Volume 7
Capítulo 3: Espere um Pouco, Meu Topete Acabou de Levantar?
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
— Foi mais animado do que eu esperava.
— Sim, foi divertido.
Masachika estava acompanhando Alisa até sua casa no caminho de volta do karaokê. No final, a sessão de karaokê com os outros membros da banda terminou após cerca de duas horas. Foi uma reunião modesta, considerando que era tanto uma celebração pelo sucesso da apresentação ao vivo quanto uma despedida para a banda. Contudo, como teriam aula no dia seguinte, não havia muito o que fazer.
Inicialmente, planejaram realizar o encontro em um fim de semana, mas o feriado compensatório pelo festival escolar não coincidiu com a agenda de todos. Por outro lado, o próximo feriado seria logo antes das provas, então acabaram optando por essa data. Ainda assim, concordaram em se reunir novamente após os exames, então não seria a última vez que os seis estariam juntos.
— Cantar suas músicas favoritas com amigos é mais divertido do que eu imaginava.
— Você nunca fez isso antes? Essas experiências, quero dizer.
— Já cantei com minha família, mas…
— Ah. Karaokê em família, hm?
— Não exatamente, é mais como... em uma dacha... sabe, uma casa de campo russa, onde todos cantamos junto com meu avô tocando violão.
(N/SLAG: Casa de férias.)
— Isso soa mais encantador do que eu esperava...
Os dois conversavam casualmente como de costume, mas havia ainda um leve senso de estranheza entre eles.
Pois é, de alguma forma... essa estranheza ainda está pairando, por conta do festival noturno.
Lembrando-se de Alisa em seu modo completamente safada durante o festival noturno, provavelmente provocado pela empolgação do evento, Masachika rapidamente afastou esse pensamento.
Bom, isso vai se resolver naturalmente em algum momento. É.
Com esses pensamentos, Masachika agiu deliberadamente de maneira habitual. No entanto, em um ponto da conversa, quando ela caiu no silêncio, Alisa de repente parou no meio do caminho.
— Hã? Alya?
Virando-se com uma expressão confusa, ele viu Alisa, que por um momento estava olhando para baixo em um ângulo, levantar o olhar com uma expressão decidida.
— Masachika-kun... Está tudo bem?
— Hã?
— Você parece... meio estranho ou algo assim.
Masachika inicialmente pensou: "Não, não é você?" em resposta às palavras de Alisa. Mas, após alguns segundos de reflexão, ele mudou de ideia.
Será que... ela tem razão?
Talvez, sem perceber, ele estivesse demonstrando um comportamento estranho. Ele não tinha consciência de estar agindo de forma esquisita, mas tinha uma ideia do motivo.
Provavelmente... por causa da Masha-san.
A conversa que teve com Maria durante o intervalo do almoço. O sentimento que teve e aquela súbita agitação ao vê-la. De alguma forma, isso acabou pesando em sua consciência em relação a Alisa.
Que sentimento é esse? Quase parece que eu traí. Mas nós nem estamos namorando...
Sentindo-se confuso, Masachika permaneceu em silêncio, e Alisa franziu ainda mais a testa, parecendo cada vez mais preocupada.
— Tem algo incomodando você?
A preocupação genuína de Alisa só intensificou o sentimento de culpa de Masachika. No entanto, agora que havia sido descoberto, ele sentiu que ficar calado e tentar esconder isso apenas tornaria tudo mais estranho. Então, após refletir, ele lentamente abriu a boca.
— É... Bem, tem uma coisinha que tem ocupado minha mente.
— Algo...?
— Não, não é nada demais, de verdade...
Masachika limpou levemente a garganta, ajustou sua expressão e começou a falar enquanto olhava para o céu noturno.
— Tinha esse anime que eu assisti há um tempo, e o final do episódio final foi tão triste que me traumatizou.
...?
— Então, recentemente, fizeram uma segunda temporada desse anime... uma continuação, depois de vários anos. Eu não tinha intenção de assistir porque a primeira temporada me traumatizou, mas um amigo me disse: "A segunda temporada é ótima!". E quando eu disse: "Estou mais nas coisas populares agora", ele recuou e falou: "Bom, é bom, sabe? Talvez você devesse tentar depois de terminar os mais populares?". Até aí tudo bem, mas...
Sentindo o olhar questionador de Alisa, Masachika continuou.
— Então, porque esse amigo recomendou, eu fiquei interessado.
Revisitei a primeira temporada e percebi que era, na verdade, um bom anime no geral, apesar da forte impressão deixada pelo episódio final. Então, mesmo sem planejar assistir à segunda temporada inicialmente, acabei ficando meio viciado...
Ao baixar o olhar, Masachika balançou a cabeça de um lado para o outro, com uma expressão desnecessariamente atribulada.
— Mas como eu disse inicialmente: "Não vou assistir porque estou nas coisas populares", fica meio difícil dizer: "Fiquei viciado na segunda temporada☆" para esse amigo. Por outro lado, ficar quieto sobre isso também parece estranho... Então, acho que estou ansioso por algo assim?
— Isso está te incomodando?
— Sim. O que você acha?
— Para ser honesta, não é uma questão complicada, né?
— Hmm... Bom, talvez.
Masachika riu em resposta ao olhar sutilmente exasperado de Alisa.
Bom, se for sobre anime, tudo bem. Mas quando se trata de pessoas… é, a culpa é minha por dar uma desculpa tão estranha.
Enquanto Masachika ria para si mesmo, se auto depreciando, Alisa falou com uma expressão curiosa.
— Não é nada demais, realmente. Você gosta, certo? O que você gosta é algo pessoal, e não acho que isso possa ser impedido... Além disso, não seria desrespeitoso com esse amigo ficar constrangido só porque você está preocupado com o que ele possa pensar?
Suas palavras foram escolhidas cuidadosamente, refletindo seus pensamentos. Inesperadamente, elas ressoaram com Masachika. Arregalando os olhos surpreso, ele encontrou o olhar de Alisa, que piscou, parecendo um pouco embaraçada.
— É, talvez você esteja certa.
— Isso mesmo... não é? Pelo menos, é o que eu sinto.
— É... Acho que sim.
Ele assentiu lentamente várias vezes, e um sorriso aliviado se espalhou pelo rosto de Masachika.
— Obrigado, me sinto um pouco melhor agora.
— Sério? Bem, fico feliz em ouvir isso...
Com uma expressão ligeiramente insatisfeita, Alisa inclinou a cabeça, e Masachika sorriu gentilmente em resposta. Então, enquanto retomavam a caminhada, ele levantou a voz de forma brincalhona.
— Nunca imaginei que chegaria o dia em que eu consultaria a Alya sobre meus problemas.
— Consultar? Não era um problema tão grande assim, era?
— Não, todo mundo tem seus problemas. E a profundidade desses problemas varia de pessoa para pessoa.
— É... bem, se você quiser, pode vir falar comigo de novo sobre seus problemas. Quero dizer, nós somos... parceiros, afinal.
Com um biquinho e uma expressão emburrada, Alisa estava claramente envergonhada. Entendendo que aquilo era sua forma de esconder o embaraço, Masachika sorriu ainda mais gentilmente.
— É, vou contar com você.
Assim que ele disse isso, Alisa, que andava ao seu lado, estremeceu, seus ombros tremendo.
— Hã?
— Não é nada.
Desviando do olhar questionador de Masachika, Alisa apressou-se à frente. Contrariando suas ações, ela parecia estar de bom humor.
De alguma forma... parece que as coisas voltaram ao normal?
Masachika suspirou aliviado em seu coração e apressou o passo para caminhar ao lado de Alisa. Então, enquanto se aproximavam do apartamento dela, ela falou de repente.
— A propósito, já estamos na temporada de provas, mas…
— Y-Yeah.
— O que acha? Se quiser, podemos estudar juntos de novo.
Com Alisa fazendo essa proposta alegremente, Masachika ponderou por um momento e então balançou a cabeça.
— Não, desta vez vou estudar sozinho. É um pouco patético, sabe? Sobre eu sempre precisar de alguém para estudar comigo.
— Entendi.
A concordância de Alisa parecia ter um tom de decepção, mas talvez fosse apenas um pensamento exagerado de Masachika. Enquanto isso, eles chegaram à entrada do apartamento de Alisa.
— Bem, até amanhã.
— É, obrigada por me acompanhar até em casa.
Com essas palavras, Alisa colocou o pé no primeiro degrau que levava à entrada do prédio. Ela então se virou rapidamente, aproximou-se de Masachika, pressionou a bochecha contra a dele e—
— Я тоже рассчитываю на тебя.
(Vou contar com você também.)
Sussurrando suavemente em seu ouvido, ela se virou rapidamente e entrou no prédio. Masachika ficou parado, atônito, observando sua figura desaparecer completamente.
Aquilo foi... inesperado...
Sentindo o calor que se espalhava de onde a bochecha de Alisa o tocou, Masachika estremeceu e não conseguiu evitar correr.
Enquanto corria pela cidade naquela noite ainda quente, a respiração de Masachika ficou mais pesada, e não apenas seu rosto, mas todo seu corpo ficou quente. No entanto, dentro de seu coração, surgiu uma determinação sem precedentes.
— Vou dar o meu melhor.
Ele reafirmou seu compromisso e sentiu uma onda de motivação. Essa noite, estava convencido de que poderia estudar com grande foco.
Certo... Primeiro, nada de usar meu computador a partir de hoje. Também vou limitar o uso de TV e smartphone ao mínimo!
Enquanto andava apressado pela cidade naquela noite ainda quente, Masachika sentia sua energia aumentar. Ao chegar em casa, estava sem fôlego e com o rosto corado. Contudo, dentro de seu peito, existia um senso de determinação que queimava mais forte do que nunca.
— Vou me esforçar ao máximo.
Com determinação renovada, Masachika abriu a porta de casa e—
— Ah, bem-vindo de volta!
Sua irmã mais nova o cumprimentou com o rabo de cavalo balançando enquanto falava.
— Vai escolher a mim? Ou a Ayano? Ou talvez... um trê-some?
— Você está falando de um jogo de computador para três jogadores?
— Não estou falando de jogar um jogo competitivo aqui.
Ignorando a saudação vulgar de Yuki, Masachika seguiu para o banheiro dizendo.
— Estou em casa.
Após terminar de lavar as mãos e o rosto, foi até a sala de estar, onde Yuki estava mexendo energicamente no rabo de cavalo.
— Então, agora que o festival da escola acabou, vamos maratonar os animes que perdemos antes das provas começarem!
Com um sorriso animado, Yuki tentou desviar a determinação de seu irmão mais velho sem maldade.
— Bem, acabei de voltar de um passeio e... e as provas estão chegando, então não posso me dar ao luxo de não estudar.
— Não se preocupe! Vamos começar a estudar sério amanhã!
— Não parece muito convincente...
Enquanto Yuki girava confiantemente a ponta do rabo de cavalo e fazia sua declaração, Masachika franziu os lábios.
Começar a levar a sério amanhã — é uma frase clichê frequentemente usada por pessoas que, no fim, não cumprem o que dizem. No entanto, no caso de Yuki, parecia ser diferente. Ela provavelmente planejava aproveitar ao máximo hoje para realmente se dedicar a partir de amanhã.
Bem, ela está tão empolgada que eu poderia simplesmente entrar na onda... Espera, eu não acabei de tomar uma decisão?
Ele rapidamente se corrigiu.
O que estou pensando? Literalmente acabei de decidir isso agora mesmo.
Com essa determinação renovada, Masachika balançou a cabeça e olhou para Yuki.
— Desculpa, Yuki. Decidi estudar seriamente a partir de hoje. Vamos deixar a maratona para depois das provas.
— Aww~... Sério que vou ter que esperar até o final da próxima semana? Evitar spoilers é tão chato….
Enquanto seu rabo de cavalo caía tristemente, Yuki expressou sua insatisfação.
— Eu sei, mas estou mirando ficar entre os 30 primeiros neste exame. Então, por favor, entenda que preciso focar nos estudos.
Apesar de se sentir mal, quando colocado de forma educada, mas firme, Yuki relutantemente assentiu, seu rabo de cavalo balançando levemente.
— Entendi. Depois das provas, então.
— Me desculpe. Você veio até aqui também…
— Tudo bem~. Vou me certificar de não atrapalhar seus estudos, então vou mergulhar na minha pilha de livros no meu quarto.
— Obrigado. A propósito, eu não ia mencionar isso, mas... — Incapaz de ignorar mais, Masachika espiou atrás de Yuki, que ainda brincava com seu rabo de cavalo. Ele viu Ayano manipulando o rabo de cavalo de Yuki com as mãos, tentando fazê-lo ficar em pé.
— O que você está fazendo?
— Heh, ainda bem que perguntou.
— Eu não queria ter que perguntar, para começo de conversa.
Naquele momento, Ayano colocou os dedos da mão direita contra a testa, como se quisesse esconder o rosto. O rabo de cavalo de Yuki, que balançava sedutoramente graças ao toque de Ayano, parecia especialmente incômodo para Masachika, que estreitou ainda mais os olhos.
No entanto, nem o olhar morno de Masachika, típico de sua atitude relaxada, nem o olhar levemente triste nos olhos de Yuki pareciam incomodar Ayano. Ela olhou para o vazio enquanto continuava.
— Por onde devo começar... Certo, fui eu que—
— Pulo de 30 segundos.
— Marca registrada—
— Mais uma vez.
— Na verdade, deveria ser assim.
— Volta dez segundos.
— Quando as emoções de um personagem murcham tristemente e o ânimo está baixo, o rabo de cavalo simplesmente fica lá caído, mas quando o coração está animado e alegre, o rabo de cavalo pula de felicidade. Ao ver isso, fiquei chocada... Percebi que todos os personagens de rabo de cavalo deveriam ser assim.
— Você é bem habilidosa nisso, hem, Ayano? Mas sinto pena de você.
Enquanto Yuki fazia seus comentários, seu rabo de cavalo se movia em sincronia com cada movimento, literalmente sendo jogado de um lado para o outro por Ayano. Ela precisava tomar cuidado para não puxar acidentalmente o cabelo de Yuki. Surpreendentemente, Yuki abriu os braços naquele momento e girou no lugar. Ayano correu ao redor de Yuki, agachando-se.
— Ei, para com isso!
— Ah, certo! Um rabo de cavalo não é apenas um penteado para expressar vivacidade! Deve refletir emoções através do movimento do cabelo.
— Em outras palavras?
— Se estamos falando de rabo de cavalo, as emoções deveriam ser expressas pelo movimento do cabelo.
— Essa é uma explicação desnecessariamente elaborada e exagerada para algo tão bobo.
— E você fica pulando os discursos das pessoas sem dó. Não consegue ouvir uma introdução, hein, Senhor Geração Z?
— Não é estranho um membro da Geração Z criticar outro?
— Prefiro não ser arbitrariamente colocado em categorias criadas por adultos.
— Foi você quem trouxe isso à tona.
— Acho que tentar encaixar tudo e todos em categorias pode levar a divisões na sociedade.
— Entendi. Então, seu discurso sobre — todos os personagens de rabo de cavalo deveriam ser assim — não parece combinar.
Assim que Masachika fez um comentário sarcástico, Yuki levantou as mãos para o céu como uma atriz de teatro.
— Isso mesmo! Rabos de cavalo! Descobri o potencial dos rabos de cavalo e trabalhei duro para me tornar uma verdadeira personagem de rabo de cavalo... E, assim, tentei mover o rabo de cavalo em sincronia com minhas emoções!
— Não teria sido mais construtivo praticar algum golpe especial ou algo assim?
— Mas…
— O quê?
— Meu topete ficou em pé.
— Você tem uma habilidade misteriosa crescendo aí.
— Heh, o mundo ainda não sabe... Essa habilidade excêntrica tem o potencial de se tornar a mais forte.
— Tipo, seu topete?
— Você não entende... Fazer o "ahoge" ficar em pé significa controlar as ligações de hidrogênio da queratina. Em outras palavras! Se eu dominar isso, poderei manipular as ligações moleculares de todas as biomoléculas à vontade.
(N/SLAG: Aqui há um trocadilho que se perde na tradução. Ahoge (アホゲ) significa "cabelo idiota", e a palavra "Aho" (あほ) significa "idiota" em japonês.)
— Você está indo longe demais.
— Não é o objetivo expandir uma habilidade peculiar?
— Mesmo assim, se você exagerar, isso será tratado como piada.
— Bom, já que estamos falando de "ahoge" em primeiro lugar, já está na categoria de piada, né?
— Nunca pensei que você fosse me vencer com lógica.
Enquanto continuavam a conversa de maneira fluida, Masachika voltou sua atenção para Ayano.
— Então... como não conseguiu mexer o rabo de cavalo sozinha, pediu para a Ayano fazer isso por você?
— Exatamente! Foi uma ideia brilhante usar perfeitamente as habilidades furtivas da Ayano…
— Ayano, se algum dia decidir registrar uma queixa por assédio, você provavelmente vencerá centenas de vezes, então sinta-se à vontade para falar quando quiser.
— Obrigada, mas estou bem.
— A personificação da lealdade, hm?
— Na verdade, é só masoquismo puro.
— A personificação da idiotice deveria ficar calada.
— A personificação da idiotice, ou devo dizer "Aho-ge"... Hmm, é um título apropriado para alguém que consegue controlar o próprio "ahoge".
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— O que foi?
— Pare com o tsukkomi invertido. Não jogue suas piadas fracassadas nos outros.
— A culpa é sua por não lidar com o tsukkomi, anii-ki.
— Você vai ficar brava em resposta? Não importa o quanto eu consiga lidar, eu não mexo com uma bomba visível, sabia?
— Que horrível! Achei que o onii-chan fosse cair comigo!
— Não arraste os outros para isso. Se vai morrer, faça isso sozinha.
— Uau, esse cara é um canalha! Do tipo que empurra os companheiros em pânico enquanto entra em pânico!
— E você é como uma personagem secundária que mostra a feiura da humanidade para os leitores e morre.
— E, geralmente, no painel seguinte ou no outro depois, acabam atacados por trás ou de cima.
— Mas, por outro lado, quando eles não abandonam os companheiros, os protagonistas sempre vêm ao resgate.
— Certo. Então, daqui em diante, certifique-se de pegar as bombas adequadamente.
— Então você acredita que alguém virá te salvar~? Você fugirá assim que for colocado nessa situação.
— Tsc, você me pegou, hem?
— Mas, apesar de ser um canalha, você é surpreendentemente aquele personagem odiável que de alguma forma sobrevive…
— Hehe, nos meus momentos finais, eu sussurrarei onii-chan... e farei minha saída da forma mais irritante.
— Mas esse onii-chan seu morreu em uma explosão por sua causa, não foi?
— Vai estudar logo, onii-chan!
— E quem foi que me disse para pegar a bomba, minha irmãzinha?
— Ei, Ayano, estão te chamando.
— !?
— Eu disse para não envolver os outros... Aff.
Com um suspiro cansado, Masachika bagunçou o cabelo de Yuki enquanto ela fazia um biquinho. Então, tirou a mão da cabeça de Yuki, que exibiu uma expressão levemente surpresa, e deu um leve afago na cabeça de Ayano, como agradecimento.
— Oh, opa?
Ao fazer isso, Yuki inclinou-se um pouco para frente e pressionou a cabeça contra sua mão, como se quisesse mais carinho.
— Hmm... Só para você saber, se acha que as garotas vão ficar satisfeitas quando você fizer cafuné nelas, isso é um grande mal-entendido sobre nós otakus, querido irmão.
— Não é como se eu tivesse essa intenção nem nada.
— Bem, eu aprecio isso. Vamos, me faça um carinho. Quero mais!
Dizendo isso, Yuki inclinou-se um pouco para frente e pressionou a cabeça contra ele, incentivando-o a acariciá-la mais.
— O que está acontecendo...
Apesar de sua expressão um pouco confusa, Masachika continuou a acariciá-la, assim como fazia com o cachorro de seus avós, Rir, em casa.
— Uwaa~.
Com uma voz ligeiramente robótica, mas entusiasmada, Yuki levantou a camisa, expondo sua barriga como um cachorro. Então, sorriu como se dissesse "Vai em frente, me acaricie", mas... Masachika a ignorou completamente e foi para o quarto.
— Ugh, mesmo com essa barriga encantadora bem na sua frente, você a ignora totalmente...? Seu amante de peitos!
Fingindo não ouvir as palavras ressentidas do outro lado da porta, Masachika trocou de roupa, vestindo algo mais confortável, e foi direto para sua mesa de estudos. Então, começou a estudar com uma intensidade incomum.
Durante sua sessão de estudo, recebeu uma xícara de café de Ayano e continuou a estudar com um foco raro para ele. Depois de terminar o café, fez uma breve pausa e verificou o horário no relógio, que marcava cerca de 21h30.
........
Ele olhou distraidamente para fora do quarto, mas não parecia haver sons incomuns. Parecia que Yuki realmente tinha se trancado em seu quarto, como havia declarado. Embora fosse isso o que Masachika queria, ainda parecia algo um pouco anticlimático, como se tivesse feito algo errado ou deixado algo inacabado...
Espere, o que estou pensando? Preciso parar de ser um siscon.
Eu sei muito bem que, apesar das palhaçadas habituais da minha irmãzinha, ela é realmente uma pessoa séria e atenciosa. Se minha irmã perceber que estou realmente tentando focar nos estudos, ela é o tipo de garota doce que respeitaria isso.
Mas... é exatamente por isso…
Não faria mal se ela fosse um pouco mais egoísta.
Masachika não pôde evitar pensar dessa forma. Ele queria mimar sua irmã, que estava muito acostumada a reprimir seus próprios desejos, pelo menos de acordo com seu coração. Apesar de sentir isso, sabia que... Yuki nunca insistiria em ter o que queria às custas dos sentimentos de Masachika. Essa compreensão incomumente madura pesava no coração de Masachika com solidão e tristeza.
Assim que as provas acabarem, vou acompanhá-la em qualquer coisa que ela quiser.
Com essa determinação em mente, Masachika se levantou da cadeira e se espreguiçou.
Hmm... Acho que devo tomar banho primeiro...
Alguns minutos antes, ele havia ouvido o aviso de que o banho estava pronto. Como Yuki e Ayano não estavam usando, ele pensou em ir primeiro... Com isso em mente, Masachika saiu de seu quarto e bateu na porta de Yuki.
— Alô~?
— Posso tomar banho primeiro?
— Claro, vai em frente~.
Recebendo a permissão por trás da porta, Masachika rapidamente pegou suas roupas limpas em seu quarto. Ele tirou suas roupas apressadamente e removeu a compressa úmida do pescoço antes de entrar no banheiro. Ao lavar o corpo e a cabeça e afundar na água quente, ele sentiu a fadiga acumulada pelas horas de estudo se dissolver no banho, proporcionando uma sensação de alívio.
— Ah...
Ele soltou um suspiro satisfeito e relaxou completamente na banheira. Só por agora, queria esquecer os estudos e descansar. No entanto, além da porta do banheiro, ele ouviu o som da porta deslizante do lavabo se abrindo.
Hmm? Alguém está entrando para lavar as mãos ou algo assim?
No momento em que pensou nisso, ouviu.
— Estou chegando!
— !? O quê...?
Yuki chutou a porta do banheiro e entrou completamente nua.
— Ei, espera aí! O que você está pensando?!
Enquanto Masachika se levantava abruptamente e gritava, Yuki respondeu orgulhosa.
— Decidi que posso invadir enquanto você estiver tomando banho, contanto que eu não atrapalhe seus estudos!
— Ei, para com isso! Você está completamente nua!
— Bem, estar nua no banho é normal, sabia? Não se preocupe, a luz e o vapor estão fazendo um bom trabalho censurando.
— Eles não estão fazendo nada!
— Vai ficar tudo bem, sabe? Depois eu conserto. Vou colocar umas algas.
— Pode colocar agora, então?!
Masachika, ainda de costas e protestando com uma voz perplexa, ouviu o som de Yuki fechando a porta e sentando-se em uma cadeira de banho.
— Ei, espera aí. Você realmente pretende tomar banho junto?
— Eh? Sim. É a única forma de conversar com onii-chan sem atrapalhar seus estudos.
— Não, não, não. Mesmo assim, tomar banho juntos é uma loucura.
Para estudantes do ensino médio, era incomum irmãos tomarem banho juntos. Além disso, garotas da idade dela geralmente não gostariam de usar o banho depois do pai ou do irmão, nem de lavar roupas juntas.
Bem, Yuki não está passando por uma fase de rebeldia, então talvez não seja tão extremo... Mas, mesmo na adolescência, ela não deveria se sentir um pouco envergonhada?
Na verdade, o próprio Masachika se sentia embaraçado com a ideia de sua irmã vê-lo nu. Se fosse uma garota, seria ainda mais...
Os pensamentos de Masachika foram interrompidos ao captar algo.
— Será que há algo de errado comigo, afinal?
Yuki murmurou baixinho. Percebendo um tom sério em sua voz, Masachika lançou um breve olhar na direção dela. Yuki, enquanto lavava o cabelo, estava olhando para o próprio abdômen com um semblante pensativo.
........
Sentindo a urgência no comportamento dela, Masachika virou o rosto novamente, refletindo sobre o que poderia estar acontecendo. Em geral, poderia-se dizer que as ações de Yuki eram estranhas. Mas, ao considerar as circunstâncias pessoais dela...
— Não é como se eu achasse você estranha ou algo assim.
Essa foi a única resposta que conseguiu dar.
Masachika também sabia. O fato de Yuki não mostrar sinais de entrar numa fase de rebeldia era porque... antes mesmo de poder vivê-la, ela não teve escolha senão se tornar adulta.
Cercada por um irmão mais velho negligente e adultos egocêntricos, a inteligente Yuki, embora ainda fosse uma criança, compreendeu que não podia permanecer uma. Assim... ela renunciou ao direito de buscar conforto nos pais e ao direito de rebelar-se contra eles, avançando vários passos em direção à maturidade precocemente. Tudo para proteger sua família.
Na verdade, Yuki é muito mais adulta do que eu.
Ele acreditava nisso sinceramente. Mas...
Ainda há definitivamente partes dela que são muito infantis...
Uma fase de rebeldia e a adolescência eram, sem dúvida, etapas importantes para que crianças se tornassem adultas. Mas o que acontece com um coração que força sua passagem por essas etapas? Não importa o quanto ela pareça ser uma adulta, será que seu crescimento não ficaria distorcido na realidade?
— Desculpe, Nii-sama. Eu vou... continuar nesta casa.
A postura de Yuki, madura além dos anos, acompanhada por declarações como: Eu não ficaria envergonhada se onii-chan me visse nua, sabia? Por outro lado, mantinha uma inocência infantil que parecia não mudar com o tempo.
Talvez essa parte infantil de Yuki...
Naquele quarto simples, muito parecido com um quarto de hospital. Poderia ser que aquela Yuki, deixada para trás naquela cama, ainda permanecesse viva dentro dela?
Naquela época, Yuki disse que queria brincar de pega-pega no jardim até se cansar. Disse que queria jogar e rir o quanto quisesse. Mas, com o tempo, parou de expressar tais desejos modestos... Com muitos desejos não realizados, Yuki tornou-se a sucessora da família Suou.
Foi, sem dúvida, Masachika quem a havia deixado para trás…
Será que essa Yuki aqui... é a Yuki daquela época?
Naquela época, Yuki não conseguia nem mesmo tomar banho sem se preocupar. Muitas vezes, ela apenas limpava o corpo na cama porque coisas como vapor e mudanças de temperatura lhe causavam asma. Banhos longos eram estritamente proibidos. Naturalmente, ela nunca tinha tido experiências como brincar na banheira. Se agora ela queria fazer coisas que não podia naquela época…
— Bom, faça o que quiser.
Com um toque de resignação, ele disse isso e mergulhou profundamente na banheira. Então, Yuki, com o cabelo amarrado, olhou fixamente para Masachika e, em seguida, exibiu um sorriso travesso.
— Entendi….
Com a seriedade desaparecendo de sua voz, Masachika secretamente sentiu alívio…
— Com licença.
— O quê!? Ei!—
Splash!
Com uma voz animada, Yuki movimentou seu corpo como se fosse se encostar nas costas de Masachika. Assim como seus efeitos sonoros sugeriam, a superfície ondulante da água atingiu o rosto de Masachika, que sacudiu a cabeça em resposta, tremendo.
— Poxa, sério...
Quando Masachika expressou sua exasperação e meio que culpou Yuki, ela, que havia pulado energicamente, colocou as mãos na borda da banheira e flutuou.
— Nossa, está bem quente.
— Se acha isso, então saia.
— "Não consigo ficar em uma banheira tão quente! Estou voltando para o meu quarto!"... Você achou que eu diria isso? Que pena. Não levantarei uma bandeira da morte tão óbvia.
— Onde está a bandeira da morte nisso? Aliás, estar aqui é mais perigoso, não acha?
— Onii-chan...? Não me diga…
— Não é esse tipo de perigo!
— Ouvi dizer que banheiros são fáceis de fazer parecer cenas de suicídio, mas eu nunca pensei…
— Sim, é um tipo diferente de perigo do que você está pensando.
— Você pode aprender muito sobre alguém em situações assim.
— Pare de espalhar rumores quentes. O que você realmente aprendeu é o quanto você fala besteira o tempo todo.
— Bom, eu não posso vencer a Elena-senpai nesse quesito.
— Essa pessoa está fora de questão.
— É, já me acostumei com isso.
Ao dizer isso, Yuki afundou o corpo flutuante, deixando a água subir até os ombros, e se recostou no corpo de Masachika.
— Espere—
— Hahaha, é como se fôssemos um casal que acabou de se mudar para morar juntos.
— Não, sério, você...
— Hehe, com isso, você não pode mais responder ao clichê de "Tomamos banho juntos!" com "Isso foi quando éramos crianças!", anii-ja.
— Haaah.
Masachika contemplou expressar sua desaprovação, mas rapidamente perdeu a motivação e suspirou.
— Bom, se eu pensar que estou na banheira com uma irmãzinha da escola primária...
Com esse pensamento em mente, ele lançou seu olhar para o vazio, mas então—
— Aqui vai, splash!
— Pwah!?
Ele foi atingido no rosto com um jato de água. Olhando para Yuki, viu que ela estava apertando as mãos na superfície da água, criando uma espécie de pistola de água improvisada.
— Mais uma vez!
— Bbpft!
Enquanto Yuki apertava firmemente as mãos, água quente jorrava entre seus dedos, atacando o rosto de Masachika, cujas bochechas se contorciam no processo.
— Sabe... sério, você está agindo como uma aluna do ensino fundamental.
— Nihihi, é a nossa inocência que nos permite nos divertir tanto na banheira.
— Pare de atirar enquanto fala.
Com um golpe na cabeça de sua irmã, que continuava a disparar água em Masachika por trás, ele limpou o rosto com a mão.
Ao fazer isso, o corpo nu de Yuki naturalmente entrou em seu campo de visão, e Masachika, sentindo que era errado, não pôde deixar de observar.
........
Era, de fato, um corpo bem proporcionado e bonito. No entanto, o que chamou a atenção de Masachika foi... a magreza de seu corpo. Havia curvas femininas, mas, no geral, era magro e esguio. Em termos de largura corporal, ela parecia ter apenas metade da espessura de alguém como Touya.
Será que ela está comendo direito...?
Masachika estava genuinamente preocupado, mas, ao retornar o olhar para o rosto de Yuki, viu que ela estava sorrindo.
— Oh, o que foi? Finalmente começou a apreciar o charme da minha barriga?
— Não, essa porta ainda está fechada.
— Se você não consegue apreciar a sensualidade desses músculos abdominais ligeiramente definidos, ainda tem um longo caminho a percorrer…
— E que músculos seriam esses??
— Olha, bem aqui. Você vai entender quando tocar.
— Não, valeu.
Por mais que fosse sua irmã mais nova e, por mais que fosse o estômago dela, ele hesitou em tocar e rapidamente recusou. No entanto, Yuki estreitou os olhos suavemente e, por algum motivo, acariciou delicadamente sua própria barriga.
— Por favor, pode acariciar minha barriga... Eu ficarei feliz…
— Eu sou algum tipo de tratador de zoológico, por acaso?
Com uma expressão estranhamente afetuosa, Yuki segurou a mão de Masachika, como se o encorajasse gentilmente. Ao ver que ela parecia não ficar satisfeita a menos que ele tocasse, Masachika suspirou e acariciou delicadamente a barriga esguia de sua irmã—
— Ahahaha!
...De repente, uma risada estridente e alta ecoou, e ele rapidamente retirou a mão. Mas naquele momento, Yuki voltou a ficar com a expressão vazia e fechou a boca. Como se fosse um estímulo, ele estendeu a mão novamente, hesitante.
— Ahahaha!
Ele retirou a mão. Ela voltou a ficar sem expressão. Ele acariciou novamente.
— Ahahaha!
— Que medo!!
Toda vez que a acariciava, Yuki arregalava os olhos e abria a boca, soltando uma risada estridente, fazendo Masachika gritar em uma mistura de medo e surpresa.
— Você não deveria ficar mais envergonhada com isso?! Achei que você fosse uma boneca amaldiçoada ou algo assim!
— Bem, acho que fiquei um pouco envergonhada.
— Se isso é o resultado de estar envergonhada, estou preocupado com o seu estado mental.
— Metade de mim é feita de gentileza, sabia?
— E a outra metade?
— Sensualidade.
— Não é como se eu me importasse com isso, sabia?
— Sexy e gentil... Ei, será que sou perfeita como uma heroína de comédia romântica?
— As heroínas de comédias românticas realmente precisam ser sensuais? Na verdade, acho que garotas emocionalmente inocentes estão mais em alta.
No momento em que Masachika disse isso, Yuki o encarou ameaçadoramente, com um olho arregalado.
— Isso é porque você só gosta de garotas puras, não éêê?!
— Eu gosto de safadas também, viu?!
— A safada que você gosta é só uma senhora travessa que adora tirar a pureza dos mais novos, sabiiia?!
— Você, sua maluca! Por que sabe tanto sobre os fetiches do seu irmão?!
— Bem, eu... não é como se...
Imediatamente envergonhada, Yuki desviou o olhar e, então, olhou para a superfície da água enquanto murmurava.
— Quero dizer... eu gosto desse tipo também, sabe...?
— Não revele seu fetiche com entusiasmo de confissão. E, não é estranho que você goste de mulheres mais velhas e travessas?
— Bem, ultimamente, tenho gostado de mangás onde mulheres mais velhas e safadas conquistam garotas tsundere que acham que são imunes a isso…
— Entendi.
Masachika ficou dividido entre se sentir aliviado por ser um motivo mais sensato do que imaginava ou se preocupar pelo fato de sua irmã estar se interessando por yuri depois de já gostar de BL.
Bem, enquanto for apenas algo em 2D, não deve ser um problema. Não é como se ela confundisse isso com a realidade...
Refletindo um pouco, ele chegou a essa conclusão, mas Yuki fechou o punho e continuou.
— Então, pessoalmente, estou muito interessada na Nonoa-san e na Sayaka-san.
— Você não está misturando ficção com realidade agora?!
— As duas são suspeitas, sabia? A Sayaka-san não tem nenhum rumor destacado, e consigo perceber algo extraordinário na obsessão da Nonoa-san por ela.
— Bem, talvez…
— Pessoalmente, não ficaria surpresa se a Nonoa-san secretamente eliminasse qualquer cara que tentasse se aproximar da Sayaka-san.
........
A suposição meio brincalhona de Yuki era algo que até Masachika não podia negar. Era um dos motivos pelos quais ele não conseguia apoiar completamente os sentimentos de Takeshi por Sayaka ao saber que ele gostava dela.
Em algum momento, realmente preciso confirmar os sentimentos dele...
Olhando para o teto, ele tomou essa decisão, enquanto Yuki afundava levemente na água e olhava para Masachika.
— A propósito, meu querido onii-chan…
— O que foi?
Baixando o olhar, Yuki sorriu e estendeu a mão, acariciando o pescoço de Masachika—
— Quem te deu esse chupão?
Em resposta à pergunta, Masachika enrijeceu involuntariamente.
Ah, droga.
Ele havia esquecido disso ao retirar o curativo antes de entrar no banho. Era a marca da mordida de Alisa durante o festival escolar.
........
Já que ela tinha visto, não havia como escapar. Concluindo isso, Masachika olhou fixamente para o vazio e explicou com seriedade.
— Fui mordido por um zumbi.
— Sério? Isso é ruim. Mas, se você não está virando um zumbi, significa que é um daqueles que já receberam anticorpos?
— Exatamente. Então, minha consciência ainda é humana, mas minha força supera a de um.
— Então, você vai dizer que injetou fluidos corporais sob o pretexto de passar anticorpos para salvar a garota que te mordeu, certo?
— Isso, isso, no início eu pensei em resolver com um beijo profundo, mas isso não seria suficiente, então, no final—vira um pânico erótico grotesco para maiores de 18!
— E se um velho mordido aparecer? O que você faria...?
— Apenas ouviria suas últimas palavras e facilitaria para ele.
— Mostre um pouco de hesitação, pelo menos.
— Certo, já me aqueci o suficiente. Está na hora de sair.
— Não, você não vai a lugar nenhum.
— Hmph, acha que pode me impedir?
— O que disse? Seu—
Enquanto tentava sair da banheira, Yuki estendeu os braços e pernas, pressionando-o com todo corpo. No entanto, Masachika não era tão fraco a ponto de ser facilmente contido dessa forma. Apesar de estar preso entre a banheira e as costas de Yuki, ele conseguiu se soltar aos poucos. Então, Yuki, com um toque de impaciência, mas com um sorriso triunfante, disse.
— Não tenho escolha... Não queria usar este movimento...
Murmurando isso, ela soltou os braços e as pernas dele, permitindo que Masachika se levantasse. Enquanto ele tentava sair da banheira antes que algo mais pudesse acontecer—
— Modo Anjo, ativar☆.
Logo após essa declaração, Yuki segurou firmemente a mão esquerda dele.
Com uma terrível sensação de apreensão, ele relutantemente olhou para baixo, encontrando os olhos inocentes e brilhantes de Yuki.
— Nii-sama? Você tem que contar até cem antes de sair, tá?
— Uhum, tá bom.
Com o coração atravessado por aqueles olhos, Masachika vacilou involuntariamente. Mas então...
Não, eu não posso ceder! Se eu ceder agora, vai ser exatamente o que Yuki quer!
Pensando nisso, Masachika se controlou. No entanto, ele percebeu que Yuki estava fixando o olhar em um ponto ligeiramente acima de sua linha de visão. Ele imediatamente se agachou.
— Você...
Cerrando as pernas e olhando para Yuki com ressentimento, ela, com uma expressão confusa, alternava o olhar entre ele e a posição de Masachika. Então, inclinando a cabeça, disse.
— Nii-sama, você realmente precisa...
— Certo! Vamos contar até cem juntos!
— Sim!
Resignado, Masachika elevou a voz como se tivesse desistido, e Yuki sorriu e assentiu. Então, com uma ideia repentina, ela falou em um tom inocente.
— Nii-sama! Quero flutuar um pato! Um pato amarelo!
— Não, não tem pato aqui.
— Então, você pode ser o pato, nii-sama?
— Um pato? Isso é a crueldade pura de uma criança?
— Não, só ser um pato já é o suficiente.
— Do que você tá falando?
— Ei, nii-sama, você sabia? Patos são aves domesticadas criadas por humanos. Em outras palavras, são gado, né?
— O que você tá querendo dizer!?
— Nii-sama, pode ser meu pato?
— Que anjo você é, hem?
— Me pegou.
— Bem, estou saindo daqui!
Com essa declaração, Masachika saiu da banheira e começou a se enxaguar no chuveiro. Yuki o observou com um sorriso malicioso. Por trás daquele sorriso, ela suspirou secretamente de alívio.
Bem~, parece que ele está bem.
Seu irmão mais velho, que havia se apresentado no festival escolar durante o duelo de piano e parecia abatido hoje, estava de volta ao seu eu habitual. Ela sabia que, se o deixasse sozinho, ele poderia se afundar em uma depressão interminável. Por isso tinha ido verificar o que estava acontecendo.
Me pergunto... Alguém do Conselho Estudantil, da banda ou outra pessoa qualquer o animou no meu lugar?
Orgulho e felicidade cresceram dentro de Yuki ao pensar em tantas pessoas apoiando seu irmão, mas havia também um toque de solidão.
Aquela marca de mordida... De quem foi, afinal? Provavelmente da Alya-san, eu acho.
Isso a incomodava, mas ela sabia que seu irmão não responderia mesmo que perguntasse mais.
.......
Um sentimento escuro e desagradável surgiu em seu peito. Tentando afastá-lo, Yuki se levantou com força. No entanto, naquele momento, sua visão escureceu.
— Uhh...?
Ela sentiu o sangue abandonar instantaneamente seu corpo. Sua sensação de equilíbrio desapareceu junto com uma tontura que parecia várias vezes pior do que imaginava, e Yuki segurou a borda da banheira como se fosse desabar. Porém, devido ao movimento brusco para frente, suas pernas escorregaram, e ela bateu os joelhos no degrau abaixo da banheira. A dor era estranhamente surda, ressoando profundamente em seu corpo.
— Yuki!?
Em resposta ao chamado urgente, ela ergueu levemente a cabeça, encontrando o olhar do irmão, que parecia como se fosse o fim do mundo. A expressão grave dele a deixou dividida entre um sentimento de confusão e culpa, e Yuki não pôde evitar sorrir sem jeito.
— Não, estou bem. Só um pouco tonta...
Então, não havia necessidade de se preocupar. Ela acenou levemente com a mão enquanto continuava agachada na banheira. No entanto, logo depois disso, Yuki foi levantada à força com grande força.
— Hã, o quê...?
Ela foi carregada como uma princesa em um instante e colocada suavemente nas toalhas estendidas no chão.
Oh, onii-chan, você é tão forte~.
Com pensamentos ligeiramente fora de lugar sobre sua primeira experiência sendo carregada como uma princesa, Yuki foi gentilmente deitada sobre a toalha de banho espalhada no chão.
— Ayano! Venha aqui por um momento!
— Não, não é tão sério…
— Chamou? — Yuki-sama!? O que está acontecendo!?
— Não, eu já disse, só fiquei um pouco tonta…
— Ayano! Ligue para uma ambulância!
— S-Sim!
— Calma!
Depois de explicar desesperadamente que só tinha sofrido um golpe de calor devido ao banho quente, ela conseguiu evitar que chamassem uma ambulância. Porém...
— Onii-chan, não precisa cuidar de mim tão exageradamente. A Ayano está aqui também.
— Os doentes devem ficar quietos.
— Estou dizendo que não estou doente...
Deitada em sua própria cama, Yuki estava sendo tratada como se fosse uma paciente com um caso grave de insolação.
Uma toalha gelada estava presa à sua testa, Ayano abanava seu rosto, e ela bebia uma bebida isotônica através de um canudo que Masachika segurava para ela.
— Na verdade, acho que já estou melhor... Desculpe por causar tanta confusão, mas isso já está ficando constrangedor…
— Então considere isso um castigo por nos preocupar.
— Ah, qual é, sério?
Como se quisesse encerrar a discussão, o canudo foi empurrado de volta à sua boca. Sip, sip. A bebida isotônica tinha um bom gosto, mas ela já estava cansada dela.
— Pelo menos deixe-me secar meu cabelo direito... E você não tem que estudar para o teste.
— Não importa, de verdade.
— Não, importa sim.
.....
— Eu disse que já cansei dessa bebida isotônica!
No meio da conversa, o canudo era oferecido sempre que havia uma chance, e Yuki o recusava balançando a cabeça firmemente. Quando o canudo foi retirado, ela suspirou aliviada.
— Você só machucou a perna direita aqui?
— Hã? Ah, sim.
— Nesse caso, vamos fazer um exame no hospital depois.
— Eu já disse, não é tão sério!
— Ayano, pode providenciar um carro?
— Como quiser.
— Eu não preciso disso!
Yuki não aguentava mais ser tratada de forma tão superprotetora, a ponto de se sentir incomodada. Ela se levantou de repente, mas sua perna direita, que tinha batido na banheira, latejou de dor, fazendo-a cambalear levemente.
Ah...
Quando Yuki percebeu, já era tarde demais.
— Ayano! Precisamos chamar uma ambulância, afinal!
— Como quiser!
— Por favor, parem com isso!
Seu irmão e sua empregada estavam seriamente tentando levá-la com urgência, mas Yuki fez o possível para impedi-los. Durante esse tempo, os sentimentos sombrios e desagradáveis que haviam surgido no banheiro desapareceram completamente.
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