A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Parte 2

Capítulo 36: Na Alegria e Na Tristeza

— Amor!! Amor!! Corre aqui, rápido!!

Catherine gritava, saltitante e com um sorriso alargado no rosto.

— Cathie? O que foi!? — Na cozinha, Marcel gritou em questionamento.

— Vem cá logo!! Vem ver!!

Eram cinco meses atrás...

— O que foi, meu bem!?

Aos chamados da mulher, ele nem tirou o avental todo sujo ao correr pela casa.

Sequer largou o facão e a cenoura, carregados um em cada mão, até alcançar a escadaria.

Subiu os degraus de madeira apressado e, ao chegar no quarto de onde os gritos vinham, observou a esposa de costas.

Remexendo o ondulado cabelo, amarrado num coque sobre a nuca, o encarou por cima do ombro.

Ele não compreendeu muito bem o motivo da repentina algazarra, mas a ver pelo rosto enrubescido dela, chutou que deveria ter algo escondido à frente do corpo virado.

Enquanto ela não dizia nada, como se o induzisse a adivinhar a razão da intensa alegria, ele ergueu uma das sobrancelhas e aproximou-se com passos curtos.

— Não me assusta assim, querida. Me conta logo o que aconteceu?

— Tenta acertar! — Ela fechou as vistas, inclinando a cabeça.

— Eu ‘tô fazendo o almoço, meu bem... vamos, fala logo, fala. As coisas vão queimar no fogão.

— Hmpf! Sem graça! — Apesar do beiço inclinado pelo fim da brincadeira, ela enfim girou o corpo e mostrou o que tinha em mãos. — Tcharam!!

A caneta branca tinha uma das bordas de coloração rosada, onde um indicador esverdeado no meio chamou a atenção do marido.

De braços pêndulos, as mãos enfraquecidas prestes a largar os objetos carregados, ele caminhou mais algumas vezes.

Levou os olhos arregalados na direção do pequeno vidro central.

Ao ler o resultado, enxergou duas faixas levemente avermelhadas, uma acima da outra.

Durante alguns segundos de puro silêncio, buscou as brilhosas vistas avelãs da esposa, a fim de confirmar o que estava vendo.

Ela manteve a quietude, mas a expressão radiante foi suficiente para arrancar suas primeiras palavras depois do testemunho.

— Isso é...? — Apontou o indicador ao objeto. — Você... você ‘tá...?

— Uhum! — Ela assentiu com a cabeça, feliz da vida.

Frente a confirmação absoluta da mulher, Marcel experimentou a vertiginosa queda de pressão, o levando à quase perda de consciência.

Dessa vez não evitou a queda tanto da cenoura quanto do facão, levando os braços a se envolverem em Catherine.

Em silêncio, afundou o rosto estremecido na lateral do pescoço dela, que só aceitou o gesto afetuoso e se deixou levar pelo momento.

Lágrimas brotaram no canto dos olhos, até verterem pela extensão do rosto avermelhado.

Sem se importarem com mais nada, nem mesmo a comida no fogão, marido e mulher aproveitaram o momento de conquista, abraçados...

— Meus parabéns!! São gêmeos!! — A doutora ofereceu a informação aos dois, à frente da tela que mostrava a imagem da ecografia.

Deitada na cama, conforme segurava a mão do homem sorridente, Catherine reagiu boquiaberta.

Suas sobrancelhas, erguidas ao limite, eram pleno espanto.

— Isso é incrível! — Marcel encarava o casal de bebês ao alcance dos olhos. — Ei, olhe só, Cathie! Tenho certeza que eles serão lindíssimos, e...!

A voz do marido se perdeu quando encarou as lágrimas silenciosas da futura mãe, incapaz de desgrudar os globos, de íris raras, do aparelho.

Tão contente pela mulher quanto por si mesmo, a envolveu num abraço na altura do pescoço, fazendo seus rostos se tocarem.

— Gêmeos... Eu sempre quis gêmeos... — ela murmurou, ainda perplexa pela ótima notícia recebida. — Obrigada, Deus... Muito obrigada!...

Os dois permaneceram, até a doutora especializada divulgar os outros resultados do exame.

Não durou muito para que pudessem pegar seus pertences e se despedirem, com a promessa de retorno a fim de análises sequenciais.

Deixaram o hospital e foram recebidos pelo clima fresco da primavera, onde as flores desabrochadas situavam-se no auge da temporada.

Caminhando pela rua de fluxo considerável no centro da cidade, adentraram o metrô no intuito de voltarem para casa.

— Gêmeos, hein?... — Marcel piscava as vistas, maravilhado. — Será que são dois meninos, ou duas meninas? Ou então um casal!? Nossa, eu adoraria um casal, confesso. O que você acha?

— Não sei... Também não acho uma má ideia se vir um menino e uma menina, mas... — A mulher encarou a barriga levemente crescida e a acariciou com cuidado. — Aconteça o que acontecer, esses dois serão muito amados por nós.

O marido projetou um leve sorriso ao unir sua palma sobre o dorso da mão da esposa.

Em seguida, desceram as escadarias até alcançarem a bilheteria, onde compraram suas passagens.

— E também precisamos pensar em nomes! — Ele ergueu o indicador livre após passar pela catraca.

— Eu tinha pensado em Charlotte, caso seja menina. Se forem duas, a outra poderia ser Caroline! — A mulher sorriu de forma arteira.

— Nomes com suas iniciais, é? Se for assim, eu escolheria Mason ou Michael para os meninos.

— Michael? Mason!? Não, nada disso, seria melhor algo tipo... — Executou uma pausa pensativa, até receber a luz mental. — Christian ou Charles!

— Você quer que todas as opções tenham sua inicial, meu bem!?

Após divergirem entre os nomes escolhidos, a dupla não resistiu em soltar risadas divertidas enquanto esperavam pelo transporte subterrâneo.

Não demorou muito até ele chegar na estação onde estavam. A velocidade decrescente, ainda assim, foi capaz de criar uma corrente de vento sobre eles.

Quando o metrô parou e as portas abriram, o casal esperou a saída de alguns passageiros para entrarem juntos a outras pessoas que ali aguardavam.

Não demorou muito até chegarem na parada desejada. Animados por conta da mágica sequência de acontecimentos, não deixavam de se entreolharem maravilhados.

Subiram os degraus e chegaram a uma pequenina cidade, tomada pela natureza, onde um grande rio e uma floresta não muito extensa chamavam a atenção.

Apertando com maior firmeza a mão de sua amada, o homem respirou fundo e proclamou:

— Estamos de volta. ‘Tô com muita fome, quando chegarmos em casa vou preparar uma comidinha especial!

— Lasanha, é?

— Hehe! Em cheio, meu anjo! — Ao responder sorridente, Marcel a conduziu pela pequena rua que levava à ponte de madeira sobre o fluxo de água corrente. — Pode me ajudar com os acompanhamentos? Quero que o almoço seja beeeem farto hoje...

De repente, Marcel parou ao sentir uma fisgada aguda dominar a parte posterior de sua mão, na altura do punho até o mindinho.

— Claro que sim. — Com isso, Catherine, sem perceber sua parada, seguiu alguns passos, abrindo distância na travessia entre as calçadas. — Aliás, que tal nós fazermos...?

O que veio a seguir foi rápido demais.

A voz de Catherine repentinamente desapareceu, acobertada por uma buzina ensurdecedora de um caminhão.

Marcel viu a chegada do veículo pesado em alta velocidade rente à faixa de pedestres.

Incapaz de reagir a tempo, ele esticou a mão para tentar puxar sua mulher, alguns passos à frente.

À medida que o tempo parece se tornar cada vez mais lento, a imagem do monstro de eixo duplo desapareceu.

A escuridão foi gradativamente dominada pela luz quando seus olhos piscaram com dificuldades.

As imagens adiante, ainda turvas, não o permitiram ter um parecer imediato da situação.

Fato era que, ao recobrar os sentidos, sentiu uma dor excruciante percorrer o corpo inteiro.

Deitado na região superior da ribanceira, acima do rio, o homem enxergou marcas de sangue a tingirem parte do gramado.

À medida que a visão era recuperada, percebeu marcas de pneus sobre a pequena calçada, divisória entre o relvado e a rua.

O caminhão encontrava-se parado mais à frente.

Pôde enxergar algumas pessoas ao redor do veículo, junto com um homem com as mãos na cabeça.

No entanto a figura mais importante não conseguia encontrar.

“Por Deus... onde ‘tá...?”, desejava falar, gritar por ela. A ausência de forças somente lhe permitiu mentalizar a preocupação. “Cadê ela? Onde? Onde ‘tá...!?”

À medida que começava a ser cercado por indivíduos desesperados, alguns conhecidos e outros jamais vistos em sua vida, ele encontrou o rastro capaz de levá-lo a encontrar.

Os olhos derrubados tentaram se erguer. O tronco dolorido queria mover-se até o corpo de Catherine, numa área mais distante da queda.

Sem conseguir escutar os gritos enervados das pessoas que corriam até a desmaiada mulher, repleta do próprio sangue da testa abaixo, buscou se arrastar como podia a fim de alcançá-la.

“Cathie!... meu Deus!... Alguém... Por favor, alguém... Eu imploro!”, rangeu os dentes e contorceu os dedos, em desprezo às fraturas pelos membros rastejantes. “Salvem ela... Por favor... Salvem eles!”

Embora não pudesse transmitir os desesperados pedidos por meio da fala, aqueles que presenciaram o acidente tentaram fazer o possível.

Demorou um pouco, porém, logo as sirenes puderam ser escutadas por todos.

O repetitivo som agudo foi o último recebido pela audição de Marcel, que voltou a desmaiar na sequência.

Depois de acordar num leito, conectado a bolsas de soro e de sangue, o homem não conseguia nem piscar.

Apesar das ataduras envolvidas no corpo recheado de ferimentos extensivos, apenas um membro apresentava-se intacto; o antebraço destro.

Sem qualquer cobertura curativa, mostrou aos globos estremecidos uma imagem desconexa.

Ao invés de ferimentos habituais do acidente sofrido, uma tatuagem estava estampada ali, onde pontos escuros se conectavam e formavam um símbolo.

Incapaz de entender a razão da presença de tal marca estranha, o homem resolveu varrer as dúvidas provisórias, a fim de atender sua maior preocupação de momento.

“Cathie... Cadê a Cathie!?”, perguntava-se repetidas vezes, conforme buscava se livrar das agulhas presas às veias do braç na iminência de se levantar e sair à procura da esposa.

Contudo antes mesmo de poder deixar o quarto, foi impedido por um enfermeiro em frente à porta.

Apesar do desespero enlouquecedor, as palavras do funcionário hospitalar puderam lhe acalmar por um instante.

— Me levem... Me levem até ela...

Através da voz trêmula, o pedido quase soou como uma súplica.

Depois de ter reestabelecido o controle das emoções mais intensas, um médico especializado o visitou a fim de trocar algumas informações sobre o acidente.

Mesmo aparentando certa confusão acerca do assunto, compreendeu todas as explicações.

No fim da conversa, foi convidado a comparecer até um dos últimos andares do estabelecimento.

Ao chegar na área da Unidade de Tratamento Intensivo, pôde enxergar sua mulher, intubada, somente pelo vidro circular da porta fechada.

Incrédulo perante a imagem chocante, as palavras pesarosas do doutor chegaram...

— Ela corre pouco risco de vida, mas pode demorar alguns dias para acordar. Teve danos severos à coluna cervical, então deve perder a movimentação das pernas...

— E nossos filhos?...

À pergunta inicial, quase atropelada às palavras, o médico ficou em silêncio.

No entanto Marcel virou o rosto até a expressão cabisbaixa dele e insistiu:

— Os bebês... que ‘tão na barriga dela... O que...?

Ele sequer conseguiu terminar o questionamento que entalou na garganta, quando o homem de branco, ao fechar os olhos, balançou a cabeça para os lados.

Sem chão, Marcel deixou de enxergar ou escutar qualquer informação nos arredores.

Como não podia ficar junto à esposa internada, voltou para seu leito e lá permaneceu.

Por dias e dias, pouco se alimentou.

Dormir foi impossível.

Contava os segundos até que chegasse o dia que Catherine pudesse sair da UTI, o que também não demorou tanto quanto esperava.

No dia que enfim pôde visitá-la num quarto particular, ela estava sentada na cama, observando os raios solares ultrapassarem a janela aberta entre cortinas azuladas.

Ao trazer a atenção dela, sorridente como sempre, uma dor poderosa lhe atingiu o peito.

Ela o encarava como se nada tivesse acontecido.

Mesmo com uma faixa branca sobre a testa, o cabelo solto ao natural, que alcançava metade das costas, e alguns hematomas escondidos pela manga longa do pijama...

A mulher continuava a sorrir.

Marcel tomou coragem em prol de caminhar a passos curtos à lateral da cama.

Envoltos pelo silêncio opressor, marido e mulher demoraram a proferir qualquer palavra.

No objetivo de quebrar a barreira da apreensão, os lábios dela se moveram...

— Fico feliz que esteja bem, querido. Olhe isso que encontrei quando acordei... — Ela mostrou o mesmo símbolo do marido, em seu antebraço canhoto. — Que estranho, né? Não me lembro de ter uma tatuagem dessas...

Uma inédita pontada chacoalhou o coração acelerado do marido que, após cerrar os punhos ainda doloridos, murmurou:

— Me desculpa...

Embora suas palavras alcançassem os ouvidos da companheira, essa pareceu as ignorar por meio dos próximos dizeres:

— Eu realmente quase fui dessa pra melhor. Mas sou bem forte, você sabe disso! — Ergueu o indicador canhoto à altura do queixo. — Só que... Parece que as sequelas foram bem complexas...

E ele repetiu:

— Me desculpa...

E ela prosseguiu:

— Não consigo mais sentir minhas pernas — disse de forma risonha. — Isso é ruim, né? Infelizmente vou te dar um pouco mais de trabalho a partir de agora...

— Me desculpa!...

— Disseram que podemos ter uma esperança com fisioterapia, mas é muito difícil. Acho que fui sortuda por não deixar de sentir o resto do corpo...

— Cathie!! Eu...!!

Marcel ergueu o rosto, recheado de lágrimas.

Suas vistas brilhosas voltaram a encontrar a face ainda sorridente da mulher, mas dessa vez...

— Me perdoa, querido. Eu não pude proteger eles... — A voz embargada era corroborada pelo pranto que encharcava sua feição enrubescida. — Eu... não consegui!...

Conduzido pelo turbilhão de sentimentos lancinantes, o homem a abraçou com força, em desprezo a todos os ferimentos internos ou externos.

Sentindo o tecido nas costas ser agarrado com extrema intensidade, ele a permitiu afundar o rosto em seu peito, conforme mantinha o queixo acima da cabeça dela.

— Quem não pôde proteger eles... fui eu! — grunhiu ao aguentar os soluços sucessivos da esposa, que aparentava ter os gritos abafados por seu torso. — Eu nunca vou te abandonar... Vou te proteger até o fim de nossas vidas! Eu juro!

Com a mão sobre sua nuca, suportou todas as dores despejadas através das pesadas lágrimas que, de alguma forma, aqueciam os corações machucados.

Após perderem tudo o que mais esperavam, deveriam reunir os cacos derrubados em prol de seguirem em frente.

O juramento do casal, uma vez escolhidos, seria mais uma vez firmado naquele hospital.

Dessa vez, com certeza...

Quando o tempo pareceu congelar perante os indivíduos, Gabriel completou sua ação ao cortar o pescoço de Catherine.

Depois de fazer a limpa com a lâmina de luz, o chafariz de sangue escapou à sua frente e o corpo tombou.

Só então, dominado por uma dor inexplicável no peito, ele soltou a cabeça que, antes de cair sobre as folhas secas, foi segurada por Marcel.

De olhos arregalados, não conseguia processar a imagem vista e tateada.

Por um instante, pôde reviver toda a vida compartilhada com ela em sua cabeça.

O juramento feito naquele dia logo retornou.

Foi nesse momento que o restante da ficha caiu.

Pálida como a lua, Catherine não estava mais com ele...

— Cathie... Cathie!... Ei... Ei!... Cathie!! — Os chamados desacreditados soaram chorosos e desesperados, mas já não tinha mais esperança. — Aah... Aaaaah...!

“Estes dois”, Layla semicerrou as vistas. “Marcados de Antares... e Shaula”, reconheceu as marcas das estrelas que os escolheram.

Enquanto o Marcado de Antares sofria com a morte da Marcada de Shaula, Gabriel a lâmina e a apontou em sua direção.

Preparado para finalizar o segundo inimigo, estreitou as vistas sem pudor algum diante a cena comovente...

— Pare, agora!! — A voz de Layla o interrompeu, o revólver voltado a sua postura. — Não mova um músculo.

— Maninho... Maninha... — Bianca ergueu as sobrancelhas, surpresa pela aparição dos companheiros.

As lágrimas ainda escorriam dos olhos esverdeados.

Norman sentiu um alívio indescritível por encontrar a menina ilesa, mas presenciar o ocorrido lhe trouxe calafrios, responsáveis por fazê-lo ranger os dentes e cerrar os punhos.

“O que esse cara ‘tá fazendo!?”, depois do baque criado pela cena inacreditável, torceu as sobrancelhas ao ver o jovem que o derrotou seguir com tais pretensões.

Ao reconhecer a presença do adversário de há pouco e a responsável por ter o impedido de matá-lo, Gabriel arregalou os olhos e mostrou os dentes rangidos.

— Vocês...!!

Antecipando qualquer reação por parte dos jovens, um grito enfurecido ecoou por toda a área florestal.

Possuído pela dor extrema, Marcel Warren deixou escapar a voz que parecia arranhar os ouvidos de quem estava ao seu redor.

Nesse compasso, a marca avermelhada de seu punho irradiou um brilho poderoso.

A terra e o espaço tremularam como nunca.

O calor emitido pelos raios azulados ao redor do corpo, a estalarem intensamente como se fosse o próprio céu tempestuoso, evaporava as lágrimas que não paravam de nascer no canto dos globos de veias estouradas.

— Vou... Matar vocês! Todos vocês!!!

Rugiu como uma besta, entoando sua nova promessa em nome da falecida esposa...

Opa, tudo bem? Muito obrigado por dar uma chance À Voz das Estrelas, espero que curta a leitura e a história!

★ Antes de mais nada, considere favoritar a novel, pois isso ajuda imensamente a angariar mais leitores a ela. Também entre no servidor de discord para estar sempre por dentro das novidades.
★ Caso queira ajudar essa história a crescer ainda mais, considere também apoiar o autor pelo link ou pela chave PIX: a916a50e-e171-4112-96a6-c627703cb045

Apoia.seInstagramDiscordTwitter



Comentários