Volume 3 – Parte 3
Capítulo 83: História da Espiga

As memórias regressavam, frescas até demais.
O som dos tiros, explosões, gritos e passos apressados contaminavam seus ouvidos.
Se esforçou para se reerguer dos escombros perto das escadarias principais, onde lembrou-se de estar antes de tudo escurecer de repente.
— Vamos...! — Era um grito, mas soou distante graças ao baque pelos sentidos. — Alice! Alice!!! Levanta, a gente tem que correr!!!
Os olhos âmbar se abriram por completo, um deles coberto por sangue que escorria de um profundo corte acima do supercílio.
Assustada, encontrou a imagem da garota que tentava lhe puxar com todas as suas forças.
Seu curto cabelo castanho-escuro tinha sido recheado de terra e poeira. As vistas, de tonalidade semelhante às da derrubada, estremeciam tanto quanto os dentes unidos pelo desespero.
Soltou gemidos arranhados, à medida que caçou forças de lugares inimagináveis em prol de puxar a jovem recém-desperta.
Com o avanço dos segundos, essa recebeu o retorno dos sentidos corporais. A mente embaralhada passou a reunir os fragmentos perdidos e conectou tudo num enorme quebra-cabeça.
Lembrou-se da razão de estar ali, caída, à frente de diversos corpos ensanguentados.
Logo ao contemplar o cenário catastrófico, teve vontade de regurgitar o lanche da tarde, mas segurou-se na iminência da exasperada companheira, que lhe agarrou os braços e a chacoalhou.
— Alice, temos que ir! Você ‘tá bem!? — esbravejou a garota.
— Grace... — mussitou, desnorteada. — Eu sei... me desculpa...
— Você foi pega numa explosão, garota! Não precisa pedir desculpas. Vem, eu ajudo!
Grace passou o braço esquerdo da garota por trás de seu pescoço e, enfim, a levantou.
O longo cabelo da ferida também se tinha sido emaranhado em terra e pequenas partículas rochosas, provenientes dos destroços.
Com a respiração arfante, tratou de olhar para o caminho adiante, vazio.
— Podemos sair pela biblioteca — disse a astuta. — A maioria dos alunos foi por lá, mas acho que a gente não tem...!!
— O que aconteceu... com a Emily... e o Martin?
À indagação da debilitada, a mais velha balançou a cabeça em negação, lhe despertando uma ânsia estranha.
Fez questão de segurar o próprio peito, no intuito de controlar a torrente emotiva que a dominou aos poucos e fez suas pernas tremerem novamente.
Sem trocar novas palavras, recomeçaram o progresso necessário a favor da fuga.
Passaram por alguns corredores silenciosos — onde também jaziam corpos de universitários e soldados misteriosos — até alcançar a área do campus, no início dos elevadores.
Foi onde o acidente de mais cedo aconteceu, pensaram. A partir daquele ponto, Alice conseguiu postar-se sozinha, apta a seguir sua irmã sem precisar ser carregada no processo.
Levemente mais confiantes para a sequência do trajeto perigoso, foram pegas de surpresa pelo destino.
Três alunos unidos passaram logo adiante, na direção do auditório. De súbito, um deles parou para pegar o celular derrubado no solo cercado por detritos da colisão recente.
Na sequência, um soldado surgiu e mirou em sua têmpora. Foi tudo tão rápido que Alice quis gritar, mas Grace tampou sua boca e a conteve.
Os outros dois correram em disparada, enquanto a salva de tiros quase os acertou.
Mais dois homens de preto atravessaram a passagem atrás da dupla, enquanto o baleado já não mais resplandecia em vida; a cabeça foi estourada, levando seus miolos a espatifarem-se pelo solo.
Trêmulas da cabeça aos pés, as garotas engoliram em seco. A mais velha teve todo o cuidado para deixar os lábios da acompanhante livres, constatando que sua vontade impulsiva havia desaparecido.
Em lugar disso, lágrimas escorreram pela face suja de sangue.
— Por que...? — Empenhou-se a completar. — Por que isso ‘tá acontecendo?
— Eu não sei, mas a gente tem que sair daqui não importa como.
Grace puxou-a pelo braço e, cuidadosa, recomeçou a andar. O objetivo era o corredor mais próximo, itinerário à biblioteca.
No entanto, durante as primeiras passadas, um ruído metálico soou dos elevadores.
Elas não desejavam, mas interromperam o avanço e viraram a atenção ao transporte do centro. Dali saiu um rapaz, rastejante, ainda atabalhoado por conta do impacto sofrido.
Nenhuma delas acreditou que ele deveria estar dentro da máquina no momento da queda. E saiu vivo.
Ficaram incrédulas e fascinadas ao mesmo tempo, enquanto o jovem cacheado encontrou o rapaz recém-assassinado logo adiante.
Esse período lhes custou o inimaginável; outro homem de capacete surgiu pelo trajeto que tinham acabado de atravessar, já mirando sua metralhadora na dupla.
Alice esgazeou as vistas, mas foi empurrada por Grace na hora dos disparos.
Essa saltou como pôde, mas acabou atingida na hora e capotou no chão, chamando a atenção do estupefato rapaz à frente.
— Mana!!! — Alice gritou, mas a mira já estava travada em sua cabeça.
Quando se deparou com o fim da própria vida, um pedregulho voou contra o torso do soldado e o fez voar alguns metros, largando a arma no solo.
Paralisada, a garota virou o rosto e o viu caminhar em sua direção, com o braço estendido e a mão aberta; debaixo da franja suja, uma luz branca se proliferava no espaço.
Ele levantou o fragmento da rocha e a derrubou sobre o tórax do homem de novo. Dessa vez, certificou-se de que ele havia perdido a consciência, ao ver seus braços e pernas derramarem no plano.
O cintilar da testa desapareceu, à medida que abaixou o braço cheio de cortes leves.
— Pega sua irmã... e sai daqui — murmurou sem emoção na voz, somente um ruído rouco que estremeceu o peito da garota.
Sem ter o que dizer, ela assentiu com a cabeça, foi até Grace e a pegou da mesma forma que foi carregada mais cedo.
A garota seguia acordada, mas sofria por conta do sangramento que encharcou a blusa clara na altura das costas.
Seus pés não se moviam, portanto, a mais nova precisou arrastá-la como pôde pelo trajeto, deixando o misterioso cacheado para trás.
Contudo, parou antes de virar a passagem à frente, ergueu a cabeça e questionou ao olhar por cima do ombro.
— Qual é o seu nome!?
O garoto, também já de costas e abrindo distância, findou o avanço e virou-se pela metade.
— Norman... Norman Miller.
E regressou ao avanço do auditório.
Alice abriu a boca, mas não foi capaz de entoar algum agradecimento. Ao vê-lo desaparecer da linha de visão, girou e continuou a fuga com sua irmã baleada.
Quando tudo aquilo acabasse, prometeu consigo que o encontraria mais uma vez e, então, prestaria sua gratidão.

Após a tragédia na universidade, a família de Alice e Grace se mudou para outro estado, o que impossibilitou a promessa.
Com tudo mais calmo a partir de então, a primeira começou a ponderar cada vez mais sobre a experiência recente.
“Ele usou... magia?”, sempre se questionava ao remeter àquele momento, no qual o rapaz cacheado pareceu controlar um pedregulho com a mente.
Isso sem contar o estranho cintilar branco, que jurava ter visto acender em sua testa...
— Alice? Alice!? — A voz distante a puxou, aos poucos, de sua profunda introspecção. — Alice!! ‘Tá me ouvindo?
Num susto, a jovem despertou.
Estava debruçada sobre uma mesinha próxima à cama onde sua irmã repousava, recheada de fios interligados a bolsas de soro, vitaminas... e aos seus braços.
— Foi mal, mana... — Coçou a cabeça, abaixo do rabo de cavalo que alcançava metade do pescoço. — Só ‘tava pensando... de novo.
— Sim, de novo. ‘Tá assim faz um bom tempo, né?
Acuada pelo timbre repreensivo da mais velha, a alva assentiu com a cabeça, lhe encarando de soslaio com certa timidez.
— Meio difícil não lembrar, sabe?...
Grace encontrava-se coberta dos pés ao peito, olhando para o teto mesmo durante a troca de palavras com a semelhante.
Sua face era tão pálida quanto costumava ser. Os olhos âmbar não brilhavam naturalmente como deveriam.
Em paralelo à cama espaçosa, diversos móveis com remédios podiam ser vistos.
Uma cadeira de rodas descansava, adjacente ao banco onde Alice estava, diferente das muletas jogadas no canto do cômodo, como se nunca mais fossem ser necessárias.
Também contemplativa em sua própria cabeça, a imóvel fechou as vistas obscurecidas pelo próprio sofrimento e respirou fundo.
— Podemos ir agora? — questionou, a fim de quebrar o silêncio criado por si.
A mais nova assentiu, forçando um sorriso aprazível.
Sozinha, retirou algumas das agulhas em seus braços, deixando somente a do soro.
Com todo cuidado, lhe retirou da cama e colocou-a sobre o assento móvel, que começou a conduzir pelas hastes horizontais na traseira.
Depois de avisarem seus pais que iriam sair, deixaram a porta da residência e começaram a passear pelo quarteirão.
O ar fresco sacudia os fios rebeldes de seus cabelos.
Solitárias na região de pouca movimentação durante o entardecer, prosseguiram até a praia nas proximidades do pequeno bairro.
Ali, o vento se espalhava tão intenso quanto na área urbana, trazendo o odor da ressalga a seus narizes.
Como era de costume, foram até o final da orla, onde tinham acesso a uma região ampla de subida, semelhante a uma colina.
Dali podiam contemplar o pôr do sol em sua plenitude, o cenário mais bonito da pacata cidadela.
Permaneceram quietas, cada uma tomada por respectivas divagações, durante todo o período em que a estrela da vida se escondia detrás do tapete aquático.
Quando os primeiros pontos pulsantes começaram a surgir no céu escurecido, Grace levantou o rosto dominado por pesar e, enfim, voltou a desatar a nova corrente silenciosa:
— Será que tive sorte... ou azar?
À pergunta, mussitada contra o vento frio do mar a alguns metros de distância, Alice abaixou a cabeça. Abriu a boca para dizer algo, mas recuou e pensou melhor.
— O que quer dizer com isso?
— Você ia dizer “sorte” e desistiu, né? — A cadeirante sorriu. — Não pode esconder de mim. Conheço todas as suas manias, mesmo sem precisar olhar nos seus olhos, irmãzinha.
— Aí não vale... — Desviou o olhar, encabulada.
— Não precisa responder algo que ache que vá me deixar melhor. É um pouco impossível lidar com isso sem poder usufruir do meu próprio corpo. — Estreitou as vistas, na iminência de segurar lágrimas que vinham em profusão. — Acho que eu diria o mesmo que você, no fim... O preço que paguei para te salvar não me deixa arrependida, nem um pouco...
Alice desejava falar algo como “não precisava disso”, mas preferiu abster-se em quietude.
— Sabe, acho que não me arrependo de nada que fiz na vida até aqui. — Olhou para o topo, mais uma vez, ao continuar: — Tem sido uma boa vida. De verdade...
A cada desabafo da irmã, Alice sentia-se mais coberta por um calafrio indescritível na espinha — ciente de que não era proveniente da brisa marítima.
— Desculpe, acabei pensando alto demais, né? — Projetou outro sorriso, esse tão forçado quanto os anteriores. — Podemos voltar? Estou ficando cansada e com frio...
Perante o pedido um tanto embargado da tetraplégica, Alice assentiu sem proferir qualquer sílaba e passou a conduzir a cadeira móvel ao retorno da orla.
Quando retornaram ao princípio, a região sucedida ao quarteirão onde moravam, o brilho das estrelas tornou-se um espetáculo no céu.
Ao chegarem em casa, receberam um jantar completo feito por seus pais, que sempre tentavam animá-las — principalmente a incapacitada.
Após a confraternização diária que tinham, as duas seguiram ao quarto especial da mais velha.
Alice escovou seus dentes, trocou sua roupa e a deitou na cama, recolocando as agulhas com as vitaminas necessárias para seu corpo vegetativo nas veias.
— E então, quer ver algum filme? Ou TV? — perguntou ao passo que ajeitou a coberta dupla, para livrar o corpo sensível dos resquícios da friagem.
— Hm... não, não precisa — respondeu, um pouco soturna.
— Então quer descansar? Tudo bem, vou indo pro meu quarto. Qualquer coisa me chama, ‘tá?
Quando terminou de ajeitá-la no móvel e assentiu ao aceitar seu pedido camuflado, deu a volta em direção da saída, onde já mirava o interruptor próximo à porta para apagar as luzes.
Grace ficou quieta até ela tocar a maçaneta, mordendo os beiços enquanto sentia uma torrente calorosa lhe dominar por dentro.
Era uma das únicas sensações possíveis enquanto naquele estado, afinal...
— Espera, Alice. — O chamado repentino a fez regressar seu foco, de encontro com o semblante cabisbaixo da acamada. — Quero que me faça um favor, antes de ir.
A caçula desistiu de seguir adiante, sem sequer ter apagado as luzes ou aberto a passagem de madeira.
Retornou a passos curtos, com certo receio ao contemplar a cabeça baixa da irmã.
— O que foi? — Cerrou os punhos ao perguntar.
Passado um curto período de taciturnidade, as primeiras lágrimas surgiram, escondidas pela penumbra da franja penteada.
— Eu não me arrependo mesmo, sabe?... Mas não sei o que fazer.
Ao sentir o peso daquelas palavras, remoídas por um sentimento inevitável, a jovem voltou a se sentar no banco ao lado da cama.
— Por que... ‘tá falando assim?
— Eu não vou resistir por muito tempo. E estou sendo só um peso pra você e pros nossos pais. — Fechou os olhos, deixando que os fios úmidos escorressem sobre as bochechas. — Sei que o acidente não tirou só meus movimentos. Sei que os problemas são maiores do que vocês conseguem cuidar... e do que eu posso lidar.
— E-ei...
— ‘Tá tudo bem, irmãzinha. — A interrompeu, na iminência de enxergar o pranto também tomar conta dela. — Eu já disse que não me arrependo de nada, não foi? Pude te salvar... não tem felicidade maior do que te ver saudável no meu lugar. E por isso, eu sei que posso ir sem medo...
— Ir?...
Fez-se um novo período de silêncio, o suficiente para que Alice assimilasse o significado daquelas palavras jogadas ao ar novamente.
— É só aumentar a dosagem do soro... — Grace riu entre as palavras. — Li uma vez... que isso serve como morfina. Então, vai ser indolor... eu juro.
— Não!... — Levou as mãos à boca. — Não posso fazer isso...
— Não se preocupe, Alice. Não é culpa sua. E quero que nunca sinta que seja. Nem mesmo isso... — Virou o rosto com dificuldades, até enxergá-la completamente. — Você só vai... me livrar dessa dor que não posso carregar. E, também, quero que a vista do pôr do sol de hoje, junto com você, seja minha lembrança eterna. Por favor... pode realizar... o último desejo... de sua irmã?
Posta contra a parede, a garota levantou-se da cadeira e balançou a cabeça para os lados com as mãos sobre a face tomada por lágrimas.
Ela não queria fazer isso, em hipótese alguma a deixaria desistir tão fácil assim.
Porém, como se fosse puxada por fios invisíveis, ela esticou o braço até a bolsa de soro. O cérebro assertivo conflitou com o coração negador e o sobrepujou sem dificuldades.
Sabia que a irmã não teria tanto tempo de vida. Sabia que toda aquela situação, sem possibilidade de reviravoltas, se arrastaria a um fim ainda mais doloroso.
Por isso, seguiu à risca o desejo racional, acima do desejo emocional. O polegar aumentou a dosagem do soro, como fora requisitado pela acamada.
“O qu...?”, entrou em choque consigo mesma.
Não sabia mais o que pensar...
E ao ver aquela ação ser realizada, pôde respirar aliviada, à espera do melhor fim possível para si.
— Obrigada... — disse a uma Alice incrédula, ainda tentando entender o que tinha feito. — Eu te amo, Alice. Viva uma boa vida, ‘tá?
Alice não conseguiu dizer mais nada, em detrimento dos potentes soluços que morriam nas palmas estremecidas.
Lentamente, os olhos âmbar de Grace se fecharam..., para nunca mais despertarem de novo.
Uma dor lancinante tomou conta do peito da caçula, que sentiu a vontade de regurgitar todo o jantar de uma vez.
Sucumbiu com os joelhos no piso de madeira e ali permaneceu, perdida em intensas divagações.
“Eu fiz isso... eu fiz...”
Incontrolável naquela posição, recebeu uma pontada agonizante ainda mais forte na altura do abdômen. Abaixou a cabeça, como se para esconder-se num casco inexistente.
Jazia gravado em suas memórias; os bons momentos, os maus momentos e aqueles momentos. E se repetiam efusivamente, como fitas que rebobinavam sem qualquer controle.
Até que o cintilar branco-azulado surgiu da área dolorosa, iluminando todo o cômodo. Vozes desconhecidas sussurraram por sua mente, levando-a à beira da loucura.
No fim, imagens estranhas ganharam vida. Figuras turvas num cenário estrelado, frente a frente, pareciam dialogar.
Diante da cena incompreensível, arregalou as vistas ao reconhecer a identidade de uma daquelas pessoas.
O cabelo cacheado jamais poderia ser confundido, assim como o semblante fechado que parecia externar tanto sofrimento quanto ela.
Como se abrissem sua mente e introduzissem informações de maneira forçada, ficou a par de boa parte dos acontecimentos presenciados.
E então, num simples piscar, ela voltou a despertar nas lamúrias do ato cometido para com sua, agora, falecida irmã.
Embora afogada no desespero, sentiu uma chama inédita acender em seu peito.
A luz regressou aos marejados olhos âmbar, lhe direcionando a um novo desejo, construído nas miríades do respectivo coração.
— Eu vou viver — mussitou, enfim respondendo às palavras finais de Grace.
Pelo desejo final de sua irmã, ela não desistiria da vida que ela tinha orgulho de ter salvado...

— Eu fui a responsável por tirar sua vida... — Encarou as próprias palmas, abalada à medida que prosseguia ao fim da história. — Ela se foi sorrindo... parecia feliz por mim. E foi assim que eu me tornei uma marcada. Foi como se, ao ganhar o símbolo e os poderes, eu ficasse ciente de tudo, mesmo sem saber de nada.
— Escolhidos naturalmente recebem os fragmentos de memórias ao despertarem suas marcas. — Lúcifer se pronunciou, encostado em um dos pilares. — É uma experiência singular, o que prova que todos estão conectados. Como tudo já estava encaminhado ao seu fim, você acabou ficando a par dos acontecimentos que construíram o caminho.
Norman era o único dali que não sabia como era a tal sensação, já que tinha sido induzido a se tornar um marcado, de acordo com a própria Layla.
Ao encarar Bianca de soslaio, confirmou a veracidade das informações. Ela compadecia com a situação da garota.
— Ainda é difícil... Eu deixei a casa dos meus pais e comecei a viver minha vida em busca de solucionar esse mistério... E fiquei todos esses anos tentando te encontrar, Norman. — Encarou o rapaz de semblante soturno à frente. — Você me deu uma nova chance de viver... e uma chance de me despedir da minha irmã. Por isso, eu te agradeço de novo!
Ao encarar a nova mesura da jovem, o Marcado de Altair desviou o olhar, sem saber o que dizer ao certo.
Levou os dedos ao rosto, ainda com algumas marcas das pancadas recebidas pelos palmos dela.
— Não deve se afundar na própria melancolia — murmurou em seguida, como se fosse uma resposta direta àquele gesto. — Você também consegue fazer coisas boas para os outros. Eu e minha irmã confirmamos isso!
Defronte aquela nova mensagem do destino, o garoto arriou as sobrancelhas e exalou um suspiro enfraquecido.
— Tenho certeza que sua irmã está feliz — enunciou com certo contentamento na voz. — Esteja onde estiver...
Alice experimentou a torrente cálida invadir seu rosto, a ponto de fazer as vistas perderem a compostura resoluta.
— Sim. Assim espero!...
Na iminência de permitir que as emoções escapassem, pressionou os lábios num sorriso tímido e assentiu uma única vez com a cabeça.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de A Voz das Estrelas, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história!
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