A Última Ordem Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 2 – Arco 1

Capítulo 43: O Coliseu Anisium

Em um lugar distante de Cyberion, com um clima fervente, quente o suficiente para fazer a visão ondular. Havia crostas de rochas vermelhas bem escuras, como pedra vulcânica, rodeadas por grande quantidade de lava que descia das cascatas à volta. As estruturas vulcânicas erguiam chafarizes de lava, com um céu extenso, sem um fim visível. Apenas uma infinidade vazia e escura. Os pequenos pedaços de pedra caíam até a lava, e derretiam instantaneamente. Este era o local antes conhecido como “Inferno”.

Neste ambiente infernal, uma criatura estava sentada no topo de um pico rodeado por lava. Adiante, a visão de um grande castelo apoiado em colunas de rochas magmáticas sobre a lava. Inúmeras rachaduras contornavam os tijolos quentes do castelo, rachaduras preenchidas com puro fogo. A criatura estava coberta por um manto negro bem deteriorado, como se tivessem o rasgado a força. Um capuz cobria completamente sua face, deixando amostra apenas um sorriso largo e macabro, com dentes afiados e pele cascuda e carmesim.

— Aka — chamou uma voz ao fundo. Era um shinigami, um tipo de demônio que habitava o inferno. Este era um espírito ceifador. — Já chegou a sua hora.

Aka não respondeu. Aka era um dos três demônios mais formidáveis de todo o inferno; os Ghouls Gêmeos. Ele era o ghoul vermelho, ocupando seu lugar no topo da hierarquia. Mas ainda assim, não tinha o devido respeito dos outros demônios. Nenhum deles se importava com a hierarquia e nem temiam uns aos outros, eram todos desprezíveis.

— Mexa-se, Aka — disse o shinigami. — Não se esqueça do que lhe foi dito em Zahrah.

Aka abaixou um pouco a cabeça, como se estivesse refletindo já há um tempo.

— Muito bem, então…

Ele se levantou, levou as duas mãos para frente, empurrando o ar. Dois aros de fogo círcularam suas mãos, e o tecido do inferno rachou. Uma onda acinzentada percorreu pelo local, saindo dos aros de fogo, levando as cores consigo. Todo o inferno ficou preto e branco, como se o tempo tivesse parado. Aka empurrou os aros para frente, e a realidade se despedaçou lentamente, com os pequenos fragmentos do inferno caindo na imensidão do vazio. Agora só restava a roxidão do espaço, com estrelas e luzes iluminando ao redor.

Aka deu um passo à frente, e a cada passo, uma onda percorria o vazio, como se estivesse andando sobre a água.

Conforme Aka seguia adiante, o tempo no espaço começava a passar mais rápido. Até que em poucos segundos, as estrelas e cometas passavam pela vista ao redor como pequenos flashes de luz, e tudo à volta de Aka ficou tão acelerado que a passagem adiante se parecia com um túnel de luzes que vinham e voltavam.

Quando chegou ao fim, o espaço se distorceu até alcançar um único ponto no meio, que era para onde Aka estava indo. O espaço foi sugado para este ponto, e quando Aka o ultrapassou também, uma nova visão preencheu o ambiente. Tudo estava brilhante, com um céu avermelhado e nuvens amarelas. Aquele era um outro plano, era uma nuvem cósmica imensa que vagava pelo espaço. Tinha o formato de uma mão, completamente vermelha com esporos dourados. Esta, era chamada de “Mão de Deus”.

No centro da Mão de Deus, Aka se via em cima de uma rodela de aço bem grande, com símbolos esculpidos nela e pilares rodeando-a. No centro, duas grandes estátuas, separadas por um arco brilhante. Uma estátua representava um anjo, coberto por um belo lenço branco bem fino, com uma auréola em sua cabeça, e asas brancas com penas de pavão. A outra estátua, representava um demônio. Pele vermelha, coberto por vestes negras e sujas. Duas caudas pontiagudas e queimadas, dois chifres negros e garras horrendas nos dedos. Tinha seis olhos na face, e caninos que saíam de sua boca.

Aa Kriish Luxaar, Thaar Noxaan, thur'esh ruum vhaal kai mokraal, i tuur'esh yaal ar vraal... Nok'esh graal al Kolisaar, shii naak uum esh rethaan... thriish daan'esh griish'aan, i thraal vii'esh traak'aan. Hiir raan'esh al zor, i Lity kraa'esh al taal.

Após Aka profanar aquelas palavras, as duas estátuas responderam ao chamado. Seus olhos brilharam com a energia das trevas e da luz, e elas se ergueram, ficando de frente para o ghoul. O demônio bateu seu tridente contra o chão de aço, e o anjo fez uma delicada dança com uma harpa nas mãos, espalhando cifras douradas pelo ar. A harpa e o tridente se uniram, e um feixe branco subiu ao céu, iluminando todo o local.

Em Cyberion, o sol estava começando a aparecer. Um sol azulado, se erguendo de trás dos prédios e mostrando seu resplendor para o povo da cidade de metal. Mas ninguém teve tempo para apreciar muito bem o nascer do sol, pois o céu foi rasgado por um feixe branco de luz que atravessou o planeta inteiro.

— É agora! — exclamou um homem aleatório nas ruas. — A reabertura!! Está começando!

Uma por uma, as janelas das casas foram se abrindo, e várias cabeças foram expostas para fora, examinando acima. O feixe passou rápido, rasgando o céu ao meio. No rastro que o feixe branco deixou, uma energia vermelha e amarela se encontraram e se repeliram. De um lado do céu, chamas vermelhas queimavam vigorosamente, iluminando parte da cidade. Do outro lado do grande traço, uma suave iluminação amarelada encantava o céu, abençoando a cidade.

Um segundo feixe saiu do rasgo que traçava o céu, indo em direção ao topo da torre pricipal da Bela-Casa. Ela foi energizada, e três pontes de fogo vermelho se alastraram pelo ar, conectando as três arenas voadoras em volta da casa principal, formando uma grande cruz sobre Cyberion.

— Olhem! Venham ver, rápido! — disse Ishida, liderando o caminho para fora do hotel.

Todos o acompanharam para ver o espetáculo perante seus olhos, o céu dividido ao meio em duas energias opostas. Kyoko ficou admirada com a cena. Myaku parecia excitada, seu corpo tremia, os dentes rangendo e os punhos cerrados. Arashi não entendeu o que estava acontecendo de primeira, então ficou aterrorizado, se escondendo atrás de Luke, que por sinal, estava neutro.

— Vamos voltar — disse San. — Não há nada para nós aqui.

— Voltar? Olha só isso no céu! Nunca vi algo parecido…

— É a reabertura do coliseu — explicou Kali Iyer. — O que significa, que é a reabertura das candidaturas também.

— Sim, e nós temos que nos preparar — completou San, e um pouco hesitantes, todos entraram atrás dele de volta para o hotel.

— O que você quer dizer com… preparar? — questionou Kana, que pela primeira vez, não falou junto de Kanako.

— Quer dizer que nós vamos para o coliseu. Todos nós.

— T-todos nós?! — exclamou Kyoko, se pondo à frente dos outros. — Isso é loucura San! Sabe, uma rodada só é terminada quando um dos adversários sucumbir! É arriscado demais, nós nem sabemos o prêmio…

— Não importa. Ninguém vai morrer aqui, eu sei que nós podemos fazer isso.

— Mas San! — ela bateu um pé no chão e fechou a cara, aborrecida, cruzou os braços. — Eu não vou participar disso tudo! E nem pense que vou deixar você sair.

Ela virou as costas, mas antes de começar a andar, San a agarrou pelo pulso.

— Não… Eu preciso de você, Kyoko.

Os olhinhos dourados da garota brilharam, mesmo sendo algo meio bobo, ela ficava um pouco sem jeito quando se tratava de San.

— Precisa... de mim? — perguntou, as bochechas esquentando.

— Sim. — O olhar de San continuou firme, com convicção. — Por isso, você não vai me abandonar agora.

Mas antes de virarem as costas e subirem para os seus quartos do hotel, um pequeno sino ressoou na portaria, anunciando a entrada de alguém. Todos tornaram-se para ver, e era Cornélia, com os olhos inchados de tanto chorar, os cabelos louros encharcados pela chuva da madrugada, as vestes sujas e a maquiagem desfeita.

— Eu vou com vocês também…

— Cornélia? — disse Ishida. — E onde está o Aiden?

Ela não respondeu, apenas seguiu em frente. Seus passos deixando pegadas molhadas pela recepção, os cabelos pingando e uma expressão obscura em seu rosto.

Alguns minutos depois, as portas da Bela-Casa para as inscrições do coliseu foram abertas. Qualquer um podia se inscrever, sem exceções. Mesmo se o indivíduo fosse incapaz, menor de idade, idoso, qualquer um. Ninguém se responsabilizaria pelos danos sofridos individualmente no torneio.

A base da casa principal estava flutuando sobre a cidade, então um grande tubo desceu para o chão. Quando as pessoas entravam neste tubo translúcido, eram teleportadas para o topo da plataforma flutuante. Aquilo era um dos pontos de teleporte mencionados por Kali, porém, com uma proporção e tamanho maiores.

A caminho do grande ponto de teleporte no centro da cidade, o cenário começou a mudar. Os painéis das casas e dos prédios mudaram suas imagens para exaltações das casas do coliseu, Aniônius ou Elysium. As que exaltavam Aniônius tinham a imagem avermelhada, com uma estrela estampada no meio, com duas espadas cruzadas no centro do símbolo. Já o de Elysium, era amarelo, com asas brancas circulando uma bola preta, e runas angelicais adornando o símbolo.

— O que são as casas afinal? São só times para os outros poderem torcer? — perguntou Arashi, quando uma fileira de torcedores da Elysium puxaram trombetas e começaram a tocar uma forte sinfonia de exaltação para a casa.

— Basicamente, sim. Mas não são decididas de forma aleatória. Você vai ser designado para a casa que mais se encaixa na sua alma… — começou Kali. — Para aqueles com coragem e compaixão, leais e determinados, estes vão para Elysium. Os com uma forte ambição, poder e ego coberto de orgulho, esses vão para Anionius.

— E quem é que decide isso? — perguntou Amélia.

— Não sei, veremos quando chegarmos lá.

Demorou um pouco para que chegassem ao pilar de teleporte. As ruas estavam cheias de pessoas enlouquecendo de excitação, e também tentando atravessar a aglomeração de torcedores para chegarem até o ponto. Quando todos chegaram, foram enviados para o final de um corredor extenso na Bela-Casa. Uma grande fila estava formada ali, e não era possível ver o que havia no final da fila. As paredes do corredor eram requintadas, de madeira vermelha, detalhadas com ondas de ouro maciço, que curvavam-se como um tsunami de ouro representado nas paredes.

— Que lugar… esquisito — comentou Arashi, acariciando os pelos arrepiados.

— Achei interessante a arte nas paredes. O que deve significar?

— Hum hum! Hum hum! — concordaram Kana e Kanako juntas.

— Arre, fila desgraçada — reclamou o leão, tentando alcançar o fim da fila com os olhos, mas o corredor era extenso demais.

Demorou um pouco para que chegassem próximo o suficiente para verem o que tinha no final. O primeiro da fila agora era um homem com cabelos lisos e castanhos, curvados para apenas um lado, tampando seu olho esquerdo. O olho direito não era um olho comum, estava revestido em um pedaço de metal com uma lente vermelha que brilhava fortemente no lugar onde deveria estar seu olho. Ele se aproximou da mesa no final da fila, onde havia uma mulher muito esquisita. Não usava roupas, seu corpo bem onduloso e oleoso, com escamas por toda a pele, exceto na cabeça. Tinha longos cabelos esverdeados, com caimento todo para trás. A beleza daquela mulher era tanta que a maioria dos homens da fila estavam com olhares voltados à ela, bocas abertas, quase babando.

Ela estava com os olhos fechados, e quando o homem do olho biônico se aproximou, um terceiro olho se abriu na testa da mulher de escamas. Este olho revirou-se na própria órbita em várias direções; cima, baixo, direita, esquerda, até mesmo virava do avesso e então voltava. Quando terminou de olhar para todos os cantos, o olho se fixou no homem adiante, e brilhou com um intenso tom vermelho.

— Aniônius — anunciou a mulher, colocando sua mão escamosa com grandes garras vermelhas sobre um círculo envolvido por velas na mesa. O fogo das velas tomou vigor, e acendeu em uma cor avermelhada, liberando a passagem à esquerda.

A fila seguiu andando, um anão-besouro se aproximou da bela jovem também, o terceiro olho revirou-se na órbita assim como na outra vez. Então se fixou nos olhos do anão, e brilhou dessa vez em amarelo.

— Elysium.

Ela repousou a mão sobre o círculo novamente, e o fogo das velas ganhou um tom amarelado e suave, como se as chamas não queimassem de fato, e fosse apenas uma fumaça colorida. A passagem à direita foi aberta, e o anão abriu suas asas de besouro, voando escandalosamente até a passagem.

Em seguida, o maior inimigo ali presente de San encontrou-se com a jovem mulher. Kaelan Blackwood, com as mãos nos bolsos e uma expressão que demonstrava tédio. Os cabelos azulados escorrendo pelos ombros como uma cachoeira volumosa.

— Aniônius — disse a jovem, após passar pelo suspense do olho girando na órbita.

A fila foi andando, até que chegou a vez de San e companhia. Ele se aproximou da jovem, o terceiro olho agitou-se na órbita mais uma vez, porém, demorou bastante para que ele parasse de olhar para todas as direções. Conforme o tempo passava, o olho se agitava mais, girando cada vez mais rápido na própria órbita. Logo ele parou de se mover, e fixou-se nos olhos de San. A pupila daquele olho reluzente irradiou um tom avermelhado.

— Aniônius.

— Não — impediu San. — Me coloque na Elysium.

— Desculpe, mas não posso alterar o resultado. O seu destino é a casa Aniônius, senhor.

San respirou bem fundo, e a olhou com bravura. Deu um passo à frente, e a jovem suspirou, já prevendo a baderna que iria acontecer.

— Eu tô meio irritado esses dias, vai por mim, você não vai querer me ver irritado agora. Só seja gentil e me coloque na Elysium, por favor.

— Senhor, eu não posso alterar o destino por você. É o seu… — mas antes de ela completar a frase, um calor emergiu. Uma coluna de chamas cobriu a visão da jovem, e logo tomou o formato de uma espada de fogo, empunhada na direção do olho na testa da mulher. — S-senhor! Se não se acalmar, terei que chamar os…

— Eu não quero ter que repetir… — ameaçou, e então levou a outra mão ao cachecol, abaixando-o só um pouquinho. Mas foi suficiente para expor o X vermelho em seu pescoço. Todos no corredor ficaram quietos. Ninguém podia ver o X debaixo do cachecol além da mulher, mas mesmo assim, todos ficaram repentinamente amedrontados e permaneceram quietos.

Naquele instante, ela abriu os três olhos. Os dois normais, e o terceiro na testa. Sem tirar os olhos da espada em chamas à sua frente, ela pôs a mão no círculo das velas, e elas acenderam-se na cor amarelada e pacífica.

— E-Elysium…

O caminho à direita se abriu, e San seguiu por ele. Nenhum de seus amigos teve que passar pelo julgamento da jovem, ela apenas permitiu que eles seguissem San, sem tentar impedir tudo aquilo.

— Mandou bem, pivete — bradou o leão, erguendo o polegar para San.

Agora, todos que passaram por aquela passagem estavam marcados nas testas pelo símbolo de seus lados da casa. San e seu grupo, todos tinham um símbolo que lembrava uma cruz, porém, afiada nas pontas. O símbolo começava na testa e se estendia até o nariz, beirando o centro dos olhos. Ele era amarelo, e transmitia paz.

Caminhando mais um pouco, encontraram o ponto de intervalo entre os torneios. Uma grande área de lazer, com todo o tipo de coisa que pudessem desejar. Piscinas, comida, campos para esportes, áreas de videogame, painéis que transmitiam canais de TV, entre outras atrações.

— Acho que podemos esperar aqui, até a primeira rodada. Deve ser anunciada em breve — disse Luke, que estava calado até então.

Assim, todos se separaram para o que mais os atraíam. Arashi ficou com os videogames, junto de uma meia-dúzia de pessoas e aliens aleatórios. Kali foi para a piscina junto de Kana, Kanako e Amélia. Ishida ficou perambulando pelo lugar junto de Luke, e Cornélia decidiu ficar sozinha em seu canto. San, Kyoko e o leão estavam no restaurante comendo tudo o que podiam dar conta, já que era de graça.

— Que coisa é aquela ali? — perguntou Kyoko, apontando para uma espécie de pudim azul com cauda amarelada, que lembrava caramelo.

— Não me parece apetitoso — respondeu San.

— Acho que vou provar…

Enquanto Kyoko se preparava para experimentar aquela iguaria, San notou duas faces familiares na mesa ao lado. Um homem alto, de cabelos pretos e longos, vestindo roupas também pretas estava sentado à frente de um cientista com um jaleco branco e cabelos castanhos, com um óculos de lente fina, assim como o de Thomas.

— Não vai comer, capitão Corvo? — perguntou o cientista.

O homem alto deu uma bela olhada pela mesa, analisando aquelas comidas estranhas que aparentemente não fariam muito bem ao estômago depois.

— Estou satisfeito, Ahmed.

San demorou um pouco, mas reconheceu aqueles dois. Estavam presentes em seu sonho quando fizeram aquele ritual na tumba do faraó. Quando Corvo notou que San o encarava, encarou de volta. Ahmed hesitantemente encarou também. O leão que estava limpando as presas com um palito de dente, soltou-o e apoiou-se na mesa, encarando com um olhar fixo aos dois também. Kyoko ficou envergonhada, sem entender o que estava acontecendo.

Ficaram se encarando por vários segundos, sem desviar os olhos em nenhum momento e nem dizer nenhuma palavra. San franziu a testa, e o leão fez o mesmo.

— Quem… quem são eles, capitão?

— Não sei — respondeu, finalmente tirando os olhos dos dois. — Vamos, temos que procurar o Merlin.

Corvo e Ahmed se levantaram da mesa, e seguiram adiante, saindo do restaurante. O leão e San se acalmaram e voltaram a saborear a comida.

— O que é que vocês pensam que estão fazendo?! — exclamou Kyoko. — Encarando os outros desse jeito! Vão acabar arrumando confusão…

Passou-se quase uma hora desde que a sessão de inscrições fechou. Todos os competidores estavam no salão de lazeres da Bela-Casa, esperando pelas instruções do primeiro torneio. Um painel holográfico repentinamente apareceu no alto, revelando seis nomes. Haviam duas tabelas, uma da Aniônius, e ali estavam os nomes: “Jokull Thorisson, Zorvax Vonblade, Kaelan Blackwood.”

E na outra tabela, três nomes da Elysium: “Amélia Harris, Arashi Hayami, Xarphus Stormforge”.

— Kaelan… Blackwood — murmurou San, sentindo raiva ao ler aquele nome. — Você não pode perder, Arashi. Você… você não vai perder.

— Claro que não! — exclamou Arashi, com confiança na voz, mas os braços estavam trêmulos.

Um grande portão de madeira escura se abriu um pouco atrás, revelando um dos caminhos de fogo vermelho que foi traçado quando o feixe dividiu o céu. O caminho levava até a arena da Zenith Mortal, onde ocorreria o primeiro torneio. Os seis citados no painel tiveram acesso para atravessarem o portão, e percorrerem toda a ponte de chamas até a arena do torneio. Os demais, foram todos teleportados para as arquibancadas da arena por um ponto de teleporte que consumiu todo o salão.

— Senhoras e senhores! — saudou uma voz que vinha do topo do estádio. Era Valaric, segurando seu cajado, e tirando seu chapéu para a platéia. — Com muita felicidade, eu tenho a honra de estar aqui presente, de frente para tantos seres maravilhosos. Agora, estamos diante de um dos maiores eventos da galáxia de Andrômeda, o recém-reaberto Coliseu Anisium!

Uma salva de palmas tomou toda a platéia. Eterno e seus discípulos, Ghost e Marine da Nakamori, e vários outros espectadores aplaudiam com excitação.

— E agora, antes de tudo, mais uma salva de palmas para os nossos primeiros competidores do dia! Primeiro, o trio Aniôniun!

Jokull, Zorvax e Kaelan adentraram a arena, e a plateia aplaudiu e exaltou o trio.

“Agora, uma salva de palmas para o trio Elysium!”

Amélia, Arashi e Xarphus entraram na arena, bem receosos, sem muito ânimo nos olhares. Foram aplaudidos e exaltados da mesma maneira que o trio Aniôniun.

— Muito bem! Com todos aqui presentes, explicarei para vocês como funcionará a primeira prova da Zenith Mortal. Como já sabem, a arena é apropriada para provas com o espírito da competição, sem batalhas sanguinárias, apenas a chama da bravura para concluírem um objetivo mais rápido e eficientemente que o outro grupo.

Seis jaulas caíram dos céus, e pararam no ar como lanternas de poste, penduradas no ar por seis correntes. Três das jaulas eram azuis, e as outras três eram verdes.

“Teremos seis borboletas, três para cada lado da casa. O objetivo principal da prova é simples, eliminar as três borboletas adversárias antes que o outro grupo elimine as suas. Borboletas azuis são de Aniônius, e as verdes de Elysium. Os seis receberão uma arma para competir, e o trio que eliminar as três borboletas primeiro, adquirá dez pontos para seu lado da casa! E lembrando, a cada uma morte, é somado um ponto para a casa oposta. Sem combates nesta prova, apenas focar nas borboletas. Agora sem mais delongas, que comecem os jogos!”

Quando Valaric terminou de anunciar, seis tridentes se ergueram do chão ao lado de cada competidor. Os seis seguraram seus tridentes, preparados para o que viria a seguir.

— Vamos ter que matar borboletas com essas coisas? — questionou Amélia, um tanto indignada.

— É, acho que sim — respondeu Arashi, relutante em segurar o tridente.

As seis jaulas lentamente desapareceram, e as borboletas voaram no ar como balas. Eram tão rápidas que faziam pequenas rajadas de vento a cada batida de suas asas. Era extremamente difícil acompanhá-las apenas olhando. Xarphus foi o primeiro a agir. Ele era o besouro-anão de antes, e logo levantou voo com suas asinhas barulhentas. Seguiu adiante, tentando alcançar uma borboleta azul com o tridente em mãos, mas Valaric ainda não havia terminado.

— É claro, como em todos os outros jogos, terá uma ameaça que devem se preocupar neste também. Além de ter que lidar com as borboletas e o trio inimigo, prestem atenção ao seu redor! — exclamou, e vários canhões rodearam as paredes da arena. Eles carregaram suas energias, e um deles atirou uma bola de metal tão rápida que mal era visível. A bola foi em direção a Xarphus, e ele nem teve tempo de vê-la. Ela atingiu sua cabeça com tanta agressividade que ela estourou, deixando pedaços de seu cérebro espalhados pela arena. Seu corpo rolou pelo chão, e seu tridente fincou-se no solo. — Ponto para Aniônius!

Amélia soltou um grito quando viu a cabeça de Xarphus estourar daquela forma. Arashi deu um passo para trás, com medo, mas agora não poderia arregar. Tinha que prestar atenção aos arredores, e terminar aquela prova o quanto antes para que não acabasse com o mesmo trágico fim que Xarphus teve.

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.

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