A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 37: Um antigo inimigo (3)

 

 

 

— Elise. Dylan. Acredito que não preciso falar novamente, essa batalha terá uma intensidade inimaginável. Se caírem de suas costas, então esqueçam, vocês iram definitivamente morrer — expressei, avisando meus companheiros com bastante seriedade.

— Além disso, não importa o quê, vocês dois devem proteger os filhotes, estamos entendidos? — expliquei, vendo Elise segurando os filhotes firmemente, enquanto Dylan segurava tremulamente os pelos sob o corpo da Loba Gigante, se preparando para a terrível batalha.

— Não se preocupe, Hyan. Não deixarei que nada aconteça com eles — respondeu Elise decididamente, olhando com intensas emoções seu companheiro.

Afinal, não importa o quanto olhasse; para Elise, alcançar tal entidade parecia cada vez mais distante. Contudo, não se arrependeu de estar aqui, mesmo se morresse, ainda queria estar ao seu lado, presenciando seus feitos incríveis.

Uivo Intenso!!

Chegando o momento, uivando intensamente, a Loba Gigante caminhou para a entrada da caverna, quando olhou ferozmente para o terreno elevado, vendo os diversos mercenários esperando a batalha, tendo diversas armas em mãos.

E vendo essa visão, sentindo-me interiormente um pouco ansioso; sem precisar dizer nada, a Loba Gigante rompeu em um rápido avanço, quando chutou as paredes rochosas, pulando tão alto que seu enorme corpo formou uma sombra aterradora em cima do grupo de mercenários.

Estrondo! Choque!!

Pousando fortemente contra o solo, a Loba Gigante rugiu, quando utilizou as ondas sonoras para desestabilizar os presentes. A seguir, girando o seu corpo, conseguiu cortar diversos indivíduos em seu caminho, quando uma névoa vermelha se espalhou pelo ambiente.

A cena era tão aterradora que o sangue manchou completamente a floresta; era como se estivesse pintando o ambiente, onde suas garras eram tão poderosas que poderiam cortar um humano como manteiga, espalhando assim seu sangue por todos os lados.

— Não se desesperem! Ativem as formações!! — Rugiu o vice-líder dos mercenários, onde os capitães seguiram com urgência suas ordens, ativando assim as formações, que começaram a brilhar em várias cores, quando círculos mágicos começaram a aparecer por todo o terreno.

Além disso, não era somente as formações que brilhavam em diversas cores, mas também seus corpos, quando sua energia interna ficou aparente, demonstrando assim a força desse grupo de cultivadores.

“Assim como pensei, Aura Energética e Matrizes Ofensivas… tais métodos jamais estariam nas mãos de pessoas do Reino de Ershter”. Pensei, amargamente.

“Enfim, não sei de onde pertencem, mas as coisas só estão se complicando; e para piorar, ainda não avancei sequer um único estágio em minha cultivação”. Ponderei, olhando para as diversas luzes que apareceram de repente.

Rugido!!!!

Sentindo o perigo, tendo os pelos do seu corpo se arrepiando completamente, a Loba Gigante não se demorou matando tais insetos, fugindo apressadamente em direção a floresta, sabendo que seus movimentos estavam limitados com o nosso grupo montado em suas costas.

Entretanto, assim que tentamos deixar o acampamento, uma barreira surgiu em nosso entorno, bloqueando-nos.

E antes que pudéssemos se quer protestar, bolas de fogo, relâmpagos, pingentes de gelo, fragmentos de pedra, e uma miríade de ataques elementais caíram dos céus.

Deslumbrados, presenciando essa cena avassaladora, qualquer um desses ataques era o suficiente para me desintegrar, assim como Dylan, Elise e os filhotes.

— Não tão facilmente! — gritando, conduzindo urgentemente minha energia para superfície do corpo da Loba Gigante, runas saíram do seu corpo, formando um escudo em nosso entorno.

Assim, emanando uma aura singular, minha formação interferiu em suas matrizes, causando instabilidade na barreira, que foi facilmente destruída pela Loba Gigante.

Chocados, atordoados com a abrupta ocorrência, vendo assim todo o seu planejamento indo de repente por água abaixo.

Os mercenários que estavam anteriormente confiantes em seus métodos só puderam gritar miseravelmente, enquanto eram despedaçados pela Loba Gigante, que atropelava suas fileiras, criando um banho de sangue.

E durante esse breve momento, vendo nenhum obstáculo nos impedindo, poderia até dizer que nosso contra-ataque causou um efeito melhor que o esperado, percebendo que esse grupo mercenário não eram tão proficientes em formações como pensava a princípio.

Desta forma, dando continuidade à nossa fuga desesperada, todos no meu grupo vislumbraram a esperança ao ver a floresta a poucos metros de distância.

Contudo…

Splash!! Uivo!!

Assim como pensei esperançosamente em meu coração que conseguiríamos escapar. Uma lâmina cinzenta de energia rapidamente rompeu a barreira de sangue em nosso entorno, criando uma ferida horrível no tronco da Loba Gigante que já estava em péssimo estado.

Cambaleando, sentindo por um momento uma grande fraqueza, a Loba Gigante ficou exposta, tendo novos ataques elementares vindo de todos os lados.

Felizmente, agindo apressadamente, intensificando loucamente a minha energia mental, restaurei a barreira a tempo de proteger nossas vidas.

— Hahaha! Eu sabia! Eu sempre soube!! Toda vez que via sua figura algo estranhamente se agitava em meu coração… — gritou Klaus Vanrut de repente, surgindo inesperadamente em meio ao banho de sangue.

— Você ainda se lembra dessa aparência, Arcanista? Honestamente, devo dizer, esse corpo de criança não combina com você, também não consigo ver as suas queridas Armas Arcanas!! — Zombou Klaus com uma voz profunda.

— Você…! — Vendo sua figura, aquela aparência asquerosa, meu coração afundou imediatamente, tendo meu corpo tremendo visivelmente, quando um mau pressentimento me envolveu por completo.

Afinal, em minha frente não estava o Klaus Vanrut que conhecia. Mas um homem com a mesma estatura, contendo uma pele acinzentada, olhos vermelho-sangue, e um pequeno par de chifres, que estavam envolvidos por uma chama negra tenebrosa.

Uma visão terrível, tendo a mesma chama desagradável queimando em seu sabre, que estava desembainhado, enquanto uma energia demoníaca o envolvia sombriamente.

— Você…! Demônio Sanguinário! Como… como diabos você está vivo?!! — exclamando aturdidamente, cerrei meus punhos ao ver seu sorriso tenebroso, quando apertei meus dentes, lembrando dos meus companheiros que morreram sob suas mãos em minha vida passada.

— Isso! Isso mesmo! Eu sabia que você, meu precioso Arcanista, não iria me esquecer! Consegue imaginar quantos anos sonhei com o nosso reencontro?

— Quanto prazer senti lembrando da época que me cortava lentamente, decepando minha cabeça no final?! — Grunhiu Klaus com um sorriso malicioso, enquanto me observava violentamente.

— É agora ou nunca!!! — gritando, reprimindo violentamente as minhas emoções; forcei a barreira de sangue a explodir, criando assim uma incrível onda de ar, que impediu os ataques, assim como arremessou os mercenários, onde incitei a Loba Gigante a fugir urgentemente.

No entanto, apesar de conseguir fugir, deixando assim os mercenários para trás; infelizmente isso não fez o meu coração se sentir aliviado, pois sabia que um monstro ainda pior estava nos perseguindo.

— Ah! Como isso é prazeroso. Infelizmente não tenho a intenção de deixa-lo fugir… Afinal, não sabe quanto tempo esperei para o nosso reencontro, meu querido Arcanista. — Rindo alegremente, Klaus estava nos perseguindo com uma convicção impressionante.

E com sua forma demoníaca, Klaus poderia possuir um poder extraordinário, onde em seu auge, lutar de frente com um Rei Bestial não era algo irrealista.

Portanto, por mais que sua forma demoníaca não estivesse completa, a Loba Gigante só estava aguentando porque estava queimando sua própria linhagem para gerar forças, e com meus métodos, metade dessa energia já se esvaiu de seu corpo.

— Elise! Dylan! Eu e a Loba Gigante vamos ganhar algum tempo, quando pararmos, vocês dois devem fugir imediatamente. — Ordenei gravemente, cerrando meus dentes.

— Hyan… — Elise queria dizer algo, mas imediatamente ficou quieta ao ver meu olhar extremamente furioso.

Afinal, ela sabia que só era um empecilho nessa luta monstruosa. Na verdade, ela já estava pálida só de vislumbrar como essas pessoas eram literalmente monstruosas.

— Isso é uma ordem, Elise! Mesmo que eu morra, vocês devem fugir! O seu alvo atualmente sou eu, não tem mais interesse algum por vocês, que não passam de insignificantes!! — Bufei, quando olhei para minhas próprias mãos, imaginando como eu era patético.

Finalmente a realidade tinha me atingido, e da pior maneira possível. Depois de regredir, em algum momento dessa segunda chance, comecei a pensar que era um tipo de “Escolhido”.

E com meus conhecimentos, sabendo dos fatos marcantes que aconteceriam no continente, poderia moldar o destino à minha vontade. Mas aqui estava outro ser que teve os mesmos benefícios.

Não somente isso, parecia que tinha voltado muitos anos antes de mim, recuperando parcialmente sua força. E apesar da sua zombaria, era verdade, eu somente era forte devido as minhas Armas Arcanas.

Tudo o que tinha feito e conquistado atualmente até agora era somente uma distorção, um desviou da história original ao utilizar do conhecimento que presenciei na minha vida passada.

Arrependido, repreendendo a mim mesmo, insultando a minha própria ingenuidade, tudo repentinamente começou a girar.

E sentindo meu corpo batendo contra uma árvore, sentindo uma dor excruciante, escutei impotentemente o grito lamentável da Loba Gigante, tendo o meu coração apertando violentamente.

Desnorteado, sentindo o meu próprio sangue escorrendo pelo meu corpo; olhei confusamente para a Loba Gigante caída no chão, ela já tinha ido além dos seus limites.

Impotente, escutando os passos calmos vindo em minha direção, olhei para Dylan, Elise e os filhotes.

Dylan estava inconsciente, sangrando na cabeça, ao qual não sabia se estava vivo ou morto. Quanto a Elise, que não estava em um estado melhor, ela se usou para proteger os filhotes, estando toda machucada, enquanto olhava pra mim com um leve resquício de força, mostrando um rosto desesperador.

— Diga-me! Qual é a sensação ao ter nossos papéis invertidos? — indagou Klaus calmamente, tendo um sorriso malicioso, vendo-me levantando com grandes dificuldades.

— Mas sabe… te matar assim não tem muita graça. Portanto, deixe-me lhe dizer algo… Na verdade, não sou o único que regressou, nesses dez anos conheci muitos dos seus inimigos. E devo dizer, hehe! Cada um deles é melhor que o outro… — expressou Klaus Vanrut com um enorme prazer.

— Você se lembra da Família Gingai? Se não estou enganado eles o apoiaram naquela época, certo? Acredito que você até mesmo recebeu um de seus filhos como seu discípulo — falou Klaus Vanrut com um grande sorriso.

— Enfim. Odeio ter que te falar, mas torturamos e matamos cada um deles, estrupamos suas mulheres, e depois colocamos suas cabeças em estacas, deixando uma frase com o seu nome — declarou calmamente Klaus, vendo minha expressão se distorcer lentamente.

— Além disso, você lembra da sua namoradinha? Aquela ao qual você traiu sua própria espécie para defender? Se não me engano… talvez eles também tenham sido mortos… — declarou Klaus alegremente, vendo seu inimigo tremendo de tanta raiva.

— KLAUS VANRUT!! EU JURO!! EU JURO PELOS CÉUS, EU VOU TE MATAR!! — Rugindo com todo o meu ser, sentindo o sangue em minha garganta, avancei furiosamente enquanto desembainhava a minha espada.

— He! Você pode tentar, querido amigo! Pelo menos, nessa vida foi eu que ganhei essa batalha… — respondeu Klaus, movendo seu sabre envolvido com energia demoníaca.

Splash! Sangue!!

E assim como estava prestes a ser cortado, impotente diante a grande diferença de força. Uma enorme figura pulou na minha frente, tendo seu corpo dilacerado.

Confuso, sentindo o sangue se espalhando por meu corpo, olhei estupefatamente, percebendo que se tratava da Loba Gigante, sacrificando-se em meu lugar.

Assim, não tendo mais forças para se mover, a luz começou a esvair de seus olhos. E vendo essa cena lamentável, sentindo a ansiedade e o medo presente em seu rosto, o meu coração começou a doer, enquanto me aproximava da sua cabeça, observando-a a dar seus últimos suspiros.

 

 

Desabando, deixando essas últimas palavras, seu corpo perdeu completamente a força vital.

— KLAUSSSS!!! — Uivando insanamente, comecei a forçar a energia dentro do meu corpo, mesmo que tivesse que me martirizar, eu definitivamente iria matar esse desgraçado.

— Hmpf! Que sacrifício inútil, só adiamos o inevitável. — Bufou Klaus, dando de ombros ao ver a cena.

Indiferente, movendo novamente seu sabre, Klaus deixou um rastro negro no próprio espaço, e por mais que meus sentidos acompanhassem seus movimentos, meu corpo era incapaz de acompanhar minha mente.

 



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