Volume 2 – Arco 1
Capítulo 42: Sentimentos
A lua continuava radiante no céu, iluminando a neblina obscura que adornavam as ruas de Cyberion naquela madrugada, que estava próxima de se encerrar com um belo nascer do sol, que em Cyberion, era uma estrela azul.
Arashi Hayami e Kyoko Yoshizawa encaravam de frente o rei dos pesadelos, quase que em pessoa. Sua verdadeira face ainda ocultada pela carcaça de Ishida Majutsu, o atual receptáculo de seu coração amaldiçoado e apodrecido. Vorthis mantinha um semblante de desagrado, pois seus adversários não lhe davam a excitação que ele desejava para matar. Era isso que lhe movia, matar movia todos os Mysthrums e Mórtivus amaldiçoados.
Arashi e Kyoko estremeceram, ficaram completamente sem ação quando Vorthis disse que iria ser rápido em finalizá-los. E não poderiam duvidar; apenas sua presença era capaz de fazer os mais fracos desmaiarem mesmo a quilômetros de distância, se estivesse emanando muito poder. O que não era o caso no momento, mas ainda assim, sua presença fazia com que todas as lâmpadas das casas e das ruas oscilassem em conjunto.
Todo aquele caos acontecia, e ninguém tinha coragem de sequer sair na rua para pelo menos assistir o que estava acontecendo. Mas a face assustada de Arashi logo se alterou, indo de desespero para confiança repentinamente. Vorthis estranhou quando Kyoko fez o mesmo logo em seguida.
— Por que estão sorrindo? Meu rosto parece amigável, por acaso? — Vorthis deu uma risada, e apoiou os braços na cintura. — Eu me sentiria grato se achassem isso da minha real aparência, que vai além deste garoto… Eu até os pouparia se me elogiassem com estes belos sorrisos em seus rostos.
Nenhum dos dois respondeu, e nem era necessário. Vorthis logo saberia o motivo da esperança que lhes restava agora. As luzes pararam de piscar, e os postes se iluminaram com tamanha radiância que a rua inteira rasgou a visão da cidade por cima, com uma faixa de luz dourada abaixo. O monarca sentiu o peso de uma mão em seu ombro, e virou lentamente os olhos para olhar. Era um homem belo, trajado em uma armadura de ouro reluzente que parecia ter um brilho próprio. Com longos cabelos brancos e olhos dourados. Este, era o Rei dos Deuses, Eterno.
Estava acompanhado por mais três jovens, um de cabelos e olhos amarelos que se estendiam até o pescoço e roupas elegantes para a noite; o Duque, Milan Hoffmann. O outro também tinha cabelos louros, olhos azuis, trajado em uma requintadíssima armadura dourada de um arcanjo; o Barão, Deva Yodha. E a última, uma bela e jovem donzela, com longos e lisos cabelos pretos com olhos azulados como o oceano com ondas calmas. Vestindo roupas brancas e utensílios de ouro, como braceletes, uma tiara, cordões e brincos; a Princesa, Athena.
— Permita-me assistir ao seu show, Crepitus? — solicitou o rei.
Vorthis não se mexeu, e nem respondeu. O corpo de Ishida estremeceu, e os olhos ficaram esbugalhados, com a boca paralisada sem poder formar palavras. Ele logo fechou os olhos, e deu o controle ao Ishida novamente. O garoto sequer teve forças para ficar de pé, caiu desacordado na estrada assim como San estava de bruços logo à frente.
— Aquele é o Hiroyuki? — perguntou Athena, se apressando na frente dos outros três para vê-lo. Ela passou por Kyoko e Arashi, e foi direto no corpo de San. Kyoko deu um olhar mortal a ela quando Athena passou.
— Athena, onde estão seus modos? — perguntou Eterno.
— Ah! Me desculpem. É um prazer revê-los — disse ela, fazendo uma reverência curta ao Arashi e à Kyoko.
Na Bela-Casa, acima de toda Cyberion, Kaelan Blackwood relaxava jogando sinuca com algumas garotas da casa, enquanto contava boas piadas à elas. O que não era exatamente necessário, todas as garotas ali já tinham uma atração natural por ele. Mas a diversão acabou quando Valaric chegou, irritado.
— Blackwood! — exclamou Valaric, com raiva.
— Olá, Oliver. Por que todo esse estresse, com uma lua tão linda no céu, e…
— Quem te deu permissão para trazer o Vorthis de volta?!
— Oh… — Kaelan deu uma risada para dentro. — É que eu fiquei entediado.
As garotas conteram risadas com as mãos. Kaelan sorriu abertamente para Valaric, dando mais uma tacada.
— Entediado? Se não tem mais nada de útil para fazer, poderia no mínimo parar de bajular as meninas e ir dormir. Seu histórico de desculpas para faltar no trabalho simplesmente porque dormiu vai acabar ficando feio na sua ficha.
— Ha, tanto faz. Teve mais um caso de morte lá embaixo. Se quer tanto que eu saia da sua casinha, era só falar. A rua precisa de mim, afinal — disse, e então foi para fora da casa.
Minutos depois, no hotel, Cornélia permanecia assustada com o que tinha ocorrido à pouco tempo. Os olhos brilhantes saindo da escuridão, encarando-a, como um pesadelo. Aiden estava tentando consolá-la, um pouco preocupado com o estado mental de sua proprietária. Enquanto tentava acalmá-la com palavras de conforto que mal faziam efeito, viu alguém na estrada se aproximando por trás das paredes. Aiden tinha uma visão baseada em detecção em área por meio de magia, quase da mesma forma que o radar que Tsukasa normalmente usava. Sua visão era gerada com base neste radar, o que tornava capaz de observar por trás de paredes e objetos. E dali, ele via um homem e dois androids se aproximarem na rua.
Seus olhos desviaram do homem para o destino que ele estava indo, que era no apartamento ao lado. As paredes estavam perfuradas pelo laser que Aiden usou na criatura, e uma mulher-peixe jazia morta no chão, com os neurônios queimados. Aiden notou o perigo que se aproximava, e segurou a mão de Cornélia, sem avisar nada, e correu para fora do quarto. Ela ficou sem reação inicialmente, até descerem todas as escadas até a recepção.
— Para onde você vai?!
— Temos que sair daqui, Srta. Cornélia.
A porta do hotel se abriu sozinha, e os dois correram para fora. O recepcionista ficou desconfiado ao ver a cena de um cyborg arrastando sua proprietárias as pressas daquela forma, mas decidiu não fazer nada.
Quando Kaelan chegou na cena do desastre, a primeira coisa que notou foram os buracos que atravessavam aquela parede e as de mais três casas adiante.
— Foi um cyborg, óbvio. — Logo, notou duas figuras correndo na rua. Um cyborg, e uma jovem loira. Ao ver que ele estava arrastando ela praticamente, já percebeu na mesma hora. — É a porra do cyborg, atirem nele!
Um dos cyborgs que o acompanhava logo voou pela janela, indo em direção aos dois. Aiden se virou para a cabeça para dele, os olhos azuis brilharam, e um laser perfurou a testa do cyborg. Ele caiu de cara no asfalto de ferro, deslizando até o outro lado da rua.
O segundo cyborg saltou também, mas este não foi Aiden quem derrubou. Um vulto negro passou como um raio, partindo o cyborg ao meio. O jovem que o partiu posou ao chão, e ele estava usando uma máscara negra e vermelha, empunhando uma lâmina de gelo. Logo, o mascarado desapareceu. Quando Kaelan desceu até a rua para averiguar, parou em frente aos corpos de seus dois cyborgs já inutilizáveis ao chão. Um com a testa perfurada, e o outro partido ao meio.
— Por isso eu odeio robôs… — reclamou, com um suspiro. — Mas não tem problema, não preciso dessas merdas. Vou caçar o Atlas sozinho.
Foi tempo suficiente para Aiden e Cornélia se distanciarem bastante do local. Acharam um edifício abandonado, e Aiden liderou o caminho até lá.
— Por que ele está atrás de você agora?! Como ele te achou do nada?!
— Não há tempo para perguntas fúteis, Srta. Cornélia. Precisamos focar no seu bem-estar. Se sente de alguma forma exausta pela correria? Necessita de água?
— Aiden, para! Ele está atrás de você! Ele não pode pegar você…
— Não se assuste, Srta. Cornélia. Eu estou bem.
— Não está Aiden! Não está…
O cyborg segurou as mãos de Cornélia por um momento. Ela estava abalada, muito preocupada com o que aconteceria com Aiden se continuassem ali. Provavelmente Kaelan mataria Cornélia também se a visse tentando escondê-lo, e isso era péssimo. O robô teve que tomar uma decisão, que por algum motivo, estava hesitante em tomar, mesmo sabendo que seu dever era protegê-la, e que não precisava da companhia dela.
— Me desculpe por isso, Srta. Cornélia… Nos vemos quando tudo ficar bem… — despediu-se, e então entrou no modo invisível. Desapareceu bem diante de Cornélia, e então deixou o edifício, invisível.
— Aiden! Não, por favor… Aiden! Não me deixa aqui… — lágrimas apareceram em seu rosto. — Eu preciso de você, Aiden! AIDEN!
Aiden já não podia mais ouvi-la. Correu para bem longe dali, invisível para os olhos humanos. Robôs ainda podiam vê-lo, e provavelmente Kaelan também, já que fazia parte do Controle de Cyborgs. Com certeza teria algum método contra o sistema de ocultação deles.
A madrugada ficou cada vez mais fria, mas Aiden não podia sentir de qualquer forma. As ruas desertas, com apenas o som dele caminhando sobre poças d’água na calçada. A luz dos postes estava fraca novamente, mas pelo menos não estava piscando sem parar.
Um pouco mais adiante, Thomas Grace comprava DVDs usados em uma locadora. Estava bem agasalhado, pois o clima estava congelante. Mesmo um pouco distante, ele pareceu escutar os passos de Aiden sobre o metal. Mesmo sem poder vê-lo, Thomas acompanhou-o com o olhar, apenas ouvindo seus passos.
— Hum? Que foi? — perguntou o atendente da locadora, observando Thomas olhar para o aparente nada.
— Achei que tinha visto um vulto, eu devo estar com sono.
Aiden continuou seguindo seu caminho solitário. Estava cabisbaixo, olhando para o chão. Não entendia o porquê de se sentir tão “vazio” ao deixar Cornélia para trás, mesmo sabendo que era para o bem dela. Estava tão distraído que esbarrou em um homem na rua. Ele não era capaz de vê-lo, então ficou confuso, olhando para trás desconfiado. Logo, continuou seguindo seu caminho.
Aiden entrou em um beco, foi até o final, e se sentou ao lado de uma lixeira. Um pequeno resmungo veio ao lado dele, e quando ele viu, era uma criancinha também escondida ali. Estava encolhida bem no canto, e também não podia vê-lo. Aiden sentia uma espécie de empatia ao ouvir a barriga roncando de fome do garoto. Aqueles sentimentos eram novos para ele, e estranhos também.
— Emoções humanas… — disse, e a criancinha se assustou com a voz saindo do nada.
Aiden percebeu que a assustou, e saiu de seu modo invisível. Tentou acariciar o garoto mas ele correu para o outro lado do beco, com medo. Aiden ficou confuso, mas logo entendeu. Ele deu um sorriso amigável ao garoto, e tentou se aproximar de novo, dessa vez com um ar mais amigável.
O garoto não tinha muito para onde correr, então não fez nada. A mão de Aiden tocou os cabelos mal cuidados do garoto, e os acariciaram. Ficou assim por um tempo, e quando tentou tirar a mão, o garoto a puxou para sua cabeça de novo. Aiden sorriu, sentindo aconchego. Aquele sentimento também era um pouco estranho para ele.
Minutos depois, os dois estavam caminhando para fora daquele beco. Foram até uma lojinha que vendia lanches, para que pudesse dar alimento ao garoto.
— Senhor — chamou o atendente, que logo estranhou um cyborg sem dono. — Sou um Atlas-K17. Meu proprietário me enviou para comprar um cachorro-quente para este garoto, por favor.
— Certo… — respondeu o atendente, com desgosto. Logo, preparou o cachorro-quente e deu ao Aiden. — E aí, garoto? — comprimentou, estendendo uma mão para o pequeno. Ele se escondeu atrás de Aiden, e o atendente pareceu meio irritado.
— Senhor, não se aproxime do menino, por favor. Ele não é habituado com esse tipo de interação.
— Que frescurada. Essa gentalha que tem dinheiro… — logo, ele analisou melhor o garoto abandonado. — Se bem que esse aí parece que saiu de uma lata de lixo, hah!
Aiden não gostou nada da atitude do homem.
— Senhor, peço que não fale assim do pequeno…
— Vai se ferrar.
Mais um sentimento adornou o peito de Aiden, desta vez, indignação. Ele se descontrolou, os olhos brilharam, e um laser perfurou a cabeça do homem. Os miolos escorreram pela parede e pelo molho no balcão.
Cornélia estava aterrorizada. Teve que se virar sozinha para tentar achar seu cyborg de volta sem ser vista. Por mais que estivesse com medo, não deixaria Aiden vagando sozinho por aí com Kaelan procurando por ele. Cornélia correu nas sombras, saltou uma janela, se escondeu atrás de uma estante e olhou a sala ao redor. Estava vazia. Correu para a janela, e quando ia pular, voltou na mesma hora. Kaelan estava passando bem naquela rua, e ela quase foi vista.
Esperou ele passar, e então pulou. Seguiu para a outra casa, passou bem cautelosa pelo corredor na varanda, e foi até os fundos. Quando chegou até lá, estava vazio. Sem sons, sem nenhuma presença. Deu mais dois passos à frente, e sentiu um grande empurrão nos pés, que jogou no chão.
— Fugindo de alguém, “Srta. Cornélia”? — perguntou uma voz se aproximando pela viela ao lado da casa.
Cornélia tentou se levantar, mas seu braço foi empurrado mais uma vez. Eram fortes tiros de água que estavam a desestabilizando. Kaelan apareceu em seguida, as mãos nos bolsos.
— Aiden está… bem longe daqui! Não vai achar ele!
— Não tô nem aí pro robô. Até porque, se não posso puni-lo… quem vai sofrer as consequências é a dona dele. Ninguém vai gostar se eu voltar sem ter punido ninguém pelo o que aconteceu com a sereia.
Kaelan ergueu um dedo e apontou para Cornélia. Uma gota d’água se formou, e ele estava prestes a atirar. Ela fechou os olhos, preparada para o seu destino final.
“Sabe, Aiden… eu queria ter… tido mais tempo com você…” pensou, sentindo a brisa da madrugada mover seus cabelos.
— “Pow”...
A bala d’água rasgou o ar. O caminho até Cornélia era tão curto, mas ao mesmo tempo, pareceu tão longo. Mas a bala nunca chegou até ela. Evaporou no ar, por um laser azul tão preciso que só poderia ter sido lançado por um cyborg. Aiden apareceu bem atrás de Cornélia, com os braços envolvendo-a. Ele era rápido, e nem tinha chegado tão longe assim antes, então pôde voltar quando sentiu que ela estava em perigo.
— Ora, se não é o… Atlas-K17, isso. Um modelo especial para os riquinhos.
— Afaste-se…
— Heh… acho que não preciso mais matar a dona, o idiota já se entregou. Fazer o que, vocês máquinas não tem o menor senso de raciocínio.
— AFASTE-SE! — os olhos brilharam.
— Tudo bem — Kaelan deu dois passos para trás. — Ah, e só uma coisa. Pensa rápido.
Uma chuva de balas d’água veio por trás de Kaelan, em direção à Cornélia. Os olhos dela arregalaram-se, e Aiden realmente pensou rápido. Imediatamente se pôs à frente dela, e as gotas perfuraram toda a extensão de seu corpo, corrompendo seu sistema por dentro. Porém, nenhuma gota passou por ele.
Os olhos de Cornélia brilharam em lágrimas, enquanto via lentamente o corpo de seu android cair no chão, diante dela. Kaelan riu, e foi se afastando com lentos passos para trás. Cornélia se arrastou no chão até Aiden, que ainda estava ligado, mas com várias falhas.
— S-Srta. Co-corné-né-lia… — sua voz estava falhando.
— Aiden! Por que você…
— E-e-eu… acho que vo-você está certa… — seus sistemas lentamente desligando. — Sentimentos humanos, fui capaz de se-senti-los… Talvez, eu não fosse só uma máquina, afinal…
— Você não vai me deixar agora, não faria isso comigo… — ela estava chorando, sua garganta apertada enquanto ela soluçava.
— Claro que nã-não. Isto são apenas fa-falhas no meu sistema operacional… — Cornélia já sabia que aquilo era mentira, e as lágrimas tomaram completamente suas bochechas. — Não chore, Srta. Cornélia… é que… eu sempre me esforcei pa-para ter um sorriso seu. Estava no meu programa, agradar e concluir os desejos do proprietário. Mas você… quando eu… te fazia sorrir… por algum motivo, sempre trazia o me-meu sorriso também. Eram se-sentimentos… que você trouxe até mim.
— Aiden… — Cornélia abriu um sorriso em meio as lágrimas. — Eu te amo…
— Srta. Cornélia… — sua visão começou a se apagar, e o azul de seus olhos lentamente se transformou em cinza. — Eu já sabia…
Mas Ainden ainda tinha mais uma coisa consigo. Um sorriso, um sorriso verdadeiro, que não foi programado e nem forçado. Era um sorriso genuíno, ao ouvir aquelas palavras vindo de Cornélia. O último e mais verdadeiro sorriso que ele já esboçou. Depois daquela fala, Aiden desligou completamente. Seus sistemas pararam, e tudo o que restou foram as lágrimas de Cornélia, que caíram sobre os olhos semi-abertos de Aiden, e escorreram pelo seu rosto também. Ela berrou, berrou tão alto enquanto chorava que os corvos voaram assustados dos telhados e árvores.
San chegou correndo na cena ao ouvir os gritos dela. Ele já havia acordado, e saiu para procurar os dois quando viu que eles sumiram do hotel. Ele viu toda a cena, e também viu Kaelan sorrir antes de se infiltrar nas sombras das casas. San sentiu um segundo de fúria, mas sua atenção logo foi voltada para Cornélia. Ele viu Aiden desligado, e resolveu não dizer nada, apenas assistiu, deixando que ela liberasse as mágoas.
Se passaram horas, o dia quase amanhecendo. As noites em Cyberion eram muito mais longas que na terra. San voltou no mesmo lugar após aquelas horas, e Cornélia continuava ali, deitada, abraçada à carcaça que um dia foi seu cyborg. A chuva caía sobre os dois, e ela não dizia uma palavra.
Quando San voltou ao quarto de Kali, no hotel, contou à ela tudo que aconteceu com Aiden e como Cornélia estava.
— Entendo… e não sente ódio por ele? Mais um motivo para matá-lo no coliseu…
— Mas… e se eu não conseguir… e se eu arriscar a vida dos meus outros amigos por causa disso? Nós podemos apenas ir embora. Eu não quero ver ninguém morrer mais…
Kali lentamente se aproximou de San, e o abraçou por trás. Os dois estavam sentados na cama. Ela lentamente puxou o cachecol dele, revelando a marca do X no pescoço. Ela se aproximou tanto do pescoço dele que ele pode sentir a respiração bem no X.
— Você não precisa sentir culpa… demônios não sentem culpa, San…
O X brilhou intensamente, e naquele momento, San entendeu. Entendeu que independente se precisaria arriscar os amigos, o próprio bem-estar, ou os objetivos… a vingança tinha que ser feita. Em sua cabeça, apenas uma frase apareceu.
“Kaelan… eu vou te destruir.”
Notas:
Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.
Me siga nas Redes Sociais:
Confira outras Obras: