Volume 6

Capítulo 8: Se Não Ceder, Então Só Resta Quebrá-lo


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Taiki Kaji. Filho do presidente de uma grande fabricante de eletrodomésticos, que também havia sido presidente do conselho estudantil da escola de ensino fundamental Seirei Gakuen, três anos atrás. Sayaka, Nonoa, Yusho, Sumire, Yuki e Masachika, que um dia foram amigos íntimos, admiravam-no como Presidente do Conselho Estudantil que todos eles haviam integrado juntos. Se ele não tivesse sido derrotado por Touya na campanha eleitoral, ela ainda o chamaria de — Presidente — até hoje.

— Você criou intencionalmente uma brecha na segurança e deixou os intrusos entrarem, não foi? Kaji-senpai.

Em resposta à pergunta de Yuki, Taiki abaixou silenciosamente o olhar. Aquilo bastava para Yuki.

 — Por que você está fazendo isso?

 — Por quê? Tenho certeza de que Suou-san tem uma ideia do motivo, não tem?

 — É sobre Kirika-senpai, não é? — Yuki respondeu à contra-interrogação de Taiki sem mudar sua expressão.

 — Sim, isso mesmo...... Para conseguir ela, Kirika, de volta, eu tenho que...... fazer o que for necessário para entrar no Raikokai! — Deixando suas emoções descontroladas tomarem conta, Taiki gritou com uma voz ligeiramente desafinada.

Kirika Asama havia sido a parceira de Taiki na campanha. Contudo, a relação deles ia além disso — eles estavam noivos, o que era raro nos dias de hoje. Apesar de o noivado ter sido arranjado pelos pais por motivos empresariais, eles não tinham um relacionamento ruim, especialmente para Taiki, que era loucamente apaixonado por Kirika. No entanto, quando Taiki perdeu para Touya na campanha eleitoral, perdendo sua chance de entrar no Raikokai, o noivado foi dissolvido por proposta da família Asama.

— Eles disseram que não queriam um genro que perdeu para um plebeu...... Fui abandonado! Se as coisas continuarem assim, Kirika será casada com outra família influente...... Para evitar isso, eu preciso chamar a atenção do Raikokai de alguma forma agora! — Sua voz transbordava descontrole e revelava claramente seu estado emocional instável. As pupilas contraídas atrás dos óculos o faziam parecer distante do antigo Taiki que Yuki conhecia.

 — Isso mesmo...... Foi estranho desde o começo. Querer ser do conselho estudantil só pela garota que eu amava? Era ridículo o quanto eu...... me importava com Kirika, eu sei. Mas todos estão...... errados por votarem em um plebeu assim. Estão absolutamente errados...... completamente errados, eu sou quem mais merecia isso....... — Murmurando enquanto roía as unhas, Taiki foi recebido com um olhar levemente piedoso de Yuki antes que ela perguntasse calmamente.

 — Quem te influenciou e o que disseram para você? — À pergunta de Yuki, Taiki parou de se mover e lentamente levantou o olhar. Fitando-o diretamente nos olhos, Yuki continuou com seriedade. — O Kaji-senpai que eu conhecia não era alguém que nutria pensamentos tão arrogantes e egocêntricos. Vou perguntar de novo. Quem ou o que te instigou com essa ideia? — Taiki encontrou o olhar de uma kouhai que tentava acreditar no Senpai que respeitava...... Contudo, Taiki respondeu com um sorriso sombrio e um riso abafado.

 — O que você sabe sobre mim? — Taiki cortou Yuki, dizendo para ela não falar como se soubesse de tudo. Em resposta, Yuki rapidamente estreitou os olhos e disse.

 — Irritante.

 — Hã?

Taiki, pego de surpresa pelo comentário ofensivo que veio da boca da dama da família Suou, conhecida por sua elegância e o epítome de uma filha prestigiada, abriu a boca em choque, acreditando que era um mal-entendido. Mas, é claro, não era um mal-entendido.

— O que você quer dizer com "O que você sabe sobre mim?"? É claro que eu não sei nada! Eu não tenho interesse em você a esse ponto! Você perdeu, de forma justa, por sua própria falta de habilidade, e ainda assim caiu na escuridão só porque seu noivado foi anulado? Peça desculpas a todas as jovens por aí que foram acusadas injustamente, tiveram seus noivados rompidos e foram expulsas do país!

 — !?

Taiki, experimentando o maior pânico dos últimos anos, lutava para processar os insultos de Yuki e a incompreensível exigência de um pedido de desculpas depois que ela abandonou sua fachada de "ojou-sama". No entanto, Yuki não deu atenção a essas questões e continuou a todo vapor.

— Escute bem! Um homem só pode cair na escuridão se já tiver estabelecido um bom relacionamento com a heroína! É somente quando existe uma heroína que pode acompanhá-lo nessa escuridão que cair na escuridão se torna um evento que pode avançar um relacionamento romântico! Cair na escuridão enquanto está solteiro é completamente inútil e egoísta no reino do romance, então, por favor, evite isso. Além disso, se você continuar assim, tudo o que vejo no seu futuro é se tornar um homem perseguidor obcecado por sua ex-noiva, entendeu?

— O-O quê, e-eu não vou virar um perseguidor, entendeu!?

— Então enfrente isso de frente! Uma situação em que ser forçosamente separado pelos pais dela poderia se transformar em um cenário incrível, dependendo das suas escolhas! É aí que a verdadeira masculinidade é testada! Não canalize sua paixão na direção errada!!

Com um grito desesperado de Yuki, o rosto de Taiki ficou pálido. Completamente pálido, e então... quando ele voltou ao normal, todos os sinais de sua instabilidade emocional haviam desaparecido por completo. Em um estado de total desânimo, ele questionou Yuki com fraqueza.

— O que eu devo fazer...?

Em resposta a essa pergunta, Yuki apontou diretamente para trás de Taiki.

— Primeiro! Vá até a Kirika-senpai e peça desculpas. Confesse tudo o que você fez e diga: "Eu não queria desistir de você, mesmo que isso significasse fazer algo assim". Olha, eu já chamei a Kirika-senpai e pedi que ela esperasse atrás do prédio da escola por você.

Dizendo isso, Yuki moveu o polegar para o lado, e Ayano, que na verdade já estava lá o tempo todo, deu um passo à frente e ergueu o celular de Yuki. Taiki, que não havia notado sua presença, se assustou quando ela apareceu de repente. Então, ele sorriu levemente, como se um peso tivesse sido retirado.

— Haha, acho que você está certa... Eu deveria ter conversado melhor, não deveria? — Murmurando para si mesmo, Taiki abaixou a cabeça com a expressão calma que Yuki conhecia bem.

— Obrigado, Suou-san. Vou conversar com Kirika de novo.

— Sim. Ah, a propósito, não posso deixar de perguntar, mas Yusho Kiryuin é o responsável por tudo isso?

— Sim, está certo... O objetivo dele era criar caos no festival escolar e minar a autoridade do atual Conselho Estudantil. Ele também pretendia que Sumire-san resolvesse o problema para elevar a credibilidade dela. Parece que ele estava atraindo encrenqueiros, pessoas que guardavam rancores contra o conselho ou até mesmo contra a própria escola, além de repórteres de revistas e influenciadores irritantes das redes sociais... Mas eu não sabia dos detalhes. No final, acho que fui apenas uma das peças dele…

— Entendi, então acho que esse incidente está resolvido agora. O "príncipe aspirante a mente por trás" será cuidado pelo Masachika-kun, certo? — Com Yuki casualmente insultando Yusho, Taiki riu.

— Você confia no Kuze-kun, não é?

— É claro, o Masachika-kun é o mais forte.

Yuki colocou uma mão na cintura e estufou o peito. Ao ver isso, o sorriso irônico de Taiki se aprofundou, e ele balançou a cabeça de maneira autodepreciativa.

— Ah, é mesmo... Hahaha, eu tinha pensado que talvez vocês dois tivessem tido algum desentendimento... Eu realmente só fingi saber de tudo quando, na verdade, não sabia de nada.

Murmurando assim, Taiki olhou para Yuki por um momento, depois desceu as escadas. À medida que os passos dele se distanciavam e eventualmente desapareciam, Yuki relaxou os ombros de repente.

— Phew~. Lidar com um senpai que complicou seu primeiro amor é um trabalho tão chato. Bem, se eu considerar o fato de que o Kaji-senpai provavelmente me deve um favor agora, não é tão ruim, eu acho.

— Sim, parece que, se conseguirmos a ajuda do Kaji-senpai, o ex-presidente do Conselho Estudantil do ensino fundamental e atual presidente do Comitê Disciplinar, isso será favorável para nós na eleição. No entanto, suas habilidades de persuasão foram verdadeiramente impressionantes. Fiquei sinceramente impressionada.

— Ah, bem, foi mais como derrotar os argumentos dele... Bem, graças à boa natureza inerente dele, deu certo.

Enquanto acenava para Ayano, que a olhava, Yuki voltou o olhar na direção em que seu irmão havia ido.

— As coisas não serão fáceis para ele por lá...

***

Do outro lado, Masachika e Yusho se enfrentavam com facas metafóricas por trás de seus sorrisos.

— Há VIPs daqui para frente. Exceto o Presidente e o Vice-presidente, os demais membros do corpo estudantil estão proibidos de ir além deste ponto, sabia?

— Isso inclui você, certo? Só porque você é membro do conselho estudantil não significa que seja uma exceção.

— É, você está certo. Então, que tal dar uma volta comigo e voltar para trás?

Enquanto trocavam sorrisos superficiais e palavras vazias, Masachika e Yusho sondavam as verdadeiras intenções um do outro. Ambos estavam cientes das motivações ocultas, mas ainda assim haviam chegado a um ponto onde mantinham esse jogo formal. No entanto…

— Infelizmente, isso não será possível.

Quando Yusho recusou firmemente, Masachika também parou de fingir o sorriso. Com uma expressão séria, ele ergueu o queixo e olhou para Yusho com um olhar de escárnio.

— Oh, então você nem está tentando esconder mais.

— Do que você está falando?

— Por mais livremente que você aja, você realmente acha que os superiores simplesmente vão "perdoar" você? Que ingênuo. Mesmo que o Raikokai perdoe esse incidente, você acha que a escola vai acatar?

Yusho não se deixou provocar e manteve o sorriso.

— Eu não sei do que você está falando, mas você é quem é ingênuo. Você acha que esta escola está em posição de desafiar as intenções do Raikokai?

— Este incidente atrai os interesses da polícia. Se a escola não lidar com isso adequadamente, o público não nos perdoará.

— É mesmo? Esta escola tem um tipo de extraterritorialidade... Além disso, mesmo que isso vire um problema, a responsabilidade recai sobre o atual Conselho Estudantil, que organizou o festival, e sobre o ex-Presidente e Vice-presidente, certo?

— Sim, e também sobre o responsável pelo tumulto.

— Exato. Seria ótimo se eles fossem encontrados, não seria? O responsável.

Masachika clicou a língua internamente diante do sorriso confiante de Yusho. Ele provavelmente estava tomando cuidado para não ser gravado e evitar deixar qualquer evidência incriminatória. Julgando por sua compostura, era quase certo que ele não havia deixado nenhum rastro que levasse até ele. De fato, Masachika não conseguiu encontrar nenhuma prova que ligasse Yusho a toda essa confusão.

Bem, mesmo que surgisse alguma evidência, o Raikokai seria capaz de suprimi-la. Na realidade, enquanto houvesse motivação para fazer o que fosse necessário para vencer a eleição, eles pareceriam perdoar qualquer coisa e tudo.

E, naquele momento, Masachika se lembrou das histórias que ouvira de seu avô, Gensei, sobre batalhas eleitorais durante sua infância. Muito provavelmente, o Raikokai perdoaria tais ações. Yusho devia estar ciente disso, o que explicava por que ele estava tentando obter perdão diretamente.

— Por que você faria algo assim... Não, essa é uma pergunta tola. Você não teria chance em um concurso de popularidade normal; por isso, recorreu a minar a autoridade do atual conselho estudantil por meios distorcidos... Isso é bem típico de você, não é?

— Eu não entendo do que você está falando.

Yusho, ainda tentando manter uma expressão composta, esboçou um sorriso ligeiramente diferente.

— Mas, se eu puder falar em termos gerais... Não é da natureza das eleições usar todos os meios disponíveis, mesmo que sejam distorcidos ou desleais? Você acha que todas as lutas pelo poder no mundo são conduzidas de forma pacífica e limpa?

Com um sorriso ambicioso e zombeteiro, Yusho provocou.

— Dinheiro, poder, violência... Se os adultos usam isso, então eu devo poder usar tudo que puder para vencer. Aqueles que têm a força, determinação e coragem para fazê-lo são dignos do Raikokai. Indivíduos imaturos que não conseguem se forçar a isso não são dignos de serem aceitos por eles.

— Que opinião impressionante. Por favor, continue a apresentá-la quando chegarmos à sala do conselho estudantil para os superiores do Raikokai.

— Certo. Então... pode me deixar passar?

Yusho perguntou enquanto exibia mais uma vez um sorriso confiante. Ele tirou algo do bolso interno de seu uniforme. Era algo que Masachika só tinha visto na televisão, o que o fez arquear uma sobrancelha.

— Ei, ei, trazendo um taser para a escola? Os herdeiros de grandes corporações realmente precisam se preocupar tanto com autodefesa?

— Eu normalmente não carrego isso. Mas hoje, como haveria muitos visitantes de fora, é apenas uma precaução. Afinal, acabou acontecendo isso, não foi?

— É, sem dúvida. Que coincidência.

Masachika deu de ombros calmamente enquanto falava, e Yusho estreitou os olhos de forma incisiva. Então, ele revelou uma voz plana, desprovida de sorriso, enquanto estendia o taser à sua frente.

— Vai me deixar passar? Como eu disse antes, não hesito em usar violência quando necessário.

— Isso é bom. Eu também não pretendia hesitar.

Depois de dizer isso despreocupadamente, a postura de Masachika mudou. Ele perfurou os olhos de Yusho com um olhar afiado, mas manteve o tom calmo enquanto perguntava lentamente.

— O festival escolar que todos no Conselho Estudantil trabalharam tanto para organizar... E eles?

Todos aqueles dias em que todos se uniram e deram o melhor de si, até gritando que estávamos com falta de pessoal…

— E Takeshi? Sem mencionar Hikaru, que tentou fazer a apresentação ao vivo um sucesso, mesmo depois de ser espancado...

Dois grandes amigos que conseguiram pegar seus instrumentos e seguir em frente, mesmo após o colapso da banda.

— E Alya... e a coragem que ela forçou a si mesma a ter ao enfrentar suas próprias fraquezas...

Alisa, que havia revelado sua vulnerabilidade apenas para Masachika nos bastidores, apesar de ser do tipo que nunca queria mostrar fraquezas.

— E você, que tentou arruinar tudo... Acha que eu vou deixar isso passar tão facilmente?

Conforme a tensão aumentava rapidamente entre os dois, Yusho engoliu em seco em resposta à raiva silenciosa, porém fervente, de Masachika. Ele sentiu sua mão segurando o taser umedecer de suor e deu um passo para trás, adotando uma postura defensiva.

Estando a cerca de cinco metros de distância um do outro, o ar crepitava com um crescente senso de tensão. E então, do nada, surgiu uma pergunta inesperada e absolutamente absurda, que personificava a fúria contida, mas borbulhante, de Masachika.

— A propósito, o que você prefere, seios moderadamente grandes ou completamente enormes?

— Hã?

Foi uma pergunta tão fora de lugar e sem sentido que Yusho congelou momentaneamente em perplexidade. E, naquele instante de distração, Masachika aproveitou a oportunidade e fez seu movimento.

Masachika havia praticado caratê em seus primeiros anos, aprendido kendo no ensino fundamental e começado judô no ensino médio. Ele tinha faixa preta em caratê e exibia uma considerável proficiência tanto em kendo quanto em judô, chegando ao nível de terceiro dan.

No entanto, neste caso, Masachika empregou uma técnica conhecida como “Shukuchi, o Querido de Todos”. Seu mentor era do reino dos personagens bidimensionais, e seu livro de texto era mangá.

— !?

Yusho finalmente percebeu a aproximação de Masachika quando seu pulso direito foi agarrado. Mas, no momento seguinte, uma dor aguda percorreu seu pulso, e, ao mesmo tempo, sua gola foi segurada, seguida por um rápido golpe em suas pernas.

Sua visão girou violentamente, e o impacto da queda reverberou em suas costas. Sua respiração parou, e, por um momento, ele pensou que sua visão havia escurecido. Em um instante, ele havia sido virado e imobilizado de bruços, com o braço direito torcido atrás das costas.

— Guuh... Ahh!

Com o ombro esquerdo pressionado por um joelho e o braço direito torcido, ele não conseguia se levantar de forma alguma. Esforçando-se para torcer o pescoço, Yusho lançou um olhar raivoso para Masachika, que calmamente falou enquanto tirava o taser de sua mão.

— Usar dinheiro, poder e violência... ir com tudo para vencer, certo? E então? Violência significa isso, não é? O que você planeja fazer a partir daqui?

Enquanto encarava os olhos de Yusho com um olhar frio, vendo-o franzir a testa de dor, Masachika sorriu desafiadoramente.

— E você? O que planeja fazer a partir daqui? Acha que pode simplesmente me ferir e sair impune? Além disso, e se alguém vir essa situação?

— Por que não tenta, então? Acho que seria mais rápido eu quebrar você do que alguém nos descobrir. Não te avisei? Eu não hesito em usar violência.

Dizendo isso, Masachika calmamente segurou o dedo indicador da mão direita de Yusho e exerceu pressão na direção oposta à da junta.

— Ahh!

Sem nem piscar diante do pequeno gemido de Yusho, Masachika falou sem emoção.

— Vou quebrar cada dedo, um por um, até você confessar tudo o que fez. Quando eu terminar com a sua mão direita, não hesitarei em fazer o mesmo com a esquerda. Você não será capaz de tocar piano direito nunca mais. Ah, não se preocupe, uma vez que você admitir, eu o levarei ao Raikokai. Você será levado para lá como um perdedor miserável que recorreu a truques sujos.

Enquanto Masachika aplicava pressão no dedo indicador de Yusho, suas palavras fizeram o último vestígio de compostura desaparecer do rosto dele.

— P-Pare com isso! Você realmente acha que vai sair impune disso!?

— Eu me pergunto? Você mesmo disse que as pessoas deveriam ser capazes de fazer qualquer coisa para vencer a eleição, não foi? Bem, mesmo que eu não saia ileso, realmente não me importo.

— O-O quê?

Ao encarar os olhos questionadores de Yusho, Masachika exibiu um sorriso cínico.

— Se você e eu formos expulsos juntos, tudo o que resta é juntar Yuki e Alya, e elas vencerão facilmente. Alya se tornará a presidente do Conselho Estudantil e ficará feliz. Yuki pode entrar no Raikokai e também ficará feliz. Eu posso fazer Alya presidente e Yuki não perderá nada, então é um ganha-ganha. Ah, que final feliz incrível.

— O quê...! Você, não me diga que planejou isso desde o começo―

Em resposta ao olhar de espanto de Yusho, Masachika respondeu com um sorriso silencioso. Ele então pressionou firmemente sua perna esquerda contra as costas de Yusho, comprimindo seus pulmões, como se para silenciar sua voz alta.

— Então, diferente de você, eu não tenho nada a perder. Bem, se você quiser confessar, confesse logo, está bem?

— P-Pare com isso! Pare!

Ignorando a voz desesperada de Yusho e suas pernas se debatendo, Masachika aplicou força em sua mão―

— Bem... resolver isso com violência seria uma opção, mas, diferente de você, tento seguir as regras sempre que possível. Então, vou lhe dar o privilégio de escolha.

— O-O quê?

Masachika olhou para baixo, para Yusho, que respirava com dificuldade, e falou.

— Escolha. Ou você tem seus dedos quebrados agora, ou resolvemos isso com uma disputa, de acordo com as regras, como candidatos à mesma posição.

— Uma disputa?

— Se eu vencer, você confessará na frente de todos os alunos o que fez neste incidente. Por outro lado, se você vencer, eu não perseguirei mais suspeitas contra você.

Ao ouvir a condição unilateral de Masachika, Yusho curvou sarcasticamente o canto da boca.

— O que é esse acordo injusto? Nossas apostas não estão equilibradas―

— Entendo, então a conversa termina aqui.

— P-Pare! C-Como, para começar! Mesmo que tenhamos um debate, como posso garantir que você honrará sua parte de um acordo verbal!?

— Bem, isso é fácil. Apenas peça para Sumire-senpai ser a testemunha.

— Isso... Hah.

Yusho visivelmente se desestabilizou com as palavras de Masachika. Vendo sua reação, Masachika teve certeza de que Sumire estava completamente alheia ao esquema de Yusho. Ao mesmo tempo, reconheceu isso como a fraqueza de Yusho e rapidamente pressionou.

— Não se preocupe. Até que isso seja resolvido, não revelarei o motivo do nosso debate para Sumire-senpai. Em outras palavras, se quiser manter o que fez em segredo, você não tem escolha a não ser me derrotar. Bem, com condições como essas, vou garantir que a disputa o favoreça de alguma forma.

— O que você quer dizer?

Yusho franziu a testa, e Masachika inclinou-se perto dele, sorrindo de maneira provocativa enquanto sussurrava.

— Estou dizendo que competiremos no que você é melhor ― tocando piano. Que tal um duelo, Segundo Lugar-chan?

No instante seguinte, os olhos de Yusho se arregalaram, e seus dentes rangeram sob os lábios distorcidos.

— Eu sabia... Suou!

O olhar ferozmente competitivo que ele lançou era algo que Masachika lembrava bem. Lembrava o mesmo olhar que certo garoto costumava lhe dirigir durante competições e recitais. Masachika sorriu arrogantemente, relembrando aquele garoto do passado a quem nunca deu muita atenção até que Nonoa o apontasse.

— Ah, então você era aquele garoto naquela época, hm? Desculpe, mas eu não me importava nem um pouco com você até Nonoa mencionar.

— Você...!

— Bem, o que vai fazer? Só para você saber, eu não toco piano há mais de cinco anos. É uma partida extremamente vantajosa para você. Ainda assim, não tenho a menor intenção de perder para você, Segundo Lugar-chan.

Apesar da provocação descarada de Masachika, Yusho não conseguiu fingir manter a calma e ergueu a voz, agitado.

— Não me subestime... Eu vou fazer isso! Desta vez, vou derrotá-lo... com certeza!

***

— Então você não voltou, Masachika.

Nos bastidores do palco do pátio da escola, Takeshi olhava para o prédio com uma expressão levemente preocupada.

Já fazia cerca de quarenta minutos desde o incidente com os fogos de artifício. Graças à ligação de Alisa e aos esforços da equipe, o pátio da escola havia recuperado a compostura, e as apresentações no palco tinham sido retomadas. Ao mesmo tempo, através do anúncio geral, foi comunicado que todos os intrusos suspeitos haviam sido capturados e que o horário de encerramento seria adiado em trinta minutos, aliviando qualquer preocupação restante... ou assim deveria ser, mas, por algum motivo, Masachika estava desaparecido.

— Bem, mesmo que todos os intrusos tenham sido capturados, ainda pode haver trabalho de limpeza a fazer. Talvez ele ainda esteja ocupado?

Em resposta à especulação de Hikaru, a expressão de Alisa escureceu ligeiramente. Seguindo as instruções de Masachika, ela se esforçou para acalmar o público. Também ajudou com o desenrolar do incidente com os fogos de artifício. Mas, pensando bem, foi só isso que fez.

Como membro do conselho estudantil e parceira de Masachika, não deveria haver mais coisas que ela pudesse fazer? Era realmente correto ela simplesmente permanecer ali? Alisa estava atormentada por uma mistura de impaciência e frustração, enquanto Sayaka ajustava os óculos e falava.

— Você parece inquieta. Como líder, deveria tentar se manter calma.

— Sim, é verdade. Alisa, tente se acalmar um pouco.

— Por outro lado, você está calma demais, Nonoa.

Sayaka retrucou enquanto Nonoa, vestida com sua roupa de apresentação, tirava selfies. As duas voltaram ao habitual bate-boca, e Takeshi e Hikaru também relaxaram as expressões.

— Sim, não adianta se preocupar. Além disso, parece perda de tempo ficar preocupada com o Masachika! Considerando o jeito dele!

— Haha, é verdade. Alisa, vamos confiar no Masachika, está bem? O que devemos fazer é dar o melhor desempenho que pudermos. Isso será prova de que não cedemos aos intrusos suspeitos. Afinal, nós somos Fortitude.

Ao ouvir as palavras de Hikaru, Alisa se lembrou das palavras de Masachika em sua mente.

EU VOU GARANTIR QUE O SHOW CONTINUE. ENTÃO, POR FAVOR, CONFIEM EM MIM.

Masachika havia feito essa promessa. Então, Alisa sabia o que tinha que fazer. Era apenas natural. Depois de fechar os olhos por um momento e abri-los novamente, Alisa fez contato visual com cada membro da banda. Seu olhar determinado, livre de hesitação, foi correspondido pelos quatro.

— Obrigada, pessoal.

No momento em que Alisa disse essas palavras, o telefone em seu bolso vibrou. Impulsionada por um pressentimento, ela rapidamente verificou a tela e encontrou uma mensagem curta de Masachika.

DÊ O SEU MELHOR.

Apenas essa frase. Ainda assim, fez o coração de Alisa arder de paixão.

— (Obrigada, você também.)

Sussurrando aquelas palavras, Alisa levou o celular à boca e exibiu um sorriso confiante.

— Então, vamos fazer da nossa primeira apresentação ao vivo a melhor de todas! Eeiii!

— Oh, Ohh~

— Ohh~?

— Oh~.

— Oh―!

— Sincronizem, pessoal!

Enquanto Alisa retrucava e os quatro riam, não conseguiu evitar se deixar contagiar pelo momento e acabou rindo junto. Finalmente, era a vez deles.

— E agora, "Fortitude", vocês são os próximos! Dêem o melhor de si!

Em resposta à voz da equipe, eles assentiram uns para os outros mais uma vez. Os cinco saltaram para o palco.


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