Alya às Vezes Esconde seus Sentimentos em Russo Japonesa

Volume 7

Epílogo: Isso é...

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Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!

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Após a competição de hipismo, Alisa se encontrava na sala de aula vazia de sua turma. Ela havia se separado do resto do grupo e arranjado uma desculpa para evitar Maria, que a tinha convidado para almoçar com os pais. Alisa buscara refúgio ali. Almoço era a última coisa em sua mente no momento.

Ela sentou-se em sua carteira, olhando distraidamente para a sala de aula enquanto o barulho do pátio da escola servia como pano de fundo.

— Me desculpe.

Alisa havia se desculpado com a cabeça baixa, mas nenhum de seus amigos presentes a culpou. Ainda assim, ela achava que tamanha gentileza era pesada demais para suportar.

........

Ela nunca havia experimentado o quão doloroso seria carregar as expectativas de seus amigos e, ao final, decepcioná-los. Até então, ela sempre estivera sozinha, e, mesmo quando falhava em alcançar os resultados desejados, a responsabilidade era inteiramente sua — tanto a causa quanto a consequência. Mas agora...

— Ah!

Os rostos de seus amigos, que acreditaram nela e cooperaram, vieram à sua mente. Os senpais que se juntaram como novos aliados, sua irmã que a apoiou com um sorriso e...

— Ugh!

O rosto dele cruzou seus pensamentos, e Alisa enterrou o rosto na mesa. Cerrando os dentes, ela levantou o punho de forma vacilante e o bateu, fraca e lentamente, contra o tampo da carteira.

Ela havia se exaltado. Ficara arrogante. Complacente com a ideia de que tinha muitos companheiros, que haviam a reconhecido como líder, e se deixara levar pela ilusão de que podia agir dessa forma. Embriagou-se com aquela sensação de onipotência, acreditando que poderia fazer qualquer coisa e... acabou cometendo um erro de julgamento.

Olhando para trás, era algo que deveria ter percebido. Especialmente em situações que envolviam elaborar táticas ou negociações, ela sabia que não estava no mesmo nível de Yuki. Naquela situação, deveria ter simplesmente confiado em Masachika. Se tivesse feito isso, não teria caído tão facilmente na armadilha de Yuki.

Mas ela estava ansiosa demais para vencer, confiante demais em suas próprias habilidades, e acabou enfrentando o desafio com uma estratégia rasa. O que era ainda mais vergonhoso era que a razão para sua pressa em vencer era apenas um desejo pessoal.

— Eu sou a pior...

O deboche que escapou de seus lábios veio com um toque de lágrimas. Ela tinha certeza de que todos estavam decepcionados. Talvez alguns estivessem até mesmo zangados. A razão pela qual Alisa queria tanto vencer a corrida com suas próprias habilidades era, simplesmente, porque queria convidar seus amigos para uma festa de aniversário.

7 de novembro. O aniversário de Alisa estava a apenas duas semanas de distância.

Era tolice. Ela deveria ter dito isso sem relação com a corrida. Foi por estar consumida por pensamentos tão triviais que sofreu uma derrota tão miserável.

Era verdade. Nada além da verdade. Mas... mesmo assim...!

— Я хотел сегодня победить... и пригласить всех...!

(Eu queria vencer hoje... e convidar todos...!)

Era uma batalha na qual Alisa queria alcançar a vitória por seus próprios esforços. Queria mostrar aos amigos e aos pais na plateia uma versão esplêndida de si mesma. E então, com dignidade, queria convidar seus amigos para uma festa de aniversário.

Todos os anos, seu aniversário era celebrado apenas com a família. Embora não dissessem em palavras, ela tinha certeza de que seus pais estavam preocupados. De cabeça erguida, queria apresentar os amigos que fizera no ensino médio a eles.

Queria mostrar que não estava mais sozinha. Que havia feito amigos maravilhosos. Se pudesse transmitir isso, seus pais certamente ficariam felizes e sorririam.

— Я хотел устроить вечеринку по случаю дня рождения со всеми...!

(Eu queria ter uma festa de aniversário com todos...!)

Se ao menos pudesse comemorar seu aniversário com os pais sorrindo e os amigos sorrindo. Quão maravilhoso seria um dia assim, cheio de uma felicidade inimaginável, alegria e... mas agora, tudo estava perdido.

Eu... eu...

Miserável, indigna, um fracasso que decepcionou a todos. Quem poderia sequer mencionar celebrar um aniversário?

— Uuu, ah...

Era tudo apenas um desejo pessoal. Por isso, o resultado e suas causas eram consequência de suas próprias ações. Ninguém mais tinha culpa. Ela trouxera seus sentimentos pessoais para a corrida, sonhando tolamente com um futuro ridiculamente feliz e, então, perdeu. Tudo era culpa sua.

Ela desejava que seu aniversário nem chegasse. Uma festa de aniversário apenas com a família agora pareceria insincera e apenas aumentaria sua miséria. Em vez de ter esses pensamentos, preferia—

— Yo, bom trabalho.

Uma voz chegou aos seus ouvidos, fazendo Alisa se sobressaltar. Por que ele estava ali? Ela viera para cá depois de se separar dele, achando que ele estaria com Maria.

Ignorando a confusão de Alisa, ele puxou uma cadeira para junto de sua própria mesa e se sentou. Então, do seu jeito habitual, começou a falar casualmente sobre a competição, sem prestar atenção ao estado atual de Alisa.

— Bem, desta vez eu realmente fui surpreendido. Não esperava que o cavaleiro deles fosse literalmente lançado... Eles devem ter praticado muito, não é?

Ele falou em um tom leve, como se não tivesse notado o humor de Alisa. Continuou discutindo sobre a partida que haviam acabado de finalizar.

— Bem, as regras provavelmente serão revisadas no próximo ano. Se for permitido que o cavaleiro se separe do cavalo, em casos extremos, isso permitiria que uma pessoa carregasse o cavaleiro, deixando os outros dois livres para fazerem o que quiserem... As regras estavam um pouco falhas desta vez, e parecia que ninguém se importou. Mas, se alguém faz algo tão chamativo, é natural que todos foquem nisso.

Aquela atitude normal e típica dele... irritava-a profundamente naquele momento.

— Ei…..

— Hm?

— Pelo amor de Deus, você pode me deixar em paz?

Sua voz tremia de raiva incontrolável enquanto ela proferia palavras de rejeição. Mas...

— Eh, não quero.

Isso foi casualmente descartado com essas palavras. Isso aumentou ainda mais sua raiva, mas Alisa manteve o rosto enterrado e falou com uma voz forçadamente contida.

— Não sei se você percebeu, mas não estou bem agora... Então, apenas me deixe em paz.

— Você estar assim para baixo não combina nada com você. A Sayaka não mencionou algo parecido antes? Qualquer um pode se sentir mal, mas aceite a derrota como apenas uma derrota, e você será capaz de superar a Yuki novamente à tarde.

— M-Mas!

Incapaz de conter sua raiva por mais tempo, Alisa bateu o punho na mesa e levantou ligeiramente a cabeça, gritando como se estivesse cuspindo sangue.

— Foi minha culpa que perdemos, sabia!? Todo mundo se esforçou tanto, mas meu erro de julgamento arruinou tudo!

Enquanto encarava a superfície da mesa, Alisa lutava desesperadamente para segurar as lágrimas. Então, foi atingida por palavras frias vindas do lado.

— Não seja tão arrogante, Alya.

Alisa virou-se para o comentário inusitado. Surpresa pelo olhar penetrante de Masachika, ela involuntariamente prendeu a respiração. Masachika olhou diretamente nos olhos arregalados de Alisa e falou em um tom calmo e objetivo.

— Eu... nós não cooperamos com você porque achávamos que você venceria. Nós cooperamos para ajudar você a vencer.

Suas palavras perfuraram o peito de Alisa como uma adaga.

— Aquela derrota foi sua derrota e nossa. Todo mundo entende isso, então ninguém culpa você. Mas não carregue a derrota arrogantemente sozinha. Isso é um insulto para nós.

As palavras, ditas tão calmamente e sem pressa, ecoaram dolorosamente no coração de Alisa. Sem que ela percebesse, as lágrimas que lutava para conter começaram a escorrer por suas bochechas.

Além da visão embaçada, Masachika levantou-se. Ele envolveu os braços ao redor de sua cabeça, bloqueando sua visão.

— É frustrante, eu sei.

— É...

— Para mim também... Para todos. Juntos.

— É...

As lágrimas encharcavam o uniforme de ginástica de Masachika, e, com elas, parecia que a dor no peito de Alisa fluía para fora. Nos braços de Masachika, ela chorou.

Ah, ele... ele tem razão.

Enquanto derramava lágrimas silenciosas, sem dizer uma única palavra, Alisa percebeu. Certamente, era doloroso decepcionar as expectativas de seus amigos. Mas aquela dor podia ser compartilhada com eles, se estivessem juntos.

Porque eram amigos. As causas e consequências eram algo a ser dividido entre amigos. Foi culpa de Alisa ter levado seus sentimentos pessoais para a corrida. Então, ela pensou que deveria suportar o castigo sozinha. E isso estava certo.

— Estou bem agora.

Com essa declaração, Masachika silenciosamente a soltou. Alisa sentiu uma onda repentina de constrangimento ao ver manchas de lágrimas no uniforme de ginástica dele.

— Ah, hum...

Enquanto olhava para baixo, Alisa procurava algo para secar os olhos novamente, quando uma bebida engarrafada, enrolada em um lenço, foi oferecida a ela.

— Aqui, em troca daquele dia no parque de diversões. Não se preocupe, é um lenço limpo.

Alisa entendeu a intenção por trás das palavras casualmente ditas. Ela sorriu levemente, aceitou a bebida engarrafada e pressionou-a contra os olhos.

A garrafa gelada absorvia o calor de seus olhos. Enquanto fazia isso, sentiu Masachika sentar-se novamente.

— A propósito, mudando de assunto.

— ?

A voz dele soou um pouco insatisfeita, e Alisa instintivamente ficou tensa. Com uma expressão que parecia cheia de pontos de interrogação, ela continuou escondendo os olhos enquanto Masachika falava num tom despreocupado.

— Quando você vai me convidar para a sua festa de aniversário?

— Hã?

— Como assim hã? Você não disse que, na Rússia, a pessoa que está comemorando o aniversário é quem organiza a festa? O Takeshi e o Hikaru basicamente não têm agendas cheias, então convidá-los um pouco mais tarde talvez não seja problema, mas acho que seria melhor convidar a Sayaka, a Nonoa e o Yuki mais cedo, não acha?

Diante das palavras ditas num tom totalmente casual, Alisa ergueu levemente o olhar, encontrou os olhos de Masachika, e logo desviou o rosto rapidamente.

— Mas, eu...

— Só pra você saber, na Rússia, não contar para alguém sobre o seu aniversário é uma forma de dizer: "Não quero ser seu amigo este ano". Eu comentei isso com o Yuki e o Takeshi, tipo uma curiosidade qualquer, então, se você não os convidar, pode acabar criando um distanciamento entre vocês, sabia?

Fazia alguns meses que Alisa havia dito essas palavras a Masachika num momento de desespero. Ela mesma já tinha se esquecido completamente disso até agora.

Essas palavras... Então você se lembrou delas—

Antes que percebesse, Alisa estava rindo. Não sabia dizer se era de alegria ou de diversão. Mas, de alguma forma, sem que percebesse, a tristeza e o auto-desprezo que preenchiam seu coração haviam desaparecido.

Ah, que magia este mago possui, apagando sem esforço a dor e o peso que Alisa tentava carregar sozinha.

— Então? Você planeja convidá-los? Se quiser, eu posso ajudar com isso.

— Não, eu mesma vou convidá-los.

— Entendi.

Com essa breve resposta, ela ouviu o som de Masachika se levantando. Então, falando no tom brusco de sempre para Alisa, que ainda mantinha o rosto abaixado, ele disse.

— Nesse caso, você deveria voltar e almoçar, tá bom? Vamos ter que nos esforçar à tarde... Além disso, foi você quem me disse para comer com meus avós, não foi? Certifique-se de comer com sua família também.

Depois de deixar essas palavras, parecia que Masachika estava prestes a sair. Percebendo isso, Alisa rapidamente colocou a garrafa de bebida de volta na mesa e abraçou Masachika por trás antes que ele pudesse sair. Enterrando o rosto em seu ombro, ela perguntou.

— Sobre a minha festa de aniversário... você vai?

— Vou.

— Vai comemorar meu aniversário comigo?

— Claro, não é?

A resposta dele foi tão genuinamente casual que encheu o coração de Alisa de alegria. Seus olhos começaram a ficar marejados novamente, então ela os fechou com força.

— Obrigada.

Ela mal conseguiu dizer isso e soltou o abraço. Mordeu o lábio inferior e se esforçou para segurar as lágrimas.

E, sem olhar para trás, Masachika...

— Uhum.

Ele respondeu brevemente e acenou por cima do ombro enquanto saía da sala de aula. Era tão característico dele, e ainda assim, cheio de consideração, que Alisa não conseguiu evitar rir entre as lágrimas.

— Você realmente é...

Usando uma expressão despreocupada, mas sempre um passo à frente.

Era verdadeiramente irritante e detestável, mas, como mágica, Masachika conseguia sempre dissipar as tristezas e dores de Alisa.

Masachika era realmente tão confiável assim?

O quê...?

Seu coração batia forte, e não apenas ao redor dos olhos, mas todo o seu corpo estava envolto em um calor formigante.

Confiável, de fato. Masachika era alguém em quem ela podia confiar mais do que em qualquer outra pessoa, alguém que ela respeitava... e, ainda assim, havia partes dele que podiam irritá-la.

Essas coisas sobre Masachika...

Eu estou...

Seu coração doía. Seu corpo queimava. As palavras de Maria e Asae, que ela ouvira anteriormente, ecoavam em sua mente.

"Quero gritar de vergonha, mas não odeio isso. É como um sentimento de felicidade e, de alguma forma, por causa disso…"

"Admiração, respeito, amizade, claro, o tipo de boa vontade que você mencionou antes e, para algumas pessoas, obsessão ou até ódio. Mas mesmo isso ainda faz parte do amor, não acha? Acredito que o amor abrange todas essas emoções diferentes."

Os sentimentos que ela acumulou, os ensinamentos que recebeu, tudo se unia para formar uma única resposta...

Não.

Sua mente instintivamente negava a resposta que emergia, mas seu coração a contradizia instantaneamente.

Não, não, não, não — não é isso, é tudo um mal-entendido, uma mentira...

Mas, ah, isso é...

(Amor…)