A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 3 – Parte 3

Capítulo 82: Escolhidos

Com o som do zíper sendo aberto, a claridade cresceu através das pálpebras de Judith.

Elas se abriram logo na sequência, desacostumadas ao raiar do sol, o que a fez se virar no chão e levar as mãos até a região superior da face.

Buscou manter-se inerte no sono, mas logo sentiu o ombro ser movido forçadamente.

— Acorde, filha. — Era Beatrice, que foi rejeitada no começo do gesto, mas a insistência acabou por prevalecer. — Temos que sair. Já dormimos demais, segundo a Pálida.

A jovem freira soltou um gemido de insatisfação, portanto empenhou-se a erguer o corpo habituado ao aconchego do sono.

Esfregou as vistas pesadas, com profundas olheiras, e depois bocejou. Com o tempo, passou a recuperar todos os sentidos.

Levantou-se da barraca e sentiu o calor descomunal espalhado pelo território desértico.

Tão logo começou a transpirar pela testa, o que a obrigou a passar o dorso da mão para se secar.

“Ainda é primavera... isso é intenso”, rapidamente despertou, de fato, irritada com o clima hostil.

No entanto diferente de si, a pequena estrela parecia bem-disposta sob a manhã ensolarada.

Como sempre, ela encarava o céu da coloração de seus fios a caírem sobre os ombros.

Poucas nuvens flutuavam na extensão. Não havia sinal algum de chuva a caminho.

— Oh, bom diiiia! — A cerúlea percebeu a saída da menina, ainda um pouco desnorteada. — Vamos lá, vamos lá! Estamos bem pertinho!

A Marcada de Acrux escutou aquilo e, por um instante, encarou a distância elevada até a cadeia de colinas no horizonte.

— Chama isso de pertinho?... — Apontou ao amplo trajeto, mas a criança a ignorou de tão eufórica.

Enquanto isso, Beatrice ajeitou as camas improvisadas dentro da barraca, embora não precisasse fazer isso.

A filha pensou em dizê-la, mas tinha consciência de que nada adiantaria. Portanto, deu de ombros e resolveu acompanhar as passadas eufóricas da entidade especial.

A genetriz observou-as abrindo distância, mas não deixou de ajeitar toda a bagunça originada por elas durante a última madrugada de sono.

Depois de finalizar os afazeres, assentiu consigo e deixou o abrigo de lona para juntar-se às duas na liderança do trajeto.

Em silêncio, prosseguiram por grande parte da manhã naquela toada. Judith usava o poder de criação incontáveis vezes, a fim de se hidratar a cada dez minutos.

Mesmo com o sombreiro criado por seu Áster ajudasse a proteger se rosto do sol, já sofria alguns sintomas de insolação. O percurso começou a ficar bastante turvo, o que a fazia piscar mais celeremente.

Daquela forma, não aguentaria mais originar garrafas d’água e tampouco andar. Precisava tomar um banho, com urgência, se refrescar além do interior.

Em breve estaria no chão e se tornaria parte da extensão de areia; talvez um cacto até pensou com sarcasmo.

A Marcada de Capella observava as reações da garota, cada vez mais cansada, então pensou em fazer algo para aliviar aquele sofrimento extremo causado pelo calor.

Em suma, não encontrou qualquer forma de motivá-la a superar tamanho obstáculo, o que a deixou acuada.

Mesmo após três anos, ainda sentia dificuldades para adotar um modo de se comunicar com ela sem que o ódio do passado viesse à tona através de atitudes ou palavras.

E assim, novas manhãs, tardes e noites se passaram — três ao total. A cada novo alvorecer, Judith sentia estar perdendo partes de sua alma.

Caso passasse mais um dia sequer naquele estado, podia declarar o fim das forças restantes.

Entretanto, a persistência valeu a pena.

No limite da quarta manhã, bem próximo ao início da tarde, as três atravessaram a estrada isolada daquela região, onde carros passavam de hora em hora.

— Podemos ir por aqui! Vai ser mais rápido!

Graças ao extremo desgaste, a Marcada de Acrux já havia perdido a noção de proximidade com os relevos aglomerados no horizonte.

Sequer notou que, a partir do chamado de Pálida, passou a ser conduzida por sua mãe, firme e forte no objetivo.

Passados alguns minutos da travessia, o trio adentrou uma região de mata aberta.

Aos poucos, o clima começou a mudar, trazendo uma brisa fresca proveniente de um pequeno riacho que cortava o outro lado do trajeto.

De forma gradativa, seus sentidos foram sendo reestabelecidos, cercada pelo som de cigarras que crescia a cada metro avançado.

A luz regressou à íris castanha, um novo fulgor de vida que se encontrou prestes a perder para o calor e o cansaço.

Com tudo ao redor mais límpido e discernível, a garota encontrou o que tanto queria, além da chegada ao escopo traçado pela pequena estrela.

Num grito de felicidade, soltou-se de sua mãe e correu sem escrúpulos até saltar no riacho.

A própria, a exemplo de Pálida, se assustou ante a repentina ação da garota, que não resistiu ao mergulho eufórico, capaz de levantar bastante água para todos os lados.

Incrédulas, as duas trocaram olhares recheados de dubiedade, enquanto a jovem regressou à superfície cuspindo um chafariz.

Sorridente como pouco se via, segurou o sombreiro no intuito de não deixar a correnteza o levar e postou-se no local mais raso de pequenas pedras e terra.

Também pouco se importou com a roupa molhada e os cachos mais pesados. Ela daria tudo para viver intensamente aquele pequeno período de deleite.

— Isso aqui... é o que eu chamo de felicidade... — Deitou o corpo de maneira a boiar na água corrente, os olhos fechados exalavam placidez em união ao leve sorriso. — Ai, que gostoso... como eu queria isso...

Enquanto se esbaldava na água gelada, Beatrice e Pálida não viram outra opção que não fosse ir à orientação dela.

— Por que fez isso? — A cerúlea questionou.

— Porque ‘tá calor demais e estamos há quase uma semana andando sem parar — resmungou de volta, sem se importar com as prováveis críticas quanto ao atraso do prosseguimento atual.

Ficaria ali o quanto fosse necessário, até que pudesse compensar tantos dias sem um banho decente.

A pequena estrela corrupiou-se e abriu distância, sem oferecer uma palavra em reclamação.

Abriu um dos olhos de maneira a fitá-la, a exemplo da Marcada de Capella nas margens de folhas secas, igualmente taciturnas com relação a seu comportamento.

Contudo, diferente do que aparentava, ela se virou de novo e, numa perfeita releitura, correu em disparada contra o riacho e saltou.

Judith se assustou e tentou afastar o corpo, mas era tarde demais. O impacto da estrela com a água foi tão forte quanto o anterior, lançando ainda mais líquido pelo ar.

Beatrice precisou proteger o rosto dos respingos que caíram sobre si, contente com a resposta positiva da menina.

Quando a pequena chuva cessou sobre sua cabeça, ambas surgiram jogando jatos d’água para fora da boca.

No fim, a Marcada de Acrux não se aguentou em soltar gargalhadas divertidas ao vê-la repetir sua escolha.

Dito isso, só havia um detalhe que a escolhida do Cruzeiro do Sul fez questão de pronunciar:

— Não vai entrar?

Sua mãe chegou a erguer as sobrancelhas e afastar os lábios delicadamente, ao ponto de sequer perceber essa reação.

A emoção tomou conta de seu peito, destacada por uma torrente calorosa que fez o coração bater mais rápido.

Aquilo a fez projetar um sorriso afável, enfim.

— Talvez um pouco...

Tentada a também purificar o corpo depois de tanto tempo, a grande freira deixou a timidez de lado e uniu-se às garotas.

O momento único as permitiu esquecer todos os problemas.

À medida que a jovem brincava com a pequena estrela, jogando água em seu rosto e tentando puxá-la para o fundo pelos pés, a mulher repousou solitária na beirada do rio.

Exalou suspiros deleitosos ao sentir a temperatura fria do líquido corrente. De súbito, foi atingida por um jato d’água no rosto, o que a fez perder a respiração por alguns segundos.

Ao abrir os olhos, encontrou a face arteira das crianças, uma tentando pôr a culpa na outra.

Sorriu com escárnio, a ponto de ser acometida por um tique nervoso sob a vista esquerda.

Em retruca, usou um dos braços a fim de lançar o máximo de água possível contra ambas, que sofreram com o disparo e caíram para trás.

Ao regressarem à superfície, iniciaram a guerra de jatos líquidos acarretadas pela força das mãos e dos braços.

Entre risos e pequenos afogamentos, as três gastaram metade da tarde ali, sem nem perceberem.

Após se darem por satisfeitas, deixaram o riacho e retiraram suas roupas molhadas.

Entrou em ação, mais eficaz do que nunca, o Áster da Marcada de Acrux. Ela criou roupas novas, do tamanho certo para cada uma, secas e bem confortáveis.

A seu favor, uma blusa azul com rendas e manga comprida, sobre outra normal de alças acima do ombro, além de uma saia que alcançava metade das coxas e possuía babados na barra.

Para sua mãe, um grande vestido que ia até a altura dos joelhos, como ela gostava, com gola canoa e sem extensões nos braços. Para a criança...

— Faz uma igual pra mim! — Bateu as mãos ao pedir, com intenso fulgor nos olhos cianos.

Judith pensou a respeito, mas cedeu em replicar a mesma roupa que fez para si.

Portanto, Pálida também adotou o modelito dela; a diferença ia para a tonalidade alva, que combinava bastante com seu tom de pele.

Alegre com as novas vestimentas, a menina executou um giro completo com os braços abertos.

Devidamente recuperadas do calor e do cansaço, puderam regressar ao trajeto até o anoitecer.

Neste instante o oposto ocorreu; Judith estremecia de frio. A vontade de fazer um casaco cresceu, mas as três encontraram uma pequena caverna pelo caminho e decidiram estabelecer outro acampamento ali.

A jovem freira realizou o processo criativo de novo, dessa vez em prol de originar bastante lenha e outros suprimentos.

Aquecidas e alimentadas, as três deitaram e buscaram o sono, necessário para que acordassem bem-dispostas na manhã seguinte e prosseguissem no árduo trajeto até as colinas.

Coberta dos pés ao pescoço no colchão improvisado, Judith fitou o teto parcamente iluminado pelos resquícios das chamas.

Incapaz de pregar os olhos e dormir, muito em virtude da sessão instigante vivenciada mais cedo, escutou um burburinho soar da estrela ao seu lado.

Novamente ela cantarolava a música de ninar com sua boca fechada, sem entoar quaisquer estrofes. Somente o som da garganta se fazia presente, uma melodia tenra.

Virou o rosto com vagarosidade, até encará-la em sua costumeira expressão sorridente.

 Quando percebeu estar sendo observada, interrompeu a cantoria e devolveu o olhar.

A brilhante íris azul-ciano parecia irradiar um ar caloroso contra a face da marcada, incapaz de desviar a bel prazer.

— Desculpinha... eu te acordei?...

Judith levantou os lábios, numa feição semelhante.

— Não. Na verdade, ‘tava tendo dificuldades pra pegar no sono...

Pálida assentiu com a cabeça, como se no intuito de dizer que sofria do mesmo problema.

Dito isso, voltou a mirar o topo da gruta, permitindo à maraca fazer o mesmo.

Seguiu-se um período silencioso, onde somente os estalidos do fogo ao lado soaram pelo espaço.

Nesse ínterim, a cacheada levantou a mão destra, os dedos esticados na direção do teto.

— Sabe? — murmurou — Eu consigo compreender um pouco do que disse naquele dia. Mesmo tendo crenças diferentes. Por isso às vezes eu me pergunto... sobre o motivo de termos sido escolhidos pra tudo isso.

A cerúlea a encarou de soslaio durante segundos, então arriou os cílios e tirou um período para pensar.

— Isso é um pouco parecido... com a pergunta que me fez quando contei sobre estrelas também serem uma forma de vida — disse, entre uma singela risada.

— Eu sei. Mas é difícil não pensar nisso. — Entrefechou as vistas. — No começo, quando o orfanato onde eu vivia com Sarah e Karen pegou fogo e só nós três sobrevivemos, eu pensei que tinha sido algum tipo de teste... Como se aquilo fosse planejado por nosso Senhor, para que pudéssemos conquistar algo maior.

Pálida a encarou, sem receber o mesmo em retorno.

Em vista disso, somente escutou seu prosseguimento:

— Mas eu ‘tava errada. Karen foi morta primeiro... depois a Sarah... — Quase pressionou os lábios estremecidos ao remeter tais instantes traumáticos. — No fim, acabei regressando ao início de tudo.

Fitou a Marcada de Capella, no outro lado da fogueira. Por estar deitada de costas para sua posição, não sabia se estava adormecida ou ainda acordada, como elas.

— Se isso for obra de nosso Senhor, do destino... ou até mesmo das estrelas... — Apertou a cruz do colar que trazia no peito. — Eu quero que isso acabe..., antes que outras pessoas sofram o mesmo.

Ela não viu, pois voltou fechar os olhos, mas o rosto de Beatrice realizou um singelo movimento ao ouvir aquela declaração.

Estava, de fato, acordada até o presente instante. Sentiu um aperto no coração, levando a mão escondida a agarrar o vestido na altura do peito.

— Vamos conseguir! — Pálida assentiu, eufórica. — Eu tenho certeza! Tudo que aconteceu até aqui não será em vão!

Graças às expectativas vibrantes da pequena estrela, a Marcada de Acrux experimentou uma torrente abrasiva subir o rosto.

Estava ciente sobre vir de dentro do corpo, ao invés da fogueira em paralelo. Entrefechou os olhos e segurou as lágrimas, estendendo a mão até a menina.

A respectiva fez o mesmo e seus dedos entrelaçaram, conectando as palmas calorosas até pegarem no sono.

Após outro dia de avanços, o grupo de Lúcifer fez uma nova pausa para passar a madrugada nas adjacências da cadeia de colinas.

Dessa vez, passeavam por algumas ruínas em meio à zona florestal que precedia a subida às formações altivas de relevo.

— Isso aqui... era uma cidade? — Bianca indagou, passando a mão nos pilares de pedra sobreviventes ao avanço do tempo.

— Na verdade, era um templo. — O esguio murmurou, encarando a maior das estruturas, que possuía algumas marcas de pentagramas desenhadas. — Aqui jazem os primeiros seguidores das estrelas. Assim como o local onde queremos alcançar, os seres desse lugar devotavam suas vidas ao desconhecido além do céu.

Todos encararam a abóbada livre de obstruções, a exemplo do homem de emaranhados azul-escuros.

— Então eles tratavam estrelas como deuses de suas épocas — murmurou Alice, encostada num sustentáculo com braços cruzados. — Oravam, oravam e oravam por respostas e nunca poderiam as alcançar. Daí, morriam sem ter acesso às respostas que temos hoje. E mesmo assim, ainda não temos a resposta pra tudo...

Todos direcionaram a atenção à Marcada de Spica, desprovida do habitual sorriso.

Defronte a dupla em sua companhia, o único silente até então avançou três passos na direção da jovem de cabelo ondulado.

— ‘Cê parece bem impactada com essa história.

— É claro. Porque, assim como eles, é possível que nós sigamos o mesmo caminho. — Reabriu um sorriso arteiro.

Norman estreitou as vistas, sem tanto pudor quanto de costume ao dialogar com aquela estranha.

No entanto...

— Então, o que acha de seguir esses sentimentos e me responder uma coisa?

A Marcada de Deneb e o homem misterioso não compreenderam muito bem o intuito de Norman.

Mas, a questionada somente projetou de volta o tênue sorriso recheado em plena segurança.

— Pode dizer. Sou toda ouvidos.

 Fez-se um instante de silêncio antes do rapaz entoar:

— ‘Cê disse que queria me encontrar. Eu acho que entendi o que queria dizer. — Ao vê-la tremer as sobrancelhas, aproveitou para completar: — A gente já se viu antes, não é?

Um instante de silêncio se formou, fazendo com que o uivo da brisa de pronunciasse ao redor do quarteto.

— Então se lembrou? — Ela torceu uma das sobrancelhas.

— ‘Tô me esforçando pra isso... — E ele contorceu as suas, claramente incomodado.

Ao ver que ele não estava de brincadeiras, Alice desencostou de um dos pilares sobreviventes ao tempo e relaxou os braços — até então cruzados — ao lado do corpo.

— Eu não te culpo por isso, na verdade, já que eu mudei bastante minha aparência. Só queria te ver tentar um pouquinho, por isso fiquei feliz. — O sorriso dela se tornou mais brando, apesar do olhar afiado. — Do que mais se lembra?

— Lembro que foi... naquele dia. — Abaixou a cabeça, a fazendo engolir em seco. — E ‘cê ‘tava com outra pessoa...

À nova indagação, a Marcada de Spica, acuada, cerrou os punhos e abaixou a cabeça, de maneira a fazer a penumbra de seu cabelo cobrir metade das vistas âmbar.

— Eu... — Agora, ele que cerrou os punhos, tomado por uma dor insólita ao recordar com clareza. — Te salvei.

Então, após mais um intervalo de quietude, de Bianca e até mesmo Lúcifer espantados com o desenrolar repentino...

Alice soltou uma risadinha presa, chamando de volta o olhar consternado do garoto.

— Acho que não tenho mais porque esconder... — Ela, de olhar cabisbaixo, realizou uma mesura ao inclinar o corpo. — Por todo esse tempo, eu quis te agradecer por ter salvado a minha vida, Norman. E queria adiantar que tudo que aconteceu após isso não é, de forma alguma, culpa sua. Porque se não fosse por você, eu não estaria aqui. E, também..., não poderia ter passado mais tempo com a minha irmã.

O sorriso dela tremulou de forma intensa, num empenho para esconder o embargo da voz emocionada.

Pela primeira vez, toda a austeridade — que soava até como arrogância — dela tinha derretido em um semblante de pura comoção.

E, perante todos os olhares atentos, voltou a se postar ereta.  Os olhos brilharam como se fossem faróis dourados em destaque no epicentro da escuridão.

— Vou contar... como me tornei uma marcada.

Mais uma vez, só a brisa fria se pronunciou pela região silenciosa.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de A Voz das Estrelas, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história! 

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