Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 3: Duelo

No dia seguinte, bem cedo, Kamui e Tomoe chegaram na Academia Sagesse e foram procurar por  Liya. Ela estava no laboratório da academia. 

— Bom dia. — disseram Kamui e Tomoe.

— Bom dia. Trouxeram o minério e o cristal?

Kamui colocou os dois caixotes de madeira sobre uma das mesas do laboratório e disse:

— Sim. Nesse caixote está o Lápis Vitalis e, nesse outro, estão os cristais de mana.

— Obrigada. Aqui está o pagamento.

Após receberem o pagamento, eles se despediram de Liya e foram ao escritório de Maya. Depois de se cumprimentarem, Maya disse:

— Fiquei sabendo que ontem vocês fizeram uma missão para  a Liya.

— Sim. Ela queria que nós pegássemos alguns materiais. Foi uma ótima oportunidade para eu colocar meu treinamento em prática.

— Hum… que bom. Então, vamos ao treinamento de hoje.  

 Eles seguiram para a arena da Academia. Lá, Maya explicou:

— Bem, no treino passado você aprendeu a utilizar os totens. Agora você aprenderá a utilizar a magia Prisão Elétrica. Para você fazer-la, você precisa aplicar o elemento elétrico na espada e depois fazer um corte em formato quadrado nessas bolas de lã.  

Kamui tentou pela primeira vez. Aplicou eletricidade, mas falhou ao fazer o corte.

— Não deu certo.

— Tente sem aplicar eletricidade e depois tente novamente.

— Ok.

Kamui tentou sem aplicar nenhum elemento. Dessa vez, ele fez um corte perfeito no alvo. Em seguida, tentou novamente. Deu certo. De repente, a bola flutuou e ficou presa dentro de um cubo elétrico. Porém, depois de alguns segundos, o cubo se desfez e ela caiu no chão. 

— Parabéns, você conseguiu.

— Sim, mas acho que tem algo faltando.

— Sim, após criar a prisão, você deve executar mais um corte. Assim, o alvo preso será destruído.

— Certo, vou tentar.

Kamui tentou mais uma vez. Ele formou a prisão e, em seguida, realizou o corte. Com isso, o alvo foi destruído, e vários pedaços caíram no chão.

— Parabéns. Nosso treinamento termina aqui.

— Obrigado. Acho que essa habilidade será muito útil para lutar contra criaturas pequenas e defender de ataques.

— Exatamente! Você também pode usá-la para imobilizar partes dos inimigos e depois amputá-las.

— Verdade! Obrigado pelo treinamento. Até amanhã.

Kamui e Tomoe se despedem de Maya. Depois, na recepção da academia Tomoe perguntou:

— Então, o que vamos fazer agora?

— Nosso tempo está livre. O que acha de darmos uma volta?

— Pode ser. Já estava ansiosa para explorar a cidade.

— Vou perguntar para a Camille. Talvez ela conheça algum lugar legal. 

— Sim.

 Kamui foi até camille e perguntou:

— Boa tarde, Camille. Você conhece algum lugar legal aqui em Sagesse?

— Bem, conheço a Torre da Paz e o Rio Saphir que fica perto da torre. Se quiserem um lugar para comer, têm o restaurante Bon Goût e o Café Fleur.

— Obrigado pelas recomendações.

Após isso, do lado de fora, Kamui perguntou a Tomoe:

— Então, para onde vamos primeiro? 

— Eu estou com fome. Que tal irmos ao café?

— Pode ser.

Depois de andarem por um tempo, chegaram ao Café Fleur. Ele ficava perto do Rio Saphir e da Torre da Paz. O café tinha algumas mesas externas, uma placa de madeira, vasos de flores e trepadeiras no telhado e  na parede. Kamui e Tomoe sentaram-se em uma das mesas externas. Logo, uma garota vestindo um terno com um avental se aproximou. Ela tinha cabelos loiros e curtos e olhos violeta.

— Prazer, meu nome é Francine. Eu sou a dona do café Fleur. Já decidiram o que irão pedir?

Enquanto Tomoe folheava o cardápio, ela disse:

— Eu quero um café e esse bolo de baunilha. 

— E eu, quero um chá verde.

— Certo, está anotado.

Após a garçonete sair, Kamui, que observava a paisagem, comentou:

— A vista daqui é bem bonita.

Realmente, a paisagem urbana, com os prédios e o azul brilhante do rio Saphir, era magnífica.

— É linda mesmo. Sagesse evoluiu desde a última vez que vim aqui. Fico espantada. Naquela época, Sagesse era bem menor e não havia tanta liberdade como hoje. Sagesse era dominada por um tirano, o mesmo que causou a Grande Guerra. 

— Hum… 

Francine retornou carregando os pedidos em uma bandeja e os deixou sobre a mesa.

— Aqui estão os pedidos de vocês. Bom apetite!

Kamui e Tomoe agradeceram. Tomoe pegou o garfo, cortou um pedaço do bolo de baunilha e provou.

— Hum… Esse bolo está delicioso.

— Verdade, ele está ótimo.

Depois da refeição, Kamui e Tomoe foram à Torre da Paz. A estrutura era apoiada em quatro pilares, era inteiramente de aço e ostentava, no topo, uma estrela azul que, à noite, era possível ver o seu brilho de qualquer lugar da cidade. 

— Uau, que torre bonita! 

— Sim, não é à toa que é o principal ponto turístico de Sagesse. 

Após passarem um tempo no parque ao redor da torre, Kamui alugou um bote e eles navegaram pelo Rio Saphir. Enquanto eles passeavam, o sol se punha e as luzes da grande cidade de Sagesse começavam a acender. Os últimos raios do dia refletiam na água, compondo uma paisagem deslumbrante.

— Adorei esse passeio.  — disse Tomoe.

— Eu também. 

Depois, Kamui utilizou o amuleto que Raiden lhe deu e, assim, eles foram para o ambiente interior da Muramasa  no kitsune. Ao chegarem em casa, Tomoe comentou:

— Hum… tem um cheiro diferente. 

— Parece estar vindo da cozinha. 

  Dirigiram-se até lá e encontram Raiden preparando um udon. Udon é um macarrão grosso feito de farinha. É um prato muito popular da culinária japonesa e também de Hokkai.

— O que você tá fazendo? — perguntou Tomoe.

— Estou fazendo Udon, um prato clássico da culinária de Hokkai. Acho que o Kamui vai gostar, pois era um prato comum na terra natal dele.

— Hum…

— Pelo cheiro, parece ótimo. — disse Kamui.

Após um breve período, o udon ficou pronto. Parecia delicioso. Tanto o macarrão quanto o caldo brilhavam.

Quando experimentaram, Kamui e Tomoe disseram ao mesmo tempo:

— Hum… Ficou muito bom! 

— Obrigada. Na próxima vez, quem cozinha é a Tomoe cozinha. Quero provar a comida dela. 

— Boa ideia. Já provei o frango que ela preparou para nós na Dungeon Torre, mas fico curioso sobre a culinária do Reino dos demônios.

— Podem esperar, farei um prato incrível. — disse Tomoe, levando a mão ao peito em uma postura orgulhosa.

— Ah, Kamui, parabéns pelo seu treino. 

— Obrigado. Estou ansioso pelo treinamento de amanhã. 

Após a refeição, Kamui e Tomoe despediram-se de Raiden. No dia seguinte, Kamui voltou à arena para mais um dia de treino com Maya. Ao chegar, ela explicou:

— Ontem você aprendeu a Prisão Elétrica. Agora está na hora de você dominar o ataque supremo.

— Mas a magia suprema não é a  Tempestade?

— Sim, ela tem o nível supremo, mas está longe do poder da magia que eu vou lhe ensinar. O nome dela é Respiro da Kitsune. Para executá-la, é necessário aplicar uma grande quantidade de mana junto com o elemento elétrico, em seguida, você tem que recitar o nome da magia.

— Ok, vou tentar.

Kamui seguiu cada passo descrito por Maya. Preparou a sua espada, recitou o nome da magia e atingiu o alvo. Então, surgiu uma raposa roxa, envolta em esfera e explosões elétricas. O ataque gerou uma grande explosão, formando uma grande cratera no ponto de impacto.

— Dessa vez acertei de primeira. Estou surpreso com o poder destrutivo dessa magia. 

— Parabéns. Você já aprendeu todas as magias. Agora, precisa de um duelo à altura para testar seus limites. Amanhã, você terá duelo com a Akila. Ela também é usuária de uma das armas lendárias e, também, é a melhor aluna da academia. 

— Hum… Mas, será que a arena estará consertada até amanhã?

— Acho que sim. Ah, e vai ser você quem vai pagar pelo conserto.

— O quê?

— Brincadeirinha! Você não precisa pagar nada. E pode ficar tranquilo. Até amanhã tudo estará consertado.

— Hum… que bom! Então, até amanhã.

Eles se despediram de Maya e foram para o pátio. Lá encontraram uma garota sentada em um banco. Ela possuía uma vestimenta muito diferente. Tinha longos cabelos pretos, pele parda e olhos cor âmbar . Sua roupa trazia vários detalhes dourados, e sua barriga ficava à mostra. Ela usava uma coroa com uma cobra naja na frente, parecida com as dos faraós do antigo Egito. 

— Boa tarde. — disse Kamui, tentando puxar assunto com a garota.

— Boa tarde. Quem é você?

— Prazer, me chamo Kamui.

— E quem é ela?

— Esta é a minha parceira, Evelyn.

— Ah, vocês são os aventureiros que derrotaram o Ende em Blumendorf?

— Sim.

— Hum… Você é o usuário da Muramasa no Kitsune, a arma lendária de Hokkai?

— Sim. 

— A Maya me contou um pouco sobre você. Prazer, eu sou Akila, princesa do império de Anka. Também sou usuária da espada Khopesh, a arma lendária desse império.

— Hum, que legal. Amanhã, eu vou ter um duelo com você.

— Hum… fique sabendo que não vou perder para você.

— Nem eu. Bem, tenho que ir. Tchau, até amanhã.

— Até…

Mais tarde, no interior da Muramasa no Kitsune, enquanto Kamui e Raiden conversavam, Tomoe preparava o jantar.

— Você aprendeu o Respiro da Kitsune. Gostou do meu trabalho?

— Aquela raposa era você? 

— Sim.

— Que legal. Aquela magia tem um grande poder destrutivo. Ah! Amanhã, eu vou lutar contra a Akila. Ela é a usuária da Khopesh.

— Ah a khopesh. Conheço bem a Nasira, o espírito que está selado nela. Faz muito tempo que não a vejo. A khopesh é o tesouro da família Horus, sendo passado sempre de geração em geração.

— Hum… interessante.

— Vai ser uma batalha bem divertida. Darei tudo de mim.

— O jantar está pronto! — disse Tomoe, trazendo uma panela de cerâmica e colocando-a  sobre a mesa.

— O que você cozinhou? — perguntou Kamui.

— Fiz um ensopado de Akuma no Daikon. — respondeu Tomoe, abrindo a panela. 

Assim que a tampa se ergueu, o vapor  subiu, revelando um aroma picante. O caldo e os pedaços eram vermelhos. O Akuma no daikon é uma espécie de rabanete que cresce em grande parte do território do Reino dos demônios e, por isso, tornou-se um ingrediente comum em vários pratos da culinária do reino. 

— Esta é uma das comidas mais tradicionais do Reino dos demônios. Espero que gostem.  

Kamui serviu um pouco de ensopado em sua tigela. Raiden fez o mesmo.

— Hum, está muito bom… 

— Obrigada, Kamui!

— Está delicioso.

No dia seguinte, Kamui e Tomoe chegaram à Academia Sagesse e foram direto para a arena. 

Ao entrarem, encontraram o local lotado. No centro, estavam Maya e Akila. Tomoe despediu-se de Kamui e foi sentar-se nas arquibancadas. Em seguida, Kamui aproximou-se de Maya e Akila e as cumprimentou.

— Já estou pronto para o duelo.

— Eu também.

— Certo, podem se posicionar.

Kamui e Akila ocuparam seus lugares e esperaram Maya declarar o início do duelo.

— Lutem! 

Ambos sacaram suas armas. A khopesh era uma espada curva, inteiramente dourada como a areia. Ela tinha algumas linhas esverdeadas. Primeiro, Akila adotou uma postura defensiva. Kamui aproveitou para lançar o primeiro ataque. Ele criou totens e tentou atingi-la. Akila desferiu um  corte em formato de “x” e, assim, criou um escudo de areia, bloqueando o golpe de Kamui. Em seguida, Akila contra-atacou, disparando um jato de areia acompanhado de um corte, mas Kamui bloqueou. Então ele aplicou eletricidade e usou a magia Bomba Elétrica. Porém, Akila rapidamente neutralizou o ataque. Ela, por sua vez, lançou várias bolas de areia contra Kamui, mas ele as destruiu no ar usando a magia Prisão Elétrica. Logo depois, Kamui utilizou a magia Tempestade. Akila desviou de todos os relâmpagos enquanto a magia durava. Por fim,  ela respondeu usando a magia Mar de Areia. De repente, surgiu uma gigantesca onda de areia. Kamui criou um escudo usando eletricidade para se proteger. Ambos haviam gasto uma grande quantidade de mana. Tanto para fortalecimento quanto para usar magias. Então, por um período de tempo, eles lutaram sem usar elementos, até que recuperassem mana suficiente para usarem mais magias. Quando recuperam mana. Akila foi a primeira a agir. Invocou sua magia suprema, Fúria de Nasira. O chão tremeu e diversas colunas de areia emergiram, atingindo Kamui em cheio. Parecia que Akila seria a vencedora. Contudo, ele ergueu-se e ativou sua magia suprema, Respiro da Kitsune. A raposa surgiu envolta em inúmeros relâmpagos.  Além disso, Kamui utilizou um totem e assim conseguiu atacar Akila.  Ela foi atingida por raio e depois pela explosão. Desta vez, o chão não se despedaçou. Pois na reconstrução foi utilizado uma pedra mais resistente. Graças ao selo de cura presente na arena. Akila não sofreu ferimentos graves, porém ficou incapaz de lutar, e assim Kamui venceu o duelo. 

Maya se aproximou de Kamui e disse:

— Parabéns, pela vitória.

Depois que os curandeiros trataram os ferimentos  de Akila, ela aproximou-se de Kamui e disse:

— Parabéns. Foi uma luta bem divertida.

— Obrigado.

Depois que Kamui saiu da arena. Tomoe chegou correndo e deu um grande abraço nele.

— Parabéns pela vitória.

— Obrigado.

— Então, o que você quer fazer para comemorar?

— Não sei. Mas antes eu tenho que passar no escritório da Maya. Ela quer conversar um pouco comigo. 

— Está bem.

Eles foram para o escritório de Maya. Lá ela disse: 

— Quero parabenizar você mais uma vez. Com isso, posso dizer que seu treinamento está completo.

— Muito obrigado.

— E agora, o que deseja fazer?

— Não tenho certeza. Tenho vontade de ir ao Reino de Hokkai, mas, por enquanto, vou continuar seguindo minha jornada como aventureiro.

— Entendi. Estarei aqui para o que você precisar.

Depois de saírem, Tomoe perguntou novamente para Kamui:

— Você não me respondeu. O que você gostaria de fazer para comemorar sua vitória no duelo?

— Eu quero ir ao restaurante Bon Goût.

— Certo.

Mais tarde, Tomoe, Kamui e Raiden foram ao restaurante para comemorar a vitória. Logo que entraram, foram atendidos rapidamente por Amélie.

— Boa noite, o que vão querer?

— Hum, pode ser aquele Filet, um suco, uma cerveja de Blumendorf e um saquê.

Enquanto esperavam pelos pedidos, uma mulher de cabelos loiros e longos, olhos azuis, trajando um uniforme militar vermelho com detalhes em dourado, entrou no restaurante. Era Suyane, a princesa do reino de Blumendorf. Assim que ela percebeu a presença de Kamui e Tomoe, foi até a mesa para cumprimentá-los.

 — Boa noite. Quanto tempo! — disse Suyane, exibindo um largo sorriso.

— Boa noite, princesa. — responderam Kamui e Tomoe.

— Quem é ela?

— Ela é a Raiden, a Inazuma no Kitsune. É o espírito que está selado na minha espada.

— Hum… Prazer, Raiden. Me chamo Suyane.

— Prazer.

— Porque você está aqui? — perguntou Kamui.

— Eu vim para participar da eleição para presidente da  Liga de Sagesse.

— Hum… que legal.

— Como está sendo aqui em Sagesse?

— Está tudo ótimo. Sagesse é uma nação incrível. Eu também aprendi muitas coisas sobre a minha espada.  

— Hum, legal. Agora vou passar um bom tempo aqui. Sempre que quiserem falar comigo, basta vir à pousada.

— Ok. 

Depois de um tempo, Amélie chegou com os pedidos. Todos desfrutaram de uma ótima refeição. Mais tarde, no quarto, Kamui disse:

— Estou ansioso para amanhã. Finalmente, meu treinamento com você irá começar.

— Que bom. Também estou ansiosa.

Kamui aproximou-se, beijou Tomoe  e disse:

— Boa noite, minha querida Tomoe.

— Boa noite, Kamui.

 

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