A Última Ordem Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 10.2: O Julgamento da Morte

 

Parte 2

Hifumi estava em um lugar escuro e vazio, era como o próprio limbo. Apenas alguns cochichos podiam ser ouvidos do além. Hyoten no Megami lentamente aparecia no Abismo por seu portal. Aproximava-se com passos lentos e delicados após sair de dentro da fenda.

— Realmente, um guerreiro honrado. Se sacrificando pelos seus objetivos… É admirável. Este é o Julgamento da Morte. Era para Myaku Yukari ser julgada pelos seus pecados, mas já que decidiu continuar com seus nobres atos, o julgamento será seu.

Hifumi soltou um resmungo e ergueu sua lâmina com as duas mãos na direção de Hyoten. Com uma expressão calma e determinada.

— Tudo bem… — com um suspiro, ele disse. — Pode vir.

— Bem corajoso, hum? Mas apenas coragem não irá te salvar de seu julgamento.

Completando a frase, Hyoten criou três grandes cristais de gelo no ar acima dela, apontados na direção de Hifumi. Os cristais moviam-se com velocidade para cima dele. Ele pulou o primeiro, que se chocou contra a barreira do vazio. Brandiu sua espada no ar e partiu o segundo, com suas chamas na lâmina da espada. E com uma manobra aérea, deslizou por cima do terceiro. Usou este como apoio para saltar novamente, indo do alto até Hyoten, caindo com sua lâmina virada para baixo. Hyoten estendeu a mão para o garoto, e criou uma barreira de gelo com espinhos acima dela para defendê-la. Hifumi não parou de avançar, e fincou a lâmina, que com firmeza se prendeu na barreira, criando rachaduras no gelo. Notando aquela oportunidade, canalizou uma grande quantidade de chamas na ponta da espada, e atravessou a barreira com fúria e vigor. Pôde perfurar o corpo da imperatriz abaixo com suas chamas.

O corpo de Hyoten se despedaçou em centenas de fragmentos de gelo pelo impacto do ataque. Logo, os fragmentos que pairavam brevemente no ar se uniram em uma posição um pouco distante, moldando novamente o corpo da imperatriz. Ela ergueu a mão mais uma vez e o ar começou a ficar cada vez mais frio. Sem nenhum ponto de partida, o gelo começou a ser moldado no ar, aumentando de tamanho gradualmente. Criando assim, uma gigantesca onda de gelo com o frio do ambiente, que se arrastava ferozmente na direção de Hifumi. Ele se jogou no ar, indo para a onda, e girou seu corpo como uma broca enquanto desferia chamas por todo o corpo. Ele havia se tornado uma espiral em chamas, que atravessou a onda inteira de uma vez só.

Ainda no ar, após atravessar a onda, Hifumi parou de girar e firmou-se no chão, voltando a avançar a caminho de Hyoten. Naquele momento, vários tentáculos de gelo se formaram a partir do chão e se ergueram, fazendo curvas e rodopiando no ar, avançando rapidamente até Hifumi. Ele se esquivou de um deles, que passou direto e se fincou ao chão. Subiu pelo tentáculo de gelo e então apunhalou o tentáculo com sua lâmina enquanto corria, cortando a extensão do tentáculo conforme avançava, deixando um rastro de fogo por cima dele.

Os outros tentáculos vinham para cima de Hifumi também, ele pulava por cima de alguns, cortava outros com a lâmina e fazia movimentos hábeis para se esquivar de todos ao mesmo tempo. Enquanto se esquivava do próximo tentáculo, ele saltou no ar, e com um belo giro, jogou sua espada coberta em chamas na direção de Hyoten. Ela movimentou a mão para cima, erguendo um pequeno pilar de gelo à frente. A espada, ao atingi-lo, ficou presa a ele.

Hifumi então saltou de cima do tentáculo gigante e caiu bem em cima da espada, segurando-a pela bainha. Com as mãos de volta em sua lâmina, fez pressão contra o pilar que a imperatriz esculpiu, e o partiu ao meio. Avançando com a espada e atingindo diretamente o corpo da imperatriz. Ela se despedaçou em fragmentos de gelo novamente, mas dessa vez, os fragmentos tomaram outro trajeto. Tomando Hifumi como alvo, e seguindo na direção dele. Os pequenos estilhaços de gelo eram afiados e finos, dessa forma, cortando o corpo do líder com extrema facilidade, assim como cacos de vidro. Fizeram vários cortes pelo corpo de Hifumi rapidamente. Os cacos eram rápidos demais e eram muitos, tornando impossível de se esquivar. Após os ataques, se remontaram novamente no corpo da imperatriz em um local mais adiante.

Hifumi já estava ensanguentado pelos fragmentos de gelo, e também, bem ofegante. Mas continuava determinado a vencer aquele duelo.

Enquanto isso, Myaku, San e Thomas chegaram ao palácio. Rapidamente desceram as escadas para o porão e procuraram por Ishida. E logo o encontraram conversando com Arashi em um corredor.

— Ishida! — gritou San, ao longe. — A cobra, ela está te perseguindo! Precisamos te manter em um lugar seguro até encontrarmos ela!

— Eu sei… mas estamos procurando o Tsukasa, Arashi o perdeu de vista. Não podemos ir e simplesmente deixar ele aqui!

Então todos se uniram em busca de Tsukasa. Depois de alguns minutos andando por aquele porão lotado de corredores vazios, encontraram um gigantesco buraco em forma de espiral no final de um dos corredores. Era tão grande que quase não dava para ver o outro lado do buraco. E no final da espiral, estavam Tsukasa e Vírpera. Ele empunhava uma lâmina de gelo na direção de Vírpera, e parecia desafiá-la.

— Não pode esconder a quantidade de energia das trevas que carrega consigo. Posso sentir de longe, você deve ser a Mórtivus em que Myaku tinha comentado — disse Tsukasa, com um olhar tranquilo. — Seu sorriso é desprezível. Se está atrás do Ishida, então não passará daqui.

Vírpera deu risadas, enquanto se aproximava de Tsukasa com lentos passos.

— Você fica tão fofo falando dessa forma, eu cuidaria de ti se tivesse chances, pequenino.

Tsukasa ficou com um olhar arrogante com o comentário. Normalmente, sua expressão é sempre suave. Seus olhos vermelhos brilhavam sobre a sombra que sua franja fazia em seu rosto, e sua respiração estava fria ao ponto de ser visível.

A pele de Vírpera começou a tomar uma coloração esverdeada meio escura, e escamas cobriram toda sua pele. Sua mandíbula começou a se deformar como a de um réptil, e suas pernas se juntaram em uma grande cauda de cobra. Sua enorme língua saía de sua boca e balançava para fora como a de uma verdadeira víbora. Seu corpo, antes sensual, cresceu rapidamente, rasgando suas roupas e se transformando naquela cobra gigante. Ela se rastejava ferozmente pelas curvas espirais do buraco, e então deu um avanço veloz na direção de Tsukasa. A investida se parecia com um bote.

Ele brandiu sua lâmina de gelo, e avançou para a cabeça da cobra. Por um instante ele sumiu no caminho, e reapareceu à frente da cabeça, cortando toda a extensão do corpo da cobra com cortes em zig-zag. A agilidade era tanta, que apenas era visível os vultos do garoto, passando entre as escamas daquela víbora. Quando chegou na ponta do corpo da cobra, o garoto parou de avançar, e bateu o pé ao chão com força. O movimento desferiu gelo por todo o piso e nas paredes também. Tendo controle da área congelada, começou a concentrar sua Alquimia. Pelo chão, surgiram espinhos de gelo que perfuraram todos os pedaços divididos do corpo da cobra que ele havia cortado.

Sem perder tempo, Tsukasa abriu a parte traseira da cobra e entrou por dentro dela, cortando e congelando tudo que passava pela frente. Continuou nesse ritmo até alcançar o meio da cobra, e lá estava Vírpera, com uma face horrorosa e com veias conectando-a ao restante do corpo gigante de cobra. Ao se aproximar dela, o pescoço da mulher cresceu, e se estendeu até o garoto de repente, dando uma mordida em seu ombro e o jogando para fora do corpo do bicho com força. Tsukasa deu um mortal no ar, e caiu de pé sobre o gelo soltando um leve suspiro. De seu ombro, um líquido negro agora escorria.

A cobra foi se regenerando e se reconectando com os pedaços de seu corpo dividido. Vírpera, por dentro do corpo maior, dava malignas risadas enquanto a cobra se desprendia dos espinhos de gelo.

Ishida do topo do buraco puxou uma varinha de bruxo, e lançou um feitiço no gelo do solo. Fazendo o gelo brilhar em um tom dourado. Tsukasa logo entendeu, e o gelo agora estava mole. Ele controlou os espinhos de gelo brilhantes que estavam fincados aos pedaços da cobra, fazendo-os se contorcer, rasgando completamente o corpo da criatura de novo. Das paredes surgiram correntes de gelo que se estenderam e enrolaram os pedaços do corpo da cobra, prendendo-os no chão firmemente.

— Não vai fugir daqui, você já está condenada.

Os pedaços do corpo da cobra, presos às correntes de gelo, lentamente evaporaram. Sobrando apenas o corpo transformado de Vírpera, que não estava preso às correntes. Com um sorriso escroto no rosto, ela rapidamente se rastejou pelo chão indo em direção ao Tsukasa. O garoto brandiu a lâmina, e esperou Vírpera avançar. Ainda deslizando, ela saltou do chão com apoio da cauda, e caiu por cima do garoto. Ele bloqueou as presas de Vírpera com a extensão da lâmina de gelo, e movimentou-a para a direita, jogando Vírpera ao chão. Antes que ela pudesse reagir, Tsukasa criou outra lâmina na mão esquerda, e fincou-a entre os peitos da mulher asquerosa. Ela deu um gemido de dor, mas para a surpresa do garoto, ela avançou para cima dele mesmo com a lâmina perfurando seu corpo. Segurou Tsukasa com as mãos firmemente, e estava prestes a arrancar um pedaço de seu pescoço com as presas.

Antes que ela se aproximasse mais, Tsukasa soltou uma das lâminas, deixando-a cravada no peito de Vírpera. Usou o mesmo braço para empurrá-la, e com a outra lâmina, desferiu um corte tão rápido que passou como um vulto. O corte atravessou o corpo dela ao meio verticalmente.

Logo, as duas metades do corpo da mulher caíram sobre o chão. Mas, antes que Tsukasa pudesse sentir o gosto da vitória, a metade que continha sua cabeça rastejou-se para longe, enquanto regenerava lentamente metade do corpo de volta. Tsukasa não ficou surpreso, e apenas apontou a lâmina para Vírpera novamente, desafiando-a. Em resposta, ela deu uma gargalhada alta, regenerando o resto de seu corpo.

— Você fica realmente fofo apontando esta coisinha para mim...

Enquanto isso, Hifumi continuava em seu julgamento com a imperatriz. Ele já havia sido cortado inúmeras vezes, e seu corpo já estava coberto por sangue. Hyoten ainda estava intacta, Hifumi sequer causou algum dano a ela.

De repente, uma enorme área em volta de Hifumi foi coberta por gelo, e o vento frio subia do solo para o alto. O ar subia, girando em espiral com pequenos cacos de gelo sendo carregados junto. Eles também cortavam o corpo de Hifumi ao atingi-lo. Sem o menor sinal de redenção no olhar, ele segurou sua espada com firmeza. Encobriu-a em chamas novamente, e começou a girar com a lâmina em mãos.

O vento a volta foi acompanhando seus movimentos, absorvendo o fogo, e lentamente se transformando em um tornado flamejante misturado com gelo. Foi seguindo o fio da espada de Hifumi, o tornado ficava cada vez mais furioso. Ele parou de girar, e efetuou um corte na direção de Hyoten, fazendo o tornado avançar até ela escaldantemente. Hyoten, serena, apenas tocou um dedo no tornado quando ele chegou até ela. Toda a extensão daquele belo golpe se congelou no mesmo instante, formando apenas uma grande escultura de um tornado de gelo.

A imperatriz baixou sua guarda naquele momento, e Hifumi saiu de dentro do tornado de gelo, quebrando a escultura, cortando a imperatriz mais uma vez. Porém, com uma grande quantidade de fogo emanando de seu corpo que cobria uma grande área em volta. O corpo da imperatriz ao se partir se tornou em fragmentos novamente, mas eles evaporaram com a incessante aura de fogo que Hifumi liberava de si mesmo. O fogo parou, e o tornado de gelo se despedaçou em fragmentos cintilantes. Hifumi continuava ofegante, apoiando-se na ponta de sua espada, encostada ao chão. A imperatriz não reapareceu depois daquilo, e ele aparentemente havia ganhado o duelo.

Mas logo sua esperança havia se perdido, pois os passos delicados da rainha se aproximavam de Hifumi enquanto ela dizia em tom sereno.

— Foi um belíssimo espetáculo… Você é um dos únicos seres vivos que já passaram por este julgamento, e foram capazes de destruir este clone. Seus esforços foram reconhecidos, você é alguém digno de meu perdão.

No fim, aquilo era apenas um clone imperfeito da imperatriz, e não tinha nem metade de seu poder original. Hifumi se levantou ofegante e com uma expressão de surpresa.

— Não se preocupe, nobre guerreiro. Você completou o Julgamento da Morte, lhe libertarei de volta a realidade.

A visão de Hifumi lentamente se apagou, e quando reabriu os olhos ele estava dentro do palácio. Suas feridas haviam fechado, e sua dor já tinha parado. Ele estava diante do trono da imperatriz, e ela estava sentada de pernas cruzadas, bebendo uma taça de vinho.

— Você foi digno de completar o Julgamento. Sua recompensa é continuar vivo neste mundo, você realmente conseguiu me entreter. Inclusive… uma vidente me contatou por telepatia o que está havendo no palácio agora, aparentemente o Mórtivus é real. Então não os julgarei novamente, se conseguirem se livrar daquele monstro por mim.

— Srta.Miller te falou por telepatia? Ela disse que nos daria os materiais necessários se eliminássemos o Mórtivus com sucesso. Então, não posso perder mais tempo, os outros já devem ter encontrado a cobra.

Hifumi partiu da sala do trono, e avançou pelo palácio com pressa em busca de sua equipe. Entretanto, Tsukasa e Vírpera ainda lutavam ferozmente sobre o gelo. No meio do confronto, Ishida desceu no buraco e lançou um raio dourado de Alquimia na cobra, repelindo-a até a parede. Ela se chocou contra a superfície sólida, e o impacto dela junto da magia causou uma curta explosão e um pouco de fumaça. De dentro daquela fumaça, Vírpera se transmutou na cobra gigante novamente, e se rastejou na direção de Ishida.

Myaku, notando a situação, desceu também. Quando a cobra estava prestes a engolir o garoto, ela colocou sua foice contra a mandíbula da cobra parando-a na hora. Arashi também desceu logo atrás de Myaku, e como um relâmpago ele atravessou o pescoço da cobra, cortando sua cabeça. Enquanto o corpo lentamente se reconectava com a cabeça, um enorme e belo cristal de gelo despencou do ar até o centro do corpo da cobra, fincando-a junto do cristal, ao chão. Tsukasa estava preparando aquele cristal no ar a um certo tempo, sem que Vírpera notasse. O cabelo do garoto já estava com quatro mechas brancas naquele ponto do conflito.

Myaku então redirecionou sua foice, perfurando a cabeça da cobra e fixando-a no chão. A cobra já estava completamente imóvel a essa altura. Então, Vírpera lentamente saiu de dentro da criatura tentando fugir, percebendo que iria perder aquela luta. Mas San havia descido também, e com seu punho energizado com Alquimia, ele deu um eficiente soco no rosto de Vírpera. Fazendo seu rosto se deformar por um segundo, e seu corpo voar com a força do golpe. Ela se chocou contra a parede de novo, e a potência daquele impacto fez com que a parede se rachasse, e o corpo de Vírpera adentra-se levemente sobre a rachadura. Tsukasa, sem perder mais tempo, criou correntes de gelo na parede, que se estenderam e prenderam o corpo de Vírpera ali.

— Acabou, não tem mais saída — disse Tsukasa, dissipando sua lâmina de gelo.

Logo, Hifumi apareceu no topo, descendo pelo buraco seguido de Eva Miller.

— Hifumi! — gritou San, com um sorriso abrindo em seu rosto ao notar que Hifumi estava bem.

— Vocês conseguiram? Derrotaram ela? Oh… sabia que não eram pesos mortos no fim das contas — comentou Hifumi, aliviado.

A Srta.Miller se aproximou do corpo de Vírpera na parede enquanto a olhava com desgosto. Vírpera rosnava e resmungava, ela já havia aceitado sua derrota. No pescoço de Vírpera havia um símbolo que carregava uma energia sombria. Era um símbolo em “V”.

— Vocês conseguiram, prenderam o Mórtivus. Agora, por favor aceitem meus agradecimentos… vou lhes levar até os materiais que recolhi para vocês — disse a Srta.Miller, com um sorriso.

— Na verdade, eu e a Myaku já… uh, nós perdemos as coisas que pegamos. Bom, tudo bem então — resmungou San.

Todos foram até o vilarejo esquecido, e Eva lhes deu os materiais que precisavam. Então se despediram de Eva, e foram até um lugar mais aberto. Hifumi tirou seu pequeno frasco do bolso, e dali saiu uma grande quantidade de Alquimia, que formou sua nave novamente.

— Ishida, você vem com a gente. Não pode ficar aqui, e você Myaku… não devia ter escondido o fato de ser uma membra da Nakamori. Mas de qualquer forma, obrigado por tudo. Não vou tentar te capturar, pois já estamos bem atrasados aqui — disse Hifumi, enquanto começava a reparar o propulsor da nave.

— Então… quando nos vermos de novo, provavelmente vamos ter que te capturar ou algo assim. Espero que não tenhamos que brigar… sabe, você é alguém bem legal — comentou San, com uma expressão meio triste.

— Haha! Você acha? Bom, não se preocupe. Prometo ser agradável com todos vocês! — respondeu Myaku, acenando para todos. — E deem um oi para Sakura por mim… sabe, ela é minha irmã.

Todos deram uma breve despedida para Myaku e entraram na nave. A nave deu um grande impulso para o céu, e se distanciou lentamente. Myaku assistia a nave ir embora, sentada em uma pequena pedra.

A nave ia pegando distância de Ice Rings, e San já estava sentindo saudades de Myaku. Mas agora estavam na outra etapa da missão, próxima parada… a nebulosa instável.

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.

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