A Última Ordem Brasileira

Autor(a): Hanamikaze


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 10: O Julgamento da Morte

 

 Parte 1

San e Ishida haviam sido levados pela cobra gigante. San estava inconsciente, e Ishida havia desaparecido. San lentamente abriu os olhos e percebeu que seus braços não se moviam quando tentou os mexer. Estavam presos a duas correntes nas paredes, e o garoto estava pendurado no centro da parede. Quando olhou em volta, era em uma sala apertada e com paredes de tijolos de pedra. Uma mulher de cabelos pretos estava sentada em uma cadeira à sua frente.

— Hmmm… parece que alguém acordou — disse a mulher, levantando-se da cadeira e caminhando na direção de San com passos lentos. Ela tinha cabelos pretos, olhos verdes e usava roupas pretas bem coladas e decotadas. Andava de um jeito elegante e meio sensual, e tinha um olhar penetrante.

— Quem é você? Onde é que eu estou… e onde está a cobra?! Ela não pode ter fugido! — San se contorcia e tentava se livrar das correntes, mas eram muito rígidas. A mulher deu uma risada um pouco malígna, e então disse:

— Cobra é um nome muito forte para donzelas como eu, meu bem. Me chame apenas de Vírpera, este é o meu nome, pequenino.

— Vírpera…? Espera, VOCÊ é a cobra?!

A mulher deu mais uma risada, o que mostrava que ela realmente era a cobra.

— Já lhe disse para não me chamar assim, pequenino. — Ela criou uma taça negra com sua alquimia das trevas, e dentro tinha um líquido vermelho, se parecia com sangue. Ela bebeu sua taça lentamente.

— Mas como você… a cobra… ela era bem maior! E por que me levou para esse lugar? Onde estão os outros? — perguntou San, que finalmente tinha se acalmado e parado de se rebater nas correntes.

— Estamos na minha belíssima masmorra! Não sei onde estão seus amigos, pequenino. Mas uma garota de chapéu brancos, Myaku Yukari… ela veio com a intenção de lhe resgatar. Mas veio sozinha… Acabou presa também. — Ao terminar a frase, Vírpera soltou risadas irritantes.

— E… o que você fez com o Ishida?

— Aquele pestinha conseguiu fugir de novo. Não sei para onde ele foi, mas acordou antes de você. Mas não se preocupe meu pequeno… logo logo ele lhe fará companhia neste lugar solitário. — Vírpera se aproximou de San, e tocou em seu pescoço com a unha de seu dedo. Foi subindo lentamente o dedo até que alcançasse a parte inferior do queixo de San. — Você tem algo especial… pequenino, algo misterioso e interessante… não se preocupe, estudarei com cuidado cada qualidade que tiver.

San tentou cuspir na cara dela, mas ela saiu da frente bem na hora. Então elegantemente caminhou até a porta, e a mulher foi embora. San começou a se contorcer na corrente de novo e gritar pelo nome de Vírpera para que ela o tirasse dali, mas ela não voltou.

Um tempo depois ele desistiu e apenas ficou quieto nas correntes, olhando para o chão pensando se seus amigos viriam lhe ajudar, ou então o esqueceriam ali com aquela cobra. Após alguns minutos, Thomas apareceu abrindo a porta.

— Ah! Finalmente, achei que ficaria aqui para sempre. Onde é que o Hifumi está?

— Explorando a masmorra. Achei que você estaria no reino de Hyoten agora, como veio parar aqui? — perguntou Thomas, enquanto se encostava na cadeira que Vírpera estava sentada.

— Foi a cobra… me pegou nos porões do palácio.

Thomas olhou para o chão, e apenas sussurrou para si mesmo:

“Vírpera de novo… o que ela…”

Então San perguntou.

— Conhece ela? A cobra.

— Não.

— Mas você acabou de falar…

— De qualquer forma, por que está aí ainda? Já era para você ter saído.

— Meio que eu estou preso, ou você só percebeu agora? — retrucou San, balançando as correntes para mostrar ao Thomas.

— Não lembra o que a Myaku te disse? As correntes são feitas de magia das trevas, até eu posso sentir isso. Para quebrar a magia das trevas basta apenas usar magia pura.

Ao ouvir isso, San canalizou uma pequena quantidade de Alquimia em seus pulsos, e as correntes evaporaram instantaneamente.

— Uou! Tão simples assim?!

— Na verdade… era para demorar bem mais, pelo menos um minuto para purificar completamente as correntes. Você fez isso instantaneamente, realmente tem algo especial na sua Alquimia…

Os dois saíram da sala, e foram em busca de Hifumi e Myaku. Andaram por um breve momento, e logo à frente viram Hifumi agachado próximo a uma escada. Se aproximaram de Hifumi e ele fez um sinal para ficarem em silêncio. Os dois olharam de canto pela escada, e lá embaixo estava Myaku presa a uma parede, e Vírpera andando pela sala.

— Sempre se metendo em problemas, não é mesmo, Srta.Yukari? — perguntou Vírpera, com um sorriso maligno.

— Dá um tempo vai, olhar para essa sua cara é um pesadelo. Me deixe em paz!

— Quanto tempo ainda pretende ajudar esses ratinhos? Os intrometidos da Nakamori devem estar tirando uma folga… para uma pirralha como você estar tão desocupada.

— Nakamori? Não é aquela organização que você tinha falado sobre, Hifumi? — cochichou San.

— Sim… os maiores criminosos atualmente soltos pelo espaço. Mas o que a Myaku tem a ver com isso?

— Para sua informação, a Nakamori anda muito ocupada! — respondeu Myaku, com rigidez.

— A última coisa que ouvi sobre vocês foi que selaram a fonte de uma nebulosa. Aparentemente você, Chrono e Phoenix não ajudaram nessa parte. Hah… são os incompetentes da turminha de valentões, hum?

— Cala a boca! Hawk decidiu que só precisava de três pessoas…

Myaku realmente parecia com raiva.

— Vocês realmente veem uns aos outros como família, não é Ruby? Fica tão estressada quando alguém insulta seus coleguinhas…

— Ela chamou a Myaku de Ruby? — cochichou San.

— Ruby… dizem que os membros da Nakamori representam uma parte de um corpo perfeito, e todos unidos seriam invencíveis, como um corpo perfeito.

“As pernas seriam o Marine, por cuidar da locomoção usando portais de água. Os braços seriam o Ghost, por ser o caçador deles. A cabeça, é Phoenix, porque eles a veem como uma mãe. O coração, é a Ruby… pois ao mesmo tempo que cura, ela também envenena. Os olhos são o Chrono, ninguém sabe o porquê. E por último, o cérebro. Este é o Hawk, por ser o líder.”

— O coração, pois ao mesmo tempo que cura ele também envenena… a Myaku faz exatamente isso. Seu veneno pode curar e envenenar. Então a Ruby da Nakamori é… a Myaku?

— Aparentemente, sim. Na verdade eu não tenho dúvidas agora… Ela é a Ruby, não podemos mais confiar nela.

Os dois estavam tão concentrados processando o que tinham acabado de ouvir, que perderam todo o resto da conversa. Quando se deram conta, Thomas já estava descendo as escadas e Vírpera já tinha ido embora. Os dois desceram logo em seguida.

— Myaku! — gritou San, colocando as mãos nas correntes dela e evaporando-as instantaneamente.

— Então você… era uma membra da Nakamori esse tempo todo? Por que está nos ajudando? — perguntou Hifumi, meio enfurecido mas ainda tentando manter a calma.

— Arh, então vocês ouviram tudo. Bom, não dá para esconder mais né, alguma hora vocês iam descobrir. Mas se o Hawk está do lado de vocês, então eu também estou.

— Hawk? Por que ele estaria do nosso lado? — perguntou San, confuso.

— Eu também não sei. Mas ele parece gostar de vocês, então eu também gosto. Mas esse não é o foco! Aquela cobra velha está se rastejando até o reino de novo, ela quer o receptáculo de Vorthis!

Myaku não perdeu tempo e já começou a correr para fora daquela sala, tentando encontrar uma saída naquela masmorra. San ficou pensando um pouco sobre o que Myaku disse. Hawk parecia estar mais perto do que ele imagina, e depois disso Hifumi aparentemente já sabia quem era “Hawk”.

Todos foram atrás de Myaku para sair das masmorras. Ela já sabia o caminho então eles saíram rapidamente, e foram seguindo direto para o reino de Hyoten novamente. Chegando às portas do reino, Thomas estendeu sua mão aos guardas fazendo-os entrar na hipnose. Eles imediatamente abriram os portões e todos entraram.

Enquanto corriam, viram a silhueta de Ishida entrando no palácio novamente. Ele estava em busca de reencontrar Tsukasa e Arashi, que ainda estavam nos porões do palácio. Antes que continuassem, uma chuva de estacas de gelo caiu sobre os forasteiros. Myaku puxou sua foice de rubi e a girou rapidamente, repelindo os espinhos no ar.

— A quanto tempo, Yukari Myaku. Será que não se cansa de invadir a toca dos leões… não há nada aqui para um pequeno rato como você — dizia a imperatriz Hyoten no Megami enquanto descia suas escadas de gelo que eram criadas no ar.

— Para trás! Ela quer resolver as coisas comigo. Continuem em frente, eu seguro ela o quanto der! — gritou Myaku, preparando sua foice e encarando a imperatriz com um olhar determinado.

Hyoten estendeu uma mão até Myaku, e uma pequena orbe brilhante se aproximou lentamente até Myaku. Mas antes que a acertasse, Hifumi pulou na frente com sua grande espada em mãos e tentou acertar um golpe na orbe, mas quando a espada passou por ela a pequena esfera se abriu em uma fenda. Uma fenda entre a realidade e o Abismo. Hifumi foi sugado pela fenda, e ela se fechou. A imperatriz logo ergueu novamente uma mão, reabrindo uma fenda bem à frente dela e entrando também.

— Hifumi! O que ela fez?! — exclamou San.

— Jogou ele no Abismo… droga! Não podemos fazer nada por ele, apenas torcer para que ele resista tempo o suficiente. Se ele nos deu essa brecha, então sigam até o reino!

 Myaku guardou sua foice e continuou seguindo para o palácio.

— Mas Hifumi… ele… O que vai acontecer com ele?

— Ele se sacrificou pela missão de vocês — começou. — É bem provável que ele não saia de lá com vida… mas não vamos pensar no pior agora. Mantenha a determinação.

— Hifumi é forte, Myaku. Ele não morreria dessa forma. Ele não vai morrer dessa forma! — exclamou San, com os olhos cheios de determinação também.

Notas:

Aviso: Todas as ilustrações utilizadas na novel foram geradas por IA. Perdoe-nos se algo lhe causar desconforto visual.

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