Volume 2
Capítulo 75: Energia Divergente
—Você tem certeza que está bem, Adália? Você não precisa se forçar, sabe? — declarou Lytian com grande preocupação.
— Não se preocupe, por mais que seja um incomodo, exaustivo e desconfortável. Um dia posso precisar desse poder para curar você ou meu filho. Portanto, não irei recuar, mesmo que isso possa representar um perigo para minha vida — respondeu Adália.
E vendo a atitude determinada de sua esposa, como sabendo perfeitamente do seu temperamento; Lytian não conseguiu encontrar palavras para serem ditas.
Depois do seu choque, procurando o conhecimento mais abrangente do seu filho. Hyan a diagnosticou com muito cuidado, descobrindo que Adália desmaiou devido a utilização excessiva de sua energia divergente.
Entretanto, após repreender Adália por sua atitude irresponsável, Hyan e Lytian descobriram que não foi uma atitude intencional, mas sim que a energia divergente saiu de seu controle, incapacitando-a de interromper sua energia até o termino do tratamento.
Em outras palavras, Adália poderia morrer de exaustão caso começasse a tratar uma lesão que excedesse suas capacidades. Essa ocorrência era algo que nem Lytian, nem seu filho Hyan esperavam, sendo pegos totalmente desprevenidos.
E diante a preocupação, Lytian queria interromper imediatamente qualquer tipo de tratamento sem o devido entendimento das circunstâncias. Entretanto, sua esposa foi contra, desejando determinadamente em continuar a recuperação do pobre garoto fera.
Assim, vendo sua atitude, aquela convicção teimosa, tendo Adália retirando Taigan de dentro do Sharky. Lytian não conseguiu evitar de sentir uma grande admiração por sua esposa, como se sentiu orgulhoso por ser seu marido, quando se preparava para agir se algo inusitado acabasse por ocorrer.
— Urgh! Eu não esperava que a energia divergente de minha mãe tivesse um requerimento tão perigoso... — murmurei, enquanto olhava a paisagem, observando casualmente o acampamento a uma certa distância.
E apesar das consequências inesperadas ao utilizar a energia divergente, algo que não constatava no conhecimento que obtive da Igreja Áurea. Graças a deus nada de pior aconteceu; como minha mãe ainda estava determinada a trilhar esse caminho árduo e exaustivo.
Desta forma, sem mais preocupações, poderia me concentrar no que era realmente importante. Afinal, atualmente o acampamento detinha mais de trezentas pessoas, um número realmente grande, ao qual esperava honestamente que o convidado da Tribo do Monte Branco fosse sábio ao escolher sua abordagem.
Felizmente, as pessoas não pareciam estar tão atentas ao seu entorno, seja devido aos instrumentos mágicos, ou a determinados assuntos que os interessavam.
Na verdade, em uma observação mais atenta, poderia vislumbrar diversos cavaleiros da Família Dandin tentando formar um relacionamento mais próximo com Elise — era realmente engraçado vendo minha querida amiga envergonhada ao ser bajulada de todos os lados.
Mesmo Celine, que tentava evitar atenção, também estava sendo assediada pelos cavaleiros. Tudo devido ao seu título de protetora, assim como a curiosidade pelos tesouros em sua posse, não conseguindo escapar da situação.
Felizmente, essa comoção permaneceu somente entre os cavaleiros, deixando os soldados totalmente alheio aos fatos, algo que provavelmente se devia a intervenção de Dougan Dandin.
Enfim, era um resultado que me agradava, desde que ainda tinha que esperar o momento certo para revelar toda a minha força e ambição.
A princípio, desejava avançar com calma e com cuidadosa ponderação. Entretanto, a Família Shaen parecia estar abandonando sua relação oculta com Lionyr Fayfher; como também consegui com sucesso criar um relacionamento sólido com Sheridan, o grande mago.
Agora, não importava o tanto que revelasse das minhas ambições, a Família Real, assim como os nobres de alto escalão, pensariam duas vezes antes de alvejar a Família Fayfher. Caso contrário, estariam fazendo do Grande Mago um perigoso inimigo.
Passos! Sorriso gentil!!
— Jovem Mestre Hyan. Me pergunto sobre o que vem passando em sua mente para estar aqui tão distante e distraído. Talvez estivesse esperando deliberadamente a minha companhia? — Brincou Annia, se aproximando com elegância, vestindo uma pele de animal bastante atraente, quando me demonstrava um sorriso gentil.
E ouvindo suas palavras, não esperando que se aproximasse por conta própria, acabei sorrindo em meu coração, quando tentei manter uma expressão gentil.
— Hehe! Talvez esteja certa, que homem não gostaria de estar na companhia de uma linda senhorita? Se você me permitir, é claro — indiquei, batendo suavemente ao meu lado, limpando um pouco a neve.
Surpresa! Hesitação!!
Vendo o homem que desprezava indicando para que se sentasse ao seu lado, Annia hesitou brevemente, quando os conselhos de seu pai ressurgiram em sua mente, dando-a coragem para se sentar ao seu lado.
Abraço! Tremor!
Contudo, assim que se sentou ao seu lado, não prestando a devida atenção em suas intenções. Um braço forte e treinado envolveu de repente sua cintura, quando sentiu seu corpo ser puxado até estar ombro-a-ombro com Hyan.
Surpreendida, sentindo seu calor, tentou rapidamente empurra-lo. Exceto, que suas mãos foram seguradas, vislumbrando seu sorriso perverso, quando presenciou seu olhar provocativo.
— O que pensa que está fazendo? — rosnou Annia, olhando-me com grande descontentamento.
— Estou lhe cortejando obviamente. Como sabe, somos noivos, acredito que em pouco tempo a Jovem Dama Annia irá se mudar para a propriedade da Família Fayfher, certo? Não seria bom se estreitássemos nosso relacionamento? — Provoquei, aproximando meu rosto vagarosamente, quando pude sentir sua respiração, vendo as mudanças em sua expressão.
Empurrão!!
— Não pense em nada indecente! Não é porque sou considerada sua mulher que você pode fazer o que desejar, principalmente quando se quer nos casamos...!! — Vociferou Annia, escapando dos meus braços, mantendo uma distância segura.
— Oh! Não diga isso, Jovem Dama Annia. Essas palavras podem acabar com a confiança de qualquer homem, você sabe... — brinquei, vendo seu rosto avermelhar-se de raiva e vergonha, quando Annia bateu o pé, indo embora indignadamente.
— Hmm... isso é uma pena, queria ter a provocado por mais tempo... — murmurei, limpando um pouco minhas roupas, me preparando para retornar.
E andando pelo acampamento, me dirigindo para uma carruagem especifica; bati gentilmente na porta, quando esperei uma resposta.
— Qual é o problema? — indagou Lytian.
— Sou eu, pai. Deixe-me entrar — respondi, esperando que a porta fosse destrancada, adentrando-a.
— Você não deveria estar lá fora marcando presença? Como sabe, a Família Dandin provavelmente tentara estreitar nosso relacionamento; ficar aqui dentro provavelmente atrairia atenção indesejada — comentou Lytian, olhando para seu filho, que se ajeitava confortavelmente no interior da carruagem.
— Não se preocupe, já tomei algumas precauções, não serei incomodado em um período tão curto.
— Além disso, não esqueça que tenho a prioridade de encontrar nosso querido convidado da Tribo do Monte Branco. Caso contrário, todo o planejamento pode ir por água abaixo... — Lembrei, olhando minha mãe concentrada curando o último dedo que faltava de Taigan, que nos observava intensamente.
— Oh!! Parece que nosso precioso passageiro está disposto a colaborar com nossa causa? — comentei de repente, sentindo o olhar do jovem garoto fera, não contendo aquela sutil malicia de antigamente.
— Hmm... esse parece o caso. Contudo, tenha cuidado, um passo em falso e não poderemos controlar a situação... — lembrou Lytian, sabendo o que seu filho estava prestes a fazer.
— Pois bem, tomarei cuidado, somente lhe permitirei falar... — respondi, quando emanei minha energia interna pela carruagem, criando uma barreira.
— Hmm... agora que observo mais atentamente, essa sua habilidade de bloqueio, não é tão difícil não é mesmo? — mencionou Lytian abruptamente, sentindo a energia do seu filho envolvendo todo o ambiente.
— Sim. Você pode dizer assim, tudo o que fiz foi emanar minha energia interna para fora do meu corpo, controlando-a para que se concentrasse em uma área especifica.
— Desta forma, posso impedir que o som escape para uma área externa, como atrapalhar a percepção de estrangeiros sob essa área. Entretanto, cultivadores sensíveis provavelmente sentiriam essa ondulação.
— Enfim, qualquer um pode fazer algo assim, desde que obviamente tenha um controle preciso de sua energia interna — Expliquei tranquilamente.
— Claro, também temos a diferença de afinidade, sendo a única diferença que minha energia mental tem uma capacidade maior de distorcer ou invadir a percepção de outros cultivadores — Apontei, dando de ombros, quando pressionei um ponto na garganta de Taigan, tirando a limitação que impedia sua capacidade de conversar.
— Urgh! *Tosse*... *Tosse*... Finalmente posso falar, minha garganta estava realmente desconfortável. Vocês humanos realmente tem uma visão de cortesia bastante distorcida — resmungou Taigan, vendo meu olhar ficar um pouco desagradado.
— Pirralho, já se esqueceu quando tentou tramar contra seu benfeitor? Por mais que temos nossas intenções ao lhe ajudar, ainda não muda o fato que o salvamos. Caso contrário, estaria apodrecendo naquele maldito lugar... — declarei, não contendo minhas palavras, querendo ser o mais breve possível.
— Pois bem, você deve saber o que desejo a partir da conversa anterior, não é mesmo? Diga, como podemos contatar os membros da Tribo do Monte Branco, se possível antes que causem um tumulto desnecessário; como também desejo entender mais particularmente essa capacidade de rastreamento — falei, deixando claro meus desejos.
— Hmm... só sei que podemos sentir outros membros dentro de um certo perímetro, quando ao motivo, obviamente é devido a linhagem que recebemos da Besta Sagrada — respondeu Taigan, parecendo colaborar prontamente.
— Urgh! Eu não sei se ele faz de propósito, ou simplesmente é um idiota, mas já tinha estimado que essa capacidade especial se enquadrava nessas duas circunstâncias…
— O que precisamos saber é detalhes mais relevantes. Caso contrário, se algo der errado, você e seu companheiro de tribo provavelmente iram morrer — declarei, vendo nitidamente o desdém nos olhos do jovem.
— Hmpf! Vocês só tem números, e tem coragem de dizer que podem enfrentar meu pai?! Tenho certeza que todos vocês vão se ajoelhar diante sua figura imponente quando verem sua verdadeira força! — Rosnou Taigan.
No entanto, assim que terminou suas palavras, os pelos de seu corpo se agitaram tremendamente, quando uma sensação de indescritível perigo o envolveu.
— Não teste nossa paciência! Se um único indivíduo se deparar com seu pai além de mim, então pode se preparar, irei enterrar vocês dois nessa terra. Mesmo um idiota sabe que dentro de uma lagoa de peixes pode acabar existindo um dragão... — proclamei severamente, quando concentrei minha intenção assassina em Taigan.
— Eu... eu irei colaborar... — murmurou Taigan um pouco indisposto. Contudo, como um membro da raça bestial, foi ensinado desde cedo a escutar seus instintos, onde nesse exato momento, seus instintos estavam lhe dizendo para não subestimar o jovem em sua frente.
— Ótimo. Eu realmente gosto quando tudo avança tranquilamente... — expressei, voltando para minha expressão habitual, quando ignorava os olhares dos presentes.