A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Parte 2

Capítulo 28: Matando a Morte

Marcel despertou após a noite intensa que compartilhou com Catherine.

Por um breve instante, sentiu um arrepio indescritível percorrer todo o corpo.

Pensou ter sido a friagem da noite sobre seu corpo, seminu, mas viu que estava devidamente coberto pelo edredom.

Através de um bocejo, pensou em voltar a dormir, pois ainda se sentia muito cansado.

Um detalhe específico não lhe permitiu voltar.

Viu que um brilho avermelhado irradiava debaixo da coberta; vinha de seu antebraço, o local onde estava a marca.

Arregalou os olhos castanhos ao se deparar com o símbolo quase pulsando em escarlate.

“Mas o quê!?”, seu sono se perdeu por completo.

Levantou do colchão quase que num salto. Quando fez isso, encontrou o mesmo padrão vir da mulher adormecida na cama.

Do seu braço canhoto, na região do punho até próximo do mindinho, estava o mesmo símbolo a brilhar em um tom mais claro, um branco de leve tons azulados.

Pensou em acordá-la, mas desistiu da ideia antes de a tocar no ombro descoberto.

Vendo que ela não tinha sido incomodada com a manifestação estranha, a cobriu com o edredom e deu meia-volta.

Pegou um roupão no cabideiro, vestiu uma calça rapidamente e partiu para os outros cômodos.

Ao fechar a porta do quarto, o cintilar estranho parou.

Cercado pela escuridão, tomou coragem por meio dum suspiro profundo e prosseguiu pelo corredor até a sala de estar.

Em meio à quietude, estranha por sinal, sentiu os zumbidos nos ouvidos. Cada vez mais intensos...

Dirigiu-se à saída da pequena casa, movendo com cuidado a maçaneta para abrir a porta.

Deparou-se com o bosque, iluminado pelo luar. Cerrou os punhos, recheado de angústia, preso por um dilema que fazia seu coração palpitar mais forte.

Por alguma razão muito distante de qualquer resposta lógica, ele sentia-se atraído para aquela região.

Queria muito voltar à cama com sua esposa. Só que de nada adiantaria, pois não conseguiria dormir em paz.

Assim, arriou as sobrancelhas tensas e resolveu investigar a fonte daquela estranheza.

Sempre olhando de um lado a outro, avançou entre os arvoredos que farfalhavam fracamente graças à brisa fria.

Quando se afastou alguns bons metros da casa, o barulho cresceu. Paralisou de repente, imaginando ser obra de algum animal que naturalmente vivia nas proximidades.

O ruído se repetiu uma vez.

E duas.

E três.

Sequencialmente as recorrências foram crescendo até se tornarem uma só.

— Entendi... você ainda não aceitou — murmurou uma voz soturna em meio aos ruídos. — E pensar que consegui atrair só um... Tudo fica mais cansativo assim.

Marcel ergueu o rosto até enxergar a silhueta sentada sobre um galho de uma das árvores adiante.

Ele, trajado em um casaco escuro e uma calça jeans de mesma cor, era quase um só com a escuridão.

Dominado pela angústia, o homem abaixou levantou a voz ao indagar:

— Quem... é você!?

— Eu sou que nem você. Só que um pouco diferente do que esperava. — O indivíduo acima do galho pareceu ter movido a mão direita. — Só uma coisa é certa, amigo. Tenho que te matar pra me tornar Rei.

— Rei... — Pareceu lembrar de algo que tinha se forçado a esquecer.

— Sabe, eu odeio me esforçar. É sempre bom quando posso mandar os outros fazerem as coisas por mim... — Criou uma bola de chiclete na boca, até ela estourar. — Esse poder... foi uma bênção.

— Do que você ‘tá...?

— Eu odeio me esforçar — reiterou, até um brilho leve nascer sobre seu rosto. — Por isso...

Era de cor alaranjada, bem na sua bochecha direita.

Os olhos pretos foram ofuscados e o cabelo raspado nas laterais com um moicano despenteado ganhou destaque, assim como os diversos piercings em suas orelhas e nariz.

No fim, ergueu a mão direita, com os dedos abertos esticados...

— Vocês também vão se tornar meus serventes.

A volta do farfalhar, ainda mais poderosa, veio com as novas silhuetas humanas surgindo de trás dos troncos.

Marcel recuou um passo instintivo, logo vendo a forma daquelas pessoas; pútridos, andando com morosidade de maneira trôpega.

A cor de suas peles, quase esverdeada, o fez estremecer dos pés à cabeça. Sem perceber, foi flanqueado por dois mortos-vivos que se jogaram em cima dele.

“Que merda é essa!? O que ‘tá acontecendo!?”, queria gritar, mas a pressão dos corpos fétidos acima de si, somado aos pensamentos efusivos, o fez travar.

Com o tempo, outras daquelas criaturas se amontoaram sobre seu corpo, o afundando mais e mais na terra.

Incapaz de se debater, Marcel rangeu os dentes, tentando evitar as mordidas daqueles dentes negros.

Morreria como um figurante de um filme de terror aleatório, sem entender nada do que ocorria.

Mas, apesar da confusão extrema, uma coisa ele compreendeu. Lembrou-se do brilho de seu símbolo, assim como o daquela pessoa.

Então, as memórias destravaram, fazendo-o remeter a uma das experiências mais bizarras que teve.

Aquilo tudo era...

— Adoro quando as coisas são fáceis... — O rapaz subiu no galho e virou-se para a direção da trilha aberta. — Agora, a outra...

Ao ouvir aquilo, Marcel arregalou os olhos.

Outras criaturas começavam a mudar o foco dele, para começarem a avançar rumo ao chalé.

Com o perigo gritando em seu peito, ele depositou toda força possível em seus músculos.

“Não...!!”, conforme quase os estourava para se libertar do monte de zumbis em cima de si, sentiu um formigamento nascer de dentro de si. “Catherine...!!!”

Com a esposa em claro perigo, ele nem percebeu que a marca do antebraço ao mindinho começou a brilhar de novo.

Aquele formigamento, portanto, se tornou energia. Se tornou eletricidade...

— Não... ousem tocar...!!! — Eletrizado por tudo, chamou a atenção do rapaz. — ... na Catherine!!!!

A luz explodiu, tão veloz quanto o estampido que veio de resíduo.

Os corpos das criaturas voaram por todos os lados, explodidas em tripas pútridas pelo espaço.

Os olhos do jovem sobre o tronco se arregalaram, num misto de perplexidade e fascínio. No fim, não seria tão fácil.

E embora odiasse coisas complicadas, ao menos sentiu certo mérito de o enfrentar de fato.

Marcel se reergueu da terra, rodeado por raios dos pés à cabeça.

Apesar do baque inicial, ele voltou a estreitar as vistas pesadas. Ciente do próprio erro, decidiu adotar uma postura ereta acima do galho resistente.

Enquanto isso, o eletrizado seguia atônito com o experimento daquela energia mística, da qual tinha controle quase absoluto.

“Isso é... poder!?”, encarou o brilho cintilante no antebraço, a coloração avermelhada destoava daqueles intensos raios branco-azulados.

O momento absorto logo esvaiu quando se lembrou da esposa em perigo na casa.

Sem se importar com o rapaz do brilho alaranjado, ele se corrupiou na velocidade do pensamento para correr até a residência.

O problema era o surgimento de novos mortos-vivos à frente de si.

— Saiam do meu caminho!...

Mesmo sem estar habituado com o poder misterioso, Marcel Warren lançou a eletricidade desbalanceada contra os obstáculos.

— É inútil... todo esse esforço.

O garoto inimigo murmurou para si, ainda com a vitória certa estampada na cabeça.

— Esses símbolos... nos dão poderes... — Catherine, agarrada ao pescoço do marido, conforme era sustentada por seus braços, semicerrou as vistas. — É estranho, mas...

— Sim. Naquele dia, foi o que ouvimos. — Naquele momento, os dois se escondiam na beira de um raso riacho que atravessava parte da floresta. — Eu achei que ‘tava maluco, mas parece que foi o mundo que ficou mais maluco...

Ofegante por conta da fuga intensa, Marcel sentou-se atrás de uma faixa de pedras altas.

— Eu ainda ‘tô confusa... — Catherine apertou as mãos. — Foi tudo tão repentino...

Não obstante, também havia sentido algo parecido antes de repelir o primeiro zumbi que invadiu o chalé. Nesse instante, memórias deturpadas a invadiram.

Lhe trazendo uma dor insólita, foi empurrada de volta à vida que já estava prestes a largar, despertando o brilho de sua marca.

Em seguida, ocorreu o evento responsável por salvá-la num primeiro momento.

Tudo isso encaixava com a saga pessoal de Marcel após despertar no meio da madrugada.

Nada estava muito claro ainda e, talvez, sequer ficaria caso tivessem sucesso em superar aquela ameaça.

Na posição que se encontravam, seria muito difícil; tinham ciência disso.

No entanto, precisavam fazer aquilo que estivesse ao alcance. Não desistiriam de lutar, como quase fizeram quando foram atacados pelos mortos-vivos no início do conflito.

— Não tem jeito. A gente vai ter que entrar nesse jogo bizarro. — Marcel encarou a própria palma, que volta e meia soltava raios fracos. — Vou usar esse poder maluco pra gente fugir daquele outro maluco. Mas sozinho vai ser difícil... vamo’ ter que fazer isso junto.

— Mas como?...

Embora tivesse feito a pergunta inicial, Catherine remeteu ao momento exato que afastou uma das criaturas.

O efeito semelhante ao utilizado pelo marido lhe entregou a resposta de antemão.

De todo modo, sentia-se insegura para tentar reutilizar algo que sequer sabia como controlar.

Isso a fez abaixar a cabeça, pensativa, os lábios prensados à procura de evitar a tremulação causada pelo temor.

Ao perceber o dilema da esposa, Marcel suspirou e voltou a se levantar, fora do alcance dos mortos-vivos despistados.

Observou o retorno da trilha com cuidado e, assim que conferiu o trajeto desejado, virou o rosto na direção dela.

— Não se preocupa, meu amor. Você só precisa tentar uma vez. Certeza que consegue. — Segurou sua mão canhota, onde carregava a aliança, com firmeza. — É só não soltar minha mão.

— Querido...

— A gente não vai morrer aqui. Se tem alguma maneira de realizarmos nosso desejo... a gente precisa lutar!

Através de um aceno silencioso de cabeça, a esposa depositou toda a confiança no sorridente parceiro e decidiu que seguiria junto dele.

Enquanto isso, o jovem marcado resolveu agir.

Embora não parasse de resmungar, no fim das contas precisava conferir a situação da dupla que buscava matar naquela batalha.

Após descer do galho onde estava até então, caminhou protegido por três mortos-vivos pela estrada de terra principal do bosque.

“A casa não deve ‘tá muito longe”, com o frio, mantinha as mãos aquecidas dentro dos bolsos do casaco.

— Queria poupar o trabalho, mas ainda sinto a energia deles por aqui — rezingou ao estourar outra bola de chiclete na boca.

Apesar do revés, tudo parecia correr a seu favor.

Numa área fechada como aquela, fez valer a especialidade de seu Áster peculiar com ataques-surpresa consecutivos.

Carregava total certeza sobre a vitória pessoal, em prol de avançar mais um passo na busca pela vitória naquela loucura de Seleção Estelar.

No fim, essa tranquilidade exacerbada foi capaz de devolver o efeito surpresa na mesma moeda.

O fluxo de energia elétrica surgiu pelo flanco esquerdo e sua reação foi até que rápida: posicionou um dos zumbis à frente, usando seu corpo para proteção.

Esbanjou agilidade, mas o monstro acabou por sucumbir depois de receber toda a corrente poderosa.

— Criaram coragem, hein?... — Abriu um sorriso sinuoso.

O brilho na face acendeu, sabendo que se tornava uma faca de dois gumes.

Ao mesmo tempo que acrescia a capacidade de controlar os monstros espalhados pelo bosque, revelava sua posição ao adversário.

Entretanto, isso deveria servir para eles.

Todo cuidado e atenção seriam necessários.

“Aquele cara já ‘tá controlando melhor o Áster”, o sorriso também se alargou. “Interessante!”

Mesmo com a vantagem quase absoluta afetada, o garoto usou isso como uma fonte de motivação para acabar com os adversários.

Tal obstinação o levou a elevar sua concentração através de todos os sentidos aos arredores.

Quando novos zumbis começaram a fechar o cerco em sua vertente, Marcel e Catherine surgiram de um dos troncos na retaguarda do adversário.

— Aí estão!! — O moicano se virou, encontrando o brilho escarlate rivalizando com o seu alaranjado.

Três criaturas entraram à frente do marcado e o defenderam da nova descarga elétrica criada pelo rubro.

Apesar do recente — e inesperado — domínio daquele Áster complexo, ainda precisava suportar o peso de carregar sua mulher com os movimentos incapacitados pelas pernas.

A dificuldade de locomoção, por conta desse fator, seria suficiente para que o rapaz pudesse cercá-los com seus fantoches.

A vitória ainda seria sua, de maneira incontestável.

Quando se afastou com passos rápidos, escondeu seu sorriso na gola alta do casaco e manteve a defensiva.

Não pretendia interromper a reunião do arsenal que tinha à disposição.

A sequência tornou-se repetitiva, até Marcel encontrar problemas com a utilização da habilidade recém-descoberta.

Com o avanço do tempo, sem adquirir nenhum resultado favorável graças à consistência do adversário, sentiu um fluxo arrepiante atravessar todo o corpo.

Isso o obrigou a interromper os movimentos durante um período crucial.

A fadiga insuportável o obrigou a se esconder atrás de um tronco que já estava envolvido por diversos zumbis.

Na área de risco extremo, precisou aguentar as dores a fim de se desvencilhar dos inimigos insanos.

De qualquer forma, não deixava de soltar a mão da esposa, protegida nos braços.

Os olhos dela estavam fechados o tempo inteiro.

Agarrada aos dedos entrelaçados entre ambos, mentalizava o evento chocante de mais cedo como podia.

Mais calma comparada a alguns minutos, graças a conversa que teve com o marido, podia identificar um fraco fluxo de energia calorosa a envolver.

“Você consegue... Você consegue... Você consegue!!”, repetiu sem parar até receber o grande sinal de Marcel, rodeado por completo e desprovido de quaisquer opções de fuga.

— Agora, querida!!

Ao escutar o grito eufórico, a paraplégica voltou a abrir os olhos avelãs.

Consequentemente, o brilho branco e azul retomou a intensidade sobre o símbolo no antebraço esquerdo.

Por meio da única experiência gravada nas memórias, esforçou-se em prol de repetir o resultado da ocorrência no chalé.

Uma pressão estranha envolveu o casal, prosseguindo com o surgimento da camada invisível, identificada só pela portadora.

A energia se espalhou mais rápida que o pensamento e causou uma repulsão poderosa sobre todos os zumbis nos arredores, os lançando para longe com violência.

Distante da zona de impacto por alguns metros, o jovem marcado reagiu espantado perante a obliteração de seus planos.

Ele não foi lançado e tampouco atingido por uma das criaturas. Mas ver de tão perto a ponto de sentir o cabelo menear o assustou.

E piorava; dada a lentidão natural de ação e reação dos mortos-vivos, levaria tempo demais para recuperá-los.

Diante disso, Marcel preparou uma nova descarga elétrica ao subir a palma aberta na direção do encasacado.

“Dessa vez ele não vai se proteger!”, tinha isso cravado na mente.

A caça se tornou o caçador em um espaço ínfimo.

E mesmo diante disso, o garoto continuou a sorrir. Viu a morte acenar para si, mas não se amedrontou a ponto de se eximir das consequências.

Contudo, no instante decisivo, os raios formados sobre a palma dominante de Marcel... explodiram contra ele mesmo.

A intensa descarga elétrica invadiu seu corpo agressivamente, o fazendo sentir uma dor colossal o corroer por dentro e por fora.

A reviravolta da reviravolta o levou a paralisar os movimentos e, em seguida, sucumbir com os joelhos na terra.

Por pouco não largou sua mulher que, assustada ante a sequência de acontecimentos, gritou por ele:

— Marcel!? Marcel!! — Aflita, agarrou-se ao roupão do homem, que estava totalmente abatido.

O garoto, por um momento, boquiabriu de assombro.

Logo retomou a postura altiva, soltando uma risada de escárnio bem fraca.

— Não me assustem assim, desgraçados.

Com a nova lufada de sorte em sua volta, ele viu a oportunidade perfeita para vencer a batalha.

Usou as energias que sobravam para recuperar as criaturas tombadas na terra.

Exalou um suspiro profundo, acalmou os resquícios de ansiedade e mirou os alvos dando sopa.

Quando avançou o primeiro passo, prestes a retomar o controle da situação através dos zumbis em processo de retomada... o cenário mudou num piscar.

Antes que qualquer um dos três escolhidos compreendesse o sumiço repentino do bosque, reposto por uma planície aberta onde a luz do luar iluminava a todos sem exceções...

— Foi divertido, senhor necromante!? — A voz feminina soou da retaguarda do jovem. — Ou eu deveria te chamar de... Marcado de Arcturus, da Constelação do Boieiro!?

O tal Marcado de Arcturus virou o rosto e observou a jovem de cabelo loiro por cima do ombro.

— É assim que chamam aqui, né!? — Ela ergueu o rosto com o indicador esticado abaixo do queixo.

Não só a localidade havia sido alterada, como todos os mortos-vivos também tinham desaparecido.

Tal evento surreal causou o apagão do brilho no símbolo abaixo da vista direita do garoto, enfim identificável para quem olhava.

O asterismo referente à constelação do Boieiro mostrava o formato de cinco pontos superiores que formavam um pentágono.

Esse descia até um sexto, o maior de todos, representando a estrela mais brilhante.

Marcel e Catherine também encontraram a misteriosa garota.

Ela sorria como se nada demais estivesse acontecendo.

— Você fez o que podia, né!? Com um Áster tão singular, explorou ao máximo suas capacidades e chegou pertinho de vencer! Por isso é uma pena... — Ela arriou as sobrancelhas e deixou o sorriso afiado. — Infelizmente, você não pode ser uma das estrelas desse palco até o fim.

Defronte as palavras descontraídas dela, o Marcado de Arcturus arquejou:

— Como é? Por acaso é uma aliada desses aí? — Apontou para o casal impotente mais adiante.

— Eu não sou aliada de ninguém, não entenda errado! Só que, particularmente... — Abriu os olhos azul-escuros. — A história deles me instiga um pouco mais do que a sua, sabe!?

— Ah, é? E eu com isso!? — Ele se virou à direção dela, abrindo os braços. — Eu vou matar todos vocês!

Pereça diante das estrelas, pobre portador.

Atravessando o esbravejo do necromante, ela estalou os dedos.

A resposta veio segundos depois, quando estacas afiadas nascerm do solo e lhe perfuraram sem oferecer oportunidade de defesa.

Sangue espirrou por todos os lados e tingiu a grama de vermelho.

Chocados perante o acontecimento desagradável, o casal sequer percebeu o semblante boquiaberto nas próprias faces.

— S-sua...!!

O jovem ainda buscou se debater, mas era inútil.

Após perder bastante do líquido escarlate, não resistiu a sequência de choques ocasionados por isso, somado às dores excruciantes...

— Perdão por isso, sim? — Depois do sorriso amigável, ela esboçou uma feição soturna em frente ao rapaz perfurado por todos os lados. — Há coisas muito mais importantes nesse jogo do que seu desejo deturpado.

E o garoto perdeu a vida sem muitas delongas...

Desinteressada na morte dele, a misteriosa caminhou a passos delicados até a dupla inerte à frente.

Aos poucos, o cenário original começou a retornar.

O desenho do cosmos acima da cabeça deles voltou a ser parcialmente ofuscado pelas copas das árvores.

O solo gramado tornou-se terra de novo. O tempo de a realidade ser retomada coincidiu com a chegada da garota perante os atônitos.

— Agora que começou de verdade, não posso mais ficar alheia a isso, né? — Tomou o campo de visão dos dois ao parar a alguns metros na frente deles. — Em breve um pronunciamento ocorrerá para todos aqueles Marcados pelas estrelas! Finalmente... a primeira fase chegará ao seu desfecho.

Depois de muito tempo só escutando, Marcel esforçou-se para empurrar da garganta entalada:

— Quem... — E sua cabeça se ergueu na mesma intensidade. — Quem é... você?...

— Ah, eu sou que nem vocês dois!! — Ela estendeu sua mão para ambos. — Podem me chamar de Stella!!

Frente a frente, o casal Warren trocou olhares dúbios antes de responderem o convite daquela que se denominava Stella.

— Eu vou ajudá-los nessa Seleção Estelar!! Que tal!?

Após conquistarem a sobrevivência ao serem envolvidos num evento tão irreal, receberiam a chance para um novo começo...

Rumo ao futuro que outrora lhes foi tomado.

Opa, tudo bem? Muito obrigado por dar uma chance À Voz das Estrelas, espero que curta a leitura e a história!

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