A Última Ordem Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 12.2: A Vontade de Órion

 

Parte 2

Aquele momento de tensão no embate com Ghost continuou. A única coisa que todos ouviam naquele instante era o som do fio das lâminas colidindo e repelindo-se. Um pequeno "Thin" a cada segundo. Hifumi não se atrevia a se movimentar pelo campo, estava sempre na mesma posição, concentrado em ouvir os pequenos sons que o Fantasma emitia ao redor.

Ao vago horizonte, ele pôde ouvir um quase nulo som de movimentos no ar. Logo tornou seu foco naquela direção, e hábil como o vento, um vulto silencioso vinha para cima de Hifumi, partindo do vazio eterno na imensidão da Nebulosa. Hifumi tomou posição defensiva novamente, brandiu a espada, e quando o vulto o alcançou, o mesmo som de "Thin" ecoou pela área mais uma vez. Estavam forçando as lâminas uma contra a outra novamente. Mas dessa vez, Ghost decidiu tomar outra rota. Girou a lâmina contra a de Hifumi, fazendo-o perder consistência, e usou o fio da longa espada como apoio para saltar em pleno ar. A gravidade o fez flutuar por alguns segundos, e naquele meio tempo, lançou uma de suas lâminas na direção de Hifumi. A arma correu todo o percurso girando, como um bumerangue. O ataque foi repentino para Hifumi, pois pensava que após colidir novamente, Ghost iria entrar para dentro de algum reflexo. Mas, desta vez, decidiu atacar indiretamente. O líder, despreparado para o movimento, apenas tentou desviar do trajeto que a lâmina iria percorrer mas movimentou-se tarde demais. A ponta do fio da lâmina passou, cortando superficialmente uma pequena camada de seu rosto.

Ghost, notando que impressionou seu inimigo com o ataque, saiu do reflexo da própria lâmina que pairava ao lado de Hifumi. Conforme seu corpo ia gradualmente saindo, tentou partir o líder utilizando a segunda arma. Hifumi, no último segundo, empunhou sua espada e repeliu o ataque mais uma vez. O corpo de Ghost estava quase completamente fora da lâmina, e Hifumi notou ali uma brecha.

Usou a outra mão para puxar o garoto para fora, enquanto retomava o controle de sua espada. Movimentou-a para o chão, e fez um movimento vertical para cima. Conforme a espada subia, chamas a envolviam e queimavam com vigor. Logo, o corte para cima foi efetuado, acompanhado por uma coluna de chamas que se ergueu milésimos depois. Mas, para a surpresa de ninguém, Ghost desapareceu antes que o ataque lhe atingisse.

O clima ficou tenso novamente, e os outros que antes assistiam, perceberam que deveriam ajudar no confronto também. Aproveitando que o Fantasma ainda não tinha retornado, Namida tomou à frente, e ergueu duas mãos ao alto. Acima de todos, um belo e grande espelho se materializou, brilhando na clássica cor dourada de Alquimia pura.

Atentos, sabendo que ele talvez aparecesse daquele grande espelho, todos tornaram o foco para cima. O silêncio mais uma vez tomou conta do lugar, e a tensão era alta, pois sabiam que sem ouvir e nem ver nada, poderiam morrer a qualquer segundo. Ghost poderia pegar qualquer um desprevenido naquele momento, mas apenas por diversão, decidiu sair pela armadilha que Namida pensou ser bem-sucedida.

Quando todos viram a pequena silhueta do Fantasma sorridente se aproximar ao fundo do espelho, carregaram seus ataques. Hifumi cravou sua espada no chão, que instantaneamente gerou rachaduras pelo local, que se estenderam abaixo do grande espelho. As rachaduras emitiam o brilho e o calor da pura magma. Gyokku também ficou alerta, canalizou nos dois punhos uma corrente furiosa de vento que girava no pequeno espaço entre seus punhos. Quando o fantasma se aproximou, prestes a sair do espelho, jogou sua lâmina ao chão próximo ao Thomas, e a lâmina se fixou ali.

De dentro das rachaduras de magma no solo, pequenas almas atormentadas banhadas em lava subiam, pairando até o espelho acima. As almas se juntavam conforme subiam, formando uma grande meleca de lava, que crescia e flutuava até o espelho. Gyokku logo ergueu as mãos, e a corrente de ar carregada foi desferida ao espelho. Fundindo-se com as almas de lava, e tomando uma forma em espiral. Logo, com poucos segundos, aquilo se tornou um escaldante furacão de lava, que extinguiu completamente a magia residual naquele espelho gigante.

O furacão ia se erguendo gradualmente, e tampando a visão de todos pelo calor. Thomas percebeu que Ghost havia jogado uma de suas lâminas no chão após aparecer brevemente no espelho. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, O Fantasma saiu de dentro da lâmina, e foi direto em Kisaragi, que estava parado pois tinha medo de enfrentar aquele veterano em combate. Ishida, notando o avanço repentino ao Kisaragi, usou sua varinha e criou uma barreira, defendendo o garoto. Ghost tentou perfurar a barreira quando a alcançou, mas sua lâmina não era forte o suficiente.

"Minha lâmina... não atravessa? Que tipo de Alquimia esse garoto tem?" pensou, impressionado. Ishida não perdeu tempo, fez um movimento circular com a varinha, e criou várias barreiras em volta do Fantasma, formando uma jaula.

Ghost, agora não teria muito o que fazer, ficou parado dentro das barreiras. Fez outra bolha com seu chiclete, e cruzou os braços. Todos se aproximaram, e observaram Ghost de fora, pois a barreira era parcialmente transparente, porém com um brilho dourado.

— Não tem mais para onde ele ir. Não tem espelhos lá dentro, e essa coisa não reflete nada — explicou Ishida, se aproximando também. Ghost soltou uma gargalhada ao ouvir isto, e continuou mascando seu chiclete.

— Ele deve ter mais alguma carta na manga… não seria tão simples assim — comentou Namida, analisando-o.

— Eeeeh, barreira forte né? Chrono podia aprender algumas dessas — disse Ghost, enquanto passava a mão sobre a estrutura da barreira.

Hifumi foi o último a se aproximar, e ele passou próximo à lâmina que Ghost havia deixado no chão.

— Você vai vir conosco, e sem gracinhas. Tenho muito o que perguntar…

Conforme se aproximava, Hifumi estocava sua espada na bainha em suas costas.

— Eh? Heh... pergunte então. Antes que algum gato arranque sua língua... — murmurou Ghost, provocando-o.

Aproximou-se das paredes que o prendiam, e começou a entrar dentro dela. Começando pelos braços, e logo, adentrando o resto do corpo também. Ele desapareceu dentro da barreira, e os outros ficaram tensos mais uma vez. Ninguém disse mais nada, e o silêncio propagou-se no local de novo. Hifumi atentou-se aos sons do ambiente, e bem ao fundo, era como se ele escutasse o som saindo do fundo de sua alma. Ouviu um breve e surdo soar de "Shiinn...". Logo percebeu que aquele som, era da lâmina de Ghost sendo desembainhada logo atrás dele, enquanto o Fantasma deslocava seu corpo para fora da segunda lâmina, que Hifumi havia passado próximo quando achou que a vitória era dele.

— Atrás de você... — sussurrou, e o corpo inteiro do Líder ficou arrepiado. Hifumi, por puro reflexo, sacou sua espada e efetuou um corte para trás. O movimento foi executado à base do desespero, e foi mais hábil que o comum. Ghost defendeu o ataque com sua lâmina, enquanto sorria egocentricamente para o líder. Os dois novamente se encararam, enquanto forçavam as lâminas uma contra a outra.

Thomas decidiu se movimentar, e tocou rapidamente o ombro de Namida. Absorvendo assim, a Alquimia dos espelhos, e se afastou. Começou a criar um pequeno espelho nas mãos, sabendo que o Fantasma seria atraído por ele. Ghost percebeu a armadilha, mas decidiu brincar com o garoto. Entrou dentro da espada que Hifumi forçava contra a dele, saindo logo em seguida do pequeno espelho que Thomas havia criado. Thomas sem perder tempo agarrou Ghost pelos ombros, e tentou absorver sua magia. Mas ele não conseguia sentir absolutamente nada a partir dali.

“Mas… como? Isto não é Alquimia...? Como ele consegue alternar entre os espelhos então?!” Pensou Thomas, mas já era tarde demais. Ghost efetuou um corte bem no peito do garoto, que logo em seguida caiu no chão, com um grande ferimento no peito.

Ishida logo ergueu sua varinha de bruxo, e desferiu um raio mágico na direção de Ghost. Ele desviou com apenas um passo para trás, sorridente. Gyokku levantou sua mão, com um movimento vertical de baixo para cima, e uma corrente de ar com bastante pressão surgiu abaixo de Ghost, jogando-o ao alto. Os cacos de espelho que estavam espalhados pelo chão voaram também, e Kisaragi que estava próximo foi arrastado para o alto junto do vento.

Kisaragi soltou um grito no ar, enquanto Ghost usava aquela brecha perfeita para alternar entre os cacos de espelho que sobrevoavam em volta de Kisaragi. Ele passava entre os cacos, e um vulto veloz cortava o corpo do pobre garoto completamente.

Hifumi fez um rápido sinal com as mãos, e começou a sugar o ar que Gyokku criou para dentro dos próprios pulmões. Ishida percebeu o que iria acontecer e lançou um feitiço em Kisaragi, fazendo-o levitar para bem mais alto, como um balão inflável. Hifumi, com olhos furiosos, começou a soprar fogo sobre a corrente de ar, misturando o vento com as chamas. Os cacos de espelho foram pulverizados com o fogo, e Ghost havia desaparecido novamente. Ninguém baixou a guarda, e Thomas após o ataque, se levantou com cuidado, tampando sua ferida com uma mão em seu peito. Ele tossia sangue enquanto tentava se reerguer.

Na roupa de bruxo que Ishida estava usando, tinha um pequeno botão no meio prateado no meio. O pequeno botão, causava reflexos. Para a surpresa de todos, Ghost logo saiu de dentro do pequeno botão na roupa de Ishida, e tentou cortar a cabeça do jovem mago fora. Mas Ishida se esquivou para trás, fazendo o resto do corpo do Fantasma sair para fora. Ao mesmo tempo, criou mais um escudo mágico para separá-lo de Ghost.

Hifumi fixou sua espada no chão, preparando um movimento que encerraria de uma vez aquele confronto. E então, cheio de fúria, recitou o feitiço:

Infernum… — naquele momento, seu domínio foi ativado. Um pentagrama de fogo se estendeu ao chão, esquentando o clima gradualmente. Ishida se afastou com um salto para fora do pentagrama, e criou outra jaula em volta do garoto Ghost.

— De novo? Eeeeh! — exclamou Ghost, parecendo cansado.

Hifumi se concentrou, e recitou mais um feitiço quando a imagem do pentagrama se completou.

Ira Vulcani! — o símbolo no chão aqueceu mais, brilhando com as mais puras chamas do inferno. Foi ganhando energia, e quando se completou, uma potente rajada de fogo saiu do chão, — como a erupção de um vulcão — consumindo toda a área em que o pentagrama alcançava. Uma das lâminas de Ghost que estava presa ao solo foi completamente incinerada com o ataque estrondoso.

Após as chamas baixarem e a fumaça correr pelo ar, Ghost novamente havia sumido. Hifumi retirou sua espada do chão, e todos ouviram um breve barulho de dentro da sala de controle na base espacial. Ishida entrou para ver. Ali dentro, Ghost havia saído do reflexo do painel de controle. Todos entraram em sequência na sala, e ele estava encurralado ali. Mas havia algo estranho, pois tinha outra pessoa dentro da cabine.

— Eeh… acabaram com minha lâmina, vou pedir a Phoenix para forjar outra. Vamos embora, Marine. Não quero mais brincar sem minhas arminhas — disse Ghost, ao Marine. Que estava encostado no fundo da cabine, de braços cruzados apenas assistindo a luta.

Marine tinha cabelos loiros e um olho azul. O outro estava coberto por um tapa olho azul, com extensão preta. Ele usava uma jaqueta preta com uma camisa também preta por dentro. Ele descruzou os braços e tirou uma pequena bússola com energia da água de dentro do bolso, e apontou a bússola para a parede. Na parede se abriu um portal de água, e os dois caminharam até ele.

— Não os deixem fugir! — gritou Hifumi, avançando atrás deles com velocidade. Mas quando entraram, o portal se fechou instantaneamente. — Droga! Perdemos eles… de novo

— Ghost e Marine, hum… Dizem que Marine representaria as pernas do corpo perfeito, pois é ele quem cuida da locomoção. Esses portais me parecem interessantes — disse Gyokku, enquanto apalpava o ombro de Hifumi para consolá-lo.

Enquanto isso, Tsukasa ainda lutava com os felinos de Alquimia. Um deles estava no topo de um asteroide bem acima de Tsukasa, e o outro ainda tentava atacar o garoto. O gato que estava no alto levantou sua cauda, balançando-a no ar, e de sua cauda várias pequenas agulhas começaram a surgir. Com um breve movimento da cauda, ele repeliu todas as agulhas na direção do garoto. As agulhas eram douradas, feitas de magia. Ele criou sua lâmina de gelo mais uma vez, e rebateu todos os espinhos enquanto ainda desviava dos ataques do outro gato, que vinha determinado a alcançar a "bolinha de lã", que seria Tsukasa.

Quando todas as agulhas foram repelidas, ele se apoiou em um asteroide no espaço, e saltou sobre a pedra ao lado, em que o outro gato estava. Quando chegou ao chão, avançou diretamente por debaixo das patas do gato. Tocou o chão suavemente com os dedos, e congelou uma das patas traseiras do gato, que se fixou ao gelo, prendendo-o no asteroide. O gato tentou pular, mas sem sucesso pela pata presa, o que fez seu corpo cair sobre o asteroide, quebrando metade dele. Ele estava à beira de cair no vácuo, mas sua pata congelada o segurava no asteroide ainda.

 Tsukasa se equilibrou em outro asteroide próximo, e fez um sinal com as mãos.

Lumen Solidáriun  — e então a lua de gelo se ergueu no vácuo do espaço, subindo gradualmente. O vento frio da nuvem se direcionou totalmente em direção ao que estava bem acima dos outros dois. Ele soltou um alto miado quando notou seu corpo sendo congelado, e logo, se transformou em um grande cubo de gelo.

Tsukasa correu, passando entre os asteroides abaixo do gato congelado acima, enquanto sua lâmina de gelo tomava um tom completamente vermelho repentinamente. Ele a fincou no chão, ao estar posicionado embaixo do gato, e recitou:

Tempestas Glacialis!

Milésimos após ditar o feitiço, uma enorme quantidade de gelo vermelho se juntou em volta de sua lâmina, e ergueu-se como um monte de areia, subindo em formato espinhoso. Era quase como uma montanha, e perfurou em cheio o cubo de gelo em que o gato estava preso, perfurando-o de baixo para cima. O tremor liberado pelo ataque fez com que o outro gato se soltasse do asteroide, caindo assim no vácuo da Nebulosa. Os dois gatos haviam sido derrotados, e Tsukasa concluiu o desafio quase que ileso.

Tsukasa tinha apenas um ferimento, e era um corte no braço. E por algum motivo, o sangue que escorria sobre seu corpo era negro.

— Quem diria! O que temos aqui… Nosso convidado especial, no fim era o famoso Garoto do Sangue Negro! Que surpresa não é mesmo? Mas o show deve continuar. Vá garoto, role… os dados… — exclamou o mágico, retornando em sua cartola voadora.

Os dados reapareceram na frente de Tsukasa. Ele os olhou por um tempo, então os pegou, jogando-os no ar.

— Por que está fazendo esses jogos aqui? Você sabe que não tem público nenhum para te assistir — disse Tsukasa, enquanto rolava os dados. Porém, o mágico não o respondeu. Um dos dados caiu no vácuo, e o outro marcava o número 1.

— UM!!! Que azar… o número quase impossível de se cair, pois são dois dados. Nível de violência MÁXIMA!

O mágico ficou sobrevoando a área, rodeando o seu "palco" imaginário pelo ar. De repente, vindo de dentro das nuvens cósmicas acima, infinitas facas de Alquimia dourada cobriram completamente o céu nebuloso. Eram milhares de facas, que ao longe, se pareciam com um enxame de abelhas. As facas começaram a se aproximar de Tsukasa, em velocidade extrema.

Ele olhou a cena por alguns segundos, e resmungou. Tomou posição, fechou os olhos e se concentrou profundamente. A chuva de facas partiam a extensão do asteroide em que ele estava, mas o garoto mantinha sua postura e expressão serenas.  Ele desviava das facas, com movimentos delicadamente elegantes. Passos de dança, entre os pequenos espaços que existiam de uma faca a outra. O fio das facas sequer raspava na pele do garoto, que parecia estar tão tranquilo quanto uma donzela observando o pôr do sol. O asteroide foi se rachando, e se despedaçando com a pressão de tantos cortes consecutivos, mas mesmo assim, Tsukasa apenas trocava de asteroide, rodopiando no ar, e as facas nunca atingiam seu alvo.

— BRAVO!!!! Uma salva de palmas para o nosso convidado! Que habilidade! — Gritou o mágico, assistindo todo aquele espetáculo em sua cartola.

Tsukasa continuou por algum tempo, desviando, dançando, e se movimentando, sem abrir os olhos em nenhum momento. Mas então, percebeu que as facas não iriam parar de cair até que ele fosse morto. O garoto se cansou de participar daquele show, e seus olhos abriram-se lentamente. A vibrante cor avermelhada brilhava em seu olhar, e o nascer de um crepúsculo sangrento foi visível, com a cintilante e escaldante radiância no olhar vermelho do garoto. Naquele momento, aos seus olhos, tudo ficou lento. As facas caíam lentamente, o mágico não se movia mais. O frio foi tomando conta do lugar, e pequenos flocos de gelo pairavam, caindo delicadamente, com o gelo abraçando o dourado das facas, enquanto elas gradualmente perdiam seu brilho.

Nullum Absolutus…

 Naquele momento, o tempo praticamente parou. A lua de gelo brilhou forte no alto, e um frio tão gelado quanto Helheim desceu, ocultando todo o cenário. O crepúsculo antes avermelhado pelos olhos do garoto, agora se acendeu em uma cor branca, com um prisma gelado e nulo pelo frio descia, congelando tudo aquilo que se mexe, parando até mesmo o movimento dos átomos, congelando a própria magia residual nas facas, resfriando a última fagulha de esperança que queimava no olhar do grande mágico. A temperatura desceu até o ponto em que nem mesmo a magia era capaz de se mover. Aquele, era o ponto mais frio do universo. O Zero Absoluto.

A partir daquele momento, o mágico se movia em uma velocidade tão lenta em sua cartola, que era quase como se estivesse parado. Ele tentou usar um feitiço para aquecer sua cartola, e ela logo voltou a se mover um pouco mais rápido. Porém, todas as facas estavam completamente imóveis no ar. Tsukasa estava com os braços cruzados, observando o mágico sobrevoar em volta. A tranquilidade que ele mantinha no olhar desapareceu, restando um olhar frio e monótono.

— Hah! Está ficando interessante. O nosso participante quer entrar em um confronto direto! Vamos ver então, a próxima fase do espetáculo será… Pega-Pega.

O olhar frio de Tsukasa não cessou, e sem mover um músculo, amontoados de gelo e neve se ergueram do chão e do ar, seguindo a cartola do mágico com velocidade. O lugar estava tão frio, que o gelo poderia ser materializado a partir de qualquer lugar, até mesmo do ar. O mágico começou a ficar aflito com a situação que estava começando a sair fora de seu controle, e o gelo continuava o seguindo aonde quer que ele fosse. Ele teve a ideia de ir em direção à lua de gelo para destruí-la, mas ao se aproximar, a lua liberou um um ar tão gelado que congelou a própria Alquimia da cartola do mágico.

— O quê…?! Como isso é… — antes de sequer terminar de falar, o gelo da cartola se quebrou e ele lentamente começou a cair no vazio. O amontoado de gelo que o perseguia logo lhe alcançou, e o cobriu por completo. O gelo fazia movimentos circulares no ar enquanto arrastava o mágico consigo, até que finalmente se chocou contra um asteroide com tudo. Mais gelo e neve vinham de todas as direções para prendê-lo, chocando-se contra o corpo do mago. Uma cachoeira inteira de neve descia sobre ele, deixando-o sem movimentos. Tsukasa apenas observava de braços cruzados, sem sair do lugar.

Os ossos no corpo do mágico foram massacrados por dentro com todo aquele impacto, e ele não tinha mais ações. Estava acabado, humilhado, com frio, e derrotado por um garoto aleatório que ele pensou ter controle sobre. Tsukasa vinha caminhando até ele, com um olhar frio e obscuro. Sua face estava coberta por uma pequena sombra, mas seus olhos vermelhos ainda se destacavam em sua expressão vazia.

— Não… por favor… não! Se afaste! Eu nunca vou te perdoar se você tocar em mim! SE AFASTE!!

O mágico berrava, mas Tsukasa ainda caminhava lentamente até ele. Quando finalmente alcançou o mágico, Tsukasa lentamente aproximava a mão ao rosto dele, enquanto ele não parava de gritar pela vida. Quando estava prestes a tocar o mágico, Arashi saiu de dentro das nuvens abaixo, segurando Sakura nos braços. Ele havia saltado pelos cubos da Sakura até alcançar a superfície.

Tsukasa olhou, e deixou o mágico para trás. Foi correndo ver como estava seu irmão.

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.

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