Volume 1
Capítulo 1.1: O Céu Sobre Norden
JUNHO, ANO UNIFICADO DE 1923, TERCEIRA LINHA DE PATRULHA, FRONTE NORDEN, DISTRITO MILITAR SETENTRIONAL.
Por que eu estou aqui lutando no meio de uma guerra? Meu eu consciente, atribuído à identidade da Segunda-Tenente Feiticeira Tanya Degurechaff, faz a questão novamente, enquanto eu aperto um orbe em minhas pequenas mãos, deixo o rifle que uso de cetro no chão e voo para o céu.
Como acabei assim?
— Fairy 08 para Controle Norden. Fairy 08 para Controle Norden. Câmbio.
Um único ponto se destaca nos sombrios e nublados céus de Norden. Este pontinho, que se funde com as nuvens, não é outro senão um dos poderosos oficiais feiticeiros aéreos do Império. Devido a uma reviravolta do destino, se eu me olho, estou amaldiçoada a ver uma garotinha participando da guerra. O uniforme e o orbe operacional são a prova de que sou um soldado. Através de meios científicos, a espécie de joia que carrego é capaz de controlar os fenômenos sobrenaturais conhecidos como "fórmulas", e permite que os feiticeiros exerçam influência sobre o mundo conforme sua vontade. Como está implícito no nome moderno dos antigos orbes, uma cortesia da ciência e da magia, esse fruto da engenharia mágica serve para desvendar os valores numéricos do mundo.
Minha missão é atuar como uma observadora de artilharia a partir de um espaço aéreo predeterminado, mantendo uma velocidade terrestre confortável e uma altitude de um quilômetro e oitocentos metros.
— Fairy 08, Controle Norden na escuta. Nenhum problema com sua localização. Câmbio.
Essa vai ser moleza. É apenas uma missão de apoio aéreo na fronteira entre o Império e a Aliança Entente. Mas esta feiticeira vigilante de observação, mantendo sua fórmula de voo com o círculo computacional em volta do pescoço, deve parecer incrivelmente pequena.
E eu já sou minúscula. Isso faz com que as pessoas se perguntem se já cheguei aos dez anos. Além disso, ainda tenho uma estatura pequena, mesmo para uma garota. Comparar o físico atual com o da minha vida anterior chega ser deprimente. Foi uma desgraça descobrir que o meu pescoço era estreito demais para usar o headset de aviação com laringofone¹ da devida maneira.
— Fairy 08, entendido. Alcancei o espaço aéreo da missão — respondi. Já estou conformada com a voz saindo à força de minha boca, mas o tom agudo me faz sentir como se algo estivesse me assombrando. Não importa o quanto esteja acostumada a ouvir isso, não aguento mais. Sempre que minha língua não consegue acompanhar minha mente acabo quase mordendo ela ou gaguejando, isso é tão humilhante.
— Controle Norden, afirmativo. Prossiga para sua missão atribuída.
Realmente temos que dar o braço a torcer por esse exército que parece não demonstrar apreensão alguma, mesmo depois de escutar esse problema vergonhoso na minha fala... Talvez seja apenas uma questão de pragmatismo, mas os militares adotaram a posição de que a aptidão de uma pessoa para as artes mágicas pode ser uma condição mais que suficiente para o alistamento militar, já que os feiticeiros se concentram no combate aéreo. No Império, onde isso foi tomado como conclusão lógica, os requisitos de idade para os feiticeiros viraram coisa do passado. Por isso que o exército não tem nenhum problema ao empregar alguém que pareça novo o bastante para ainda estar sob a guarda de um adulto, mesmo que seja para servir apenas como observador de artilharia.
— Fairy 08, entendido. A área está limpa. Repito, a área está limpa.
— Controle Norden, recebido. Há um batalhão de infantaria designado à sua área de observação. Código de chamada Golias 07. Salvo novas ordens do controle do espaço aéreo, continue a executar suas tarefas de observação até que a área esteja pacificada. Câmbio desligo.
As demandas da posição geopolítica do Império desempenharam um papel importante nesse método de aquisição de recursos humanos. Cercado por potências mundiais, devido às circunstâncias históricas, o estado foi forçado a enfrentar inimigos em potencial que estavam de todos os lados. Assegurar a força militar necessária para a defesa nacional de seu território é uma questão de urgência máxima. Para resolver o problema, os esforços incessantes do Estado-Maior² chegaram ao ponto em que passaram a explorar qualquer pessoa ao alcance.
— Fairy 08, Batalhão Provisório do Corpo de Artilharia, código de chamada Golias 07, na escuta. Copiou?
Ao que parece, o exército não parece ligar em jogar uma garotinha na fronteira de uma patrulha área, desde que seja útil. Sou literalmente uma criança soldado.
— Golias 07, Fairy 08 na escuta. Recebido e operante. Confirmei o avanço da infantaria inimiga. Enviando os dados agora. Reconhecimento. — Aposto que a visão de uma jovem voando pelo ar, com sua voz adorável se restringindo a um relatório, deve parecer bem surreal. No final, supõe-se que um exército adequado deve ser composto também por soldados adultos adequados. Isso é apenas bom senso.
Mas isso não é só um sinal estático... ouvir vozes de mulheres e crianças no microfone acabou se transformando algo normal para feiticeiros. As forças armadas têm uma exceção prática para quase tudo. Mais do que qualquer outra coisa, os dias difíceis de serviço esgotam as pessoas decentes, de modo que qualquer desconforto inicial em permitir que uma garotinha participe do combate já se esgotou há tempos.
— Golias 07, entendido... Iniciando fogo de calibração.
É por isso que a feiticeira aérea alistada como Segunda-Tenente Tanya Degurechaff está servindo como observadora de artilharia durante esta batalha na região setentrional de Norden, entregando relatórios periódicos e calmos através de um aparelho de rádio quase tão grande quanto ela. Sinceramente, não é como se eu não questionasse ou duvidasse do que estou fazendo, voando nesse fim de mundo.
— Impacto confirmado... Parece um golpe certeiro. Parece que está dentro da margem de erro permitida de dez metros. Disparos de efeito.
— Golias 07, recebido. Começando a missão de supressão agora.
Enquanto meus olhos azuis fitam tudo com atenção, não há como negar o brilho de frustração dentro deles. Por que eu renasci neste mundo, no sexo oposto e durante uma guerra?
As coisas mais irritantes são as mudanças físicas. O corpo de uma criança é terrivelmente inconveniente. No início, embora as meninas se desenvolvam mais rápido que os meninos, a diferença de tamanho era grande demais para poder manobrar meu corpo com o mesmo equilíbrio em que confiei por anos. Além disso, em diversas ocasiões, senti na pele como é péssimo ser uma criança franzina desde que me juntei ao exército.
Não pude segurar sequer uma arma. Era grande demais. No fim, não consegui mirar em nada, e o coice acabou machucando meu ombro. Quando treinava, havia um traço de pena no rosto de meu colega sempre que ele me derrubava.
Até que pudesse ver o mundo como três vetores numéricos com o orbe operacional e pegar o jeito de sobrepor o reino dos números com fórmulas mágicas de interferência, tive que rastejar sobre a barriga com braços e pernas que se recusavam a me obedecer. Porque dependiam de cérebros, não de músculos, as artes mágicas foram a única área em que eu consegui sucesso, mesmo que apenas um pouco. As limitações do meu corpo não me incomodavam, e eu podia voar pelo céu enquanto sobrepusesse o mundo às fórmulas.
Talvez, por causa da sua utilidade como ferramenta, eu tenha superado todas as dúvidas que poderia ter sobre magia. Mas por que deveria usar uma ferramenta apenas por tê-la?
Ah, entendi. É essencial que possamos usar um MBI³ quando o momento exigir. É por isso que existe a necessidade de tomar providências para manutenção, exercícios e operações. Dito isto, existe alguma razão pela qual precisamos ter MBIs? Seguindo o mesmo raciocínio, as conversinhas sobre relações aparentemente tensas com as nações vizinhas já não são novidade.
O Império e a Aliança Entente disputam já faz algum tempo, sempre em conflitos fronteiriços não-oficiais. Mas na área da política internacional, pelo menos, não há, em tese, qualquer disputa sobre esse território.
O problema não é reconhecido por o Império ser uma potência incrível. No que diz respeito a Tanya, é algo bem simples, como na época da União Soviética que as suas nações vizinhas evitavam disputas fronteiriças com ela a qualquer custo.
No entanto… agora o mesmo não pode ser dito do Império.
Vários acidentes isolados ocorreram ao longo da fronteira. Houve fogo "não-intencional" de ambos os lados, que deu origem a tiroteios por conta de mal-entendidos. Todos os incidentes foram resolvidos entre os oficiais de comando locais, mas não há como negar a tensão crescente.
Em circunstâncias normais, se o Império entrasse em um estado de "quase guerra" neste momento, a posição de Tanya permitiria que ela retornasse ao escalão da retaguarda e servisse em posição de não-combatente. Afinal de contas, a Suboficial Tanya Degurechaff foi cadete na Academia Militar até o início das hostilidades. Um novato só iria atrapalhar na vanguarda, então seria normal que ela servisse em algum lugar da retaguarda, como no Arsenal Técnico ou no Comando Logístico, visto que o Império começou a fazer seus preparativos em antecipação à guerra.
Porém, apesar do estado inquietante dos assuntos mundiais, os superiores otimistas de Tanya decidiram que tudo seria resolvido com uma diplomacia de risco. Graças a eles, ela acabou presa com a finalização de seu treinamento de campo. As patrulhas de voo das quais participou, em coordenação com o exército, destinavam-se apenas a servir como extensão da educação recebida na academia. Tendo perdido a oportunidade de se retirar para a retaguarda, foi oficialmente comissionada como segunda-tenente e enviada para completar seu treino. Também lhe foi atribuído o código de chamada Fairy 08. Claro, as pessoas obviamente a compararam com uma fada. Com base apenas nas aparências externas, não passa de uma criança insignificante — sério — uma criança jovem demais. Além disso, seus olhos azuis parecem refletir uma vontade forte e o cabelo loiro cortado curto e amarrado para trás a faz parecer difícil de controlar. E considerando sua pele pálida e clara, seu código de chamada começou a parecer apropriado.
O problema começou logo depois de Tanya assumir seu novo posto no campo com o exército fronteiriço. A unidade administrativa era composta de gente que recebeu uma promoção direta na escola de treinamento de oficiais feiticeiros e pessoas realocadas. Como uma nova transferência, ela foi forçada a aceitar ordens para ficar a postos por quarenta e oito horas. Supondo-se que fosse um exercício de treinamento tradicional concebido pelos superiores para testar suas capacidades de lidar com as coisas e manter o estado de alerta, Tanya se vestiu relutante e assumiu o cargo vinte e quatro horas atrás.
Então os alertas de emergência vieram voando das posições dos postos de segurança espalhados ao longo da fronteira, o timing foi tão incrível que com certeza fez até o Diabo sorrir. Pelo que parecia, surgiram sinais de que a Aliança Entente estava planejando realizar uma operação transfronteiriça de larga escala.
A sua nova orientação política já era um motivo de preocupação. A redistribuição de executivos, resultante de uma mudança administrativa, e o consequente aumento do nacionalismo exigiram uma mudança de doutrina bem dramática. Honestamente, a operação da Aliança Entente foi realizada com um planejamento tão ridículo e desprezível que não apenas Tanya, como todos do Exército Imperial ficaram curiosos. Por que justo agora? Antes que percebessem, a Aliança estava enviando vários avisos exigindo a retirada dos imperiais — uma declaração de guerra.
Em outras palavras, a Aliança Entente insistiu: "Os soldados imperiais devem se retirar do território de nossa nação dentro de vinte e quatro horas." Talvez um simples funcionário de alguma empresa fosse incapaz de compreender a razão para isso, mas provavelmente a suposição fosse de que o Império deveria evitar o engajamento militar completo, visto que os conflitos regionais eram sensíveis ao extremo no lado político.
Se a Aliança não pudesse encarar a realidade, é possível que seria esquecida na história por todos os motivos errados. Eles são estúpidos? Algumas pessoas podem ter pensado. Talvez tenham planejado algo genial que os levará à vitória?
Apesar de não conseguir compreender o programa ou objetivo da Aliança Entente de Legadônia, o Império, porém, fez manobras burocráticas bem apuradas e suas organizações militares seguiram de acordo com o protocolo. Eles agiram conforme as regras e fizeram preparativos para interceptar as forças inimigas. Como uma engrenagem para seu país, Tanya não teve escolha a não ser trabalhar de forma proporcional ao seu salário. É certo que, neste ponto, ela previu, com otimismo, que tudo não passava de propaganda interna.
Afinal de contas, não havia maneira alguma de que a vizinha Federação iria querer que duas nações próximas entrassem em guerra. Todos esperavam que isto parasse a Aliança, seja por mediação ou intimidação. Além disso, o Reino Aliado e a República estavam apoiando a Aliança Entente. Decerto colocariam freios nesse avanço suicida, devido ao medo de que toda a ajuda fornecida fosse por água abaixo. Sim, a grande maioria dos oficiais e soldados estava certa a respeito do futuro. Afinal, o povo militar já era realista por natureza.
Não é preciso dizer, mas a Aliança não podia fazer nada diante do Império. Todo mundo estava certo de que uma ou outra nação iria acabar intervindo para arbitrar as coisas, então os políticos e diplomatas das duas nações com certeza começariam a espalhar algo.
Mas o cenário que era inimaginável — exceto, talvez, para a Aliança Entente — se tornou realidade e surpreendeu todos os humanos vivos no tempo atual.
— Desarmem-se e entreguem-se ao avanço do Exército da Aliança Entente ou partam imediatamente.
Do ponto de vista do senso comum, as exigências da Aliança Entente só poderiam ser descritas como "chocantes"; mesmo assim, o Império continuou monitorando toda a situação, incrédulo. Embora os relatos de que a Aliança havia cruzado a fronteira não fosse tão inesperados, era difícil para o Império ver como uma coisa do tipo poderia acontecer de verdade.
Parecia tão absurdo, que Lergen, um oficial do Estado-Maior do Exército Imperial, mais tarde expressou sua suspeita:
"Fomos tão incapazes de determinar o que a Aliança Entente esperava conseguir com isso, que fez mais sentido suspeitar que os nossos próprios líderes militares estavam tramando algo por trás das cortinas..."
Deixando as dúvidas e ambiguidade de lado, o pragmatismo do Exército Imperial respondeu de modo sóbrio, ordenando uma resposta imediata à principal operação transfronteiriça da Aliança Entente. Embora houvesse hesitação e confusão a respeito do programa da Aliança, uma vez que os sinais indicassem que um conflito potencial estava se formando, os militares começaram a acumular suprimentos para a preparação. Todas as divisões do Grande Exército que formavam o núcleo do poderio militar do Império foram então dispostas por via férrea desde a Central. O Exército Imperial mostrou tamanha eficiência que fez tudo sem qualquer incidente. Na verdade, tudo correu tão bem que foi internamente considerado como uma "vitória organizacional".
Entretanto, embora o Império tenha adquirido um número considerável de suprimentos e chegado até a mobilizar tropas, um ceticismo parcial era sempre constante. Sério? Sem chances que fariam isso!
O Império era conhecido por seus armamentos superiores, mesmo entre as grandes potências mundiais. Em tempos de paz, seria implantada uma guarnição do tamanho de um corpo do exército na fronteira, sob o pretexto de estar seguindo com patrulhamento rotineiro. O corpo adicional reunido para atender o número mínimo de reservas, por precaução, incluía a unidade de Tanya. Com a guerra de informações em mente, o Império chegou a estender convites para grandes imprensas de vários países. Então, como de costume, os militares estavam preparados por completo, mas o "costume" era justo o que fazia todos pensarem: A Aliança Entente vai invadir mesmo?
Tanya nunca sonhou que a Aliança Entente iria, sem justificação alguma, lançar suas forças inferiores através da fronteira em uma ofensiva contra um titã militar, bem na frente da mídia.
Mas a verdade é mais bizarra que a ficção. Tanya naturalmente achou a mudança de acontecimentos muito desconcertante. Se pudesse ser direta, com certeza teria descrito isso como testemunhar o momento em que um desejo de morte toma uma forma concreta.
"É guerra! Gente, eu repito, é guerra! Uma guerra acabou de começar! O Império declarou guerra à Aliança Entente de Legadônia por violar a fronteira! Momentos atrás, o Exército da Aliança começou a invadir em vários locais! As tropas do Exército Imperial estão correndo em direção à fronteira para reagir! Recebemos relatos de que as batalhas já começaram em algumas regiões!"
Mas não havia como ignorar a visão das forças blindadas amigas e das demais tropas se posicionando com rapidez. Ao mesmo tempo, os correspondentes de guerra levantaram suas vozes para transmitir as últimas notícias para o mundo inteiro, tudo através de ondas de rádio.
Certamente... o Império só faria isso se tivesse confiança absoluta na vitória. Bem, dado o seu poderio nacional, nível de tecnologia e armamentos, escolher o próximo movimento visando a vitória foi algo óbvio.
Se jornalistas estivessem relatando desde os acontecimentos na fronteira até a declaração de guerra, significava que os militares estavam relaxados o bastante a respeito da situação para pensar em coisas como publicidade; espalhar propaganda sobre o justo e poderoso Império não iria deteriorar a situação política. Além disso, a Aliança Entente sendo a primeira a cruzar a fronteira, forneceu uma justificação legítima. E, ao admitir a presença da mídia de massa, estavam anunciando que essa era uma guerra que com certeza venceriam. Mesmo neste mundo alternativo, líderes nacionais que cogitariam permitir a cobertura livre dos jornalistas em batalhas perdidas não passavam de fantasia. O fato de as autoridades imperiais não terem nada a esconder, ou, pelo menos, terem pouco, era a prova de que tudo corria bem.
Todos esses fatores ajudaram a aliviar os nervos de Tanya. Para ser sincera, quando ouviu pela primeira vez que estava sendo enviada ao norte, para treinamento de campo, ela logo quis gritar: "Vão se danar!" para o estado militar que planejava fazer uma jovenzinha trabalhar na fronteira até seus ossos doerem. Queria amaldiçoar aquele Existência X por jogar uma pessoa boa e decente em um mundo caótico desses.
Mas Tanya está completamente satisfeita com o Império, que lhe apresentou uma oportunidade de subir entre as posições em um conflito unilateral como foi na Guerra do Golfo. A guerra já está ganha, e os soldados serão os vencedores. Sua missão é de apenas eliminar os inimigos, na segurança do céu em que se encontra, e ser promovida. Apesar da oportunidade ter vindo do nada, não é um mau negócio. Na verdade, melhor do que “não ser mau negócio”, Tanya foi presenteada com uma chance em um milhão. As missões de patrulha na fronteira são simples, porém perigosas, e mesmo se obtiver resultados, há uma tendência de os superiores afirmarem que suas conquistas são nulas graças a algo ridículo como "consideração política". Por consequência, o serviço de patrulha no Território Disputado de Norden, tem uma reputação de "muita dor e nenhum ganho" dentro do Exército Imperial.
Não é fácil acumular conquistas ali, e para piorar as condições desfavoráveis, goste ou não, Tanya Degurechaff tem o físico de uma menininha de pele clara, olhos azuis e cabelo loiro. Além disso, uma olhada nos seus registros mostra que já é uma graduada na Academia Militar, próxima a se tornar uma feiticeira de elite. Se for selecionada para uma tarefa e falhar, uma situação de as Relações Públicas dizendo que o exército arruinou a mente de uma jovem com um futuro promissor era mais que certa. Deixando de lado suas capacidades e indo apenas por sua aparência externa, até Tanya se sente desestimulada por sua carinha de boneca. Se eu não fosse esta mesma garota, preferiria passar longe dela fora de minha função como soldado.
Essa perspectiva objetiva tem sido consistente desde que foi contratada pelo Exército Imperial. Antes, Tanya não tinha uma má reputação entre os instrutores, mas o fato de que suas contribuições de trabalho correspondem ao quanto é paga simplesmente não foi o suficiente para limpar a mancha de rumores sobre a "garotinha feiticeira". A solução era produzir resultados bons, entretanto, por mais que quisesse fazer isso, a oportunidade nunca apareceu… Até agora.
Em suma, mesmo com Tanya sendo uma feiticeira, ninguém a reconhece como tal. Tratam-na como uma fedelha. De certa forma, é o mesmo que afirmar que ela é defeituosa. O que chega a ser insultante a maneira como nem sequer aparentam prestar atenção em sua carreira. Por ironia, o Império acabou dando a essa garota a possibilidade de servir numa situação em que seu exército dominava o campo de batalha com facilidade — um inesperado golpe de sorte justo em sua primeira batalha.
Parece que a guerra continuará por um tempo sob condições favoráveis. Se Tanya planeja continuar sobrevivendo, precisa usar esse tempo para ganhar status e influência. Também quero que ela consiga algumas conexões. Para tal, é imperativo que desempenhe um papel adequado nessa guerra previsível e acumule honrarias e condecorações.
Pensando nisso, inconscientemente, seus lábios rosados se curvam em um sorriso, enquanto reavalia a situação. Pode ser que isso não seja tão ruim afinal.
— Na verdade, não seria algo perfeito para minha carreira...? Acho que eu deveria considerar como um acordo e tanto. — Ninguém está por perto para ouvir seu sussurro egocêntrico. Mesmo se alguém estivesse voando nas proximidades, os ruídos da artilharia imperial teriam suprimido sua voz, sem contar o eco interminável dos projéteis atingindo a terra firme e explodindo. Se penso na cacofonia como uma visão privilegiada do Fuji Firepower⁴, porém com uma artilharia várias vezes maior, não é tão ruim assim.
— Fairy 08, Golias 07 na escuta. Solicitando resultados do disparo.
— Golias 07, Fairy 08 na escuta. Efeito positivo sobre o alvo. Repito, efeito positivo.
O trabalho de Tanya é simples. Ela só precisa observar com calma e reportar às baterias da artilharia. Voar com o aparelho de rádio pesado enquanto mantém a fórmula de voo não é fácil, mas o orbe operacional do Exército Imperial está à altura da tarefa. Devido à natureza controversa do Território Nordenho, muitas das tropas espalhadas pelo norte são transferências temporárias do Comando Central. No papel, Tanya está emprestada pela Central após ter concluído seu treinamento de campo.
Se ela levar seus serviços a sério, com certeza poderia voltar para a guarnição na Central em breve. Uma posição no escalão da retaguarda não seria apenas um sonho vazio. Uma vez que for escolhida como feiticeira oficial da retaguarda, há uma possibilidade distinta de que possa passar o resto da guerra aguardando por ordens de defender a capital. Dependendo de como olhar para isso, pode ser considerado como um ticket dourado para desenvolver uma carreira duradoura e promissora.
Tanya ficou amargurada quando soube da decisão de treinar nesse norte tedioso, porém perigoso, mas isso mostra que não há como dizer na vida quando um mal vem por bem. É um pouco tarde, mas eu provavelmente deveria enviar cartas de agradecimento aos meus instrutores, reportando minhas últimas informações o quanto antes. Tenho que construir boas conexões.
Já posso prever uma bela carreira. Mesmo em meio ao conflito, Tanya está animada enquanto dar assistência à artilharia no campo de batalha.
— Fairy 08 para Controle Norden. Copiou?
— Controle Norden. Alto e claro.
Os projeteis explodindo abaixo estão devastando de forma satisfatória a infantaria da Aliança Entente que cruzou a fronteira nacional. Não importa o quanto o terreno montanhoso de Norden seja acidentado, uma vez que a artilharia esteja totalmente implantada, os soldados avançando na fronteira se tornam nada além de alvos. Ainda mais se a disposição do solo deixar todos dispostos.
— Fairy 08, entendido. Inimigo sob fogo de supressão. Acredito que os neutralizamos. A infantaria inimiga está se dispersando.
Mantendo uma distância adequada, as excepcionais baterias de artilharia disparam contra alvos desprotegidos sob a orientação de um observador que fica em uma área onde os dados balísticos foram calculados antecipadamente. É impossível que a eliminação não seja efetuada. Lá embaixo, os enxames da infantaria, que uma vez esteve ordenada, são atacados com facilidade pelos obuseiros, enquanto começam a fugir em todas as direções. Ao passo que Tanya confirma a situação, usando um par de binóculos, torna-se claro que tudo já não passa de desperdício de munição.
— Controle Norden, recebido. Proceda à segunda linha de patrulha e oriente a supressão contra a infantaria primária do inimigo.
— Fairy 08, entendido. Continuarei com a missão de observação.
Sua troca impassível com o Controle é tão livre de ruídos que Tanya chega até a pensar, tranquila: Não esperava que os rádios funcionassem tão bem em reais condições de combate. O céu permanece nublado até onde seus olhos azuis podem ver, então não é como se o tempo impedisse a interferência do sinal inimigo. No entanto, o nível de ruído pode ser chamado de "quase imperceptível". O sinal é tão limpo que é quase ridículo que ela esteja carregando um enorme aparelho de rádio nas costas, usado para evitar a má recepção devido a anormalidades magnéticas causadas por depósitos minerais em Norden. Tanya sobrevoa as tropas desordenadas da Aliança Entente e se sente genuinamente intrigada, conforme avança a fim de fixar sua vista nos restos perseverantes do exército inimigo.
Sério, o que a Aliança está tentando fazer? Se querem ser alvos vivos para descarte de munição, deveriam ter dito logo. Eu teria me oferecido como voluntária em vez de apenas observar, mas isso só se soubesse que a coisa seria tão fácil quanto caçar pássaros. Aqueles por trás dos bombardeios nessa batalha possuem escoltas e controle do ar, e, se isso não for o bastante, têm prioridades por abater os alvos mais suculentos. Estou com tanta inveja que mal aguento.
— Fairy 08 para Controle Norden. Avancei para a posição designada.
— Controle Norden, recebido. Transmitindo a situação para a artilharia. Continue observando pontos de impacto.
— Fairy 08, entendido. Permanecendo na observação de artilharia até que seja ordenado o contrário. Câmbio.
— Controle Norden, entendido.
NO MESMO DIA, ALIANÇA ENTENTE DE LEGADÔNIA, SOBRE O TERRITÓRIO NORDENHO.
Querido Deus, por quê? Como isso pode estar acontecendo? O Tenente-Coronel Anson Sue se viu perguntando aos céus, com o seu rosto grosseiro coberto de neve e contorcido pela angústia. No céu, ele estava familiarizado com seu trabalho como feiticeiro da Aliança Entente, mas os ecos do bombardeio da artilharia do Império soavam com vigor. A batalha que se desenrolava abaixo era completamente unilateral. Não, qualquer soldado sensato descreveria isso como um massacre, e não uma batalha. Tampouco era um avanço de veículos leves… A infantaria havia marchado em formação, como se estivesse fazendo um desfile pelas colinas, mantendo uma posição cuidadosamente arranjada.
— Isso não foi o que nos disseram! Esses desgraçados estão abrindo fogo!
— Socorro! Médico! Rápido! Não tem ninguém?!
— Para trás! Retirada! Criem uma cortina de fumaça!
— Meu braço! Eu perdi meu braço!
— Ainda não temos suporte aéreo...!
— Comando! Comando, o que está havendo?! Qual é a situação?!
A "fronteira", de acordo com o Império, ou a "zona desmilitarizada provisória", segundo a Aliança Entente, era um tipo de pseudo-fronteira estabelecida pelo Tratado Londino⁵. Se as forças da Aliança fossem apenas dançar no local e atacar as sempre diligentes posições do Exército Imperial de frente, deveriam saber que isso aconteceria. Não importava o que passava na cabeça dos políticos, os sinais que chegavam pelo rádio provavam que soldados por todo o campo de batalha estavam pagando por um erro político com suas vidas... Eram os soldados a pagar o preço com suas vidas.
— Que o Diabo carregue esses malditos burocratas...!
A economia estava passando por uma recessão, a diferença entre as classes aumentava e a taxa de desemprego só piorava. Os problemas internos que a Aliança enfrentava sem parar ameaçavam jogá-la em uma enorme crise devido à desestabilização das forças centrípetas. O governo estava pagando um preço alto por incentivar o nacionalismo e o exclusivismo como uma solução para todos os problemas. Não, os verdadeiros horrores ainda estavam por vir.
Isso significava guerra… Pior ainda, uma guerra que a Legadônia não tinha qualquer esperança de ganhar.
Desse modo, o Tenente-Coronel Sue praguejava os oficiais conforme voava. Ele os condenou pelo erro de continuar espalhando as chamas do nacionalismo, recusando a realidade escancarada.
O Tratado Londino era um acordo que abordava a disputa de fronteira entre o Império e a Aliança Entente, seus termos eram apenas toleráveis e foram decididos após o Reino Aliado se envolver como mediador. A zona desmilitarizada provisória que dividia o território disputado era, na realidade, uma fronteira nacional, com direitos administrativos sobre a região servindo de garantia para manter o acordo. O que o tratado fez foi uma demonstração provisória de respeito, declarado por ambas as partes, em consideração à reivindicação de domínio da Aliança.
— Que parte disso é “apenas marchar sob pressão”?!
Em resumo, a Aliança tinha a liberdade de proclamar suas ações como justificadas a nível interno, mas o tratado expôs que, na realidade, a comunidade internacional, quase que em unanimidade, se uniu ao Império. Não importava com quanta veemência os sonhadores locais gritassem que o território estava sob uma disputa oficial e caía dentro da soberania da Aliança Entente, outros viam isso como nada mais do que o lamento dos perdedores. É óbvio que ninguém os levaria a sério.
— Marcha?! Essa é a ideia deles sobre uma marcha?!
A Aliança enviou seus militares para patrulhar seu próprio domínio? Arbitrariamente? Isso não fazia sentido. Pelo que parecia, todos aqueles políticos começaram a se apaixonar pela própria propaganda em algum momento. Sue desejou que alguém dissesse que tudo não passava de uma piada de mau gosto.
Algum porta-voz do governo, ou talvez alguém que recebia demais para fazer de menos, capaz de vomitar asneiras através de propagandas inúteis, na verdade teve a coragem de descrever essa invasão como um “exercício de marcha sob pressão" em uma coletiva de imprensa. O que foi algo terrivelmente imprudente.
— Cunningham! Qual é a situação das nossas forças restantes?!
— Desculpe, senhor. O sinal é instável e só piora. Não tenho ideia do que está acontecendo…
As tropas se encontravam em um estado de caos absoluto. Era claro isso. Não havia maneira de alguém permanecer calmo depois de cruzar a fronteira sem pensar na possibilidade de guerra... Apenas para dar de cara com o Exército Imperial em plena formação para os interceptar e abatê-los. Não há dúvida de que essa loucura entraria para a história.
— E os centros de comando? O Controle do Espaço Aéreo ou o Centro de Direção de Combate também servem. Consegue contatar alguém?
— As linhas estão em completa confusão... Seja como for, não consigo entrar em contato com elas; nem mesmo temos a frequência certa.
O Primeiro-Tenente Cunningham, que era considerado um veterano até mesmo na equipe de Sue, franziu o cenho enquanto tocava no rádio de longo alcance sobre seus ombros. Os sinais estavam confusos o bastante para confundir um veterano com ótimas habilidades aéreas... Uma prova de que a Aliança havia se jogado em uma operação descuidada. Se não fosse o próprio país de Sue, ele sem dúvidas ficaria espantado com essa ação.
“Eles nunca violariam a fronteira sem fazer uma transição adequada para a guerra. Claramente, o governo da Aliança Entente só está utilizando diplomacia para fazer provocações. Pelo menos, o Império não jogaria um jogo tão perigoso se não estivéssemos prontos para isso.” Essa havia sido uma citação de um porta-voz do Estado-Maior do Exército Imperial que Sue lera dois dias atrás em um artigo de jornal. O comentário dissera tudo.
No máximo, a provocação da Aliança Entente só deveria ter chegado ao ponto de mostrar sinais de um aumento nas atividades militares, visando discernir como o Império reagiria. O porta-voz havia oferecido uma opinião razoável, seu rosto contorcido em uma carranca, igual a de um homem mordendo algo azedo. Quem teria pensado que a Aliança iria empreender ações militares que arriscariam o destino da nação sem nem se preparar antes?
— Não me importo se você usar comunicações de curto alcance. A essa altura, pode se conectar direto com as forças terrestres. Vamos ajudar as tropas remanescentes a bater em retirada.
— Entendido.
Fosse isso bom ou ruim, o batalhão de Sue estava em uma posição na retaguarda quando o incidente de violação de fronteira começou. Estavam se reorganizando depois de sofrer baixas pesadas em repetidos conflitos irregulares perto da fronteira nacional. Para unidades do tamanho de uma companhia ou um pouco maior, seria possível retornar à capital e se reorganizar. Sue interpretou mal a situação justo porque estava frequentemente envolvido em operações que não podiam ser anotadas nos registros oficiais... Se ele e seus homens pudessem recuar, então isso decerto dizia que o país não tinha intenção de ir à guerra; isso significava que o governo estava à altura de sua propaganda costumeira.
Sue e seus homens — que eram dignos de serem chamados de os melhores, mesmo entre as tropas da vanguarda da Aliança Entente — não se continham nos palavrões para descrever a idiotice sem fim dos políticos e estadistas militares. Eles estavam bem conscientes de que seu governo era uma latrina de imbecis. Simplesmente não perceberam que a administração faria um movimento tão estúpido que dali não tinha mais volta.
— Darton, desculpe, mas você poderia entrar em contato com as outras tropas? Quero ter uma ideia melhor da situação.
Devido a sua posição inicial, foi tarde demais para reagirem e agora estavam perdidos com a tarefa impossível de dar apoio às tropas que se retiravam diante das forças inimigas completamente superiores. Para piorar a situação, não só falharam em alcançar o controlador designado das linhas de frente, como as coisas estavam tão caóticas que nem sequer recebiam apoio do Centro de Direção de Combate, que existia para garantir pelo menos a coordenação mínima necessária entre as tropas de feiticeiros, os corpos aéreos e as forças terrestres.
— Se necessário, nos encontraremos com reforços. Atenção pelotões, se acontecer de vocês se separarem e não conseguirem reagrupar, há a opção de se reunir em grupos sob qualquer autoridade que possam encontrar.
— Comandante, tenho contato!
Sue pegou o transceptor oferecido. Após uma breve troca de informações, ele descobriu que a situação já estava descontrolada. A Aliança estava pagando pelo erro de usar, em tempos de guerra, a mesma cadeia de comando que usava em tempos de paz, perdendo qualquer ilusão de controle. Era fácil para quem quisesse ver.
— Entendido. Bom, não podemos travar uma guerra sem liderança. Precisamos fazer algo quanto ao bombardeio que está causando todo esse tumulto. De acordo?
A situação era tão terrível que, em vez de resistir em conjunto, cada unidade estava por si. Mesmo entre seus colegas soldados no campo de batalha, com quem podiam se comunicar, ainda que quase nada, era impossível encontrar uma unidade que tivesse o conhecimento de todas as circunstâncias até então e possuísse liderança boa o bastante para tomar as medidas necessárias.
— Estou em pleno acordo. As posições de artilharia com certeza estarão fortificadas... mas e os observadores?
Sue teve que concordar que o apoio mais realista e prático que poderia oferecer, dadas as forças dispostas, era interferir com o fogo direto do inimigo, eliminando seus observadores.
— Comandante Sue! Aqui é a Sexta Divisão Terrestre. Ainda podemos observar e sinalizar.
— Ótimo! Veja se podem encontrar observadores de artilharia inimigos.
Por sorte, recuperar as comunicações com essa divisão, que mantinha organização por um fio enquanto recuava, ofereceu a oportunidade que precisavam.
— Bingo...! Estão enviando os números!
Vários feiticeiros observadores voavam sozinhos, sem se preocupar com a necessidade de esconder suas localizações. Com base na frequência das mensagens codificadas sendo enviadas em intervalos regulares, definitivamente eram comprimentos de onda codificados exclusivos dos observadores de artilharia que transmitiam as informações de inteligência.
— Desacompanhado, como esperado, hã? Estão nos menosprezando demais.
— Talvez, mas esse não está atrás de uma enorme linha de alerta?
Sue estava ciente disso. Ele queria resmungar, observando o modo como o corpo aéreo imperial e as tropas de feiticeiros tomavam o caminho seguro e fácil na batalha pela supremacia aérea, com uma rede coordenada de interceptação. Era nítido que deveriam ter montado uma linha de defesa aérea adequada o suficiente para permitir que elementos de suporte voassem sozinhos.
— Sério, nós somos loucos para ir à guerra contra uma potência militar. Devia ter pego minha família e fugido.
— Comandante Sue, aposto que aqueles cães imperiais estão lá, coçando a cabeça, imaginando se guerra era pra ser tão fácil assim.
— Bem pensado. Vamos torcer para que tenham baixado a guarda então.
Enquanto pensava em como tudo havia ficado terrível, só o que Sue pôde fazer foi se voltar para Deus.
Deus, para ser sincero, onde foi que erramos...?
Notas:
1 – É isso (imagem). Um headset de aviador com um laringofone. O laringofone é essa parte que vai no pescoço. O que faz dele útil é que você não precisa falar alto para que a outra parte escuta, é só sussurrar, e a vibração da laringe vai fazer que a mensagem seja enviada. Bacana, não? Quanto ao headset, vocês têm que saber o que é isso.
2 – O Estado-Maior do Exército é o órgão de direção geral responsável pela elaboração da política militar terrestre, pelo planejamento estratégico e pela orientação do preparo e do emprego da Força Terrestre.
3 – Míssil Balístico Intercontinental. O primeiro foi criado pelo Dr. Wernher von Braun na Alemanha nazista. Bom, é uma arma de destruição massiva, é bem comum vermos as potências mundiais falando sobre esses mísseis, eles são usados principalmente com produto nuclear, então quando tá rolando aquelas brigas para ver quem tem o pau maior, é nisso aqui que eles embasam o poder de fogo.
4 – O Fuji Firepower é uma demonstração de Poder de Fogo das Forças de Autodefesa do Japão. Os exercícios são abertos para o público em geral, visando ajudar os civis a entender melhor como funcionam as Forças de Autodefesa do Japão, mas todos observam as coisas da mesma forma que fazem com festivais, apreciando como um show de fogos de artifício.
5 – Isso faz referência ao Protocolo de Londres de 1852, que foi assinado como compromisso diplomático para acabar uma guerra. Como não era bem um tratado de paz, as nações envolvidas acabaram o violando ao desenvolverem interesses opostos. É um fato que leis e tratados internacionais inconvenientes sempre são quebrados, mas se uma nação ignorar todos, enfrentará uma intervenção humanitária (principalmente se possuir petróleo).