Apoteose Fantasma Brasileira

Autor(a): Alexandre Henrique


Volume 1

Capítulo 11: Cartas póstumas(1).

Os fogos de artifício eram vistos no céu, e a população da cidade da Prosperidade se reunia na praia para vê-los iluminando o céu com diferentes cores. Dois dias depois, um novo delegado era colocado no lugar do antigo, e novamente as pessoas viveram suas vidas como se todos os antigos casos simplesmente desaparecessem.

Luís, o novo delegado, era muito novo para o cargo. Um homem de cabelos curtos e pretos, olhos negros e profundos. Seu corpo era grande e em forma, e sempre utilizava roupas de cores brancas e cinzas, com seu sobretudo preto. Sua face de indignação estava revelando muita coisa para o seu atual chefe. Em sua frente, alguém em uma cadeira de rodas. Ele estava na frente de uma janela, encarando os olhos de Luís. O homem estava um pouco magro, mas ainda tinha um semblante forte no rosto.

— Eu não vou fazer isso, Victor — disse Luis com certa raiva.

Luís apontou para o papel confidencial na mesa do homem de cadeiras de rodas.

— Não é um pedido, Luís, é uma ordem como seu superior — respondeu Victor com seriedade e frieza.

Luís suspirou e se apoiou na mesa de Victor.

— Você não sabe? Eu não recebo ordens suas.

Luís se virou e quando ia abrir a porta do escritório, ele escutou uma risada sarcástica.

— Hahahaha, não, mas você me deve uma, Luís, e você sabe disso. Você sabe que sua filha e sua esposa não sobreviveriam naquele dia, e por isso que você irá fazer o que quero.

Luís fechou seus punhos com força, virou-se em direção ao cadeirante e suspirou. Ele apertou seu peito com um pingente, caminhou para perto da mesa de Victor e pegou o arquivo. Para Luís, aquele arquivo era grande demais para ser qualquer coisa, e no momento que ele começou a lê-lo, percebeu por que Victor estava tão obcecado. Ele sorriu com deboche e olhou o rosto estoico de Victor.

— Então é para achar seu irmãozinho? — disse Luís com um tom de provocação.

Victor suspirou e começou a se direcionar para o lado de Luís.

— Não é só um irmãozinho, é a pessoa mais perigosa deste mundo. Ele pode acabar com essa cidade num simples movimento de mãos. Você sabe como essas pessoas são, e sem contar que parece que ele está se movimentando para fazer algo grande dessa vez. Por isso, preciso capturá-lo, e para fazer isso, preciso de alguém que o entenda tanto quanto eu, e no caso seria você — disse Victor arrogantemente, ele olhava para Luís como se um animal estivesse em sua frente.

Luís olhou para a face arrogante de Victor e levantou suas mãos, esperando um aperto de mãos, mas foi deixado no vácuo, recuando a sua mão novamente. Ele se direcionou para a porta, esperando ser interrompido novamente, mas dessa vez se surpreendeu por não ter mais nada. Ele mordeu os lábios e começou a caminhar para fora daquele lugar infernal.

Luís sabia que aquele homem não era qualquer um, e por isso precisava procurar todos que entraram em contato com ele, mas era impossível, já que todos haviam morrido. 

Luís sabia apenas do básico do caso e por isso precisou lê-lo completamente, o que demorou algumas semanas para pensar em todas as peças envolvidas. Assim que ele começou a investigar o homem que iria capturar, ele recebeu algo que o assustava.

Uma carta havia chegado na delegacia. Era uma carta preta com iniciais em um selo feito à mão. Luís primeiramente achou que era uma brincadeira, mas vendo o conteúdo da carta, ele ficou em choque com a audácia do homem.

Luís sabia que podia ser uma armadilha se encontrar com alguém que não era identificável, e era perigoso simplesmente aparecer no meio do nada. Mas o local era conhecido por Luís, era sobre o caso que ele teve que assumir pela falta de delegado na cidade. Assim, ele decidiu ir para o local e chegar antes do horário previsto. Naquele momento, ele fez uma aposta consigo mesmo:

“Ou você aparece, ou eu te pego de outra forma. Assim como você quer brincar, também irei brincar com você.”

Não sabendo que isso iria acontecer, outra pessoa também havia recebido uma carta preta, dessa vez uma pessoa que havia reconhecido as iniciais. Uma mulher de cabelos loiros e longos. Ela tinha olhos redondos e um corpo pequeno. Ela havia chegado no mesmo local e havia se deparado com um homem que claramente não era quem ela esperava, e por isso ela se aproximou com cuidado.

— Hey! Você que me mandou aqui? — perguntou Luís com certo cuidado.

O homem fez uma cara confusa.

— Não foi você quem falou que queria se encontrar aqui? — perguntou a mulher em sua frente levantando a carta preta.

Os dois se olharam e perceberam haverem caído em alguma armadilha. Vendo como o local estava cheio de cinzas, a mulher se aproximou do homem segurando sua parte da carta.

— Bem, eu estava esperando meu irmão chegar aqui.

A mulher estava a um passo do homem, que agora estava totalmente sério. Ele apontou para a assinatura da carta e falou:

— Vim ver Aidan Albrecht.

Os dois se olharam e depois olharam para o local onde estavam. A mulher perguntou para Luís:

— Delegado, me diga, você conhece esse lugar?

— Sim, e me chame de Luís. Esse lugar foi onde prendi o Leon, no caso, seu irmão, e onde possivelmente as cartas diziam sobre a sua morte — Luís disse enquanto caminhava para onde ficava a casa queimada.

A casa estava em ruínas devido às chamas, transmitindo um ambiente cabisbaixo, como se algo faltasse entre as árvores da montanha. 

O homem começou a procurar pela área para ver algo relacionado, mas não achou nada. Ele olhou para a carta em suas mãos e percebeu que tinha algo importante que ele esqueceu. Se agora existe outra carta, isso significa que elas se completam, ou têm informações compartilhadas.

Luís olhou para a garota e percebeu que ela pensou na mesma coisa, impressionado pelo seu raciocínio. Ele pensou:

“Talvez ela possa ajudar a encontrar o irmão."

Emily, depois que viu que o delegado estava de pé em sua frente com a carta em suas mãos, ela pegou as duas cartas e leu todo o conteúdo:

“61 de janeiro de 2019.

Eu sinceramente penso que tudo tem um porquê na vida, e a sua, delegado, é para descobrir a minha história. Eu sou Aidan Albrecht, sou conhecido como um fantasma, e quero que o senhor faça o possível para me achar e me parar. Sinto que Victor também irá o ajudar se quiser ajuda. Preciso que se encontre com o local onde morei e morri…”

“18 de janeiro de 2019.

Minha irmã, uma pessoa que irá ajudar, quero que encontre algo onde morri, na casa de Leon Abraham. A dica para o que procura é relacionada a minha morte.

Ps: Gostou das flores?”

— Certo, o que isso significa? — perguntou Luís com uma careta no rosto.

A garota estalou os dedos e afirmou:

— A minha carta veio com flores, e a sua? — afirmou a garota.

O delegado lembrou que ele recebeu um desenho de um mapa com "x".

Os fogos de artifício eram vistos no céu, e a população da cidade da Prosperidade se reunia na praia para vê-los iluminando o céu com diferentes cores. Dois dias depois, um novo delegado era colocado no lugar do antigo, e novamente as pessoas viveram suas vidas como se todos os antigos casos simplesmente desaparecessem.

Luís, o novo delegado, era muito novo para o cargo. Um homem de cabelos curtos e pretos, olhos negros e profundos. Seu corpo era grande e em forma, e sempre utilizava roupas de cores brancas e cinzas, com seu sobretudo preto. Sua face de indignação estava revelando muita coisa para o seu atual chefe. Em sua frente, alguém em uma cadeira de rodas. Ele estava na frente de uma janela, encarando os olhos de Luís. O homem estava um pouco magro, mas ainda tinha um semblante forte no rosto.

— Eu não vou fazer isso, Victor — disse Luís com certa raiva.

Luís apontou para o papel confidencial na mesa do homem de cadeira de rodas.

— Não é um pedido, Luís, é uma ordem como seu superior — respondeu Victor com seriedade e frieza.

Luís suspirou e se apoiou na mesa de Victor.

— Você não sabe? Eu não recebo ordens suas.

Luís se virou e quando ia abrir a porta do escritório, ele escutou uma risada sarcástica.

— Hahahaha, não, mas você me deve uma, Luís, e você sabe disso. Você sabe que sua filha e sua esposa não sobreviveriam naquele dia, e por isso que você irá fazer o que quero.

Luís fechou seus punhos com força, virou-se em direção ao cadeirante e suspirou. Ele apertou seu peito com um pingente, caminhou para perto da mesa de Victor e pegou o arquivo. Para Luís, aquele arquivo era grande demais para ser qualquer coisa, e no momento que ele começou a lê-lo, percebeu por que Victor estava tão obcecado. Ele sorriu com deboche e olhou o rosto estoico de Victor.

— Então é para achar seu irmãozinho? — disse Luís com um tom de provocação.

Victor suspirou e começou a se direcionar para o lado de Luís.

— Não é só um irmãozinho, é a pessoa mais perigosa deste mundo. Ele pode acabar com essa cidade num simples movimento de mãos. Você sabe como essas pessoas são, e sem contar que parece que ele está se movimentando para fazer algo grande dessa vez. Por isso, preciso capturá-lo, e para fazer isso, preciso de alguém que o entenda tanto quanto eu, e no caso seria você — disse Victor arrogantemente, ele olhava para Luís como se um animal estivesse em sua frente.

Luís olhou para a face arrogante de Victor e levantou suas mãos, esperando um aperto de mãos, mas foi deixado no vácuo, recuando a sua mão novamente. Ele se direcionou para a porta, esperando ser interrompido novamente, mas dessa vez se surpreendeu por não ter mais nada. Ele mordeu os lábios e começou a caminhar para fora daquele lugar infernal.

Luís sabia que aquele homem não era qualquer um, e por isso precisava procurar todos que entraram em contato com ele, mas era impossível, já que todos haviam morrido.

Luís sabia apenas do básico do caso e por isso precisou lê-lo completamente, o que demorou algumas semanas para pensar em todas as peças envolvidas. Assim que ele começou a investigar o homem que iria capturar, ele recebeu algo que o assustava.

Uma carta havia chegado na delegacia. Era uma carta preta com iniciais em um selo feito à mão. Luís primeiramente achou que era uma brincadeira, mas vendo o conteúdo da carta, ele ficou em choque com a audácia do homem.

Luís sabia que podia ser uma armadilha se encontrar com alguém que não era identificável, e era perigoso simplesmente aparecer no meio do nada. Mas o local era conhecido por Luís, era sobre o caso que ele teve que assumir pela falta de delegado na cidade. Assim, ele decidiu ir para o local e chegar antes do horário previsto. Naquele momento, ele fez uma aposta consigo mesmo:

“Ou você aparece, ou eu te pego de outra forma. Assim como você quer brincar, também irei brincar com você.”

Não sabendo que isso iria acontecer, outra pessoa também havia recebido uma carta preta, dessa vez uma pessoa que havia reconhecido as iniciais. Uma mulher de cabelos loiros e longos. Ela tinha olhos redondos e um corpo pequeno. Ela havia chegado no mesmo local e havia se deparado com um homem que claramente não era quem ela esperava, e por isso ela se aproximou com cuidado.

— Hey! Você que me mandou aqui? — perguntou Luís com certo cuidado.

O homem fez uma cara confusa.

— Não foi você quem falou que queria se encontrar aqui? — perguntou a mulher em sua frente levantando a carta preta.

Os dois se olharam e perceberam haverem caído em alguma armadilha. Vendo como o local estava cheio de cinzas, a mulher se aproximou do homem segurando sua parte da carta.

— Bem, eu estava esperando meu irmão chegar aqui.

A mulher estava a um passo do homem, que agora estava totalmente sério. Ele apontou para a assinatura da carta e falou:

— Vim ver Aidan Albrecht.

Os dois se olharam e depois olharam para o local onde estavam. A mulher perguntou para Luís:

— Delegado, me diga, você conhece esse lugar?

— Sim, e me chame de Luís. Esse lugar foi onde prendi o Leon, no caso, seu irmão, e onde possivelmente as cartas diziam sobre a sua morte — Luís disse enquanto caminhava para onde ficava a casa queimada.

A casa estava em ruínas devido às chamas, transmitindo um ambiente cabisbaixo, como se algo faltasse entre as árvores da montanha.

O homem começou a procurar pela área para ver algo relacionado, mas não achou nada. Ele olhou para a carta em suas mãos e percebeu que tinha algo importante que ele esqueceu. Se agora existe outra carta, isso significa que elas se completam, ou têm informações compartilhadas.

Luís olhou para a garota e percebeu que ela pensou na mesma coisa, impressionado pelo seu raciocínio. Ele pensou:

“Talvez ela possa ajudar a encontrar o irmão."

Emily, depois que viu que o delegado estava de pé em sua frente com a carta em suas mãos, ela pegou as duas cartas e leu todo o conteúdo:

“61 de janeiro de 2019.

Eu sinceramente penso que tudo tem um porquê na vida, e a sua, delegado, é para descobrir a minha história. Eu sou Aidan Albrecht, sou conhecido como um fantasma, e quero que o senhor faça o possível para me achar e me parar. Sinto que Victor também irá o ajudar se quiser ajuda. Preciso que se encontre com o local onde morei e morri…”

“18 de janeiro de 2019.

Minha irmã, uma pessoa que irá ajudar, quero que encontre algo onde morri, na casa de Leon Abraham. A dica para o que procura é relacionada a minha morte.

Ps: Gostou das flores?”

— Certo, o que isso significa? — perguntou Luís com uma careta no rosto.

A garota estalou os dedos e afirmou:

— A minha carta veio com flores, e a sua? — afirmou a garota.

O delegado lembrou que ele recebeu um desenho de um mapa com "x".

Os dois perceberam que as cartas tinham dicas sobre o que fazer, e agora que sabiam o local, o delegado, vendo que se tratava de flores e um buraco, olhou para Emily e gritou:

— Uma cova!

A garota se surpreendeu e, assimilando o que havia ouvido e pensando um pouco, ela lembrou da casa queimada.

— A casa queimada pode ter algo a ver, já que ele morreu lá!

Os dois começaram a ir em direção à casa, para ser exato, para a frente da casa. Eles perceberam o trilho de flores que ia até uma lápide rodeada das mesmas flores. O delegado se aproximou da lápide para ver se tinha algo escrito, mas não havia nada. Emily, por outro lado, achou ao lado da lápide duas pás. Os dois se olharam e acenaram.

— Parece que teremos que desenterrar o passado, haha… — ele tentou fazer uma piada, mas quando olhou para o rosto da garota.

— Essa foi algo bem infeliz de se dizer, senhor — respondeu ela com desgosto.

Luís ficou sério e começou a cavar o local onde as flores estavam demarcando, e depois de alguns minutos, eles finalmente acharam algo.

O barulho de madeira fez os dois se alertarem, e após verem o caixão, perceberam que não tinha mais volta.

O caixão era preto e tinha inscrições dos nomes de Leon Abraham. Luís pegou o caixão e o tirou da cova. Ele se preparou para abri-lo, mas pensou na irmã do assassino.

— Está tudo bem, fazer isso? — perguntou Luís receoso.

— Claro, eu não sinto nada pelo Leon, apenas pelo meu irmão — respondeu ela, com certa determinação no olhar.

— Certo.

O delegado o abriu com ajuda da Emily, eles perceberam haver apenas três coisas dentro: duas cartas e um brinquedo em formato de corvo feito de madeira.

— É, bem, parece que temos que ler mais algumas coisas — disse Emily enquanto sorria meio desajeitada.

Ela estava agora apreensiva e quando olhou para o corvo, ela lembrou de algo.

— Esse corvo é idêntico ao que eu tinha quando criança. É estranho, é como se ele quisesse que a gente revisse as nossas memórias — disse Emily enquanto tentava abrir sua carta.

Luís achou ridículo o que Emily falou, mas agora ele apenas tinha a impressão de que o assassino queria mesmo era levá-los para outro lugar, ou contar alguma história distorcida.

— Eu não sei, mas vou ler a minha carta — Luís falou enquanto suspirava.

“1 do 15 de 2019.

Na vastidão do universo e na insignificância de nossa existência, a vida se revela como uma busca incessante por significado, onde somos protagonistas solitários da nossa própria jornada existencial. Me diga, delegado, você sente alguma culpa pelos seus recentes anos? Se sim, você acha que está seguindo a luz assim como todos?”

Luís fez uma careta depois que ele leu a frase, mas parece que Emily não estava melhor que ele. Ela suspirou e releu a carta.

“12 de janeiro de 2019.

Na imensidão do mar da existência, a morte emerge como uma luz distante e misteriosa, atraindo-nos para um mergulho derradeiro rumo ao desconhecido oceano além das margens da vida.

Ps: Os traços sempre vêm depois dos números, certo?”

Luís e Emily estavam incrédulos com a falta de pistas que eles tinham, mas continuaram a tentar pensar em algo.

— Certo, ele fala sobre imensidão nas duas cartas, parece que a sua carta funciona mais do que a minha, talvez ele esteja falando do mar? — sugeriu Emily.

— Ou talvez esteja falando de algo que acontece no mar — questionou Luís.

Os dois ficaram em silêncio, e pensaram sobre o que relacionava o mar com a busca de algo. Emily pegou as cartas e percebeu que os números estavam estranhos, para ser exato, apenas um número estava estranho, e por isso ela percebeu que poderia ser alguma pista.

— Você não acha que as datas estão erradas? — sugeriu Emily.

— O que quer dizer? — perguntou Luís com curiosidade.

— Veja, aqui temos 61 de janeiro, e depois temos 1 de 15, não são meses e nem dias certo?

Luís olhou para os números, e alguns estavam corretos, mas outros não. Ele finalmente pensou na outra dica, e percebeu ser algo criptografado, uma cifra que substitui letras do alfabeto por números, e conseguindo juntar todos os números, ele conseguiu uma resposta.

— Achei algo, faz sentido com a carta. Se você está perdida na imensidão do mar, o que você procura à noite?

Emily pensou por um momento, e quando olhou na direção do sol em dúvida, ela sorriu.

— Um farol! — exclamou Emily.

Os dois pegaram as cartas e o corvo de madeira e correram para o farol da cidade, já que ele era longe de todos e perto da praia. Eles demoraram algumas horas para chegar lá, no caminho, nenhum dos dois falou alguma coisa.



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