Akai Sakura Brasileira

Autor(a): Matheus Mariano


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 6: A caravana

No dia seguinte, Kamui e Tomoe, após tomarem café, foram para a sede da Ordem dos Cavaleiros de Blumendorf. Ao chegarem ao escritório de Suyane, encontraram-na sentada à sua mesa, que estava repleta de documentos formando uma enorme pilha de papéis. Logo após se cumprimentarem, Suyane disse:

— Bem, vamos direto ao ponto. 

— Ok. 

— Daqui a três dias teremos a festa da colheita.

— Festa da colheita? — perguntou Kamui.

— A festa da colheita é um evento que ocorre anualmente em todo o território de Blumendorf. Nele há diversas danças, banquetes e, claro, muita cerveja. — respondeu Tomoe.

— Hum… Entendi. Parece ser um festival bem divertido.

— Então, quero que vocês escoltem uma caravana que partirá da vila de Gerstendorf. Disseram que houve vários ataques de monstros na estrada que liga a vila à capital.

— Pode deixar! — exclamou Kamui, exibindo um largo sorriso.

— Era isso que eu tinha a dizer. Tenham uma boa viagem!

Eles agradeceram, despediram-se e deixaram o escritório. Depois de saírem da cidade, em um local afastado, Tomoe utilizou a magia de teletransporte. Em poucos segundos, já se encontravam em Gerstendorf. A paisagem estava completamente diferente da última vez. Os campos de cevada tornavam o cenário ainda mais belo.

— A paisagem está muito diferente da última vez que fomos aqui.

— Sim. É uma vista incrível. Naquele dia, os campos estavam destruídos, o que prejudicava a paisagem.

Ao se aproximarem da vila, Kamui cumprimentou os guardas e, em seguida, exibiu a insígnia dos Hoffman.

— Hum… Vocês, devem querer falar com o duque Emil.

— Exatamente.

— Certo, levarei vocês até ele.

Eles seguiram o guarda até chegarem à mansão. Ao chegarem, encontram Amália, que estava regando as flores do jardim. Ainda na entrada, o guarda despediu-se. Ao perceber a presença deles, Amália se aproximou, cumprimentou-os e disse:

— O Mestre Emil deve estar no escritório. Sigam-me, que eu os levarei até ele.

Eles seguiram Amalia até o escritório. Chegando lá, a empregada abriu a porta e disse:

— Mestre!  O Kamui e  a Evelyn chegaram.

— Ah! Kamui e Evelyn, vocês chegaram. — disse Emil, exibindo um sorriso, enquanto guardava seus óculos de leitura e colocava o livro que estava lendo sobre a mesa.

— Sim! Chegamos. Estamos felizes por nos encontrarmos novamente. — disse Tomoe.

— Vamos, sentem-se. Fiquem à vontade.

Eles agradeceram e sentaram-se nas cadeiras.

— A Princesa Suyane já deve ter passado a missão para vocês. 

— Sim, ela passou. Você poderia dar mais detalhes sobre os monstros encontrados na estrada?

— Claro! Neste trecho, sempre houve acampamentos de goblins e de lagartos. Porém, esses acampamentos ficavam um pouco longe da estrada. Este ano, vários comerciantes sofreram com ataques de monstros. Outro problema, além dos monstros, são os ladrões que assaltaram algumas caravanas. Por isso, pedi à princesa Suyane que contratasse vocês para escoltar a caravana.

— Será uma tarefa simples. — disse Tomoe.

— Tenho certeza que não será muito complicado para vocês. Mas vocês realmente ajudarão muito. Ontem, um comerciante teve toda a sua mercadoria roubada. Por sorte, ele conseguiu fugir para a floresta, e os ladrões não o machucaram.

— É uma situação complicada. 

De repente, a porta do escritório se abriu. Era Amelinda, que veio avisar que o almoço seria servido.

— Com licença… O almoço já vai ser servido. 

— Obrigado. Querem almoçar conosco?

— Claro! Obrigado pelo convite! 

Após almoço, Kamui e Tomoe descansavam, sentados em um dos bancos do jardim.

— É, estamos com a tarde livre, o que podemos fazer?

— Nós podemos conhecer a cidade. Sempre ouvi falar sobre Gerstendorf, mas nunca pude conhecê-la. Estou curiosa para explorar a vila.

— Então, vamos nessa!

Eles foram para a praça central da vila. Era uma praça pequena, com apenas uma fonte em seu centro e alguns bancos dispostos ao redor. Próximo à praça, havia vários estabelecimentos, como restaurantes e tabernas. Em um dos bancos, estava uma figura conhecida. 

— Pera aí! Acho que eu conheço aquela pessoa!

— Quem?

— Ah! Aquela é Agnes. Oi, Agnes!

— Oi! Kamui, quanto tempo! O que vocês vieram fazer aqui em Gerstendorf? Não me diga que os Nachtagenten estão aprontando de novo.

— Dessa vez não. Nós vamos escoltar a caravana que vai para a festa da colheita em Blumendorf.

— Hum… que bom. Boa sorte com a missão.

— Obrigado. Nós estamos com tempo livre, aí decidimos dar uma volta pela vila.

— Se quiserem, posso ser a guia turística de vocês. Conheço alguns lugares bem legais.

— Pode ser!

— Primeiro levarei vocês ao moinho.

— Moinho? 

— Sim, Gerstendorf é famosa pela produção de cevada. O moinho é onde é fabricada a melhor cerveja do reino de Blumendorf.

— Legal, uma pena que eu ainda sou menor de idade.

— Você não pode provar a cerveja, mas pode experimentar o chá de cevada, que é igualmente saboroso.

Eles foram até ao moinho, localizado na parte leste da vila. O edifício possuía uma grande torre com um cata-vento em seu topo. Ao lado, ficava a loja. Dentro dela, havia um amplo balcão e, ao fundo, vários barris de cerveja, todos equipados com torneiras. Assim que entraram, a atendente os cumprimentou.

— Sejam Bem-vindos ao Moinho! O que desejam? 

— Eu gostaria de duas canecas da cerveja Abenteurer Bier e um chá de cevada.

— Certo.

A atendente pegou duas canecas, encheu-as de cerveja e as colocou sobre a mesa. A bebida apresentava uma coloração um pouco escura e uma espuma delicada.

— Vamos ver se essa cerveja é boa.

— Você me deixa provar um pouco?

— Não, você não pode, hehe!

— Ah! Você é muito má!

— Haha! Vocês brigando é muito engraçado. 

Logo depois, a atendente trouxe uma caneca com chá de cevada e a entregou a Kamui.

— Pelo menos posso provar esse chá.

— Então Evelyn, o que você achou da cerveja?

— Hum! Muito boa! Mas a da taberna Bergorse é melhor.

— Sim, também gosto muito da cerveja de lá. Pelo que eu sei, as terras do dono de lá ficam aqui em Gerstendorf.

— Sim, o Egon já havia me contado sobre a fazenda dele.

— E você, Kamui, o que achou do chá de cevada?

— Delicioso!

— Que ótimo! Agora, vamos para o próximo lugar. Eu adoro ir para lá para descansar.

— Onde que ele fica? 

— Fica um pouco longe. Temos que pegar uma pequena trilha na floresta.

— Hum… interessante.

Ao chegarem ao local que Agnes mencionara, encontraram um grande lago. A água era cristalina, permitindo observar claramente o seu fundo e os diversos peixes que nele habitavam. O clima era extremamente agradável: a umidade da floresta e da água tornava o ambiente muito fresco, e o som do vento batendo nas folhas das árvores completava o cenário.

— Nossa! Que lugar lindo!

— Que bom que você gostou, Evelyn.

— Sim, aqui é bonito e tranquilo. 

Ao voltarem para vila, com o sol se pondo, despediram de Agnes e retornaram à mansão. 

No dia seguinte, Kamui e Tomoe foram até a entrada da cidade para se encontrarem com a caravana. A caravana era composta por várias carroças. Algumas transportavam barris de cerveja, enquanto outras levavam mantimentos e tendas para o acampamento. 

Kamui se aproximou do chefe da caravana e o cumprimentou. O chefe era homem de idade avançada, obeso e calvo; seus cabelos eram grisalhos e seus olhos, azuis.

— Prazer, meu nome é Kamui e esta é a Evelyn.

Tomoe cumprimentou o chefe da caravana com um aperto de mãos.

— Nós fomos contratados para fazer a escolta até a cidade de Blumendorf.

— Ah! Então vocês são os aventureiros que o duque Emil contratou.

— Sim.

— Daqui alguns minutos, nós iremos partir.

— Certo! Obrigado.

Não demorou muito tempo, e a caravana partiu. Após algumas horas de viagem, já longe de Gerstendorf, todos ouviram um barulho estranho vindo da floresta. De lá, surgiu um grupo de goblins, dos quais dois eram gigantes. Desesperado, o chefe da caravana gritou:

— Tem um grupo goblins saindo da floresta!

— Vamos acabar com eles, Evelyn.

— Sim!

Os goblins bloquearam a estrada e alguns começaram a arremessar pedras contra as carroças.

Kamui sacou sua espada, enquanto Tomoe pegou sua foice. Os dois se aproximaram do grupo de Goblins. Kamui aplicou eletricidade na sua espada e utilizou a magia Bomba Elétrica. O ataque matou todos os goblins comuns, restando apenas os goblins gigantes.

— Vai! Evelyn! Só sobraram os grandes.

— Certo!

Tomoe enfrentou os dois goblins gigantes com uma sequência de golpes. Tudo foi tão rápido que era impossível acompanhar os seus movimentos. Com isso, ela derrotou os monstros gigantes.

— Pronto, Acho que agora podemos continuar com a viagem.

— Nossa! Muito obrigado. Se não fossem vocês, esse grupo teria destruído grande parte de nossas carroças.

— De nada! — disse Kamui, exibindo um largo sorriso.

Após andarem por mais algum tempo, o sol já estava se pondo. A caravana procurava um local seguro para montar o acampamento. Depois de finalmente encontrar um local apropriado, montaram as tendas. Com elas erguidas, o chefe da caravana convidou Kamui e Tomoe para o jantar:

— Vamos! O jantar já está pronto.

— Ok! Estamos indo. 

A tenda ficava no centro do acampamento, sendo também a maior dele. No exterior, havia vários caixotes, todos lotados de alimentos. Ao entrarem na tenda, encontraram uma grande mesa de madeira maciça, repleta de alimentos. Curioso, Kamui perguntou ao chefe da caravana:

— Como vocês conseguiram transportar essa mesa? Ela parece ser muito pesada para as mulas.

— Ela é, sim, uma mesa muito pesada. É feita de madeira de carvalho, e é transportada por seis mulas. Essas mulas são de uma espécie especial que vivem nas florestas congeladas do Império de Zarya. Elas têm uma força incrível: a força de uma equivale à força de três mulas comuns.

— Caramba! Elas devem ser bem caras.

— Sim, elas são. Gastei uma fortuna para comprá-las.

Depois de jantarem, eles foram para a tenda de segurança. Lá, havia mantimentos, como poções e alimentos. Tomoe entregou a Kamui uma poção de resistência e uma de visão noturna.

— Pronto! Tome estas poções.

Kamui tomou as poções.

— Ei! Tomoe, você não vai tomar as poções?

— Eu não preciso. Nós, demônios, conseguimos ver bem à noite e também quase não sentimos sono.

— Hum...

Algumas horas depois, Kamui e Tomoe ouviram um barulho estranho.

— Você ouviu este barulho? 

— Sim, parece que vem de perto da tenda principal.

— Vamos ver o que é.

Chegando ao local, encontraram um grupo de ladrões que tentava roubar alguns suplementos e outros itens.

— O que vocês estão fazendo? 

— Fomos descobertos! 

Um ladrão aproximou-se e tentou atacar Kamui com uma faca. Kamui sacou sua espada e se defendeu do ataque. Em seguida, os ladrões fugiram sem levar nada. Com todo este alvoroço, o chefe da caravana foi verificar o que estava acontecendo e perguntou a Kamui.

— O que foi esse barulho?

— Eram ladrões, estavam tentando roubar a caravana.

— Obrigado por protegerem o acampamento.

— Não há de que.

Depois de um tempo, o sol já estava nascendo. Kamui e Tomoe dirigiram-se à tenda principal para tomar café e, em seguida, ajudaram a desmontar o acampamento.

Algumas horas depois, já na estrada, a caravana encontrou um grupo de lagartos bloqueando o caminho.

— Ei, Evelyn, temos que deter aqueles lagartos! 

— Sim, vamos lá!

Kamui e Tomoe sacaram as suas armas e partiram para atacar os lagartos. Kamui, com sua espada, aplicou eletricidade e utilizou a magia Bomba Elétrica. Com isso, vários lagartos foram mortos. Tomoe enfrentou os demais com sua foice. Em pouco tempo, a estrada estava liberada e eles continuaram com a viagem. 

Após algumas horas, eles chegaram à cidade de Blumendorf. A caravana dirigiu-se à região leste da cidade, onde ficava o armazém.  Ao chegarem, o chefe da caravana disse:

— Muito obrigado por nos escoltarem.

— De nada. — disse Kamui, exibindo um largo sorriso.

Eles se despediram e foram à sede da Ordem dos Cavaleiros de Blumendorf. Ao chegarem, Kamui perguntou a Axel se a princesa Suyane estava em seu escritório.

— Oi, boa tarde. A princesa está no escritório?

— Sim, ela está.

— Obrigado! 

Ao chegarem ao escritório, Kamui bateu à porta, e Suyane a abriu.

— Ah! Kamui e Evelyn. Boa tarde.

— Boa tarde! — responderam eles.

— A escolta foi um sucesso.  — disse Kamui.

— Que ótimo!

— Nós não encontramos muitos monstros, apenas dois grupos: um de goblins e outro de lagartos. No acampamento, um grupo de bandidos tentou furtar a caravana, mas conseguimos expulsá-los. 

— Muito bom. Vou pedir para enviarem o pagamento para vocês.

— Muito obrigado.

— De nada, tenham um bom dia!

Eles se despediram e depois foram para a taverna Bergorse. No caminho, era possível ver a decoração para festa da colheita. Todas as casas e prédios estavam decorados com vasos de flores e panos com as cores da bandeira de Blumendorf, que são verde e roxo. O verde significa liberdade, e o roxo, significa fortuna.

— Nossa, eles capricharam na decoração da cidade.

— Sim. A festa da colheita é muito importante para o povo de Blumendorf.

Ao chegarem à taverna, logo após entrarem, Egon os cumprimentou:

— Boa tarde! Como foram de viagem.

— Deu tudo certo. Quando estava voltando para cá, percebi que a cidade já está no clima da festa da colheita.

— Sim, vai ser a primeira vez que você vai participar dela. Tenho certeza que você vai gostar. 

— Estou ansioso pela festa.

— Então, como foram as últimas aventuras de vocês?

—  Me dê um copo de cerveja que eu te conto! 

— Ok, Evelyn!

Egon saiu para arrumar as bebidas. Depois, voltou e as colocou sobre o balcão.

— Aqui estão a sua cerveja e o suco do Kamui.

Eles agradeceram. Tomoe pegou sua caneca e deu um grande gole:

— Aaah! isso está ótimo!

— Hehe! Agora cumpra com a sua parte: me conte sobre o que vocês andaram fazendo.

— Nós escoltamos uma caravana que partiu de Gerstendorf. Disseram que a estrada para Blumendorf estava repleta de acampamentos de monstros e bandidos. Por isso, o duque Emil nos contratou.

— Ah, eu ouvi falar disso. Alguns dias atrás, um carregamento de cerveja não conseguiu chegar a Blumendorf justamente por este problema.

— Foi bem tranquilo, nós encontramos somente dois grupos de monstros e um de ladrões.

— Hum… Isso aí é café pequeno para vocês. Ah! Eu tenho um presente para você, Evelyn. Está lá no seu quarto.

— Obrigada, Egon! Estou ansiosa para saber o que é.

Mais tarde, no quarto, Tomoe abriu a caixa que estava sobre a cama. Era uma caixa de madeira com um laço vermelho em cima.

— Vamos ver qual é o meu presente. — disse ela, animada com o presente.

— Até eu fiquei curioso. 

Da caixa, ela tirou um vestido branco e marrom com detalhes em xadrez vermelho. A barra do vestido era vermelha com listras brancas.

— Ah! É uma roupa de Blume.

— Roupa de Blume?

— Sim, é a vestimenta tradicional de Blumendorf.

— Ah! Legal. No Japão, também tínhamos roupas tradicionais, chamadas de kimonos e yukatas. Os kimonos eram mais usados no inverno, e os yukatas, no verão. 

— Interessante. No reino de Hokkai, as vestimentas tradicionais lá têm esse mesmo nome.

— Como você disse. Hokkai é uma versão do Japão nesse mundo.

— As semelhanças são grandes. Estou ansiosa para amanhã. A festa da colheita é incrível!

— Estou curioso para saber como é. 

— Você vai adorar!

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