A Última Ordem Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 5: Ice Rings

 

Arco 2: Nebulosa de Órion

O clima foi se suavizando, alguns feiticeiros se reuniram na cidade para reparar os danos com o uso de Alquimia. San e Kyoko haviam saído da Corp, e foram até uma sorveteria próxima, para esperar pela seleção de equipes.

— Você parecia bem nervoso nas competições, hum? — comentou Kyoko, que logo em seguida deu uma lambida no seu sorvete de morango.

— Eu só estava meio preocupado… — respondeu, segurando um milk-shake de chocolate, mas apenas olhando para ele, sem tomar.

Da entrada da sorveteria, o garoto misterioso de cabelos brancos apareceu. Pediu um sorvete de creme. Ele se sentou na mesa do lado, e começou a tomar com uma pose e expressão que demonstravam que ele estava pensativo sobre algo.

— Esse menino… a Alquimia dele é bem única, ele cria espelhos de cristal… — disse Kyoko, curiosa.

— Hum, qual o nome dele?

— Não sei…

Logo, uma voz suave e que passava tranquilidade respondeu ao fundo.

—  Namida Sato, é o meu nome. Se não sabem o nome de alguém então vão e perguntem para a pessoa, não fiquem cochichando sobre as pessoas por aí… ainda mais perto delas. É feio.

Namida tinha olhos azuis e cabelos bem brancos, usava uma blusa branca, com um cachecol preto enrolado em seu pescoço.

— Oh! Namida… desculpe, meu nome é San Hiroyuki, e ela é a Kyoko Yoshizawa…

— Eu já sei os seus nomes, era só olhar nas tabelas. Vocês realmente não prestarão atenção naquilo, né.

Os três entraram em um bom papo, e no meio da conversa, alguém entrou correndo para pedir sorvete também. Era Arashi Hayami, entusiasmado e agitado como sempre.

— Arashi, você sabe que a sorveteria não vai simplesmente desaparecer… — disse Tsukasa, pois seu irmão ia como se sua vida dependesse disso. Ele entrou na sorveteria logo em seguida.

— Negativo! A alguns minutos atrás, o restaurante do Sr.Edward literalmente sumiu com o ataque de hoje.

Os dois pegaram sorvetes também, enquanto Namida olhava para o teto pensativamente. Arashi se juntou a eles, se sentando na cadeira ao lado de San e Kyoko.

 — Eai? Todo mundo aqui passou também não é? Ainda bem que aquela rosinha estressada ficou para trás.

— Você parece muito preocupado se ela vem ou não, hum? Vocês até que combinam — caçoou Kyoko, rindo de canto.

— Nada a ver! Aquela nanica é bem diferente de mim. — Sakura era bem menor que Arashi, uns vinte centímetros.

Namida se levantou, e se reuniu à todos na mesma mesa.

— Eu concordo com ela, vocês são a mesma coisa. Se caírem na mesma equipe, eu não vou querer estar lá para ver isso — disse Namida, tomando seu sorvete logo em seguida.

 Arashi parecia um pouco zangado com os comentários. Resmungou e voltou a tomar seu sorvete de castanhas.

 — É, eu preciso fazer uma coisa ali. Vai fazendo amigos por aí, Arashi. É isso que você costuma fazer afinal — disse Tsukasa, enquanto saia da sorveteria. Arashi tentou responder, mas estava de boca cheia e a única coisa que saiu foram resmungos que quase formavam o nome de um feitiço.

— Você e seu irmão parecem profissionais. Já entraram para Corp antes? — perguntou Namida, olhando para o teto, pensativo de novo.

— Nah, a gente não passa de amadores aqui. Bom, eu sou treinado para usar espadas, meu mestre, Sr.Zhang, já é meio velho e me treina a alguns anos… Então sou um pouco experiente, já o Tsukasa… — Arashi ficou em silêncio, enquanto todos olhavam para ele.

— No começo ele não sabia fazer nada direito. Ele nunca quis lutar, ele odiava muita confusão. Mas depois daquilo… ele mudou, é como se eu não o conhecesse mais.

— Aquilo… o quê exatamente? — perguntou San, curioso.

— Após a morte da nossa mãe, aconteceu um acidente em um penhasco. Ele ficou desaparecido por um ano após cair daquele penhasco, mas de alguma forma ele sobreviveu. Alguns diziam que ele tentou suícidio. Ele voltou carregando uma coisa diferente consigo... mas isso não importa, vocês não entenderiam…

Com a quebra do clima, San deu a desculpa que tinha algumas coisas pra resolver e saiu da sorveteria, queria refletir um pouco. Ainda tomando seu milk-shake, com uma mão no bolso e olhando para o céu. Pensativo sobre o futuro, pensativo sobre o que aconteceria a partir dali.

Em volta, sons diferentes vagavam pela cidade, trens passando pelos grandes tubos tecnológicos de transporte por cima da cidade. Carros passando, pessoas conversando à sua volta.

— Senhor, não é saudável ingerir esta quantidade consecutiva de bebida alcoólica, pode acabar tendo uma convulsão — alertou um robô humanoide, que estava ao lado de um velho bêbado em um bar.

O homem pegou sua bebida, e jogou no robô agressivamente.

— Cala a boca, lata velha! Cê num manda em mim… — resmungou o homem, falando de um modo meio zonzo, como se já tivesse bebido uns 15 copos.

— Ei ei ei! Mais respeitos com nossos Cyborgs por favor, ou terei que te expulsar do estabelecimento — disse o dono do bar, em um tom elevado.

San observava de longe, pensando no quão rude algumas pessoas podem ser sem motivo algum. Seu celular vibrou por um instante, era um email da Infinity Astra, solicitando que todos os participantes que haviam passado comparecessem imediatamente.

San então começou a caminhar de volta para onde veio, e retornou a Corp. Ao entrar na sede, uma voz feminina na recepção falava.

— Boa tarde! Bem-vindo a Infinity Astra, San Hiroyuki, por favor continue até a segunda sala no corredor à direita.

San resmungou em resposta, e seguiu para o corredor. Entrando na sala. Ali estavam Arashi e Tsukasa Hayami, Thomas Grace e Hifumi.

— Agora, estão todos aqui. Então essa é basicamente a nossa equipe agora, somos classificados como a “Infinity-Y”, as outras equipes são Infinity-Z, X, e W — explicou Hifumi.

San olhou em volta, e percebeu que não estava na mesma equipe que Kyoko.

— E para o nosso azar, como a nossa equipe foi a única a ser completamente formada, a primeira missão é nossa… Tem uma nebulosa a alguns anos luz daqui, está rolando algum tipo de anomalia por lá. Vamos dar uma olhada nisso aí…

— Nebulosa… mas como a gente vai chegar lá? Nenhum foguete é rápido o suficiente para viajar essa distância — questionou San.

— Humph, apenas assista.

Hifumi andou até a outra saída da sala, que era um campo aberto para fora da Corp. Ali tinha um pequeno painel holográfico que projetava alguns modelos de naves. Ele escolheu um modelo com uma frente pontuda e grandes propulsores atrás. (Como um jato)

— Esse é um dos meus favoritos, o nome desse é Falcon — disse Hifumi, enquanto selecionava o modelo. E o chão se iluminou com Alquimia. A magia foi materializando rapidamente a nave, e em segundos ela já estava pronta.

— Uma nave feita inteiramente de Alquimia, a velocidade que isso pode voar é impressionante. Agora entrem, não temos muito tempo a perder — explicou Hifumi.

Todos seguiram até a nave, e lá dentro tinha uma tecnologia bem avançada. Um pequeno arsenal preso à parede, equipamentos espaciais em que San não fazia a menor ideia do que faziam, e também alguns uniformes para os membros.

— Coloquem um uniforme e escolham seus equipamentos, nós temos um bom tempinho até chegar lá então não se preocupem por agora.

O uniforme era cinza, com alguns detalhes roxos que pareciam estrelas.

Hifumi começou a pilotar a nave, que subiu lentamente com os propulsores, e saiu com uma arrancada extrema pelo impulso dos propulsores. A nave saiu da atmosfera da terra em um piscar de olhos.

Todos colocaram um uniforme por cima das roupas que estavam usando, e começaram a analisar os equipamentos. Tsukasa parecia bem calmo, e após vestir seu uniforme pegou uma semente dourada em cima de uma mesa, e a engoliu.

— Oh, bem lembrado, peguem essa semente aí se quiserem respirar fora da terra. Ela vai constantemente liberar oxigênio nos seus pulmões então não vão precisar respirar, de início vai ser uma sensação bem diferente mas vocês se acostumam — explicou Hifumi, enquanto engolia uma semente também.

Após um tempo viajando, eles pareciam um pouco entediados. Hifumi dirigia a nave, Tsukasa moldava pequenas esculturas de gelo em uma mesinha, Thomas olhava para uma das janelas da nave e Arashi andava de um lado para o outro, ele tinha muita energia para gastar. San estava deitado no chão, olhando para o teto da nave, se afundando em seus pensamentos sobre seus irmãos. Ele acredita que eles estão vivos em algum lugar do universo, mas ele parece tão grande, será que é realmente possível um dia encontrá-los?

— Ei, San. Quer jogar “Likkho”? — Perguntou Hifumi, com uma moeda na mão.

— Que diabos é Likkho? — questionou o garoto, levantando-se do chão para ouvir Hifumi.

— É bem simples, pegue uma moeda e a faça rolar… e então controle-a com sua Alquimia, e tente derrubar a minha, quem perder, perde a moeda.

San parecia entediado, então não recusou. Se sentou na frente de Hifumi e sacou uma moeda de euro. Os dois jogaram a moeda, e as moedas brilharam com uma aura da Alquimia dos dois. Elas começaram a rodar pelo chão e girar uma atrás da outra, as vezes elas se colidiam e eram jogadas para longe, mas não paravam de rolar. San parecia determinado a derrubar a moeda de Hifumi.

Thomas observava a janela, e soltou bem baixinho: "Estão vindo..." e então saiu de perto da janela e se sentou na mesa de Tsukasa. Ele observava a belíssima escultura de uma Fênix de gelo que Tsukasa tinha acabado de terminar.

Tsukasa olhou fundo nos olhos de Thomas, e o encarou com seus olhos vermelhos. Thomas sentiu um arrepio por todo o corpo, e sentiu como se Tsukasa pudesse ver sua alma através dos olhos.

— Está tramando algo, sei que não vai me contar, mas eu já lhe aviso… Não entre no meu caminho.

Thomas queria falar algo, mas sua boca não se abria, então ele apenas se levantou e foi para o outro lado da nave.

Uma das moedas finalmente foi derrubada. E para sua decepção, era a moeda de San, que havia acabado de perder para Hifumi enquanto ele dizia o quão bom ele era neste jogo. Arashi passou correndo e pegou a moeda caída de San, e disse que agora pertencia a ele, afinal ela seria dada a um vencedor.

— Ei, devolva minha moeda! — exclamou Hifumi, indo para cima de Arashi.

De repente, uma grande explosão foi ouvida ao lado, e todos ficaram em alerta. Uma nave que vagava por ali foi destruída por um ataque de fontes desconhecidas.

— Merda! Deve ser alguma gangue saqueando naves cargueiras — disse Hifumi, voltando apressadamente ao banco do piloto. Um grande gancho metálico agarrou um dos propulsores da nave rapidamente, fazendo com que Hifumi perdesse o controle.

— Arh! Estão segurando a nave!

— Algum tipo de metal condensado em magia desconhecida… O ataque foi feito por feiticeiros — explicou Thomas, enquanto analisava pela janela.

— É melhor pousar em alguma base para tirá-los do caminho, não acha? — avisou Tsukasa.

— Isso foi inesperado, eu abaixei a guarda… O planeta mais próximo é Ice Rings, a alguns quilômetros daqui. É o próximo destino.

Hifumi então foi tentando direcionar a nave até o planeta. A nave foi se deslocando até o planeta com um dos propulsores danificados, e a nave inimiga ainda os perseguia. O gancho se soltou da nave de Hifumi, fazendo com que ganhasse mais velocidade.

Chegando no planeta, Hifumi pousou em cima de uma colina de neve. Era um planeta de gelo, coberto por neve e com três enormes anéis de gelo em volta de todo o planeta.

— Eles estão se aproximando! Se preparem para o confronto…

Saíram da nave em posição, e a nave inimiga se aproximava com velocidade. Cinco figuras misteriosas saltaram da nave inimiga e desceram com velocidade dos céus, caindo de ponta. Hifumi saltou, usou a nave de apoio, e saltou novamente para o ar. Deu um impulso usando as chamas para se aproximar dos inimigos e logo brandiu sua grande espada, que se encheu de chamas na mesma hora. Movimentou a lâmina pesada com eficácia, efetuando um grande corte flamejante, mas o inimigo repeliu o corte com um cajado negro que tinha em mãos.

Arashi, do chão, carregou eletricidade nas pernas e deu um salto potente. Avançou até a espada de Hifumi, e parou em pé em cima dela, com velocidade. Sem pensar muito, deu uma investida em um dos outros feiticeiros com o ombro. Mas antes que Arashi pudesse alcançá-lo, soltou um feitiço negro que repeliu o garoto para os ares.

De repente, um gás verde começou a se aproximar da área de conflito, Hifumi e Arashi recuaram junto do resto da equipe ao notarem aquela cortina de gás.

— Mas o quê?! — exclamou Arashi, observando de longe.

— Uma cortina de veneno… fiquem atentos! — gritou Hifumi, tomando posição ofensiva com sua espada. O veneno acabou consumindo o corpo dos cinco inimigos, e uma silhueta feminina saiu de dentro da fumaça, apontando uma foice vermelha feita de rubi na direção de todos.

— Não parecem ser Mysthrums… quem são vocês?! — A garota tinha cabelos rosados e olhos vermelhos como rubi. Tinha traços faciais e aparência idênticas a Sakura, com a única diferença que seus cabelos eram mais longos. Usava um chapéu branco bem grande, e roupas largas para ficar no frio, e usava botas de couro cumpridas.

— Essa garota… é igualzinha a Sakura — disse Arashi, boquiaberto.

— Sakura? De onde você conhece a minha irmã? São da Infinity Astra? — perguntou a garota, intrigada. Tsukasa a observava, com os braços cruzados.

— Está tudo bem, Myaku, não somos seus inimigos — explicou Tsukasa. Myaku abaixou sua foice, e se acalmou em seguida.

— Oh, eai? Não pensei que estaria aqui, perdoem a minha indelicadeza.

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.

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