo e a trouxe aqui para encontrar sua família, mas ela foi levada novamente. Você a conhece? — Aidan sentiu certa esperança pelas palavras do homem.

— Sim! Não posso acreditar! Ela está viva! Nossa pequena princesa… — disse o homem enquanto segurava suas roupas. Lágrimas surgiam de seus olhos; ele parecia aliviado.

— Fantasma, ela não é qualquer garotinha, ela é filha dos chefes da tribo! Se eles estivessem aqui, oh! Como posso dizer a eles? — disse o homem, agarrando os ombros de Aidan desesperadamente.

— Espera, você está dizendo que os pais de Asha estão vivos e estão nesta ilha?

— Sim! Eles foram para a cidade, eles são este casal aqui! — o homem pegou uma foto e mostrou para Aidan e Camélia, que reconheceram eles no mesmo instante. Eles eram o casal que estava naquele hotel.

— Nós já vimos eles! Mas... como iremos contar sobre Asha para eles? — disse Camélia.

— Isso quer dizer que teremos que encontrar Asha, mas tenho mais uma pergunta: sobre um antídoto para a Ourozina. Asha disse que ela havia tomado um — disse Aidan, olhando para o rosto choroso do velho homem.

— Sim, apenas os chefes da tribo têm o antídoto para o sangue amaldiçoado, já que eles são os únicos que têm todos os sangues de todas as tribos — explicou o velho homem.

— Certo, agora só temos que nos encontrar com aqueles dois e discutir sobre achar Asha. Você vem conosco? — perguntou Camélia.

— Não posso, sou apenas um líder substituto enquanto aqueles dois estão procurando sua filha. Terei que proteger a tribo — disse o homem.

Aidan e Camélia saíram do lugar com uma resposta. Não era o que eles esperavam, mas já era um início. Os dois começaram a caminhar pela floresta novamente quando perceberam que algo gelado caía do céu.

— Neve? — disse Camélia, surpresa.

Aidan olhou para o céu e viu algo parecido com neve caindo, mas era diferente. Parecia mais cinzas do que neve. Aidan já havia percebido que o clima estava esfriando, mas não o suficiente para nevar. Aquela cinza avermelhada que parecia neve não era normal; aquele lugar parecia outra realidade.

Aidan repentinamente escutou um barulho estranho e, ao longe, viu as criaturas. A noite havia rapidamente chegado e, percebendo que não poderiam ficar muito tempo fora de um abrigo, correram para a casa. As ruas, antes vazias, agora aos poucos se enchiam daquelas criaturas, mas algo parecia diferente: havia também pessoas em meio a elas.

Eram pessoas usando roupas pretas e máscaras de gás. Camélia e Aidan não esperaram para entender qualquer coisa; começaram a correr para a casa, ignorando qualquer criatura ou ocultista maluco. Ao chegarem à casa, encontraram o lugar cheio de barricadas e madeiras nas janelas e portas. Como Aidan e Camélia não tinham tempo para pensar, Aidan simplesmente arrombou a porta, jogando-se contra ela.

Assim que os dois entraram no lugar, ouviram um grito de uma mulher, e um homem veio para cima de Aidan, que ainda estava no chão, mas Camélia os parou, fechando a porta em seguida.

— Quem são vocês? — gritou o homem que segurava uma faca.

— Nós alugamos quartos aqui, mas fomos atacados por algumas pessoas e agora estamos tentando sobreviver! — gritou Camélia enquanto tentava fechar a porta com móveis.

Aidan se levantou, olhou para aquele casal e percebeu que a mulher era parecida com Asha. Ele suspirou de alívio e se aproximou do casal, tentando conversar um pouco.

— Me desculpe falar sobre algo assim nessa situação, mas eu acho que vocês devem ser os pais de Asha, certo?

O homem ficou surpreso e logo com raiva. Ele levantou suas mãos, mas foi impedido pela mulher, que se intrometeu e questionou Aidan.

— O que você sabe sobre nossa filha?

— Eu a salvei de traficantes recentemente, e ela tem vivido comigo até agora. Eu vim até esta ilha para encontrar vocês e dizer que ela está bem, mas tem algo errado.

— O que aconteceu?

— Ela foi sequestrada quando estávamos chegando nesta ilha, e agora precisamos salvá-la. Eu sei quem fez isso.

Os dois pareciam aliviados e tensos ao mesmo tempo. Por um lado, Aidan entendia aquele sentimento; Asha havia voltado para perto deles e, mesmo assim, sumiu de novo. Mas antes que qualquer um pudesse falar qualquer coisa, foram interrompidos por grunhidos e barulhos de batidas. Aidan olhou para a janela e viu Eivados tentando invadir. Ele pegou a faca das mãos do homem e atacou a criatura, fazendo-a recuar, e assim todas as outras.

O silêncio reinou por um instante. Tudo havia parado, e todos os presentes sentiram um arrepio na espinha. Aidan verificou a munição na pistola, Camélia segurou mais firmemente a lança improvisada; o cabo de madeira estava desagradavelmente áspero em suas mãos suadas. O casal, sem armas, se entreolhou, com a ansiedade estampada no rosto.

Mas antes que pudessem respirar novamente, uma onda de Eivados atacou a casa. As janelas e portas tremiam enquanto as criaturas tentavam entrar. Os vidros das janelas foram simplesmente quebrados, e Aidan mirou no primeiro que entrou pela porta quebrada e atirou.

— Lia! Tome conta daqueles que estão nas janelas! — gritou Aidan enquanto avançava para a porta.

Todos se organizaram para tentar sobreviver. Aidan estava acostumado a lutar, mas Camélia e o casal não, por isso ele deu tarefas que eles poderiam fazer. Camélia estava se saindo bem em apenas usar a lança nos vãos da janela, enquanto Aidan cuidava da maioria que vinha da porta principal.

A luta era rápida, como lidar com cachorros loucos. Enquanto eles atacavam, Aidan desviava e contra-atacava com uma faca. Ele era rápido e preciso, mas seu corpo começou a ficar mais pesado a cada criatura que enfrentava, até cometer um erro e cair.

Ele segurou a criatura e a empurrou de cima dele, mirou com sua arma e atirou em sua cabeça. Ele havia economizado a maioria das balas, mas agora tinha apenas mais seis balas.

Assim que terminaram, as criaturas pararam de vir e, depois de 30 minutos, tudo ficou quieto novamente. Aidan respirava ofegante enquanto todos os outros apenas desabaram no chão. Camélia tinha sangue em seu moletom, enquanto a mulher tinha suas mãos tremendo.

— Certo, agora parece que temos algum tempo para conversar. Lia, tire primeiro o sangue de seu rosto — disse Aidan enquanto colocava o que sobrou da porta no lugar dela. — Meu nome é Aidan, e essa é Camélia. Viemos investigar a cidade e achar a família de Asha. Também preciso do antídoto para a Ourozina. Já conversamos com o vice-líder ou o que vocês chamam de líder de vocês — Aidan olhou para os olhos meio amedrontados do casal e sentiu pena. — Gostaria de perguntar qual o lugar provável para onde Asha foi levada.

— Não temos certeza, mas os desaparecimentos começaram na escola da cidade. Disseram que um culto havia raptado as crianças — disse o homem.

— Certo, senhor…

— Ah, me desculpe, meu nome é Sebastian e essa é…

— Meu nome é Isabella.

Os olhos dos dois estavam ansiosos, mas a mulher parecia cheia de determinação; ela parecia mais controlada do que o homem.

— O que iremos fazer agora, senhor fantasma? — perguntou Isabella.

— Vamos para a escola. Precisamos descobrir de onde essas criaturas estão vindo e onde Asha está — disse Aidan.

Camélia, que estava apenas observando, começou a tossir, e sangue saiu de sua boca. Aidan, percebendo isso, correu para perto dela; o cheiro de Ourozina era forte. Ele lembrou da névoa e também que aquele lugar estava infectado com aquela praga.

— Lia, respire calmamente. Sente-se aqui, eu vou pegar algo para vocês.

Aidan deixou eles e saiu pela porta. Ele olhou em volta e percebeu algumas pessoas com máscaras de gás. Vendo que havia algumas delas, ele não deixaria aquela oportunidade passar. Ele atacou aquelas pessoas, primeiramente gastando uma bala no corpo de uma delas. Ele não podia prejudicar a máscara de gás, por isso em seguida cravou uma faca na segunda. A terceira tentou atacá-lo pelas costas, mas ele agiu rapidamente e parou o ataque, pegando a faca que carregava e cravando-a na quarta pessoa, que caiu no chão.

Aidan não queria perder tempo, não importava o quanto seu corpo gritava de dor. Ele iria acabar com aquilo rapidamente e, após finalizar os quatro ocultistas, pegou suas máscaras e voltou para Camélia e os outros.

— Aqui, coloquem isso — disse Aidan entregando as máscaras para cada um. — Precisamos ir para a escola. Com a Ourozina no ar, vocês irão apenas se transformar naquelas coisas.

— Mas e você, Aidan? — perguntou Camélia com preocupação.

— Eu sou um fantasma, não sou afetado! — disse Aidan, sorrindo e apontando para sua cabeça.

Claramente aquilo era uma mentira. Fazia algum tempo que ele sentia dor em seu pulmão e em sua cabeça; era como uma forte pressão, sem contar as alucinações que estava tendo. Mas aquilo ele não poderia revelar, precisava ser o pilar que manteria as pessoas com esperança.

— Certo, se preparem e vamos procurar por Asha.

Eles se prepararam com facas e lanças improvisadas. Ainda havia alguns carros funcionando, por isso Aidan pegou um emprestado. Conforme se aproximaram da escola, viram que a cidade estava praticamente acabada, sem contar com o frio extremo que estava congelando o chão e aquela neve estranha que se acumulava nas ruas e calçadas.

Aidan, por um momento, se questionou no que sua vida havia se tornado. Ele era apenas um detetive, e agora estava enfrentando praticamente zumbis. Ele suspirou em desesperança.

Chegando à escola, eles desceram do carro e se prepararam para entrar. O lugar estava intocado pelas criaturas, parecia totalmente diferente das outras construções.

— Certo, se preparem e fiquem juntos — disse Aidan enquanto abria a porta da escola.



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