Volume 2 – Arco 1
Capítulo 36: Pane no Sistema
Um baque metálico ecoou mais uma vez pelas profundezas daquele calabouço revestido de placas de metal e tubos de ferro. Cada gota que pingava das goteiras criava um eco momentâneo, que logo desaparecia pelos corredores rodeados por jaulas. Em frente de uma das gaiolas, estava uma pequena fantasminha, triste, chorando. E presa entre as grades, uma águia que não podia mais voar.
Tsukasa olhou para Charlotte pelas grades, observando a garota espernear constantemente naquela madrugada solitária. Faziam alguns dias que estava aprisionado, e o tédio já estava consumindo sua alma.
— Ei, Charlotte — chamou ele, e a fantasma olhou por cima do ombro, com aquela expressão melancólica. — Você não para de chorar desde que eu cheguei aqui. Está com algum problema?
— O que foi? Estou te incomodando…?
Tsukasa pensou um pouco antes de responder. A insegurança de Charlotte refletia uma grande fragilidade. Talvez, aquela era sua chance.
— Você… odeia ficar por aqui também, não é? Te lembra aquele lugar…
— Aquele lugar… — Charlotte não disse mais nada por alguns segundos, mas então se recompôs. — Não fale sobre isso…
— Miller também não te deixa em paz. Sabe, já está de madrugada, ele já deve estar bem longe daqui agora.
— O Valaric…? Ele não costuma ficar aqui nessas horas… mas por que a pergunta?
Tsukasa resmungou, e então se levantou do chão. Não estava preso por nenhuma corrente, pois se qualquer um tentasse prendê-lo além da jaula, provavelmente seria decepado antes mesmo de tirar as correntes do chão.
— Então… — Tsukasa se aproximou da saída da gaiola. — Que tal me liberar? Apenas por uma noite. Podemos sair daqui antes do Miller voltar.
— Antes do Oliver voltar… mas como eu posso ter certeza de que…
— Prometo, não vou te machucar — Tsukasa afirmou. Charlotte hesitou, porém ao ver os olhos chamativos de Tsukasa, ela se precipitou e puxou o pino que trancava a jaula e soltou o cadeado das correntes também, abrindo a cela para Tsukasa.
Tsukasa analisou aquela brecha. Seria o momento perfeito para se livrar de Charlotte, que não parava de atormentá-lo já faziam anos. Ela estava totalmente invulnerável logo à frente. Tsukasa tinha noção de que os poderes da pequena fantasma não eram para brincadeira, mas ela não estava num estado emocional forte o suficiente para atacá-lo agora. Seria o momento perfeito.
Não demorou muito, e Tsukasa teve uma conclusão. Ele não fez nada. Saiu da jaula, atravessando o corpo intangível de Charlotte, e então seguiu pelo corredor. A garota apenas o observou se distanciar enquanto seus passos geravam um eco que eliminava o silêncio. Tsukasa olhou por cima do ombro, cravando seu olhar vermelho em Charlotte, mas com uma expressão suave. Acenou para ela o seguir, e um sorriso traçou o rosto da fantasma, que logo o acompanhou para fora daquele cativeiro.
O caminho pelos corredores metálicos era escuro e confuso. Com cada vez mais jaulas por todos os cantos, e cada vez mais corredores para mudar de direção. Mas aquela era apenas a parte inferior do calabouço, onde estavam presas as criaturas que seriam usadas no Coliseu Anisium. Os dois subiram pelas escadas, avançaram mais um pouco, e finalmente chegaram em uma saída. Era uma passagem para o ar livre, bem abaixo das arquibancadas da arena do Bastião do Titã. Esta era uma das três arenas que compunham o Coliseu Anisium.
A vista de cima era esplêndida. Uma arena flutuante, movida por propulsores de ondas que mantinham a estrutura no ar, acima de todo o planeta. A curvatura daquele planeta metálico era visível dali, junto de toda a cidade de alúminio, que parecia uma grande favela plana. Várias casas e edifícios de metal aglomerados na escuridão da noite, sendo iluminados por luzes amarelas e alaranjadas dos postes que adornavam as calçadas. Esta era a esplêndida vista do grande e tecnológico planeta Cyberion.
— É lindo, não é? — perguntou Charlotte, se aproximando da beirada logo atrás. Os cabelos de Tsukasa voavam com a friagem da madrugada. O clima estava congelante, bem abaixo de zero graus. A presença de Charlotte, por ser um espírito, esfriava o ambiente. O metal do planeta deixava tudo bem mais gelado também, e a Alquimia de Tsukasa deixava tudo mais frio ainda. — Por que você não usa ela?
Tsukasa olhou para Charlotte, surpreso. De início, não teve reação para aquela questão.
— Você… tem certeza?
— Uhum! Pode usar, eu não tenho medo…
Tsukasa ficou imóvel. A ideia de usar aquilo, sem o objetivo de realmente ferir, era inusitada. O olhar de Charlotte, combinado com sua expressão que agora era sorridente, lhe dava um pouco mais de confiança. Talvez se ela pudesse presenciar, alegraria um pouco mais o dia daquela garota. Alguém que gostaria de ver sua versão mais sombria. Realmente, era uma novidade para ele.
Logo, um pouco relutante, Tsukasa encheu os pulmões, e os cristais se uniram no ar, correndo com o vento até alcançarem seu rosto. Os cristais negros e vermelhos foram se construindo lentamente em sua face, até materializar a máscara negra. Ela era completamente preta com detalhes vermelhos passando por toda a máscara. Nos buracos dos olhos, o brilho vermelho ficou mais predominante, como dois faróis.
— Então este é… o que você chama de “Hawk”...
Tsukasa não respondeu. Encarou Charlotte com seu olhar mórbido, sem vida, por trás da máscara. Charlotte não teve tempo de falar mais nada, ele a segurou pelo braço, e a colocou montada em suas costas. Logo, como um vulto, Tsukasa desapareceu e se jogou de cima da arena flutuante. Os dois foram caindo como um míssil até o solo metálico. As correntes de vento que vinham de baixo ajudaram Tsukasa a planar pela cidade, como um morcego iluminado pela lua minguante. Seguiram planando até o chão, e quando estavam prestes a colidir, o ar frio acabou desacelerando a queda, até que ficassem com a mesma velocidade que uma pena em queda. A aterrissagem foi tranquila, e fria.
— Haha! Incrível… vamos, não vamos parar agora! — exclamou Charlotte.
Antes que Tsukasa pudesse se mover novamente, um ataque passou perante sua máscara. Era um laser alaranjado. Quando olhou para o lado, viu um cyborg de olhos brilhantes, que tinha acabado de lhe atacar. Provavelmente detectou que ele havia fugido do calabouço do Bastião.
Tsukasa não hesitou, e três cristais negros se ergueram em volta do cyborg, e o perfuraram em três direções diferentes. O jovem foi forçado a voltar a se mover rapidamente, retornando a velocidade capaz de transformá-lo apenas em um vulto negro, que atravessou o campo de metal, até que saltou do solo, chegando até o limite das casas novamente. Usou uma como apoio, e em uma velocidade incrível saltou até a outra.
Dessa forma, o vulto negro seguiu saltando entre as casas e os postes da cidade. Os cyborgs foram aparecendo de todas as direções: Dos becos, do céu, de dentro das casas e das estradas. A cidade logo ficou repleta de cyborgs por toda a parte. Os olhos deles brilharam com a cor de suas íris, que logo lançaram lasers na direção de Tsukasa e Charlotte, que voavam juntos com os saltos velozes do jovem.
Ele desviou para um lado, saltou para o outro, revirou no ar, ele era muito veloz para aqueles lasers. Quando estava no ar, um ataque coordenado de lasers foi atirado na direção dos dois, mas Charlotte não permitiu. Apontou as duas mãos abaixo para os cyborgs, e um glitch alterou a realidade. Os lasers pararam no ar, e se distorceram com glitches enquanto estavam imóveis. O sistema dos cyborgs começou a apresentar erros, até que Charlotte guardasse as mãos, e então os lasers voltaram a correr para o céu, mas Tsukasa já havia saído da direção deles.
Uma parede de cyborgs sobrevoou saindo de trás das casas e pairando à frente do vulto negro e veloz. Formaram uma barreira de robôs humanoides voadores, que aparentava ser resistente à primeira vista. Mas aquela mera barreira não foi nada quando Tsukasa materializou sua lâmina de gelo em mãos, e com um único corte, moldou o vento com a velocidade e decepou toda a fileira de cyborgs no caminho de sua lâmina. As cabeças voaram faíscando com a eletricidade dos sistemas dando pane.
Ainda no ar, Tsukasa mudou a direção para o chão, onde havia um bueiro bem largo. Charlotte apontou uma mão à ele, e a tampa desapareceu com um glitch na realidade. O movimento fez com que a fantasma se desprendesse das costas de Tsukasa. Notando isso, ele olhou para trás e criou duas asas de gelo que logo envolveram o corpo de Charlotte. Ela tinha a capacidade de ficar intangível, mas era apenas quando ela queria. As asas de gelo envolveram a garota, deixando penas leves como flocos para trás, cintilando com a lua enquanto as grandes asas de águia caiam refletindo os céus até o bueiro.
Quando ultrapassaram o limite do bueiro, as asas se alastraram pelas paredes dele, congelando e tampando todo o percurso com grandes plataformas de gelo. Eram tantas camadas, que os cyborgs foram incapazes de perfurá-las.
Tsukasa e Charlotte chegaram no fim do bueiro, e o jovem caiu de pé, como um felino. As asas se despedaçaram e os fragmentos de gelo desapareceram. Charlotte ficou encantada com as pequenas penas de gelo que se pareciam com flocos de neve maiores.
— Você sempre teve essas asas? Por que não usa elas?
— Elas não voam, são de gelo. Mas tenho que confessar que são bem bonitas.
A água corria pelo esgoto, com um cheiro de carniça e um ambiente sujo e bem esverdeado. Mas as paredes não deixavam de ser metálicas também. Tsukasa e Charlotte seguiram adiante, e ele dissipou a máscara de seu rosto.
— Não vai mais usar ela?
— Eu acho melhor não…
Um som de passos ecoou pelo esgoto. Tsukasa puxou Charlotte para perto dele, e os dois se esgueiraram pela parede. Um cyborg estava caminhando por ali, fazendo a guarda até mesmo no subterrâneo. Seus olhos iluminavam o caminho por onde ele passava, como duas lanternas.
De repente, a cabeça do android voou até o outro lado dos túneis, e seu corpo decapitado cambaleou até tropeçar e cair na água verde, afundando até a escuridão. Tsukasa havia cortado sua cabeça com um único golpe da lâmina, e novamente teve que materializar a máscara para isso.
— Acho melhor você continuar com ela mesmo.
— É, pode ser…
Passou um tempo desde que o grupo havia invadido a casa 4 abandonada. Kyoko Yoshizawa e Amélia Harris tinham se encontrado com Kali Iyer e Arashi Hayami no segundo andar. Kali estava observando um porta-retratos que ela havia pego e Arashi estava encostado em uma parede do quarto. A lareira estava apagada, e tudo ficou um pouco mais iluminado quando Kyoko entrou no quarto, com seus cabelos dourados clareando a visão.
— E então, acharam alguma coisa? — perguntou Kyoko. Amélia vinha logo atrás.
— Sim, encontramos algumas coisas. Inclusive, algo interessante… Achei este porta-retratos aqui. Algum de vocês reconhecem as pessoas na foto? — perguntou Kali, que resolveu não comentar sobre a lista de detentos para o Bastião do Titã do Coliseu Anisium.
Arashi não tinha visto o retrato ainda, então foi até ela para ver também. Kyoko e Amélia não faziam ideia de quem eram aquelas pessoas, porém, Arashi reconheceu duas delas.
— Ei, este não é aquele mágico maluco que achamos na missão nebulosa antes? Aquele maníaco nos fez jogar uma espécie de xadrez gigante na época — disse Arashi, apontando para o jovem loiro do retrato. Tinha exatamente todas as características de Oliver Miller, conhecido também como Valaric.
— Acho que não me lembro disso. Devem ter encontrado ele antes, eu e os outros só chegamos depois, pelo que eu me lembre… — comentou Kyoko.
— Mas esta pessoa… espera! — Arashi reconheceu aquele rosto com um pouco de dificuldade, mas quando analisou bem, ele não tinha mais dúvidas. — Esta é a Srta. Miller? Eva Miller, do pequeno vilarejo em Ice Rings?!
A mulher de cabelos prateados na foto e rosto belo e jovem era a mesma que Hifumi e Thomas Grace tinham encontrado em Ice Rings, no meio da viagem até a nebulosa de Órion no ano anterior. Ela era uma vidente renomada, que foi capaz de prever a chegada da equipe e também de ajudá-los a derrotar o Mórtivus, que era Vírpera, uma cobra gigante.
No retrato, a mulher estava ao lado de Oliver e a garota mais pequena, que se parecia com Charlotte Miller. Entre os garotos, estava Eva Miller, abraçando-os pelo pescoço. E um pouco mais atrás, estava um homem alto, loiro e um pouco barbudo. Provavelmente era o pai.
— Então… a Srta. Miller é a mãe daquele mágico maluco…?
— É um retrato em família, então é provável — afirmou Kali.
Um pouco atrás dos dois, um ruído saiu dos fundos daquele quarto. Na parte mais escura, havia um armário isolado, que tremia com sinais de resistência vindos de dentro dele. Kali e os outros olharam para o armário, se preparando para qualquer coisa. Arashi se aproximou lentamente, olhou por cima do ombro para saber se eles aprovavam, e as três jovens acenaram positivamente com a cabeça. Arashi deu mais um passo em direção ao armário, e quando estava prestes a abri-lo, as duas portas se abriram de uma vez, e um cyborg voou para cima de Arashi. A visão do garoto ficou lenta com aquela cena, um robô careca com um olho faltando e a cara rachada pulando para cima dele. Mas antes que o cyborg pudesse tocá-lo, Arashi usou sua eletricidade para correr e se esconder atrás de Kyoko.
Kyoko canalizou seu arco de luz em mãos, puxou a corda do arco, e uma flecha foi criada bem no fim da corda. Logo ela soltou a flecha, que disparou com um flash de luz até a face do cyborg, atravessando a cabeça e destruindo seu software por dentro.
— Que estranho… — começou Kyoko, dissipando o arco no ar. — Cyborgs num lugar desses?
— É melhor nós sairmos daqui… — disse Amélia.
— Não. San, Luke e aquela garota do robô ainda estão pela casa. Temos que achá-los primeiro — disse Kali.
Todos saíram daquele quarto, andando furtivamente pelos corredores escuros daquela casa. As janelas do segundo andar iluminavam vagamente os corredores, e agora estava chovendo. Ninguém percebeu a virada do tempo, como se tivesse começado a chover naquele instante. Cada trovão iluminava o corredor por um breve momento, e só isto já foi suficiente para mostrar o cyborg que os aguardava no fim do caminho.
— Mais um… De onde eles vieram? — perguntou Kyoko.
O cyborg avançou correndo. Seus olhos verdes brilhavam no escuro, até que fosse visível pela luz do cabelo de Kyoko. Arashi entrou na frente, brandiu sua katana, e desferiu um corte no braço do cyborg. O antebraço da máquina caiu ao chão, e ele tentou acertar um golpe no ombro de Arashi, mas ele desviou para baixo antes. Um pequeno pedaço solto de metal do android acabou cortando a lateral da face de Arashi, criando uma pequena saída de sangue. De repente, o sangue que saiu de seu rosto se ergueu no ar, se formou em uma agulha, e perfurou a testa do cyborg que caiu para trás imediatamente com o sistema corrompido.
Foi um ataque de Kali, que podia controlar o sangue manualmente. Indo um pouco mais à frente, encontraram uma porta. Quando abriram, era uma saída no segundo andar para o lado de fora da casa. Não havia mais chão, nem mais nada. Apenas um precipício até o solo.
— Que arquitetura estranha…
Mais um glitch ocorreu na realidade, e mais uma parte da casa apareceu no mesmo instante. Surgindo completamente do nada, uma escadaria adornada por paredes e teto surgiu naquele caminho sem nada. A escada levava para baixo, e tinha um espaço bem largo para os lados.
Os gritos de Cornélia ecoavam enquanto ela subia aquelas escadas junto de Aiden. Quando chegou ao topo, se encontrou com os outros, porém não pôde dizer mais nada. Vários cyborgs voadores se ergueram do fundo da escadaria, tentando alcançá-la com olhos brilhantes.
Aiden não deixou que ninguém a machucasse. Se colocou à frente de Cornélia e diante dos outros cyborgs. Seus olhos azuis brilharam fortemente, ofuscando a escuridão. Os outros brilhos de olhos raivosos pontilhavam a escadaria.
— Modelo Atlas-K17, por favor retirar-se do caminho do alvo.
— Pedido negado… — disse, com um ódio pessoal em sua fala.
Os cyborgs não recuaram, e nem hesitaram em destruir Aiden ali mesmo. Seus olhos brilharam com cada vez mais força, porém Aiden já estava preparado. Um laser azul saiu de seus olhos e queimou o torço do corpo de cada robô em sequência. Cornélia abraçou Aiden pelas costas, cravando suas mãos nas vestes dele.
— Aiden! Para! Por favor, não vale a pena se arriscar assim seu robô idiota!
Ele não parou de queimar. O laser foi atravessando cada cyborg, mas quando chegou no último, ele não foi rápido o suficiente. O laser que saiu dos olhos pretos do cyborg colidiu com o laser azul de Aiden, criando um embate de energias no ar. Aiden não foi projetado para combate, então seu laser logo foi dissipado pelo raio negro.
— AIDEN! PARA! — gritou Cornélia, mas era tarde demais. O traço negro do laser inimigo já estava mirado nos olhos de Aiden.
Porém, o resultado foi diferente. O laser negro foi interrompido por alguém. A mão de San Hiroyuki, estendida para parar aquele ataque. A mão de San foi gradualmente queimada pelo laser negro, mas ele não esboçou dor e nem gemeu com as feridas.
— San! O que está fazendo?! — exclamou Kyoko, ao fundo.
A mão completamente queimada de San começou a se regenerar, e um rastro vermelho foi visível passando pelas veias de seu braço. Logo, seu braço estava completamente regenerado, e um brilho vermelho saía de seu cachecol como uma fumaça, bem em cima da marca do X.
Vindo do fundo da escadaria, uma katana voou e partiu a cabeça do android ao meio. A katana se cravou na parede, e um vulto passou quase invisível entre eles. Era Luke Harris, que recuperou sua katana na parede e saltou até o topo da escada, se juntando a todos.
— Já estamos todos aqui agora! É melhor sairmos deste lugar logo… — exclamou Kyoko.
— Não tem mais saída — começou Luke. — Cada vez mais salas aparecem do nada. Alguém está alterando a realidade com esses glitches… Mas como isso é possível?
— Eu não sei, mas não vou ficar aqui mais — disse Arashi, e então usou sua eletricidade para passar tão rápido pela parede que acabou quebrando a madeira. O buraco que Arashi criou era fino, mas Luke deu um chute na madeira desgastada para abrir mais o buraco, e então todos puderam sair pelo segundo andar, saltando até o gramado em frente a casa assombrada.
Kyoko parou para limpar suas vestes brancas, e então se reuniu com todos.
— E então, o que fazemos agora?
— Não podemos deixar esse lugar assim, concordam? — perguntou Kali. — Temos que resolver esse problema. Então, que tal buscarmos a fonte?
— A fonte…? E onde estaria? — questinou Arashi.
Kali mostrou o retrato novamente, e apontou para a mulher na foto. Eva Miller, e San reconheceu na hora também.
— Vamos ver qual ligação a casa tem com essa família. Disse que ela ficava em Ice Rings, não é? Então é para lá que nós vamos agora.
Notas:
Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.
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