Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 2 – Arco 3

Capítulo 4: Serap

Logo ao amanhecer do dia seguinte, Kamui e Tomoe encontraram-se com Akila e partiram rumo a Serap. Na carruagem, Kamui perguntou sobre a cidade:

— Como é Serap?

— É uma das cidades mais antigas do Império Anka, ficando atrás apenas de Madingerd. Assim como Madingerd, ela também é uma cidade fortaleza. Sua economia é predominantemente agrícola. Serap possui uma das poucas áreas  de terras cultiváveis do império, graças ao rio Aswad, que cruza seu território. As margens do rio são extremamente ferteis.

— Hum… interessante.

Após algumas horas, eles chegaram a Serap. Como Akila havia contado, Serap era realmente uma cidade fortaleza. A muralha era construída em arenito, e o fosso ao seu redor utilizava a água do rio Aswad. O grande rio também cortava a cidade ao meio, e nas margens era possível ver as extensas plantações de trigo. 

Depois de atravessarem o portão principal, passaram pela praça central. Era uma ampla praça, com vários bancos e barracas de vendedores. Mas o que mais se destacava era uma estrutura cúbica no centro. 

Antes de chegarem à mansão, eles atravessaram uma grande ponte sobre o rio Aswad. Logo em seguida, eles chegaram na mansão. Ela era rodeada por um muro de arenito. Ela também possuía um grande jardim na entrada, repleto de flores e arbustos. 

A mansão era feita de arenito, tinha arcos na fachada e duas cúpulas de ouro. Assim que desceram, foram cumprimentados por Enise, líder de Serap. Ela usava uma blusa branca curta que deixava o seu abdômen à mostra, calça branca e sandálias de couro. Seu cabelo era castanho, longo e ondulado e seus olhos verdes.

— Boa noite, sejam bem vindos a Serap.

— Boa noite. — responderam Kamui, Tomoe e Akila.

— Boa noite, Princesa. Teve uma boa viagem?

— Sim, foi uma viagem tranquila.

— Que bom.

Eles seguiram Enise e foram para a sala de reuniões da mansão. A sala tinha uma grande mesa de madeira com diversas cadeiras de estofado azul. As paredes exibiam diversas obras de arte. Akila acomodou-se em uma das cabiçeiras da mesa, Enise sentou-se ao seu lado, e Kamui e Tomoe também se sentaram próximos.

— Enise, nós viemos em busca da chave Sharq. Imagino que você esteja a par dos acontecimentos recentes.

— Sim, aquele grupo Nachtagenten quase destruiu Madingerd e Vaha. Por enquanto, não ocorreu nada aqui. Mas eu melhorei a segurança, pois podemos ser o próximo alvo.

— A Chave Sharq está guardada na dungeon Almataha Amiq. Mas não sei exatamente onde ela fica.

— Hum… Essa é a  dungeon que fica no centro de nossa cidade. Ela é famosa e muitos aventureiros vêm à cidade para explorá-la. Ela é uma dungeon do tipo torre. Até hoje não chegaram até o último andar. Talvez a chave Sharq esteja lá.

— Hum… entendi. Isso facilita nosso trabalho, pois eu só sabia que ela ficava próxima a cidade.

— Precisamos tentar prever como os Nachtagenten irão agir. — disse Kamui.

— Isso será difícil. Eles sempre parecem estar dois passos à frente de nós. 

— Em vez de proteger a chave como fizemos em Madingerd, deveríamos ficar com ela. Tendo uma chave em mãos, já seria o suficiente para impedir que quebrem o selo da Hankum.

— Essa é uma ótima ideia, Evelyn. Podemos tentar isso. Amanhã iremos à dungeon e tentaremos pegar a Sharq. Com ela em mãos, uma parte crucial do plano deles ficaria comprometida. Porém, isso não eliminaria completamente a ameaça.

Após a reunião, eles foram à sala de jantar. Na mesa, havia um grande banquete com várias carnes e vegetais. Também estava lá o Khubz Raml, um pão local famoso em Serap.

— Você preparou um banquete para nós! Obrigada — disse Akila.

— De nada, espero que vocês gostem.

— Esse pão é diferente? Nunca vi nada parecido com isso? — disse Tomoe.

O pão tinha um formato retângular com o topo circular. Ele tinha uma cor marrom bem escura e várias sementes brancas salpicadas na superfície.

— Esse pão se chama Khubiz Alraml. Ele é feito do trigo de Serap.

— Hum… Parece delicioso. Vou experimentar.

— Eu também. — disse Kamui.

Tomoe pegou a faca e cortou duas fatias. Ao fatiar, revelou o interior do pão que, diferentemente da casca escura, era branco. Ela entregou a fatia para kamui, e ambos saborearam o pão.

— É muito bom. Foi o melhor pão que eu já comi. — disse Tomoe.

— Sim, é muito bom.

— Que bom que vocês gostaram.

No dia seguinte, logo ao amanhecer, eles foram à dungeon Almataha Amiq, que ficava na praça central de Serap. A entrada era um grande bloco de arenito, com várias linhas vermelhas nas paredes. Porém, havia algo estranho. O ar estava tenso e pesado. alguns aventureiros do lado de fora pareciam preocupados, e vários estavam agachados juntos à entrada da dungeon. Seus rostos eram de alguém que estava em estado de choque. Um homem vestindo uma capa verde impedia a passagem. Esse homem era um agente da Guilda dos Aventureiros. Kamui aproximou-se e perguntou:

— Bom dia. Aconteceu alguma coisa?

— Sim, um grupo grande de aventureiros entrarou na dungeon ontem à noite, eram cerca de doze pessoas, todas vestiam capas pretas com detalhes dourados. Há poucas horas atrás, alguns dos integrantes desse grupo mataram algumas pessoas e fizeram outras de refém. Os aventureiros que estão aqui de fora foram os poucos que conseguiram fugir. 

— Nossa! Esses terroristas ainda estão na dungeon?

— Sim. Acabamos de enviar uma carta à senhorita Enise,  pedindo que os soldados resolvam a situação.

— Não será, necessário —  disse Kamui, mostrando o distintivo da Liga de Sagesse — Eu sou Kamui e estou em missão para deter o avanço dos Nachtagenten em Anka. E, pelo que você me contou sobre esses terroristas, há grandes chances de eles pertencerem a essa organização.

— Ótimo. Salve os reféns.

— Farei isso.

Kamui retornou até Tomoe e Akila. Antes de entrarem na dungeon, ele explicou a situação para elas.

— Por essa eu não esperava. Precisamos agir rápido. — disse Akila.

— A Nefertari está sempre nos pegando de surpresa. Vamos salvar esses refens e pegar a chave Sharq. — disse Tomoe.

Eles entraram na dungeon  e no primeiro andar.  Na primeira sala, encontraram três soldados Nachtagenten. Um deles estava no canto vigiando quatro reféns. Quando um dos soldados percebeu a presença deles, alertou:

— Ei, chefe, temos intrusos!

O líder do grupo respondeu em um tom agressivo e debochado:

— Ora, ora. Querem se juntar a eles?

— Não. Viemos salvar os aventureiros e pegar a chave Sharq. — disse Kamui.

— Você está bem confiante, não acha?

— Vou dar duas opções para vocês: desistam ou encontrem a morte. 

— Você é um sujeito Interessante. Vai ser um prazer pisar sobre seu cadáver. 

Todos sacaram suas armas. Kamui lutava contra o chefe do grupo, que empunhava uma lança. Kamui utilizou um totem para se aproximar e, em seguida, lançou a mágia Bomba Elétrica, mas o soldado conseguiu bloquear o ataque e contra-atacou com sua lança. 

Tomoe  com imensa facilidade e derrotou um soldado que estava utilizando um arco. Continuando a luta, Kamui aplicou eletricidade novamente na lâmina de sua espada e, logo depois, aplicou também o elemento fogo. Em seguida aproximou-se do inimigo e utilizou a magia Prisão Elétrica, cortando a mão do soldado fazendo a lança cair no chão. Entretanto, isso não foi o suficiente para derrotá-lo. 

O inimigo então pegou a lança com a mão livre, aplicou fogo na lâmina e avançou com tudo contra Kamui. Akila protegeu-o criando uma parede de areia. Depois, Tomoe atacou o soldado com sua foice em chamas. Porém, ele esquivou do ataque. 

Logo em seguida, Kamui atacou novamente, dessa vez ele lançou o seu trunfo: a magia Tempesdade seguida da Muramasa no Kitsune. O Ataque foi extremamente eficaz, o soldado foi atingido em cheio e assim ele foi derrotado. 

Após  o fim da luta, eles libertaram os reféns amarrados por cordas no canto da sala. Tomoe cortou as cordas, libertando-os.

— Pronto. Vocês devem ter passado por momentos terríveis. — disse Tomoe.

— Obrigado, por nos salvar. — responderam os reféns

— De nada.

Após os reféns sairem da dungeon. Kamui disse:

— Vamos avançar, talvez tenha mais gente presa.

— Sim, vamos libertá-los. Também precisamos correr, pois a Nefertari pode estar prestes a pegar a chave.

Eles avançaram, lutaram contra vários soldados e salvaram os outros aventureiros. Em poucos minutos, chegaram à sala do chefe do quarto andar. Nefertari estava no centro, segurando a chave Sharq, que possuía uma cor azul-escuro como a água do mar. Ao lado dela havia um grande escorpião, seu exoesqueleto era dourado, e seus olhos roxos.

— Parabéns, vocês chegaram atrasados de novo. Eu poderia fugir agora, mas prefiro brincar com vocês. Quero testar meu bichinho.

— Dessa vez você não escapa.  — disse Kamui.

Kamui sacou a espada, aplicou eletricidade e rapidamente desferiu um golpe contra, mas Nefertari esquivou. 

Tomoe e Akila enfrentavam o escorpião, que revidava com ataques com seu ferrão. Em um esforço conjuto, Tomoe lançou várias bolas de fogo e Akila realizou um poderoso golpe com sua espada. O ferrão do escorpião foi cortado, mas, segundos depois, regenerou-se, e o monstro recuperou toda a força.

 A luta contra Nefertari continuava. Kamui atacava e recuava enquanto ela brandia a faca com agilidade. Ele tentava atingi-la com bolas e bombas elétricas, mas nenhum ataque a alcançava.

— Você é muito fraco. — Zombou Nefertari.

Kamui tentou uma investida diferente. Ele lançou uma bola elétrica que distraiu Nefertari. Com isso, ele consegiu acertar a faca dela com a mágica Prisão Elétrica e destruiu a lâmina.

Do outro lado, Tomoe e Akila ainda lutavam contra o escorpião. Após ter o ferrão cortado e, em seguida, regerado, a criatura parecia ainda mais forte e agressiva. Ela batia suas patas no chão, rachando o chão da arena e, desferia golpes poderosos com o ferrão. Por bastante tempo, Tomoe e Akila se limitaram a desviar dos ataques. Em um momento, Akila consegiu lançar um golpe certeiro, abrindo um grande corte na lateral do escorpião. Ele caiu por alguns segundos, mas o ferimento foi curado, e o monstro voltou à luta.

— Droga nenhum dos nossos ataques estão funcionando. E, quando conseguimos acertá-lo, ele se regenera.

— Deve haver algo  fazendo essa regeneração.

— Sim, talvez esteja na cabeça. Nunca tentamos acertá-la.

— Verdade. Eu vou tentar prendê-lo com areia e você corta a cabeça dele.

— Está bem.

Kamui utilizou um totem para se aproximar de Nefertari e, em seguida, lançou a mágia de Bomba Elétrica. Dessa vez, Nefertari foi atingida e sofreu um ferimento no braço direito.

— Olha só, você conseguiu me acertar.

Nefertari abriu um portal e, de lá, puxou uma lança completamente negra, a mesma que usara na luta em Vaha.

— Acho que você se lembra do meu brinquedinho. Dessa vez não terá a sorte de sair com vida.

— Creio que você cometeu um equívoco. Quem morrerá aqui será você.

Tomoe e Akila tentaram executar o plano cobinado. Akila utilizou a magia Tsunami de areia, prendendo o escorpião. Com o monstro imobilizado, Tomoe avançou rapidamente e cortou sua cabeça. A criatura tombou morta e, em seguida, desapareceu.

— Conseguimos! — comemorou Akila.

— Funcionou, agora vamos ajudar o Kamui.

— Sim!

Nefertari formou uma imensa esfera escura. A sala ficou coberta por uma névoa. Kamui, Tomoe e Akila não conseguiam enxergar nada. 

— O que é isso? não vejo nada! 

— Ela usou aquela arma de novo… Kamui! Tente atingi-la. Isso quebra-lá o feitiço.

Kamui conseguiu escutar o que Tomoe havia dito. Ele se consertou para tentar localizar Nefertari e conseguiu escutar um de seus passos. Quando ambos  avançaram ao mesmo tempo, suas lâminas se chocaram, produzindo um forte estrondo metálico. Rapidamente, Kamui desferiu um golpe certeiro, acertando Nefertari e desfazendo o feitiço. 

— Parabéns, você consegiu quebrar o feitiço de novo. Mas você está muito enganado se pensa que essa arma se limita a isso.

Nefertari desapareceu e, em seguida, vários jatos de energia negra emergiram do chão. Todos desviaram, enquanto ela tentava atingi-los com a lança. Assim que o feitiço cessou, Akila utilizou a magia Tsunami de areia. Nefertari foi acertada em cheio pela grande onda de areia. Ela consegiu se libertar. Percebendo a derrota iminente, criou um portal e, acenando, disse:

— Tchauzinho. 

Após ela fugir pelo portal, Kamui, indignado, disse:

— Droga. Estávamos  quase derrotando ela.

— Pelo menos salvamos os reféns.

— Sim. Pelo menos isso.

— Mas a chave Sharq está com ela. Agora só falta uma chave para eles conseguirem quebrar o selo.

— É… Temos que fazer de tudo para pegar a Janub.

Eles voltaram à mansão de Enise. Já era noite. No jantar, Enise perguntou sobre a missão:

— Como foi na dungeon Wakur Aleaqrab? Soube que eles fizeram alguns aventureiros de reféns.

— Sim, nós conseguimos salvar todos. — respondeu Kamui.

— Hum… Que bom! E a chave Sharq, conseguiram pegá-la?

— Infelizmente, não. Mas farei de tudo para obter a Janub. Não permetirei que eles destruam o nosso império. — disse Akila.

— Vocês vão conseguir.

— Então, Akila. Amanhã nós iremos partir para Liman?

— Sim. É uma boa ideia. Afinal, eles já devem estar partindo para lá. 

Mais tarde, no ambiente interior da Muramasa no Kitsune. Tomoe falava empolgada:

— Estou ansiosa para conhecer Liman. Sempre ouvi várias coisas boas sobre a cidade, principalmente sobre o comércio. Dizem que lá tem todos os produtos possíveis.

— Hum… interessante. Uma pena que não poderemos curtir muito. 

— Sim… Vamos descansar, pois a viagem de amanhã será longa.

— Verdade. Boa noite, Tomoe. 

Após isso, Tomoe beijou Kamui. Depois do beijo, ela sussurrou:

— Boa noite, Kamui.

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