Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 2 – Arco 3

Capítulo 2: Caos em Vaha

No dia seguinte, Kamui e Tomoe se encontraram com Akila para conversar sobre a cobra que eles haviam encontrado na dungeon.

— Temos que proteger aquela dungeon.

— Verdade. Vou pedir para meu pai mandar alguns soldados para lá.

— De qualquer forma, precisamos da resposta do Adolphe para elaborarmos nosso plano.

— Sim, acredito que não deva demorar muito. 

— Mas é quase certo que aquela é a criatura lendária de Anka. Uma coisa que precisamos entender é aquele mecanismo com as quatro fechaduras.

— Sim, tudo indica que ele é responsável por quebrar o selo. Mas, para isso, seriam necessários quatro itens. 

— Agora temos que descobrir itens são esses e onde eles estão. 

Após isso, despediram-se de Akila e saíram da sala de reuniões. No corredor, Tomoe perguntou a Kamui:

— Então, o que iremos fazer agora?

— Que tal, irmos na Zahrgece?

— É uma boa ideia.

— Eu também acho.

— Raiden!

— Bom dia, Kamui.

— Certo, então vamos lá.

Chegando à taberna, sentaram-se em uma mesa próxima ao balcão. Logo Alya, veio atendê-los.

— Bom dia, o que irão pedir?

— Para mim, pode ser um suco de limão.

— Eu vou querer uma cerveja. 

— Vocês tem saquê?

— Infelizmente não, nosso estoque acabou.

— Hum… Então, eu também vou querer uma cerveja.

— Certo.

Após alguns minutos de espera, Alya retornou trazendo os pedidos.

— Aqui está.

Todos agradeceram Alya e em seguida saborearam suas bebidas.

— Ninguém esperava que a criatura lendária de Anka estaria naquela dungeon. Fiquei surpresa quando vocês a encontraram.

— Você conhece ela, Raiden?

— Não, nunca a tinha visto antes, mas já havia ouvido falar dela. Antigamente era comum ela aparecer nas histórias.

— Hum…

— Mas é quase certeza que o Adolphe deva encontrar algo sobre ela. Afinal, a biblioteca de Sagesse guarda quase todos os tipos de livros ou documentos, inclusive os mais antigos. — disse Tomoe.

— Realmente.

— A cerveja daqui é ótima. Mas o Saquê de Hokkai continua sendo melhor.

— Também gosto da cerveja daqui, porém prefiro a de Blumendorf.

— Faz muito tempo desde a última vez que bebi uma, mas você está certa. A de Blumendorf é melhor.

Após alguns dias, a carta de Adolphe chegou. Na sala de reuniões do palácio, eles discutiam sobre o conteúdo da carta.

— O Adolphe revelou várias informações sobre a criatura lendária de Anka. Seu nome é HanKum. De todas as criaturas lendárias, ela é a mais antiga. Ele também mencionou que, em um pergaminho antigo de Anka, dizia que ela foi selada em uma dungeon chamada Matahölüm. Para quebrar o selo, seria necessário encontrar quatro chaves que estão espalhadas pelo deserto de Anka. Cada uma delas possui um nome: a primeira é Shamal, a segunda é Janub, a terceira é Sharq e a quarta Algharb. Diferente da Fissure e do Ende, que podem ser controladas, é impossível controlar a Hankum. Se ela for libertada, sairá destruindo tudo que encontrar pela frente. — explicou Akila.

— O Adolphe nos deu informações muito úteis. Agora, precisamos descobrir a localização das chaves. 

— Sim. — concordou Tomoe.

— Acho que deve haver um mapa do Império Anka na biblioteca do palácio. Vou procurá-lo.

— Vou procurá-lo para a senhorita. 

— Tudo bem, Ayat.

Após alguns minutos, Ayat retornou carregando o grande mapa de papel amarelado.

— Aqui está.

— Obrigada. 

Akila abriu o mapa sobre a mesa. Ele mostrava todas as cidades e outras localidades do império. Mais ao norte próximo à fronteira com Sagesse, estava a cidade de Vaha. Ao sul, perto do mar de Anka, estava a cidade portuária de Liman. Ao oeste ficava a Madingerd, ao leste estava Serap, e bem na região central do território estava Markaz.

— Que curioso! Markaz está bem no centro do território. — Comentou. Kamui.

— Bem, há uma chance de cada chave estar perto das outras cidades. Podemos ir para Vaha investigar isso. Por ser a cidade mais próxima de Sagesse, pode ser o primeiro alvo dos Nachtagenten.

— Sim, e pode ter certeza que eles já devem conhecer tudo sobre a Hankum.

— É, isso. Amanhã partiremos para Vaha.

— Certo, então nos vemos amanhã.

No dia seguinte, ao amanhecer, Kamui e Tomoe se encontraram com Akila para partirem para Vaha.

— Bom dia.

— Bom dia, Kamui e Evelyn.

— Tudo certo, podemos partir. — disse Kamui

Eles entraram na carruagem e partiram. Após algumas horas de viagem, chegaram na cidade de Vaha. Eles chegaram ao entardecer. Foram direto para a Mansão de Kérfera. Ao chegaram foram recepcionados pelo mordomo:

— Boa tarde, sigam-me. Levarei vocês até a senhorita Kéfera.

Eles o acompanharam. Kéfera estava no hall de entradda, sentada em um grande sofá com estofado verde, lendo um livro e tomando chá. Assim que percebeu a presença deles, colocou o livro e a xícara de chá sobre a mesa à frente do sofá, levantou-se e cumprimentou:

— Boa tarde. Já estão de volta? Pelo jeito é  por causa da missão dos Nachtagenten, não é?

— Boa tarde, Kérfera. Exatamente. Conseguimos descobrir qual é a criatura lendária de Anka. Agora estamos procurando uma maneira de impedir os Nachtagenten de conseguir invocá-la.

— Já é um grande avanço. Podemos ir para o meu escritório para podermos conversar melhor.

— Sim, é uma boa ideia. — disse Akila.

Eles foram para o escritório. O espaço tinha uma grande mesa e uma estante repleta de livros na lateral. A janela oferecia uma vista para o jardim da mansão. Todos  se sentaram, e Akila foi a primeira a falar:

— Bem, Vaha é a cidade mais próxima de Sagesse, onde ocorreu o último ataque deles, então acreditamos que possa ser um potencial alvo. Além disso, após a pesquisa do Adolphe, descobrimos que, para invocar a Hankum. É necessário coletar quatro chaves e colocá-las no mecanismo que está na sala onde a criatura está selada. Cada chave possui um nome: Shamal, Janub, Sharq, Algharb. O curioso é que cada uma é referente a uma direção sendo: norte, sul, leste e oeste. Pois seus nomes são os mesmos das direções no idioma de Anka.

— Então, seguindo esse raciocínio, vocês acham que a chave Shamal esteja em algum lugar próximo a Vaha, por Vaha ficar mais ao norte do país?

— Sim, por isso planejamos explorar dungeons antigas em busca dessa chave. Nosso objetivo é coletá-las e assim impedir que os Nachtagenten consigam invocar a Hankum. Isso não resolveria totalmente o problama mas sem ela seria muito mais difícil dos Nachtagenten executarem seu plano para conquistar o império.

— Conhecendo eles, provavelmente eles já devem saber onde estão essas chaves.

— Sim, isso é uma hípotese válida. Por isso, também existe a possibilidade deles atacarem a cidade.

— Hum… isso é preocupante. Vou avisar os guardas para ficarem atententos a qualquer movimentação suspeita no território da cidade.

— Bem, por enquanto é isso que sabemos. — disse Akila.

— Imagino que, depois dessa longa viagem, vocês devem estar com fome. Que tal irmos para a sala de jantar?

— Hum… Acho que é uma boa ideia. — disse Tomoe.

Eles foram para a sala de jantar. Após Kamui sentar-se em sua cadeira, Raiden saiu da espada.

— Oh! — exclamou Kéfera.

— Ah, essa é a Raiden. Ela é o espírito que está selado na minha espada.

— Prazer.

— Seja bem-vinda, fique à vontade. 

Raiden sentou-se ao lado de Kamui. O mordomo chegou e serviu o jantar à mesa. 

— Ei, Akila, você tem mais  coisas para me contar sobre o tempo que você passou na academia?

— Sim, tenho, Eu já duelei com o Kamui duas vezes: uma vez como teste final do treinamento dele e depois no torneio anual. 

— Então, o Kamui já lutou contra você?

— Sim, eu lutei contra ela. De todas as lutas que eu participei, a dela foi uma das mais difíceis.

— E no fim você me venceu nas duas. Fique sabendo que um dia ainda terei minha revanche. 

Após a fala de Akila, Kamui deu uma gargalhada e disse:

— Tudo bem, estou ansioso pelo nosso próximo duelo.

— Você falou que lutou no torneio anual. Conte-me mais sobre esse torneio.

— O torneio é um evento onde todos os alunos da academia podem lutar entre si. Eu cheguei à semifinal.

— Hum… interessante. Gostaria de participar de um evento desses. Então quem ganhou o torneio?

— Foi o Kamui. Ele lutou com a Evelyn na final. Foi uma luta incrível de se assistir.

Eles conversaram por um tempo enquanto saboreavam a refeição. Depois, no interior da Muramasa no Kitsune, no quarto, Kamui e Tomoe conversavam.

— Amanhã, temos muita coisa para fazer. Precisamos encontrar pistas sobre as chaves.

— Sim, mas, por enquanto, vamos descansar.

Kamui beijou Tomoe e disse:

— Boa noite.

— Boa noite, Kamui.

Na manhã seguinte, Kamui e Tomoe se encontraram com Akila para conversar sobre as chaves. 

— Então, como vamos fazer nossa investigação? — perguntou Kamui.

— Possivelmente essas chaves estão em dungeons antigas. Podemos perguntar em algum posto da Guilda dos Aventureiros. 

— É uma boa ideia.

Os postos da guilda dos aventureiros funcionam como as filiais, porém são focados apenas em missões e expedições, diferentemente das filiais onde aventureiros podem se cadastrar, formar grupos ou realizar reuniões.

Depois disso, eles foram ao posto da Guilda dos Aventureiros, localizado na praça central de Vaha. O prédio era parecido com uma filial, com um balcão do lado de fora e o quadro de missões ao seu lado. Kamui dirigiu-se ao balcão, onde estava o recepcionista do posto. Ele tinha cabelos pretos e longos, pele parda e olhos castanhos.

— Sejam bem-vindos à Guilda dos Aventureiros. Meu nome é Zeki, em que posso ajudá-los?

— Gostaria de saber sobre as dungeons mais antigas de Vaha.

— Certo, Vou procurar. Vocês desejam apenas as localizações ou também os documentos?

— Os documentos também, por favor.

Após alguns minutos, Zeki retornou carregando vários pergaminhos e os colocou sobre o balcão. Nesses pergaminhos havia mapas e documentos sobre as dungeons. Os textos relatavam em detalhes tudo o que se conhecia sobre cada dungeon: o tipo, o nível, o tipo de monstros que normalmente eram encontrados, a data que ela foi catologada e a idade aproximada.

— Aqui está. Fiquem à vontade para pesquisar.

— Ok.

Depois de tempo lendo os documentos, Akila exclamou:

— Encontrei! O nome da dungeon é Muhafaza. Dizem que nela está guardado um tesouro, que é a Chave Shamal.

— Então vamos lá, não temos tempo a perder. 

Após percorem uma extensão pelas dunas do deserto, chegaram à dungeon Muhafaza. Sua aparência lembrava a dungeon Matahölüm, como se estivesse esculpida num paredão de arenito, mas não possuía uma fachada com pilares. A fachada era composta por duas grandes portas de pedra. Entretanto, havia algo estranho. As portas que deveriam estar fechadas, estavam abertas, sinal de que alguém havia entrado na dungeon recentemente.

— Estranho, as portas da dungeon estão abertas. — comentou Kamui.

— Realmente, isso não é comum. — disse Tomoe.

— Provavelmente os Nachtagenten chegaram antes de nós.

— Tudo o que nos resta é entrar. Mesmo que eles já tenham pegado a Shamal, devem ter deixado algum rastro. Com isso poderíamos descobrir onde eles estão  e tentar tomar a chave deles.

— Sim, então vamos.

Ao chegarem à primeira sala da dungeon, não encontraram nenhum monstro no local. Havia, no entanto, dois soldados Nachtagenten que gritaram:

— Intrusos!

— Vocês chegaram primeiro, mas nós vamos acabar com vocês. — disse Tomoe.

A luta começou. Um dos soldados era um mago cujo elemento de domínio era o fogo, o outro lutava com duas adagas. Tomoe enfrentou o Mago, enquanto Kamui e Akila lutaram juntos contra o outro soldado. Kamui aplicou eletricidade juntamente com o elemento fogo, utilizou um totem para se aproximar e lançou uma bola elétrica. Porém, o soldado desviou e contra-atacou com suas adagas cobertas de gelo. Kamui esquivou-se do golpe. Akila aproveitou para atacar por trás, lançando um jato de areia que acertou o soldado, mas não foi o suficiente para derrotá-lo. 

Do outro lado, Tomoe lutava contra o mago, que lançava bolas e jatos de fogo. Ela bloqueou e esquivou-se dos ataques. Depois, com sua foice em chamas. Tomoe conseguiu acertar o soldado cortando-o ao meio. Kamui utilizou um totem novamente e, em um ataque conjunto com Akila, finalmente derrotaram o outro soldado. 

Na segunda sala, eles encontraram mais alguns soldados, dessa vez um grupo um pouco maior, composto por quatro. Após derrotá-los, puderam observar melhor o local. Parecia um acampamento: havia utensílios de cozinha, armamentos e algumas cabanas.

— Pelo jeito, eles já estão aqui há um bom tempo. — disse Kamui.

— Tudo indica que sim.

— Bem, vamos continuar. 

Ao chegarem à terceira sala, que era última da dungeon, ouviram uma voz familiar:

— Ora, ora, nos encontramos de novo.

A voz era de Nefertari. Ela estava sentada em uma cadeira, como se fosse um trono, já com a sua faca na mão. 

— E, mais uma vez, vocês chegaram atrasados. Estavam procurando por isso? — disse a garota, enquanto segurava a Chave Shamal. Era uma grande chave de cor marrom, como o solo,  com algumas listras douradas.

— Podem tentar tirá-la de mim, mas tenho certeza que não conseguirão. São fracos demais diante do meu poder.

— Acho que você devia parar de falar, criatura horrenda. — retrucou Kamui, tomado pela raiva.

— Olha, já ficou bravinho. 

Kamui sacou sua espada e aplicou fogo e eletricidade nela. Em seguida, utilizou um totem para se aproximar, e atacou Nefertari, que bloqueou o golpe com sua faca. Akila, com sua espada, lançou um jato de areia contra ela, mas Nefertari esquivou-se com facilidade.

— Viu? Vocês não conseguem me derrotar!

— Realmente, você está insuportável. — disse Tomoe.

Logo depois, com sua foice em chamas, ela realizou múltiplos ataques contra Nefertari, que desviou de todos. De repente, Nefertari deu um grande salto e acertou o braço de Kamui. Por sorte, o ferimento não foi grave. Ele contra-atacou lançando uma bola de elétrica, seguida de uma de fogo. Dessa vez, ela foi atingida. Aproveitando o momento de fraqueza de Nefertari, Akila e Tomoe realizaram um ataque conjunto. Contudo, ela esquivou-se e recuou. Em seguida ela desapareceu. De repente, um barulho de ranger de metal. Tomoe defendeu a investida que Nefertari havia feito. Kamui então, utilizou um totem para se aproximar de Nefertari e lançou uma bomba elétrica contra ela. Ela bloqueou o ataque utilizando sua faca. Aproveitando a situação, Akila lançou alguns jatos contra ela, mas não foi o suficiente para derrotá-la. Em seguida, ela deu um grande salto e ficou atrás de Akila. Rapidamente Tomoe atacou com sua foice em chamas impedindo a investida de Nefertari contra Akila. Após isso, Nefertari desapareceu e reaparaceu no centro da arena.

— Ah, antes de ir, tenho uma coisinha para contar a vocês. Nesse exato momento, há uma cidade em chamas. Tchauzinho!

Nefertari desapareceu pelo portal. Kamui, confuso com o que ela havia dito, conversou com Akila e Tomoe.

— O que ela queria dizer com  “Cidade de Chamas”?

— Acho que eles devem estar atacando Vaha.

— O que a Evelyn disse faz sentido.

— Temos que correr, então.

Eles voltaram em disparada para a cidade. O cenário era péssimo. Várias partes da cidade estavam cobertas pelas chamas, e era possível ouvir o som da batalha. Eles se encontraram com Kéfera, que estava em uma tenda montada próxima à mansão.

— Boa noite. — disse Kamui.

— Ah! Vocês voltaram. Aqueles malditos dos Nachtagenten lançaram um ataque surpresa.

— Como está a situação da batalha? — perguntou Akila.

— Sofremos grandes perdas, e ainda não sabemos o número exato. Tínhamos cem soldados. Eles já dominaram a primeira zona da cidade e estão quase chegando à praça. 

— Certo, obrigada pelas informações.

Eles foram até o campo de batalha,  sacaram suas armas e começaram a lutar. Em um ataque conjunto, Kamui utilizou a mágia Tempestade e Respiro da Kitsune, enquanto Tomoe lançou várias bolas de fogo  contra o exército inimigo. Esses ataques eliminaram uma parte significativa da força adversária. Em seguida, Akila usou a mágia Tsunami de Areia. A grande onda de areia engoliu o resto do exército.  

— Pronto, acabamos com eles.  — disse Tomoe.

— Sim. A Nefertari foi bem esperta. Precisamos ficar atentos aos próximos passos dela. 

Quando parecia que eles haviam vencido a batalha. Tomoe avistou de longe uma movimentação estranha vinda do deserto. Outro pelotão estava se aproximava da cidade.

— Ei, Kamui, está vendo aquilo?

— O que foi? O que é isso.

— Mais um pelotão. Pelo jeito, o objetivo deles não era apenas coletar a Shamal, mas também conquistar a cidade de Anka. Vamos lá, não podemos permitir que eles avancem.

Eles chegaram ao ponto onde o pelotão estava. À frente do grupo estava Nefertari. Havia algo de diferente nesses soldados. Eles não pareciam humanos, vestiam capas pretas e suas faces eram completamente pálidas, sem olhos nem nariz.

— E aí, gostaram do meu show pirotécnico. Vocês até derrotaram aquele primeiro pelotão, mas agora esta cidade será minha! 

— Cale-se! Seu fim chegou, Nefertari. — disse Kamui tomado pela raiva.

Nefertari soltou uma gargalhada irritante, carregada de deboche. 

— Você realmente acha que pode me derrotar? Ah… Estou cansada de vocês. Avancem!

O exército inimigo investiu com tudo, dividindo-se em três pelotões menores.

— Cuidem do exército. Eu lutarei contra a Nefertari.

— Está bem — responderam Tomoe e Akila.

Kamui aplicou eletricidade em sua espada e avançou com tudo contra Nefertari. Ela bloqueou com sua faca e, na sequência, Kamui recuou. Nefertari investiu com força, mas ele consegiu esquivar-se a tempo. Então, Kamui utilizou a magia Tempestade. Contudo, Nefertari desviou habilmente do ataque. 

Do outro lado, Akila e Tomoe lutavam junto ao exército de Anka contra as tropas dos Nachtagenten. Quem comandava as tropas de Anka era Akila, que ordenava aos soldados que se separassem em três grupos. A batalha ia até bem. As forças de Vaha lidavam com eficiência contra os soldados estranhos. Tomoe ajudava lançando várias bolas de fogo contra os três pelotões inimigos. 

A luta contra Nefertari continuava. Dessa vez, ela largou sua espada e sacou uma lança negra. A ponta da lâmina exalava uma fina névoa escura.

— Está na hora de testar o meu novo brinquedinho.  Você deve se sentir honrado. Pois será o primeiro a ser morto por ele.

Em seguida, Nefertari avançou com tudo contra Kamui. Ele bloqueou o golpe utilizando sua espada e contra-atacou lançando uma bola elétrica. Nefertari esquivou-se do ataque. Em seguida, Kamui lançou a magia Tempestade seguida do respiro da Kitsune. O Ataque foi relativamente eficaz. Nefertari foi atingida por Raiden em sua forma de Kitsune, e o golpe abriu um ferimento no abdômen de Nefertari. Ainda assim, não foi o suficiente para derrotá-la. Gemendo de dor ela disse:

— Ah, espertinho, você conseguiu me acertar. Agora sim eu acabo com você, pirralho!

Nefertari lançou seu trunfo: da ponta da lâmina surgiu uma grande esfera negra. De repente, Kamui não enxergava nada, apenas escuridão. Ele estava envolto por aquela densa nuvem de sombras. 

Do outro lado, a luta contra o exercíto dos Nachtagenten continuava. As tropas de Vaha já haviam conseguido derrotar grande parte dos inimigos. De repente, algo estranho ocorreu: os soldados inimigos se reuniram num único grupo novamente. Em seguida, os soldados estranhos abraçaram-se e se fundiram. Dessa fusão nasceu uma criatura horrenda: um gigante de seis braços, totalmente pálido e sem face.

— Que coisa estranha é essa? — exclamou Akila, assombrada pela forma sobrenatural da criatura.

— Precisamos derrotála rápido, ou Anka cairá. — alertou Tomoe.

— Tragam as catapultas. Arqueiros fortifiqem as flechas com magia. Quero que um grupo dos soldados proteja a mansão e outro permaneça aqui.

Enquanto isso, Kamui sentia um frio intesen e ofegava, não só pela batalha, mas pelo medo. A única coisa que ele ouvia era a risada sarcástica de Nefertari. Sem poder vê-la, era praticamente impossível tentar qualquer ataque. Ele respirou fundo e assumiu uma postura defensiva, esperando pelo ataque de Nefertari.

De repente, ele viu um vulto avançando com grande velocidade. Era Nefertari que estava atacando. Com a visão obstruída, Kamui não conseguiu se esquivar do ataque e teve o seu ombro rasgado pela lâmina da lança. O ferimento profundo jorrou uma grande quantidade de sangue.

— Te acertei. Agora o proxima vez é a última preparese para morrer!

Nefertari avançou mais uma vez com grande velocidade e Kamui continuava sem conseguir ver onde ela estava. Quando a lâmina de Nefertari estava prestes a tocar na pele de Kamui. Raiden saiu da espada em forma de Kitsune e o protegeu do ataque. Em seguida, Nefertari recuou. 

Agora Kamui, conseguia ouvir os passos de Nefertari e, assim, saber onde ela estava. Kamui aplicou eletricidade na lâmina de sua espada. Desta vez ela estava mais brilhante que o comum, tão brinhante que iluminou tudo ao seu redor revelando a posição de Nefertari. Ao encontrá-la Kamui usou um totem para se aproximar e rapidamente lançou a magia Tempesdade seguida do Respiro da Kitsune. 

Sabendo que talvez isso não fosse o suficiente, ele tentou atacar Nefertari enquanto ela estava ocupada tentando desviar dos relâmpagos e de Raiden em forma de kitsune. Kamui desferiu um golpe certeiro, ferindo o braço de Nefertari. Além disso, ela foi atingida por outro ataque de Raiden. Ainda assim, não foi o bastante para derrubá-la, mas a deixou incapaz de continuar lutando.

— Foi por pouco. Tchauzinho! — disse Nefertari, com a voz ofegante, enquanto fugia por um portal que havia acabado de criar.

— Droga, ela escapou. Ah… este ferimento não está nada legal.

O braço direito de Kamui estava todo manchado por sangue que escorria do profundo ferimento em seu ombro. 

— Ah… agora está doendo ainda mais.

Raiden saiu da Muramasa no Kitsune.

— Kamui, você está bem?

— Podia estar pior, obrigado por me proteger naquela hora.

— De nada. Agora precisamos cuidar desse ferimento.

— Sim.

Raiden utilizou magia de cura e curou o grave ferimento no braço de Kamui. Depois, quando Kamui olhou para cidade, ainda em chamas, percebeu a horrenda criatura de seis braços.

— Ei, Raiden, você está vendo aquilo?

— Aquilo é um monstro muito estranho. Nunca vi nada assim antes.

— Eu também. Vamos temos que deter aquela coisa.

Raiden retornou à Muramasa no Kitsune, e Kamui correu ao ponto onde as tropas lutavam contra a criatura bizarra. Flechas e bolas de fogo atingiam a pele pálida da criatura, mas não surtiam efeito algum. Kamui encontrou Akila e Tomoe.

— O que é essa coisa?

— Nem nós sabemos. No começo eram soldados estranhos. De repente, eles se fundiram e viraram isso. Eu e a Akila até conseguimos acertá-la fazendo revelar seu nucleo. Esse foi o mais longe que chegamos.

— Então isso é tipo um golem.

— É mais ou menos isso. E a Nefertari, o que aconteceu com ela?

— Ela fugiu.

— Como sempre.

— Sim. Mas falando dessa criatura, acho que sei uma maneira de derrotá-la.

— Como?

— Fazemos da seguinte forma: a Akila tentará imobilizar a criatura, enquanto você lançará bolas de fogo e jatos flamejantes até que o núcleo seja exposto. Por fim, eu me teleportarei até ele utilizando um totem para tentar destruí-lo. 

— Talvez funcione.

— Também acho que vale a pena testar. — disse Akila.

Elas seguiram o plano de Kamui. Primeiro, Akila lançou uma onda de areia que pendreu os pés da criatura. Com ela imobilizada, Tomoe lançou várias bolas de fogo seguidas de jatos flamejantes, o que fez com que o núclo da criatura fosse exposto. Seu núcleo era uma grande esfera negra. Kamui, então, utilizou um totem para chegar até ele e lançou a magia Bomba Elétrica. Mas algo estranho aconteceu: a esfera desviou do ataque e o buraco que havia aberto no peito da criatura se fechou.

— O núcleo desviou do meu ataque. Como isso é possível?

— Essa coisa é muito estranha.

— Cuidado! — gritou Akila.

A criatura agiu agressivamente, avançando contra as forças de vaha. Akila ainda tentou criar uma barreira de areia para protegê-los, mas não consegiu. A criatura esmagou um pelotão inteiro com a sua grande mão.

Kamui e Tomoe agiram juntos, Tomoe usou a magia Tormento de Chamas. Com isso, vários jatos de fogo acertaram a criatura. Akila utilizou a magia Tsunami de Areia fazendo com que a criatura ficasse presa. Por fim, Kamui utilizou a magia Tempestade seguida do Respiro da Kitsune. Assim que o núcleo ficou exposto. Kamui e Tomoe se teleportaram até ele e desferiram um ataque conjunto, destruindo-o e fazendo a criatura desaparecer.

— Conseguimos! — comemorou Kamui.

— Sim, no final deu certo.

O exército de Anka comemorava após vencer a dificíl batalha. Houve muitas pertas tanto por parte dos civis quanto dos militares. Grande parte da cidade havia sido destruída no ataque. 

Algumas horas depois, na sala de estar da mansão, eles conversavam sobre os acontecimentos daquela noite.

— Se não fosse vocês, eu nem sei como a cidade estaria agora. Muito obrigada.

— Fizemos o nosso dever. Foi uma batalha complicada, mas conseguimos derrotar os Nachtagenten.

— Não esperava que atacassem Vaha daquele jeito. — disse Akila.

— Também fui pego de surpresa. Temos que ficar atentos. Eles devem ter um plano bem elaborado. A Nefertari fez um ataque muito forte. Em todo esse tempo lutando contra eles, nunca vi algo assim.

— Sim, o que mais me estranhou foi aquele segundo exército, eram muito estranhos.  — concordou, Tomoe.

— Eu também achei estranho, ainda mais depois que eles viram aquele monstro.

— Agora temos que tentar prever o próximo passo deles.

— Sim, isso vai ser complicado. Sabemos que eles estão em busca das chaves. Se soubéssemos a localização de todas…

— Posso pedir à Ayat que procure algo sobre elas.

— Hum… Isso ajudaria bastante.

Tomoe interrompeu, esboçando um bocejo:

— Ah, estou morrendo de sono. 

— Nós lutamos muito, faz sentido você estar cansada.

— Então, nós já vamos indo. Boa noite Akila.

— Boa noite.

No ambiente interior da Muramasa no Kitsune, na sala de jantar. Eles continuvam conversando sobre o ataque dos Nachtagenten.

— Tomoe, tem uma coisa que eu esqueci de te contar.

— O que foi?

— Quando estava lutando contra a Nefertari, ela trocou sua arma num instante e disse que estava estreando-a. Essa arma era uma lança totalmente negra. O estranho é que ela lançou um tipo de magia incomum. Ela lançou uma bola negra que me envolvou. Eu não consegia ver nada, apenas preto. E só escutava a risada sacartica dela. Depois disso, ela me atingiu no ombro. O ferimento foi grave, mas, por sorte, não me impediu de lutar e, graças a Raiden, consegui derrotá-la, fazendo-a fugir.

— Você disse que ela estava utilizando uma lança negra e lançou uma magia estranha com ela?

— Sim.

— Acho que eu sei o que pode ser isso. Pode ser uma lança capaz de utilizar o elemento Kuro. 

— Elemento Kuro? Mas os elementos não são só fogo, água, ar, terra, natureza, gelo e eletricidade?

— Sim, esses são os naturais. O elemento Kuro é um sintético.

— Então ele foi criado?

— Exatamente. O elemento Kuro foi criado pelos demônios. Existem outros além desse, mas o estranho é como que uma arma dessas caiu nas mãos deles.

— Tomoe, você tem alguma ideia sobre o que são aquelas criatruas estranhas do segundo exercíto? — perguntou, Raiden.

— Não tenho certeza, mas já li algo semelhante na biblioteca do palácio. Era um livro muito antigo que falava sobre uma magia capaz de criar criaturas pálidas, chamadas de marionetes e elas são capazes de assumir a forma que o usúario desejar.

— Mais uma magia exclusiva do povo demôniaco, nas mãos dos Nachtagenten. — comentou Kamui.

— Sim, estou intrigada sobre como eles conseguiram fazer isso.

—  Eu também. Mas por enquanto temos que focar em impedi-los. 

— Sim. É isso que precisamos fazer.

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