Volume 1 – Arco 1
Capítulo 4: Muramasa no Kitsune
No dia seguinte, em frente da mansão, Kamui e Tomoe se despediram de Verena e Anelise. Kamui fez uma reverência e disse:
— Muito obrigado pela estadia.
— Fico muito agradecida por vocês terem aproveitado a estadia. Lembrem-se: somos amigos e estarei sempre disposta a ajudá-los no que precisarem.
— Tchau. Tomara que possamos nos encontrar novamente. — disse Tomoe, enquanto fazia uma reverência.
— Tchau, boa viagem!
Após a calorosa despedida, eles partiram. Quando já haviam se distanciado da vila, Tomoe usou magia de teletransporte para viajar até Blumendorf. Ao chegarem na cidade, dirigiram-se à sede da Ordem dos Cavaleiros. Chegando lá, na recepção, encontraram Axel.
— Ah, vocês voltaram.
— Sim! Voltamos.
— Tudo certo com a investigação em Grüner Wald?
— Sim, deu tudo certo. Queremos falar com a princesa Suyane.
— Certo, irei avisá-la.
Alguns minutos depois, Axel voltou para informar que a princesa os aguardava no escritório.
— A princesa está esperando por vocês.
— Ok. Obrigado.
Chegando ao escritório, Suyane estava sentada em sua mesa. Sobre ela havia uma pilha de documentos. Logo que eles entraram, ela os cumprimentou:
— Bem-vindos de volta. Pela expressão que vejo no rosto de vocês, posso supor que a missão foi bem-sucedida.
— Sim! Você está certa, princesa. Ah! Tenho várias coisas para te contar.
— Tudo bem, pode falar.
— Quando chegamos em Grüner Wald, fomos para a mansão dos Neumann para conversar com a duquesa Verena. Ela passou mais algumas informações sobre os Nachtagenten e até mostrou a possível localização da dungeon. No dia seguinte, fomos investigar a dungeon. Lá nós encontramos a Heidi, que é uma discípula dos Nachtagenten. Depois de lutar com ela, Heidi invocou um dragão e fugiu para atacar a vila. Voltamos para a vila e derrotamos o dragão, mas ela acabou conseguindo fugir.
— Então, vocês se encontram com a Heidi? — Suyane colocou a mão no queixo, demonstrando que estava pensativa.
— Você conhece ela?
— Claro. Ela fazia parte da Ordem. Da noite para o dia, ela sumiu. Depois, ao investigarmos seu desaparecimento, descobrimos que ela havia se tornado uma soldado dos Nachtagenten. Hoje, ela já subiu na hierarquia da organização, tornando-se uma das discípulas. Ela é uma guerreira formidável; ainda bem que vocês conseguiram sair ilesos.
— Hum… Obrigado pelas informações.
— Amanhã, quero que vocês venham aqui. Tenho uma nova missão para vocês.
— Pode contar com a gente. Amanhã estaremos aqui.
— Ótimo. Sobre a recompensa, enviarei o dinheiro para vocês mais tarde. Vocês estão hospedados na taberna Bergorse, se não me engano.
— Sim, estamos lá.
— Certo, tenham um bom dia!
Após se despedirem de Suyane, eles saíram da Sede da Ordem dos Cavaleiros. Do lado de fora, Tomoe espreguiçou-se e disse:
— Finalmente estamos com tempo livre...
— Estava pensando em estudar melhor a minha espada. Você disse que eu tenho muitas coisas para aprender com ela.
— Sim, nós podemos ir à biblioteca. Com certeza, lá deve haver um livro especializado em armas lendárias.
— Verdade. Aquela biblioteca é gigantesca.
Eles partiram para a biblioteca. Ao chegarem, Kamui foi logo perguntar a Sofie se havia algum livro sobre armas lendárias.
— Aqui tem um livro sobre as armas lendárias?
— Sim, nós temos vários livros sobre esse tema. Essa sua espada me parece familiar.
— Eu achei ela numa dungeon. Minha parceira disse que era a espada lendária do reino Hokkai.
— Posso vê-la, se me permite?
— Claro, aqui está.
Kamui entregou a espada para Sofie. Em seguida, ela usou uma magia que criou uma esfera azul ao redor da espada. Esta magia é capaz de verificar objetos, revelando a origem dos materiais usados em sua fabricação. No caso das armas lendárias, os criadores frequentemente assinavam as peças utilizando uma magia de assinatura.
— Pronto, ela realmente é a espada lendária do reino Hokkai. É uma arma realmente poderosa, mas será difícil aprender a usar todas as suas habilidades. Nós temos um livro sobre sua espada. Vou buscá-lo para você.
Pouco tempo depois, Sofie retornou trazendo o livro. Era um livro relativamente grande, com a capa dura em couro azul e as folhas eram amarelas, o que demonstrava sua antiguidade. Após Sofie entregar o livro para Kamui. Ele agradeceu e, junto com Tomoe, foram procurar uma mesa para se sentar.
— Ok, vamos nessa.
Kamui então começou a ler o livro. Era uma obra bastante completa: os primeiros capítulos contavam a história da espada, enquanto os últimos apresentavam algumas magias específicas associadas a ela.
— Descobri o nome da minha espada! O nome é Muramasa no Kitsune.
— Legal. É um bom nome.
— Quem forjou ela foi o Akira Muramasa.
— Ah! O Muramasa. Conheço-o. Ele foi um dos maiores ferreiros no começo da era do xogunato Yoshida.
— Xogunato Yoshida?
— Sim, Antigamente os Nakamura governavam o Reino de Hokkai. Na época, havia várias guerras entre os clãs. O clã Yoshida foi crescendo e adquirindo tantos territórios que os outros clãs se renderam ou se aliaram. No fim, Yuki Yoshida instaurou o xogunato.
— Nossa, que interessante! Na minha terra natal também teve xogunatos.
— Sério? legal! Meio que o reino de Hokkai é uma versão da sua terra natal em outro mundo.
— Estou percebendo isso. Tomoe, você disse que conhecia o Akira Muramasa, poderia me falar mais sobre ele?
— Claro. O Muramasa foi um grande ferreiro. Além de sua espada, ele fez outras armas incríveis, e os aventureiros sempre o contratavam.
— Que legal! Tava lendo aqui que a Muramasa no Kitsune foi criada a pedido do shogun Yuki Yoshida para comemorar os dez anos do xogunato. Outro fato interessante é que o Akira também tinha um irmão. O nome dele era Takashi Muramasa. Ele também era ferreiro. O Takashi trabalhava para o Haruki Watanabe, e o clã Watanabe fazia parte da resistência contra o xogunato.
— Ah, então o Takashi era irmão do Akira. Ele já trabalhou para meu avô. Ele fez diversas armas para nós, sendo uma delas a minha foice.
— Nossa, que legal! Então podemos dizer que nossas armas são irmãs?
— De certa forma, podemos considerar.
— Bem, agora chega de história. Tá na hora de estudar algumas magias sobre esta espada.
Kamui leu os capítulos que explicavam as magias. Após concluir a leitura, ele comentou sobre elas com Tomoe.
— Entendi. Aqui diz que existem quatro magias especiais para esta espada, e que há muitas outras além dessas. A primeira é o Raio. Para fazer ela só precisa aplicar o elemento elétrico na espada e recitar o nome da magia. A segunda é a Tempestade. Para fazer, ela é a mesma coisa que a primeira, mas essa magia cria raios em uma área de quinhentos metros. Porém, ela gasta muita mana. A terceira é a Bola Elétrica, e a quarta, a Bomba Elétrica.
— Hum, interessante. Acredito que, com isso, você alcançará aproximadamente dez por cento do poder dessa espada.
— O livro confirmou isso. Fico imaginando como deve ser o poder total desta espada.
— O poder de uma arma lendária é tão imenso que é difícil de explicá-lo.
— Agora tá na hora de testar!
— Podemos ir a uma dungeon.
— Boa ideia, é um local bom para meu treino.
Kamui e Tomoe saíram da biblioteca e foram para a guilda dos aventureiros. Ao chegarem lá, eles cumprimentaram Mia e, em seguida, Kamui disse:
— Queremos explorar alguma dungeon. Você tem alguma localização?
— Sim, tenho uma que foi descoberta recentemente. Aqui está o mapa com a localização
Eles agradeceram e se despediram de Mia. Depois, partiram para a dungeon. Chegando lá, encontraram uma grande árvore com uma fenda em seu troco. Essa era a entrada da dungeon. Eles entraram na dungeon e chegaram à primeira sala, onde havia vários goblins. Um deles pertencia à espécie dos goblins gigantes. Eles são semelhantes aos comuns, com a única diferença de possuírem uma força física superior. Os goblins gigantes normalmente são os líderes de um grupo.
— Olha, Goblins. Que legal… Será que é obrigatório tê-los em todo começo de alguma dungeon? — disse Tomoe, com um tom irônico.
— Um deles é gigante. Pelo menos vai ser um desafio diferente.
— Deixarei o gigante para você. Ele será melhor para seu treinamento.
Tomoe sacou sua foice e, com poucos golpes, exterminou todos os goblins comuns, restando somente o goblin gigante.
— Ok… Agora é minha vez.
Kamui sacou sua espada e se aproximou do goblin. Em seguida, aplicou o elemento elétrico na sua espada e usou a magia Raio. O ataque de Kamui foi relativamente eficaz. A lâmina eletrificada causou ferimentos leves na pele do Goblin gigante. Antes mesmo que o goblin pudesse realizar seu ataque, Kamui correu e desferiu um golpe sem utilizar magia. Ele conseguiu realizar um corte perfeito no peito da criatura, que jorrou uma cascata de sangue e caiu morta no chão.
— Pelo jeito, o Raio não é uma das magias mais fortes. É como se fosse uma lâmina eletrificada, só que um pouco mais forte.
— Percebi isso. Na aparência ficou bastante semelhante. A única diferença é que se podia ver a corrente elétrica escapando da espada, e não apenas a cor roxa da lâmina eletrificada.
Após isso, eles pegaram os itens que os goblins haviam deixado e seguiram para a segunda sala da dungeon. Ao chegarem, encontraram alguns slimes do elemento água e um slime gigante. Assim como o goblin gigante, o slime gigante também lidera o grupo, pois possuem um poder elemental superior que os slimes comuns.
— Do mesmo jeito, deixa o grandão para mim.
— Tudo certo!
Mais uma vez, com certa facilidade, Tomoe exterminou todos os slimes comuns.
— Prontinho, o grandão é todo seu.
Desta vez, Kamui utilizou a magia Bola Elétrica. O ataque foi extremamente eficaz. Quando a lâmina tocou na pele gelatinosa do slime, diversas esferas elétricas se formaram, evaporando-o. Além da eficácia do ataque, houve também uma potencialização devido à reação da eletricidade com a água.
— Aí sim, desta vez foi só um golpe.
— Foi uma luta belíssima de se assistir.
Depois de pegar os itens dos Slimes, eles foram para a terceira sala. Nela, encontraram um feiticeiro da escuridão. Os feiticeiros da escuridão são monstros de aparência humanóide. Eles usam uma capa preta, e uma máscara de corvo e empunham cajados. Além disso, geram um escudo na parte frontal do corpo, que normalmente é criado com os elementos eletricidade, fogo e água.
— Finalmente, um monstro mais divertido.
— Eles são fortes?
— Para demônios, nem tanto. Já para os humanos, sim. Dizem que é praticamente impossível derrotá-los sozinho. Mas, com a sua espada não será um grande problema.
— É bom ouvir isso.
Kamui se aproximou do feiticeiro, e assim a luta começou. O feiticeiro lançou uma bola de fogo, mas Kamui conseguiu desviar dela facilmente. Em seguida, Kamui usou a magia Bomba Elétrica. A espada dele lançou várias esferas que explodiram no escudo do feiticeiro, quebrando-o. Após esse ataque, o feiticeiro ficou desnorteado, cambaleando de um lado para o outro. Aproveitando o momento, Kamui aplicou o elemento elétrico em sua espada e usou a magia Raio. Com esse ataque, o feiticeiro foi derrotado.
— Consegui! Foi uma luta bem divertida.
— Essas magias ajudaram você a evoluir como guerreiro. Com sua força anterior, eu teria que ajudá-lo.
— Sim, por isso estou muito satisfeito com o meu resultado.
Após isso, eles partiram para a próxima sala. Ao chegarem, encontraram uma grande arena, com alguns pilares dispostos ao redor, formando um círculo. No centro, repousava uma quimera. Essa quimera era formada pela fusão de uma cabra, um leão e um dragão e era capaz de realizar tanto ataques físicos, que eram realizados pela parte de cabra e de leão, quanto ataques elementais, que no caso eram as chamas do dragão.
— Uma quimera! Esse chefe vai ser divertido de lutar.
— Agora teremos que lutar juntos.
— Ok, então vamos lá.
Eles sacaram suas armas e foram lutar contra a quimera. Tomoe iniciou o combate desferindo um golpe com sua foice que cortou a cabeça da cabra. Após o ataque de Tomoe, Kamui aplicou eletricidade e usou a magia Tempestade. Com isso, vários raios começaram a cair na arena, todos atingindo a quimera. O ataque foi tão forte que a quimera simplesmente desapareceu, tendo sido totalmente queimada pelos raios que a atingiram. Kamui caiu no chão, pois o ataque havia consumido uma grande quantidade mana.
— Ah! Não consigo me mexer, pelo menos eu derrotei ela.
— Seu ataque foi incrível. Estou muito impressionada!
— Sim. Só que tem um problema. Se eu usar esse ataque com a Heidi, com certeza irei morrer.
— Eu nunca deixaria isso acontecer com você. Realmente, a esgotação de mana é um problema gravíssimo, mas tem solução. Basta você usar poções de mana antes de atacar.
— Verdade, tinha esquecido disso.
— Amanhã podemos ir a alguma loja comprar algumas poções.
— Sim, seria triste não puder usar essa magia
Após isso, Kamui foi abrir o baú que surgiu no centro da sala. Ao abri-lo, ele encontrou diversas moedas de ouro e prata.
— Pronto, conseguimos uma boa quantia de dinheiro, sem contar os itens para vender.
— Foi uma dungeon divertida de explorar.
Depois disso, Tomoe gerou um portal e eles voltaram para Blumendorf. Ao chegarem, foram para a guilda dos aventureiros para vender os itens e pegar a recompensa da exploração. Chegando lá, Kamui cumprimentou Mia e colocou os itens que coletaram no balcão da recepção.
— Oi, gostaria de vender esses itens e pegar a recompensa da exploração.
— Certo, só um minuto.
Após alguns minutos, Mia retornou com o dinheiro e o entregou para o Kamui.
— Aqui está.
— Muito obrigado
Eles se despedem de mia e voltaram para a taberna Bergorse. Chegando lá, ao abrirem a porta, Egon os cumprimentou.
— Oh! Vocês voltaram. Como foi a viagem a Grüner Wald?
— Deu tudo certo. — disse Kamui, exibindo um grande sorriso e apontando o polegar no sinal de positivo.
Eles se sentaram, como de costume, em um dos assentos do balcão.
— Que ótimo! E aí minha querida Evelyn, o que vai querer?
— Quero uma caneca bem cheia de cerveja. Estava morrendo de saudade de beber aqui.
— Haha! E você, Kamui? O que vai quer?
— Pode ser um suco. E, Evelyn, vê se não bebe muito. Amanhã temos que conversar com a Suyane.
— Ah! Tá bom… você é muito chato!
— Só estou te avisando…
— Aqui está o pedido de vocês.
Egon colocou os pedidos sobre o balcão. A taça com suco de laranja parecia deliciosa, e a caneca de cerveja estava igualmente apetitosa, com a espuma quase transbordando. Eles agradeceram e apreciaram suas bebidas. Depois de um tempo, despediram-se de Egon e foram para o quarto.
No dia seguinte, depois do café da manhã, Kamui e Tomoe foram para a sede da Ordem dos Cavaleiros. Chegando lá, foram conversar com a princesa Suyane. Eles a cumprimentaram e sentaram nas cadeiras dispostas em frente à mesa.
— Certo, vamos à nova missão de vocês. Estão ocorrendo alguns fenômenos estranhos no vilarejo de Gerstendorf. Alguns moradores relataram que as alcateias estão atacando as plantações, mas há algo além de simples lobos maldosos. Nessas alcateias, há uma nova espécie. Parece um lobo com características humanoides. Essa espécie nunca foi vista em nenhuma nação. Por isso, tudo indica que ela foi criada por alguém. Logo, nossos principais suspeitos de terem criado tal espécie são os Nachtagenten. Quero que vocês investiguem e tentem solucionar este problema. Ah, quando chegarem lá, informem aos guardas que vocês desejam encontrar o duque Emil.
— Ok, vamos fazer isso.
— Então, é isso. Tenham uma boa viagem!
Eles se despedem de Suyane e saem da sede.
— Agora temos que ir à loja de poções. Eu realmente preciso de poções mana.
— Então, vamos! Acho que deve ter uma por perto.
Eles foram procurar pela loja. Não precisaram andar muito. Em poucos passos encontram a loja. O estabelecimento possuía algumas plantas do lado de fora, além de uma trepadeira que cobria parte das paredes e janelas. No alto, havia uma placa com o nome da loja, que era Zauberkräuter. Ao entraram na loja, foram atendidos por uma garota. Ela era baixa, tinha cabelos loiros e cacheados, pele branca e olhos verdes, e usava um vestido preto com um chapéu de bruxa.
— Sejam bem-vindos à loja Zauberkräuter. Meu nome é Erika. Eu sou a dona deste estabelecimento. Em que posso ajudá-los?
— Eu gostaria de comprar algumas poções.
— Que tipo de poções o senhor deseja?
— Eu quero comprar várias poções de mana, cura, ataque e defesa.
— Temos kits de poções. Acho que esta é a melhor opção para você, já que deseja comprar várias poções.
— Quantas poções têm nestes kits?
— Cada kit contém cinquenta poções.
— Então, eu vou querer um desses kits.
— Certo, vou arrumá-los para você
Depois de um tempo, a garota voltou com o kit e colocou no balcão. Era uma caixa de madeira na qual estava escrito, em tinta vermelha, o nome da loja.
— Pronto. O valor será de quinze moedas de ouro.
— Ok, aqui está.
— Obrigada, volte sempre!
Eles se despediram e saíram da loja.
— E agora, o que temos que fazer?
— Ainda está cedo e já temos tudo que precisamos para a viagem. Então, acho que já podemos partir.
— É verdade. Com a sua magia de teletransporte, podemos chegar a Gerstendorf em segundos.
Após isso, eles saíram da cidade e Tomoe usou a magia de teletransporte. Com isso, eles chegaram ao vilarejo. O vilarejo era cercado por uma grande muralha de pedra e, ao redor dela, ficavam várias plantações de cevada. Algumas delas estavam destruídas, enquanto outras permaneciam intactas. Também era possível ver a mansão do nobre que governava a vila, localizada no topo de um grande morro. Ao observar toda a destruição causada pelos lobos, Kamui disse:
— Nossa! o estrago que os lobos fizeram foi muito grande.
— Verdade. Sobraram poucos campos inteiros. Talvez a safra deste ano possa ser prejudicada.
Eles foram em direção à entrada da vila. Ao chegarem lá, encontram dois guardas.
— Boa tarde, viajantes. O que vieram fazer aqui em Gerstendorf?
Kamui mostrou a insígnia dos Hoffman ao guarda.
— Ah, vocês estão a trabalho da princesa Suyane. Pelo visto, querem falar com o duque Emil. Certo, vou levá-los até ele.
Eles seguiram o guarda e chegaram à mansão. Ela era enorme. Possuía um amplo jardim e uma imponente fonte em frente à casa. Do lado de fora, encontravam-se duas empregadas gêmeas idênticas, ambas com cabelos loiros e curtos e olhos azuis. A única diferença entre elas era a franja. Uma tinha a franja tampando seu olho esquerdo enquanto a outra tapava o olho direito. Ao se aproximarem da mansão, o guarda se despediu e eles receberam as boas-vindas das empregadas.
— Sejam bem-vindos à mansão dos Becker. Meu nome é Amália e esta é a Amelinda.
Amelinda os cumprimentou com uma reverência.
— Em que posso ajudá-los?
Kamui mostrou a insígnia dos Hoffman e disse:
— Eu quero falar com o duque.
— Ah, você deseja falar com o mestre Emil.
— Isso mesmo.
— Certo, sigam-me.
Eles seguiram a empregada até chegarem ao escritório do duque Emil. Ele estava sentado à sua mesa, lendo um livro. Perto da mesa havia duas cadeiras de madeira com o estofado em azul e, nas paredes, duas grandes estantes repletas de livros. A janela do escritório proporcionava uma vista para o jardim. O duque possuía cabelos loiros e longos, olhos azuis e pele branca, e usava um terno de cor roxa. Emil cumprimentou Kamui e Tomoe:
— Sejam bem-vindos à mansão Becker. Eu sou o duque Emil Becker. Em que posso ajudá-los?
Kamui mostrou a insígnia para Emil e disse:
— Prazer, meu nome é Kamui e esta é a Evelyn. Estamos a serviço da princesa Suyane. Ela pediu para nós investigarmos o incidente dos lobos.
— Ah! Entendo. Ontem, ocorreu mais um destes ataques. Os camponeses disseram que os lobos vieram da floresta que fica ao leste da vila.
— Hum… interessante. A princesa nos contou que havia alguns lobos com características humanoides. Você pode nos dar algumas informações sobre eles?
— Claro. Os camponeses os apelidaram de Werwolf. Essa espécie de lobo nunca foi vista nem aqui, nem em outra nação. Pelo que tudo indica, ela foi criada por alguém. Os camponeses também disseram que todos os lobos, inclusive os Werwolf, tinham os olhos de cor ametista.
— Hum… entendi. Obrigado pelas informações. Só mais uma coisa. Você conhece alguma pousada?
— Conheço, mas acredito que nossa hospedagem será melhor do que qualquer pousada. Além disso, será gratuito. É o mínimo que posso fazer por alguém que está ajudando nossa vila.
— Muito obrigado, pelo convite.
— Amelinda!
— Oi, mestre Emil. — respondeu ela, fazendo uma reverência.
— Arrume o quarto de hóspedes.
— Está bem, mestre.
Já era noite quando Kamui e Tomoe foram à torre leste conversar com os guardas. Após subirem na torre, Kamui cumprimentou o guarda responsável pelo pelotão.
— Boa noite.
— Boa noite. Vocês são os aventureiros de Blumendorf?
— Sim, viemos investigar o fenômeno dos lobos.
— Ah, entendo. Ontem tentamos lutar contra eles. Conseguimos acabar com alguns, porém aqueles Lobos gigantes eram muito fortes. Com isso, as plantações foram devastadas.
— Você pode explicar como é a aparência dos Werwolf?
— Eles são lobos gigantes que apresentam características humanas. Em vez de se locomoverem como quadrúpedes, andam como bípedes. O uivo deles é altíssimo e seus olhos possuem coloração ametista, assim como os dos outros lobos.
— Hum, Obrigado pelas informações.
De repente, todos escutam um uivo bem alto. Era uma alcateia que se aproximava da vila.
— Está na hora de lutar. — disse Kamui enquanto sacava sua espada.
— Sim! — concordou Tomoe enquanto também sacava sua arma.
Eles desceram e saíram para fora da muralha. Os lobos já se aproximavam e, de longe, foi possível ver dois Werwolf.
— Kamui, eles já estão chegando! Por enquanto só vejo dois Werwolf e cerca de dez lobos comuns.
— Sim, também estou conseguindo ver eles. Eles são muito grandes.
— Deixa que eu cuido dos lobos comuns.
— Tudo bem!
Tomoe saiu correndo para atacar os lobos. Agindo rapidamente, ela matou todos os lobos comuns com certa facilidade, restando apenas os Werwolf.
— Prontinho agora sobrou só os Werwolf.
— Sim, vamos testar a força deles!
Os Werwolf continuavam muito agressivos. Uivavam alto, mas permaneciam imóveis. De repente, correram na direção de Kamui e Tomoe. Rapidamente, um dos Werwolf lançou seu ataque, tentando arranhar Kamui com suas garras. Porém Kamui conseguiu desviar do golpe. Em seguida, ele utilizou a magia Bomba Elétrica, cujo ataque foi altamente eficaz, fazendo o Werwolf explodir com toda a força do poder mágico.
— Ah! Consegui... — disse ele, aliviado.
Do outro lado, Tomoe lutava com o outro Werwolf. Depois de uma sequência de golpes, ela finalmente conseguiu derrotar o lobo.
— É, estes lobos são fortes.
— Verdade. Se eu tivesse que lutar contra dois ao mesmo tempo, seria mais difícil desviar dos ataques.
Após isso, o guarda se aproximou e disse:
— Obrigado por derrotarem a alcateia. Vocês salvaram a vila. Esta alcateia provavelmente iria destruir todas as plantações e, no pior dos cenários, invadido a vila.
— De nada. — disse Kamui, exibindo um grande sorriso.
Depois, voltaram para mansão. Chegando lá, Kamui e Tomoe foram recepcionados por Amália.
— Bem-vindos de volta! O jantar já está sendo servido.
— Que bom! Estou com muita fome.
Eles foram para sala de jantar. A sala possuía uma grande mesa com várias cadeiras, todas estofadas em azul, e dois castiçais. Emil estava sentado na cabeceira da mesa. Ao seu lado, Amelinda servia o jantar em seu prato.
— Ah! Vocês voltaram! Conseguiram deter os lobos?
— Sim, conseguimos, tinha dois Werwolf. Foi difícil, mas conseguimos matar eles.
— Dois Werwolf? Eram duas alcateias?
— Não, era só uma mesmo.
— Estranho, normalmente só tem um Werwolf por alcateia.
— Pelo jeito, desta vez o objetivo não era só destruir as plantações, mas também a vila.
— Esta é uma hipótese bastante realista. Considerando que os lobos estão sofrendo algum tipo de feitiço e que apareceram tantos desta vez, o objetivo era destruir mais coisas.
— Amanhã planejamos investigar a floresta. Talvez possamos encontrar mais pistas sobre os lobos. — disse Tomoe.
— Vou mandar um guia para acompanhá-los. Aquela floresta é muito perigosa, até mesmo para os aventureiros de classe alta.
Todos tiveram uma ótima refeição. Depois, Kamui e Tomoe se despediram de Emil e das empregadas e foram para o quarto de hóspedes. Ao chegarem, o quarto estava mobiliado com uma cama de casal, um armário, uma penteadeira e uma escrivaninha.
— De novo isso! O que é? Estes nobres não têm cama de solteiro? Realmente não tem jeito. Já vou te dizer: se tentar fazer alguma coisa, eu te mato.
— Eu morreria feliz.
— Ah! Vocês humanos realmente não prezam por suas vidas.
— Pode ficar tranquila, eu juro que não irei fazer nada.
— Está bem, estou de olho em você.
Eles tiveram uma boa noite de sono. No dia seguinte, depois de tomarem café, eles foram para o portão principal da vila. No portão havia uma garota com cabelos longos e pretos, pele branca e olhos castanhos. Ela usava um vestido branco com detalhes em vermelho e usava uma mochila de couro.
— Prazer, meu nome é Kamui e esta é a Evelyn.
Tomoe cumprimentou a garota com um aperto de mãos.
— Nós somos aventureiros vindos de Blumendorf. Estamos a serviço da princesa Suyane.
— Ah, então são vocês, os aventureiros que o Emil havia pedido para guiar na floresta.
— Sim, somos nós.
— Prazer, meu nome é Agnes. Eu também sou uma aventureira e trabalho como guia.
— Bem, então acho que podemos ir.
Eles saíram e foram para a floresta. A floresta era enorme e muito densa, sendo composta integralmente por coníferas. As árvores eram enormes e formavam um dossel que impossibilitava a entrada da luz solar, tornando o ambiente bastante escuro e frio.
— Nossa, essa floresta é bem escura.
— Sim, é por isso que ela é tão perigosa. As árvores são muito parecidas, o que faz com que uma pessoa que não conhece bem a floresta se perca facilmente.
Pouco tempo depois, eles encontram uma entrada de uma dungeon. Trata-se de uma fenda num tronco de uma árvore, posicionado sobre uma grande pedra coberta de musgo. A fenda emitia uma luz roxa, indicando que se tratava do portal que levava para o interior da dungeon.
— Esta dungeon está estranha. Tem até uma luz roxa vinda de dentro dela. As outras dungeons, com portais como entrada, eram de cor azul.
— Não me lembro desta dungeon aqui. As que eu conheço ficam um pouco mais longe daqui.
— Acho que encontramos o possível paradeiro dos lobos. Vamos investigar!
Eles entraram no portal da dungeons. Depois, saíram na primeira sala e, lá, encontraram dois Werwolf que protegiam uma porta. A porta era gigante, feita de pedra, e possuía três círculos vazios em seu centro.
— Estamos no lugar certo. Vamos derrotar esses Lobinhos. — disse Tomoe, exibindo um sorriso maligno.
— Já lutamos com eles ontem, então sabemos a fraqueza deles.
Tomoe atacou um dos Werwolf. Ela desferiu um golpe com sua foice, utilizando o elemento de fogo. O golpe gerou uma rajada que incinerou o lobo.
— Agora é minha vez!
Kamui aplicou eletricidade em sua espada e usou a magia Bomba Elétrica. O ataque foi eficaz. Porém, o lobo não foi derrotado. Em seguida, Kamui aplicou novamente o elemento elétrico em sua espada e atacou o Werwolf. Desta vez, o lobo foi derrotado.
— Pronto, agora precisamos descobrir como abrir esta porta.
— Pelo jeito, é necessário encontrar três fragmentos, e eles devem se encaixar nestes círculos. — disse Agnes, enquanto analisava a porta.
— Gente! Olhem este dispositivo.
O dispositivo era composto por três alavancas. Abaixo de cada alavanca, havia cristais com as cores vermelho, verde e azul.
— Hum! Interessante, este dispositivo deve ser algo a ver com os fragmentos que Agnes falou.
— Sim, há grandes chances de ser relacionados com os fragmentos. Eu já explorei algumas dungeons que possuíam esse sistema de portas. Todas elas apresentavam algum tipo de enigma ou desafio para encontrar os fragmentos.
— Certo, então eu puxarei a alavanca com o cristal verde.
Tomoe puxou a alavanca do cristal verde. Com isso, uma passagem se abriu na parede do lado direito da grande porta. Em seguida, todos entraram na passagem. Ao saírem dela, chegaram a outra sala, na qual havia dois goblins gigantes, além de vários goblins comuns.
— Nossa! Este lugar está infestado de Goblins.
— Então, vamos derrotá-los!
Depois de eliminarem todos os Goblins, um pilar ergueu-se no meio da sala, e nele havia um cristal verde.
— Isso aí! Achamos o primeiro fragmento!
— Sim, agora basta colocá-lo na porta.
Eles saíram da sala e retornaram à sala anterior. Chegando lá, Tomoe colocou o fragmento na porta. Assim que o cristal foi encaixado, ele emitiu uma luz verde e permaneceu aceso.
— Agora só falta procurar os outros fragmentos.
Agnes puxou a alavanca do cristal azul. Logo que ela a acionou, outra passagem se abriu. Ao chegarem na sala, encontraram vários slimes e dois Cubos de Slimes. Os Cubos de Slimes são aglomerados de Slimes e possuem um núcleo, que é o seu único ponto fraco.
— Caramba, que tanto de Slimes! Tem até uns em formato de cubo. Nunca vi algo assim.
— Eles são aglomerados de Slimes. Estes são do elemento água então você não terá muita dificuldade com eles, pois a eletricidade é altamente eficaz contra monstros deste elemento.
— Hum… Então vamos lá!
Tomoe pegou sua foice e derrotou todos os Slimes comuns. Depois Kamui aplicou eletricidade em sua espada e usou a magia Bola Elétrica. Com ataque, os Slimes se separam deixando o núcleo do cubo à mostra.
— Vai, ataca o núcleo!
— Ah! Ok…
Os slimes se regeneram, e o cubo recuperou sua integridade.
— Ah! Droga, ele regenerou.
— Você tem que ser rápido, observe!
Tomoe desferiu um golpe em um dos cubos e, em seguida, outro rapidamente, rompendo o núcleo e assim derrotando-o.
— Viu? É fácil.
— Ok, vou tentar.
Kamui tentou novamente e, desta vez, ele conseguiu derrotar o cubo.
— Consegui!
— Muito bem!
Após isso, um pilar subiu no meio da sala e revelou o fragmento azul. Em seguida, Kamui pegou o fragmento e, eles voltaram para a sala principal. Chegando lá, Kamui inseriu o fragmento azul na porta, que teve o mesmo efeito que o cristal verde.
— Agora só falta o fragmento vermelho.
Tomoe puxou a alavanca do cristal vermelho e, em seguida, uma nova passagem se abriu. Eles entram e chegam a uma sala. Nela, havia alguns espíritos de gelo, que se assemelhavam a bolas de neve voadoras.
— Ah! Fala sério, espíritos de gelo! Estava esperando um monstro mais forte na terceira sala. — disse Tomoe, decepcionada.
— Sim, eles parecem bem fracos.
— Bem, nós precisamos derrotá-los para pegarmos o último cristal.
Tomoe derrotou todos os espíritos de gelo e pegou o cristal vermelho.
— Pronto, agora é só colocá-lo na porta.
Voltando para a sala principal, Tomoe colocou o último fragmento na grande porta. Nisso, a porta iluminou com as cores dos cristais e se abriu.
— Pronto! A porta está aberta. Vamos entrar!
Ao atravessá-la, eles chegaram a uma grande sala. Dentro dela, havia várias celas contendo lobos, e uma delas estava repleta de Werwolfs. Ao fundo, havia cerca de três soldados Nachtagenten. De repente, um dos soldados, que usava uma capa preta, gritou.
— Ora, ora, temos visitas! — disse o soldado com um sorriso sarcástico.
— Quem são esses caras? — perguntou Agnes.
— São os Nachtagenten. — respondeu, Kamui.
— Nachtagenten?
— É um grupo de delinquentes que querem dominar o mundo e, como você pode ver, são os responsáveis pelos ataques dos lobos.
— Hum...
— Acabaram com a conversinha? Antes de eliminar vocês, seria rude se eu não me apresentasse. Meu nome é Adolf e, como o amigo de vocês disse, faço parte do grupo Nachtagenten. Sou um discípulo dos Nachtagenten. Bem, agora meus amigos irão cuidar de vocês.
— Ok, capitão!
Os dois soldados correram na direção de Tomoe. Ela os atacou com sua foice, e assim os derrotou.
— Oh, parece que as coisas ficaram interessantes. Pelo jeito, serei eu que terei que acabar com vocês.
— Pode vir! Eu vou acabar com você!
— Quanta audácia, garoto. Coloque-se em seu lugar.
Adolf levantou sua mão e fez um feitiço. Nisso, as portas das jaulas se abriram e todos os lobos e Werwolfs saíram delas.
— Quero ver vocês conseguirem derrotar este exército de lobos.
Kamui, Tomoe e Agnes conseguiram derrotar os lobos comuns com facilidade, sobrando somente os Werwolf. Após algum tempo, eles finalmente conseguiram derrotar os Werwolf.
— Oh! Vocês realmente são fortes, as coisas estão ficando interessantes! — disse Adolf, exibindo um sorriso sarcástico. — Bem, agora terei que derrotá-los com as minhas próprias mãos.
Adolf pegou um cajado ele era feito de uma madeira muito escura e, no seu topo, havia uma esfera vermelha carmesim.
— Kamui, tome cuidado. Ele é um mago e, pelo visto, domina magia de fogo, pois a esfera do seu cajado é vermelha carmesim.
— Ok! Obrigado.
Adolf lançou várias labaredas contra Kamui e Tomoe, que desviaram dos ataques com certa facilidade. Em seguida, Kamui aplicou eletricidade em sua espada e atacou Adolf, o qual desviou do ataque. Tomoe, com sua foice, atacou Adolf e conseguiu cortar o braço dele.
— Ahhh! — gritou ele.
Adolf recuou e recitou um feitiço. Em seguida, uma grande bola de fogo veio na direção deles.
A espada de Kamui criou um escudo, impedindo que o ataque de Adolf surtisse efeito.
— Se não fosse o escudo da minha espada, todos nós estaríamos mortos.
— Sim! — concordou Agnes.
Kamui pegou uma poção de mana e a bebeu. Em seguida, aplicou eletricidade em sua espada e utilizou a magia Tempestade. Nesse momento, vários raios foram surgiram na sala, acertando Adolf em cheio. Depois disso, Adolf agachou-se no chão e disse:
— Vocês conseguiram me derrotar, porém não irão me prender.
Adolf lançou uma bomba de fumaça no chão e desapareceu.
— Droga! Ele fugiu.
— Ei! Evelyn, olha! Tem uma coisa brilhando ali.
O brilho vinha de um baú, cuja tonalidade era ametista. Kamui se aproximou e abriu o baú, que estava repleto de cristais ametistas.
— Nossa! Este baú está cheio de cristais ametistas.
— Verdade! Isso é ótimo.
— Para que serve estes cristais?
— Os Nachtagenten estão usando estes cristais para controlar monstros. Não sabemos como eles conseguem fazer isso, mas sabemos que quando um monstro está sob o efeito do cristal, seus olhos passam a ter a cor ametista.
— Ah! Então isso explica a cor roxa nos olhos dos lobos e dos Werwolf.
— Sim.
Depois disso, eles saíram da dungeon e retornaram à mansão dos Becker. Ao chegarem, o sol estava se pondo e Amalia estava na varrendo a fachada da mansão.
— Boa tarde, Amália.
— Boa tarde, senhor Kamui.
— Você sabe onde o senhor Emil está?
— Sim, ele está no escritório.
— Obrigado!
Ao chegarem ao escritório, Emil estava perto da janela, olhando para o jardim. Eles entraram, logo após isso, Emil disse:
— Ah, vocês estão de volta!
— Terminamos a exploração.
— Ótimo. Encontraram algo?
— Sim, nós encontramos uma dungeon. A Agnes disse que não conhecia ela.
— Hum! Estranho… ela conhece cada metro daquela floresta.
— Entramos e havia uma grande porta que precisava de alguns cristais para abrir ela. Depois de passarmos por ela, encontramos vários lobos e alguns Werwolf em grandes celas. Ao fundo da sala, havia três soldados Nachtagenten. Um deles era um discípulo Nachtagenten, e seu nome era Adolf.
— Ah! Aquele bastardo.
— Você o conhece?
— Sim, ele é um dos líderes dos Nachtagenten e é considerado o braço direito da Heidi.
— Hum... tivemos uma longa luta com ele. Conseguimos derrotar ele, porém ele conseguiu fugir. A gente também achou um baú cheio de cristais ametistas.
— Você está com algum deles?
— Sim. A Evelyn guardou alguns na bolsa dela.
Tomoe entregou um dos cristais para Emil.
— Nossa! Ele é bem brilhante.
— Sim, A duquesa Verena nos contou sobre esse cristal. Ele tem a capacidade de possuir monstros. A origem destes cristais é uma dungeon que fica na vila de Grüner Wald. Por isso, acreditamos que o incidente dos lobos foi causado por este cristal. — comentou Tomoe.
— Hum...
— Vamos levar eles para Blumendorf. Talvez nós podemos encontrar alguém que possa examinar esses cristais.
— Ah! Eu conheço alguém que possa examinar esses cristais.
— Quem?
–– Ela se chama Erika. É a dona da loja Zauberkräuter.
— Ah! Nós a conhecemos. Antes de irmos para Gerstendorf passamos pela loja dela.
— Hum, que bom, ela é uma ótima alquimista.
— Sim. As poções dela são muito boas.
Amelinda bateu na porta e disse:
— Com licença, o jantar está pronto.
No dia seguinte, Kamui e Tomoe se despediram de Emil, Amália e Amelinda. Um pouco afastados da vila, Tomoe utilizou a magia de teletransporte e, assim, eles voltaram para Blumendorf.
— Ah! Finalmente estamos de volta. — disse Kamui enquanto se espreguiçava.
— Sim! Agora, precisamos passar o relatório para a princesa Suyane.
Kamui e Tomoe foram para a sede da Ordem dos Cavaleiros de Blumendorf. Ao chegarem lá, encontraram Axel na recepção.
— Ah! Boa dia, Kamui e Evelyn. A senhorita Suyane está no escritório.
—Obrigado!
Ao chegarem ao escritório, encontraram Suyane sentada à sua mesa, lendo um livro.
— Ah! Vocês voltaram.
— Sim! Viemos passar o relatório da missão.
— Certo, podem falar!
— Nós conseguimos solucionar o incidente dos lobos.
— Que ótimo!
— Aquela nova espécie de lobos foi nomeada de Werwolf. Eles eram incrivelmente fortes. Nós investigamos uma dungeon que ficava em uma floresta próxima à vila. Lá, encontramos vários lobos e Werwolfs presos em jaulas. Havia três soldados Nachtagenten. Um deles era um discípulo dos Nachtagenten. Seu nome era Adolf. Derrotamos dois soldados, porém Adolf conseguiu fugir.
— Hum... Então, quem estava por trás do incidente realmente eram os Nachtagenten.
— Sim, nós também encontramos alguns daqueles cristais ametistas.
— Sério! Isso é uma notícia ótima.
— O duque Emil indicou a alquimista Erika para verificar estes cristais.
— Acredito que a Erika conseguirá verificá-los.
— Bem, foi isso.
— Muito obrigada pelo trabalho de vocês. Vou tentar enviar o pagamento o mais rápido possível.
— Ok!
Eles se despediram de Suyane e saíram da sede da Ordem dos Cavaleiros.
— Agora, temos que levar os cristais para a Erika.
— Sim. — concordou Tomoe.
Ao chegarem na loja Zauberkräuter, encontraram Erika repondo as poções nas prateleiras.
— Bom dia, Erika.
— Ah! Kamui! Veio comprar mais poções?
— Não, eu trouxe uns cristais para você verificar.
— Cristais?
— Exatamente.
Kamui colocou os cristais em cima do balcão.
— Hum... São cristais ametistas.
— Sim, nós encontramos estes cristais numa dungeon em Gerstendorf.
— Interessante!
— Estes cristais conseguem controlar monstros. Os Nachtagenten estão usando estes cristais para fazer seus ataques.
— Certo, você quer que eu verifique esses cristais?
— Sim. Quanto ao pagamento, pode enviar o orçamento para a sede da Ordem dos Cavaleiros.
— Certo, vou mandar o orçamento para eles.
— Obrigado.
— Acredito que os resultados da pesquisa ficarão prontos em até três dias.
— Ok.
Ao saírem da loja, Tomoe disse:
— Ah! Estou morrendo de fome.
— Eu também. Que tal irmos ao Widschweinjäger?
— É uma ótima ideia. Aquela costela de javali é deliciosa.
— Então vamos!
Chegando ao restaurante Widschweinjäger, Kamui foi até Katharina e pediu uma costela de javali.
— Bom dia!
— Bom dia, Kamui. Qual é seu pedido?
— Eu quero uma costela de javali.
— Alguma bebida?
— Sim, pode ser uma cerveja e um suco de uva.
— Certo, vou trazer para vocês.
Tomoe estava sentada na mesa, esperando por Kamui. Algum tempo depois, Katharina chegou com os pedidos.
— Aqui está! Bom apetite.
Kamui e Tomoe agradecem Katharina.
— Então, vamos comer!
— Hum! Esta costela está deliciosa.
— Sim. Está ótima!
— Estava pensando. Nós não temos nada para fazer e a pesquisa da Erika vai levar alguns dias, podemos pegar alguma missão na guilda.
— É uma boa ideia.
Depois de pagarem a conta, eles foram para guilda dos aventureiros. Chegando lá, Kamui cumprimentou Mia.
— Boa tarde!
— Boa tarde, Kamui! Ah! Tenho uma missão especial para vocês.
— Missão especial?
— Sim, foi descoberta uma nova dungeon na região. Disseram que o chefe dela é um dragão. Este dragão é totalmente branco, tão branco que se assemelha à neve. Ele tem três asas e, em vez de lançar chamas, lança um grande raio de luz capaz de destruir qualquer coisa que seja tocada por ele. Nenhum dos aventureiros de classe alta conseguiu derrotá-lo. Acredito que vocês são capazes de derrotar esse dragão.
— Hum! Parece uma missão interessante. Evelyn, o que você acha?
— Sim, é uma boa missão, vai ser divertido.
— Ok, nós vamos pegar essa missão.
— Aqui está a localização da Dungeon. Boa sorte!
— Obrigado!
Depois disso, eles se despediram de Mia. Enquanto caminhavam pelas ruas da cidade Kamui disse:
— Já está escurecendo. Acho melhor irmos para a taberna Bergorse.
— Sim, estou com saudade da cerveja de lá.
— Por acaso, você só pensa em comida e bebida?
— O que foi? Tá com ciúmes de ser uma criancinha que não pode consumir álcool?
— Não é isso… Ah! Chega! Vamos logo para a taberna.
Ao chegarem na taberna, assim que eles entraram, Egon os cumprimentou:
— Ah! Kamui e Evelyn, vocês voltaram!
— Boa noite! — disseram Kamui e Tomoe.
— Eu quero uma cerveja.
— É pra já. E você, Kamui, o que vai querer?
— Pode ser um suco de laranja.
— Certo.
Algum tempo depois, Egon chegou com os pedidos.
— Aqui está!
Eles agradeceram e curtiram suas bebidas.
— Amanhã nós iremos explorar uma dungeon que foi descoberta recentemente.
— Ah! A dungeon do dragão Branco?
— Sim, essa mesmo.
— A guilda colocou essa missão exclusivamente para aventureiros de alta classe. Alguns deles estiveram aqui na taberna e disseram que o dragão é muito poderoso. Também disseram que, se alguém olhasse diretamente para os olhos dele, entraria em uma ilusão que durava por alguns segundos.
— Hum… Interessante, parece que este dragão será um bom oponente.
— Tenho certeza que vocês conseguirão derrotá-lo.
— Sim. — disse Kamui exibindo um grande sorriso.
— Ei! ... Eu... Quero... Mais... Um... Copo...
— Não, já chega, você bebeu demais.
— Ah! Você é muito irritante.
— Bem, acho melhor irmos para o quarto.
Kamui se despediu de Egon. Depois, Tomoe se apoiou no ombro de Kamui, pois estava com dificuldade para caminhar. Ao chegarem ao quarto, Tomoe deitou-se na cama e caiu em um sono profundo.
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