Volume 6

Capítulo 7: A Violência Resolve Tudo


Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


— Takeshi!

Para reunir os outros membros da banda junto com Alisa, Masachika correu em direção a Takeshi, que ele avistou do palco.

— Ei, Takeshi! Takeshi!

— Oh, oh...

Franzindo a testa diante da resposta apática de Takeshi, apesar de estar próximo, Masachika também parou ao ver a pessoa em quem Takeshi fixava o olhar.

— Shiratori...

......

Nao parecia não saber o que fazer e desviou o olhar em silêncio. Masachika hesitou por um segundo, depois chamou Takeshi novamente, que também estava ali parado, sem saber o que fazer.

— Takeshi, vamos deixar essa situação com a Shiratori para depois e voltar ao palco.

— Sim, mas...

— Shiratori não vai fugir, e você pode conversar com ela mais tarde! Por enquanto, concentre-se na apresentação ao vivo! Mostre ao seu irmãozinho do que você é capaz!

Diante das palavras de Masachika, Takeshi estremeceu por um momento antes de sair correndo, olhando ao redor com pressa.

— É isso mesmo! Onde ele está?

— Ei, espere, Shiratori!

Surpreso com a corrida repentina de Takeshi, Masachika deu alguns passos antes de se virar para Nao. Então, ele baixou a cabeça.

— Desculpe, eu fui rude mais cedo!

— Eh──

— Desculpe, depois conversamos!

Deixando essas palavras apressadas para trás, Masachika seguiu Takeshi. Felizmente, Takeshi estava vagando enquanto olhava ao redor, então Masachika não o perdeu de vista e rapidamente o alcançou. Ao mesmo tempo, Takeshi avistou seu irmão mais novo.

— Kano!

— Oh, nii-chan!

— Você está bem!? Se machucou ou algo assim!?

— Hmm, bem, a onee-san estava me protegendo...

Ao dizer isso, Kano indicou com o olhar Sayaka, que segurava sua mão. Imediatamente, Takeshi apertou com força a outra mão livre dela e inclinou-se profundamente em agradecimento.

— Sayaka! Sério, obrigado!

— Ah, bem, foi apenas uma coincidência...

— De verdade, muito obrigado...!

Enquanto os olhos de Sayaka tremiam entre o branco e o preto devido à sincera gratidão de Takeshi, ela percebeu que suas mãos estavam ocupadas e congelou. Surpreso com Sayaka, que raramente ficava chocada, Masachika chamou Takeshi.

— Desculpe interromper esse momento emocionante, mas você poderia, por favor, voltar ao palco o mais rápido possível? Pode levar seu irmão com você.

— Sim, mas...

— Eu vou garantir que o show continue. Então, confie em mim, por favor. Vou chamar Hikaru e Nonoa agora mesmo.

Diante das palavras de Masachika, Takeshi e Sayaka se entreolharam por um momento antes de assentirem, e os três seguiram em direção ao palco. Olhando para trás, Masachika pegou seu telefone e se perguntou onde estavam os outros dois.

— Hikaru... deve estar no banheiro do prédio da escola.

Então, enquanto ligava para Hikaru, Masachika correu em direção ao prédio da escola.

***

— Ugh, ainda estou me sentindo meio estranho... Isso sempre acontece quando estou nervoso.

Após usar o banheiro, Hikaru caminhava pelo corredor com uma expressão de relutância, voltando para o pátio da escola. Então, logo ao lado do prédio escolar, uma voz entrou em seus ouvidos, soando como um homem e uma mulher discutindo sobre algo.

Virando o olhar naquela direção, ele viu uma cena onde um grupo de garotos cercava uma garota levemente chamativa. Parecia uma situação típica de cantada, mas a atmosfera estava longe de ser calma. Era incomum ver quatro garotos cercando uma única garota. Além disso, todos os rapazes tinham cabelos em cores chamativas, como dourado ou verde, e usavam roupas desleixadas. Claramente, eram delinquentes, um tipo de pessoa não comumente vista na Seirei Gakuen ou em seus arredores.

Por que isso... ? Por que esse tipo de gente está aqui?

Considerar que eram apenas amigos bagunceiros de algum aluno parecia exagerado. Afinal, os convites para o evento tinham os nomes dos convidados escritos, então, se indivíduos problemáticos fossem convidados, os alunos que os convidaram seriam responsabilizados. Era difícil acreditar que houvesse estudantes que convidariam indivíduos arriscados e os deixariam vagar livremente.

Mas não posso me dar ao luxo de pensar nisso agora.

Parecia que alguns alunos ao redor também notaram o comportamento dos garotos, mas ninguém tomou a iniciativa de ajudar. O próprio Hikaru não tinha experiência em lidar com essas situações, e era a primeira vez que falava com delinquentes, mas ignorar a situação não era uma opção desde o início.

— Hm?

Então, dentro do bolso de Hikaru, seu telefone começou a vibrar. No entanto, Hikaru ignorou por um momento e se aproximou dos delinquentes.

— Eu já disse, minha irmã está me chamando! Me soltem já!

— Então por que não traz sua irmãzinha também?

— Sim. Vamos nos divertir juntos.

Com risadas vulgares ecoando ao redor da garota visivelmente irritada, os garotos começaram a se mover gradualmente para uma área mais isolada. Hikaru reuniu coragem e chamou-os.

— Com licença.

No entanto, os homens apenas lhe lançaram um olhar de desprezo e ignoraram completamente sua presença.

— Com licença! Posso ter um momento?

— Oh?

Decidindo que não havia outra saída, Hikaru agarrou ousadamente um dos homens pelo ombro. Então, engoliu em seco diante do olhar hostil do homem e firmou o estômago.

— Sou membro do comitê do festival da escola. Gostaria de pedir que se abstenham de importunar garotas no campus sem consideração pela vontade delas.

Ele se pronunciou calmamente, até mesmo blefando. No entanto, o outro grupo não parecia interessado em dialogar desde o início.

— Ah, tá bom, tá bom, tanto faz.

O homem afastou a mão de Hikaru com rudeza e agarrou o braço da garota com força, aparentemente sem mais interesse em resolver a situação.

— Ai, ei!

— Ei! Vocês não são convidados também? Se causarem problemas aqui, a pessoa que os convidou enfrentará as consequências!

Com as palavras de Hikaru, os homens pararam de se mover por um momento, depois todos sorriram ao mesmo tempo.

— A pessoa que nos convidou, é?

— Estou dizendo, estamos apenas fazendo isso a pedido de quem nos convidou.

— O quê?

No momento em que Hikaru ficou surpreso, o homem que sorria à sua frente de repente ficou sério -- no instante seguinte, um impacto atravessou seu abdômen.

— Hã!? Gah!

Em um instante, ele perdeu a força nas pernas e desabou no chão. Logo em seguida, uma dor intensa, como se suas entranhas estivessem se revirando, subiu de seu abdômen até a garganta, e Hikaru se viu em agonia.

— Heh, haha, fracote. Não tente bancar o durão, frouxo!

— É, você deveria se fortalecer mais, garoto rico!

— O que vocês estão fazendo!?

Por cima, Hikaru conseguia ouvir os insultos dos homens e os protestos desesperados da garota, mas ele não tinha tempo para prestar atenção a eles. A dor era a maior que já sentira em sua vida, e tudo o que ele podia fazer era olhar para o chão, com a visão embaçada pelas lágrimas.

— Socorro, Mana! Leo!

A voz da garota lhe dizia que alguém tinha vindo ajudá-la......

Ah, graças a Deus.

Hikaru sentiu um pouco de alívio em um canto de sua mente.

***

Foi aos quatro anos de idade que Nonoa percebeu claramente que estava fora de sintonia com seu entorno.

Foi durante o intervalo do almoço no jardim de infância. Havia um boato de que havia um grande sapo em um pequeno lago num canto do terreno, e mais de uma dúzia de crianças da mesma classe se reuniram ali. Então, ao avistarem o maior sapo que já tinham visto em um galho seco no centro do lago, alguns meninos travessos começaram a jogar pedras nele.

Então, uma das professoras veio correndo, parecendo aflita. Normalmente, ela alertava as crianças para não se aproximarem do lago porque era perigoso, então parecia que ela pretendia fazer o mesmo dessa vez. No entanto, ao ver os meninos jogando pedras insistentemente no sapo, sua expressão mudou.

— Parem com isso. Vocês não sentem pena do sapo!?

Com o grito da professora, os meninos que jogavam pedras pararam de se mexer. As crianças ao redor também ficaram desconfortáveis, com as cabeças baixas. Entre eles, apenas Nonoa.

Ela genuinamente se perguntou — Do que a professora está falando?

Não havia como a professora saber se o sapo estava sofrendo ou não. Por que essa professora diria uma mentira que qualquer um poderia entender, e com uma expressão tão tranquila? Os adultos sempre diziam às crianças que elas não deveriam mentir. Então, por quê......

— Sim!

— Entendido

Por que as outras crianças pareciam tão convencidas? Era algo além de estranho, era inquietante. A professora que dizia mentiras com uma expressão séria, e as crianças ao seu redor que eram enganadas. Nonoa não podia evitar pensar neles como criaturas diferentes dela.

Ela entendia por que não deveriam se aproximar do lago. Era perigoso se caíssem. Entendia por que não deveriam bater nos amigos. Se batessem em alguém, a pessoa revidaria. Mas ela não conseguia entender por que não deveriam jogar pedras em um sapo. Mesmo que jogassem pedras em um sapo, um sapo não jogaria pedras de volta neles. Por mais que pensasse, não conseguia acreditar que os humanos sofreriam algum dano por causa de um sapo. Afinal, a professora não disse que era perigoso, mas sim que era — lamentável. Ou seja...

Eu entendo, todos são idiotas.

Ela tinha certeza de que era isso que a professora queria dizer. A verdade era que ela não sabia por que não deveriam jogar pedras no sapo. Ela não sabia, então tentou enganar contando uma mentira simples. E as outras crianças foram facilmente enganadas. A professora que pensava poder enganar, e as crianças que foram enganadas, eram todas idiotas. No momento em que Nonoa percebeu isso, a professora se tornou alguém em quem ela não confiava.

Porque elas mentiriam.

— Vocês entenderam, todos?

— Sim.

No entanto, Nonoa também percebeu que seria problemático expressar abertamente seus pensamentos. Além disso, sua mãe tinha lhe dito para — ouvir o que a professora diz.

— Sim.

Ela assentiu obedientemente junto com os outros ao seu redor.

Mesmo depois disso, a desconfiança de Nonoa em relação à professora continuou a crescer. Ao examinar mais de perto, as palavras de sua professora estavam cheias de mentiras e contradições, mesmo dentro do entendimento das crianças. Ela devia estar contando ainda mais mentiras do que Nonoa pensava. Uma vez que chegou a essa conclusão, não conseguia mais acreditar em nada.

— Ei, papai, mamãe, por que a Sensei mente?

Um dia, Nonoa estava tão incomodada com as mentiras que não suportava mais a sensação de estar perto dos outros. Seus pais a olharam surpresos e perguntaram o que havia acontecido. Em resposta, Nonoa falou de maneira áspera.

Sobre como a professora nunca lhe contava a verdade. Como a professora sempre dizia coisas aleatórias e tentava fazer com que todos seguissem suas palavras à força.

Esforçando-se ao máximo para expressar esses pensamentos, seu pai assentiu com uma expressão séria e acariciou gentilmente a cabeça de Nonoa.

— Entendo... Nonoa é muito mais madura e inteligente do que as outras crianças.

— Inteligente?

— Sim, Nonoa é esperta o suficiente para perceber quando os adultos estão mentindo.

Inteligente. Essa era uma palavra que ela não esperava ouvir. Por muito tempo, pensou que era excepcionalmente normal. Então esse elogio inesperado de seu pai foi como um raio de sol para Nonoa.

— Mentiras... Então, todos estão mentindo, afinal?

— Hmmm, é difícil dizer o que é mentira, mas──

Enquanto seu pai hesitava em responder, a mãe de Nonoa tomou a conversa.

— Escute, Nonoa. Neste mundo, o que todos acreditam como verdade se torna verdade.

— O quê? Mesmo que seja mentira?

— Sim, mesmo que seja mentira. Mesmo que seja mentira, se todos acreditarem que é verdade, ela se tornará verdade.

— Nojento.

Nonoa franziu o cenho e murmurou estas palavras, fazendo com que seus pais exibissem expressões levemente preocupadas. Na verdade, naquele momento, eles não perceberam a verdadeira peculiaridade de sua filha. Não era inteligência, mas sim a falta de culpa e empatia de Nonoa.

A principal razão pela qual Nonoa se sentia fora de sintonia com seu entorno era porque ela não sentia culpa ao maltratar seres vivos. E era porque ela não conseguia se sensibilizar com a percepção dos outros de que era lamentável maltratar esses seres vivos.

Seus pais pensaram — Como ela é inteligente, deve ter percebido os verdadeiros sentimentos e formalidades dos adultos. Mas isso era um erro. Nonoa simplesmente não compreendia emoções e não era influenciada por seus próprios sentimentos ou pelas opiniões dos outros. Portanto, ela apenas julgava as palavras da professora como uma maneira enganosa de esconder a verdade.

Mas, com base nesse mal-entendido, os pais de Nonoa milagrosamente chegaram à resposta correta nesse momento.

— Nonoa. Ser esperta é algo para se orgulhar, mas é importante também se adaptar aos outros, entendeu? Veja, se você for contra todos e dificultar as coisas, não será problemático?

— Mas se você realmente não entender o que a professora diz, pode contar para a mamãe ou o papai, certo? Nós conversaremos com a professora em seu lugar.

Essas palavras, ditas com sincera preocupação pelo bem-estar de sua filha, tocaram profundamente o coração de Nonoa.

Nesse momento, seus pais se tornaram os únicos adultos em quem ela podia confiar. Ela decidiu obedecer a seus pais para se adaptar e evitar problemas. Essa regra absoluta se tornou a única lei que vinculava Nonoa e a protegia.

E agora, Nonoa se encontrava em uma situação peculiar.

Diante do homem que se aproximava com um sorriso sarcástico no rosto, ela questionava sua própria lei. Atrás do homem, Rea estava sendo segurada por outro. Hikaru estava encolhido, segurando o abdômen. Hikaru, que tentara ajudar Rea, havia sido derrubado. Ao testemunhar essa cena, Nonoa sentiu seu coração bater forte, uma sensação que não sentia há muito tempo.

Ah, isso é bom

Seu coração se agitou. O calor percorreu seu corpo. O sentido da própria vontade, sempre olhando para o mundo, fundindo-se com o seu corpo. A alegria de se tornar humano.

Olhando fixamente para o obstáculo à sua frente, Nonoa pensou. O que ela deveria fazer agora, naquele lugar? Ela se lembrou das muitas regras que seus pais lhe deram até agora.

"Seja gentil com seu irmão e irmã."

"Trate bem seus amigos."

"Não tome a iniciativa."

"Não faça nada perigoso."

"Se estiver em perigo, fuja primeiro. Se não puder fazer isso, peça ajuda."

"Se se envolver com alguém estranho…"

Nonoa revisou essas regras em sua mente e pensou sobre o que deveria ou não fazer naquela situação. Então, ela chegou a uma conclusão.

— Ah, qual é, serio? Essa também é muito fofa──

— Alguém──!! Ajuda──!!

—!?

Nonoa gritou com toda a sua força bem na frente do homem que se aproximava dela com um sorriso vil no rosto. O homem recuou diante do grito repentino. Na verdade, a verdadeira razão pela qual ele congelou foi porque não conseguia ver nenhum traço de medo nos olhos da garota à sua frente.

Nonoa não sentia medo de nada, embora estivesse gritando por ajuda o mais alto que podia. Depois de terminar o grito, seus olhos estavam tão sem vida quanto mármores de vidro, como se ela estivesse simplesmente cumprindo seu dever. Essa visão estranha, combinada com sua aparência bela e perfeita, emanava uma aura inumana e perturbadora.

— O quê!

O homem deu um passo para trás diante daquela entidade desconhecida. Olhando para o rosto dele com uma expressão vazia, Nonoa, que havia cumprido sua palavra, decidiu rapidamente eliminar o obstáculo à sua frente.

Por enquanto, vamos cegá-lo.

De maneira puramente racional, sem qualquer hesitação, Nonoa enfiou os dedos em direção aos olhos do homem.

— Uou!

O homem recuou reflexivamente e virou o rosto, então ela não atingiu seu alvo. No entanto, sua intenção estava claramente expressa.

O-O que acabou de acontecer? O que ela fez comigo agora!?

O homem se perguntou internamente, mas sabia a resposta. Seu senso comum apenas não queria admitir.

Seus olhos haviam sido alvo. Era um movimento proibido, evitado até mesmo em esportes de combate ou brigas sem restrições. Ele tinha sido alvo de um golpe nos olhos. A garota à sua frente, que tentou fazer isso, exibia uma leve expressão de desconfiança e decepção, como se tivesse errado um chute em uma partida de futebol ou algo assim.

— Hn!

Um terrível medo percorreu sua espinha, e ele soltou um grito espasmódico sem perceber.

Foi uma experiência inédita, até mesmo para um homem acostumado a usar e sofrer violência. Foi um ato violento desprovido de intenção assassina, raiva ou prazer, mas que o atacou de repente com extrema brutalidade. O homem sentiu um medo genuíno pela presença que havia realizado tal ato com calma.

— Argh, gaaah!

Por isso, para ele, foi uma evacuação de emergência em forma de violência. Ele não podia permitir que aquela presença continuasse à sua frente. Precisava eliminar o que quer que fosse aquilo, tomando a forma de uma linda garota, imediatamente.

Dominado por essa loucura, ele balançou o punho... mas, devido à retirada repentina do seu alvo, seu soco cortou o ar. E com a abertura criada, o rosto do homem ficou vulnerável.

— Gah!

Um soco atingiu-o bem no rosto, e sua consciência se apagou com o golpe.

— Oh, Kuzecchi!

— Pelo menos tente desviar, vai? — suspirou Masachika com exasperação, puxando Nonoa por trás e dando um soco no rosto do homem. Involuntariamente, ele se viu em uma posição em que estava abraçando os ombros dela por trás, mas Masachika não demonstrava sinais de constrangimento no rosto, e a expressão de Nonoa permanecia sem emoção. Bem, se você olhasse de perto, havia um leve lampejo de emoção nos olhos dela... mas foi passageiro. De repente, Nonoa torceu a expressão em uma careta, enterrando o rosto no ombro de Masachika.

— O-Obrigada... Eu estava com medo...

Ugh!

De repente, Nonoa agiu como se fosse uma donzela frágil, assustada pela violência, e Masachika endureceu os músculos do rosto para evitar qualquer expressão de irritação. Ali mesmo, naquele instante, Masachika era o único que estava ciente da atuação de Nonoa. Os alunos ao redor dela também olhavam com satisfação e carinho para o comportamento dela. E os amigos de Nonoa, que ouviram seus gritos, correram para o local.

— O quê? Qu-quem são vocês?

— O quê? E você? O que estava tentando fazer com a Nonoa?

— Eu vou te matar.

Dois garotos grandes surgiram, transbordando toda a intenção assassina que podiam, e caçaram o restante dos delinquentes como os demônios que eram. Masachika, ainda segurando Nonoa em seus braços, observava a cena com uma expressão surpresa no rosto.

Masachika mesmo não sabia muito sobre aqueles dois. No entanto, ele sabia que eles adoravam Nonoa fanaticamente e realizavam diversos atos que não podiam ser tornados públicos, eliminando qualquer obstáculo no caminho dela. Eles eram publicamente conhecidos como modestos admiradores que idolatravam Nonoa à distância, mas, na realidade, eram crentes fanáticos que enterravam nas sombras qualquer um que representasse uma ameaça para Nonoa.

Acho que posso deixar isso para eles... ou melhor, devo tomar cuidado para não exagerar?

Decidindo que esse era o caso, Masachika se apressou para perto de Hikaru, que finalmente levantava o corpo.

— Ei, Hikaru, você está bem?

— Uhum, sim... Já me acalmei, estou bem.

Hikaru tentou se levantar lentamente enquanto segurava o estômago, mas parecia que suas pernas não o sustentavam, fazendo-o cambalear um pouco.

— Espere.

Masachika rapidamente agarrou o braço direito de Hikaru para apoiá-lo. Mas, ao mesmo tempo, alguém apoiava, ou melhor, abraçava, o braço esquerdo de Hikaru.

— Muito obrigada por me resgatar.

— Ah, não foi nada.

Apoiando-se no braço esquerdo de Hikaru e pressionando o corpo contra ele com os olhos brilhantes, estava a garota que inicialmente havia sido assediada pelos delinquentes.

— Você é... talvez, a irmã da Nonoa?

— Sim! Meu nome é Rea Miyamae, eu sou a irmã mais nova dela! Ah, este é meu irmão mais novo, Leo.

Dizendo isso, Rea apontou rudemente para um garoto de expressão ligeiramente desafiadora, com uma bochecha inchada, que estava ali com uma expressão emburrada.

— Você está bem? Eles te machucaram?

— Não, não é nada sério.

Apesar da preocupação de Masachika, Leo simplesmente desviou o olhar com aborrecimento. Depois de um momento observando-o como quem diz "Pirralho encrenqueiro", Rea então rapidamente colocou um sorriso e olhou para Hikaru com olhos suplicantes.

— Qual é o seu nome, onii-san?

— Oh, uh... É Hikaru Kiyomiya.

— Hikaru é um nome bonito! Posso te chamar de Hikaru-san?

Dizendo isso, a garota inclinou a cabeça levemente. Apesar de suas maneiras um tanto calculadas, ela era inegavelmente fofa, afinal, era irmã de Nonoa. No entanto...

— Ah, haha.

Para Hikaru, ela era o tipo de pessoa com quem ele se sentia extremamente desconfortável. Forçando um sorriso amarelo, Hikaru deu uma resposta ambígua. Mas Rea não deu muita atenção a isso.

— Então, vou te chamar assim, certo? Obrigada por me ajudar, Hikaru-san.

— Não, na verdade, eu não consegui fazer muita coisa.

— Isso não é verdade! Se não fosse por você, me pergunto o que teria acontecido comigo...

Rea colocou a mão sobre a boca e abaixou o olhar por um momento, com os olhos se enchendo de lágrimas. Era um gesto muito protetor, mas a reação de Hikaru foi indiferente.

— Bem, fico feliz que nada tenha acontecido... ou melhor, não deveria dizer "nada aconteceu".

— Hmmm, você é muito gentil, Hikaru-san. Mas estou mais preocupada com o estômago de Hikaru, está bem?

— Sim, estou bem.

O olhar de Masachika se aguçou com o diálogo e ele perguntou.

— Bateram em você? Ou chutaram?

— Acho que me bateram.

— Quem fez isso?

— Bem, ele está deitado ali.

Seguindo o olhar de Hikaru, Masachika viu um homem estirado no chão.

— Heh — disse Masachika com uma voz fria, avançando em direção ao homem. Hikaru, movido por um senso de urgência, agarrou o pulso dele rapidamente.

— Ei, o que você está planejando fazer?

— Apenas espere. Vou acordá-lo e fazê-lo se ajoelhar diante de você.

— Não, não, já é o suficiente. Ele já está sangrando loucamente pelo nariz... e espere, não é o dente da frente dele que está quebrado?

— Foi legítima defesa, então sem problema.

— Não, sério, já está bom!

Detido com firmeza novamente, Masachika olhou para o homem caído, riu baixinho e voltou-se para Hikaru.

— Então, só para garantir, vamos à enfermaria?

— Hã? Ah, não, estou bem.

— Não, não está tudo bem. Se houver algum dano nos seus ossos ou órgãos, pode ser perigoso, não?

— Isso mesmo! Vou te acompanhar também, então vamos juntos!

Hikaru fez uma cara que parecia dizer que preferiria ser poupado disso, mas, infelizmente, Masachika estava com pressa. Considerando a possibilidade de haver mais pessoas como esses delinquentes, ele não poderia ficar ali indefinidamente.

— Então, Rea? Posso deixar isso com você?

— Hã, espera um segundo―

— Sim! Vamos, Leo, venha conosco também.

— Eu realmente não...

Leo, com uma expressão azeda, foi interrompido pelas palavras calmas de Nonoa.

— Não, sua boca está cortada, certo?

— Ei, não me trate como uma criança, Neechan!

— Não estou te tratando como uma criança, estou te tratando como um irmão mais novo.

— Isso é a mesma coisa!

Nonoa tentou apertar a bochecha do irmão, mas sua mão foi afastada. Masachika se aproximou e sussurrou suavemente no ouvido de Nonoa.

— (Depois que o tratamento de Hikaru estiver terminado, por favor, volte para o palco. Além disso, posso deixar a tarefa de lidar com esses caras para seus amigos?)

— (Entendido.)

Foi uma resposta breve e sem entusiasmo. Por enquanto, Masachika se sentiu aliviado com as palavras dela.

— (Estou contando com você.)

Expressando sua gratidão, Masachika começou a se mover para cumprir sua promessa com Alisa.

(N/SLAG: Caramba, eu estava esperando algo nível Volume 7 de YouZitsu. Cadê a porradaria, irmão?????)

***

Ao mesmo tempo, outro grupo de delinquentes apareceu no maid café gerido pelas turmas de primeiro ano D e F.

— Kya!

— Ei, ei, "Kya!"? Senhoritas devem ter gritos tão refinados?

— P-Por favor, pare...

— Bem, é só um tapinha no bumbum. Vamos lá, maid, nos dê um pouco de atenção.

As estudantes não conseguiram dizer nada em resposta ao comportamento deles, que pareciam confundir aquele lugar com um clube de anfitriãs ou algo do tipo. A ausência de Sayaka e Nonoa, que estavam na apresentação ao vivo, era significativa. Afinal, Seirei Gakuen era uma escola para pessoas de alta sociedade. Muitos dos estudantes tinham sido criados com cuidado, longe de qualquer atividade rude. Eles nunca tinham interagido com pessoas que demonstrassem tal falta de educação ou, melhor dizendo, que a exibissem ativamente.

— Heh, bem, eu pensei que seria chato ir a um festival de uma escola rica, mas é mais divertido do que eu esperava.

— É. Damas de alta classe são diferentes, né? Elas não têm nada a ver com nossas garotas sujas.

— Obrigado por me convidar! Gonda-san!

— Ah. Você deveria ser muito grato a mim.

Um homem grande, com sobrancelhas finas, sorriu amplamente. Esse homem, chamado Gonda por seus amigos, era o líder do grupo. Na verdade, ele mesmo não tinha nenhuma ligação com Seirei Gakuen. Ele era um delinquente que frequentava uma escola pública a oito estações de distância, famosa por sua atmosfera desordeira. Sua única informação sobre Seirei Gakuen era que era uma escola para pessoas inteligentes e ricas. Por que ele foi a um festival assim com seus amigos? A razão era um envelope de um remetente desconhecido que chegou em sua casa duas semanas antes.

Dentro do envelope havia dez ingressos e uma carta. A carta continha um pedido para — causar desordem no Festival de Seirei Gakuen —, além de instruções detalhadas sobre como e quando entrar no festival sem ser pego pela segurança, como escapar após causar problemas, como ele seria pago e outros detalhes. Gonda ficou desconfiado a princípio, mas quando verificou o armário da estação indicado na carta e encontrou dinheiro lá, ficou convencido de que a carta era verdadeira.

— Sério? Vamos ser tratados?!

— É, eu tive uma renda inesperada temporária outro dia.

— Uau, Gonda-san, você é tão generoso!

No entanto, Gonda não tinha a intenção de seguir cegamente as instruções e provocar uma grande confusão. Embora a carta dissesse que não haveria consequências, ele não era ingênuo o suficiente para aceitar isso sem questionar. Portanto, Gonda não planejava fazer nada que envolvesse a polícia. No máximo, usaria o adiantamento para se divertir como quisesse. A recompensa, se recebida, seria apenas um bônus... esse era seu pensamento.

Mas não é tão ruim quanto eu pensava.

As garotas ao redor, que pareciam ter uma criação refinada, observavam o grupo cautelosamente. Elas tinham uma pele naturalmente bonita e sem adornos e cabelos pretos e limpos que nunca tinham sido tingidos. Embora fossem estudantes do ensino médio como eles, eram criaturas completamente diferentes das garotas de sua própria escola. Com certeza, o mundo em que elas viviam era fundamentalmente diferente do mundo de Gonda e seus amigos, que nem tinham dinheiro para frequentar uma escola particular, muito menos uma escola preparatória.

Essas jovens, que normalmente nem conseguiriam manter uma conversa de igual para igual com eles, agora tentavam avaliar suas reações. Para Gonda, isso era incrivelmente agradável. Satisfazia seu desejo de domínio, acompanhado de uma sensação esmagadora de onipotência, diferente de fazer os colegas do colégio obedecerem.

— Ei! Até quando vocês vão ficar aqui?

Mas alguém o interrompeu. Diferente das outras estudantes, uma aluna com o cabelo tingido e maquiagem os encarava, com as mãos na cintura. Sem que soubessem, ela era uma das seguidoras de Nonoa, determinada a não permitir mais brutalidades na ausência de sua "rainha".

— Parece que vocês têm assediado muito minhas garotas. Esqueçam a conta, saiam daqui!

— Hã?

Em resposta à repreensão da garota, um dos delinquentes ergueu uma sobrancelha e se levantou. No entanto,

— Ei.

Com um olhar fulminante, Gonda fez o homem se sentar e se virou para a estudante com um sorriso falso.

— Desculpe, sou um pouco mal-educado. No meu lugar, nem é assédio tocar nas nádegas de alguém. Vou fazer meu pedido, então, dá um desconto.

A estudante piscou, como se tivesse sido pega de surpresa por essa oferta inesperada. Mas logo franziu as sobrancelhas e rejeitou a oferta.

— Ei, ei, eu não disse que vamos pagar? Além disso, quem está incomodado com a gente aqui? hem?

Dizendo isso, Gonda olhou ao redor, mas todos os outros clientes já haviam ido embora. Era óbvio que a causa eram Gonda e seus amigos, mais do que qualquer outra coisa.

— É por causa de vocês que os outros clientes não conseguem entrar!

— Isso é um problema. Vamos compensar por isso também, certo?

— Ah, bem. Vou querer uma Coca então!

— Eu quero uma cerveja.

— Seu idiota, isso não está no cardápio.

Os estudantes riram tolamente. Depois disso, Gonda evitou obedientemente as exigências da estudante, mas, justamente quando ela estava prestes a perder a paciência, a porta da sala de aula se abriu de repente.

— Já chega!

Entrando e recitando frases como um herói de live-action, apareceu uma beleza de cabelos loiros cor de mel em estilo rolinho.

— S-Sumire-senpai!

Enquanto as maidens respiravam aliviadas e Gonda e os outros ficavam pasmos com sua aparência, Sumire olhou para Gonda e os outros com dignidade e disse, orgulhosa.

— Não resolveremos nada com conversa. Vamos recorrer calmamente à violência!

— Recorrer calmamente à violência?

Gonda e os outros ficaram atônitos com essa observação descarada, que em nada condizia com sua aparência delicada.

— Suprimam-nos☆, desuwa!

Com essas palavras como sinal, os cinco membros do Comitê de Disciplina Pública invadiram a sala de aula.

— E-Esperem! Nós não estávamos causando problema algum!

— I-Isso não foi o que você disse!

— Usar armas é injusto!

Demorou menos de um minuto para Gonda e seus amigos serem implacavelmente dominados, sem espaço para argumentação ou resistência.

***

— Kujou-senpai! Temos outro relato de problemas vindo de um aluno!

— Onde é?

— Bem, três homens estavam abordando duas alunas à força perto do ginásio.

— Então é a mesma coisa de antes. Presidente-san, vamos enviar guardas de segurança para lá.

— Oh? Com licença, mas parece que o problema já foi resolvido. Um dos visitantes que estava presente na cena conseguiu conter os arruaceiros...

— Um visitante? Ele se feriu?

— Não, parece que não. Não consegui obter todos os detalhes, mas ao verificar o ingresso dele, parece que ele pode ser parente de Sarashina-senpai.

— Ah, da Chisaki-chan.

Relatos de problemas com convidados indesejados e incidentes violentos continuavam chegando um após o outro. Os membros do comitê, que não tinham antecipado tal situação, estavam completamente abalados. A única razão pela qual ainda conseguiam responder à situação era porque três deles estavam calmamente dando instruções aos outros.

— Presidente-san! Um homem interrompeu a apresentação no ginásio!

— Mantenha a calma, deve haver alguns professores no ginásio. Mas, mais importante, já fecharam os portões da escola? E estamos prontos para o anúncio geral?

— O fechamento parece estar completo agora! Coloquei Inoue no portão da escola, explicando a situação para os visitantes.

— Certo, então──

— Com licença!

Então, Touya e Chisaki abriram a porta da sala de conferências. A aparição inesperada dessas duas pessoas causou surpresa e alívio entre as pessoas na sala.

— Touya, o que aconteceu com o Raikokai?

— Pedi aos seguranças que os escoltassem para fora e os fizessem esperar na sala do Conselho Estudantil. Nessa situação, não há necessidade de guiá-los ou coisa parecida.

— Entendo.

Após ouvir as palavras de Touya, a Presidente do Comitê mostrou uma expressão ligeiramente preocupada, depois assentiu e deu mais instruções.

— Entendido. Touya, por favor, auxilie aqui. Sarashina, você...

— Eu sei. Só precisamos esmagar todos os arruaceiros, certo?

— Não exagere, ok? E, também, por favor, não envolva quem não estiver envolvido. Estamos no processo de checar as câmeras de segurança, e parece que o material do papel dos convites dos intrusos é diferente do real, então, se você vir alguém suspeito, você deveria primeiro──

— Entendido. Mas não posso garantir que não vou exagerar. Eu nunca perdoarei eles por estragarem o festival escolar pelo qual trabalhamos tanto.

Enquanto observavam suas costas, meio tranquilos, meio preocupados com a possibilidade de ela exagerar, um membro de óculos subitamente se levantou.

— Eu vou para o local também.

— Kaji?

— Kensaki-kun também está aqui, e quero conversar com os professores um pouco sobre a situação da segurança.

Ao ouvir suas palavras, a presidente pensou — De fato, pode ser incômodo fazer Touya e Kaji trabalharem juntos — e assentiu.

— Entendido.

— Presidente-san! A turma 1-D foi controlada!

— Ah, entendo. Compreendido.

O surto repentino de vários eventos problemáticos estava gradualmente sendo controlado, graças à rápida resposta do comitê executivo e do comitê disciplinar.

***

— Besteira.

Yuki murmurou enquanto olhava para o homem de meia-idade que ela havia imobilizado no corredor. Ele estava delirando e fazendo um escândalo, dizendo coisas como: — Você arruinou minha vida — e — Você destruiu minha empresa —, mas nada fazia sentido. Ela percebeu o ingresso de convite que ele segurava e falou para si mesma.

— Com um convite desses, você não deveria conseguir entrar na escola...

Os nomes no campo do convidador deveriam ser verificados no portão da escola por um membro do comitê de moral pública. Se usassem o nome de um aluno fictício, teriam sido impedidos de entrar naquele ponto.

— Ojou-chan, onde devo levar esse cara?

— Ah, desculpe. Para a sala do comitê disciplinar... Você sabe onde fica?

— Não se preocupe. Sou um ex-aluno desta escola.

— Nesse caso, posso pedir que cuide disso?

— Sim, tudo bem.

Deixando o homem sob a custódia de um adulto próximo, Yuki olhou para Ayano e deu de ombros.

— Parece que, além da pessoa que distribuiu os convites falsificados, houve alguém que ajudou a invadir por dentro. É possível que sejam a mesma pessoa, embora...

— É mesmo?

— Guarde suas armas por enquanto. Não é algo que você queira que as pessoas vejam demais.

— Ah, desculpe.

Ao ouvir as palavras de Yuki, Ayano escondeu o objeto afiado que usara para imobilizar o homem em sua manga. Então, inesperadamente, ela murmurou algo para si mesma.

— A sala do conselho estudantil.

— Hm?

— Se for o Masachika-sama, acredito que ele se dirigiria à sala do conselho estudantil.

Diante das palavras de Ayano, Yuki ergueu as sobrancelhas e pensou por alguns segundos...

— Entendo. O alvo é o Raikokai, hm?

Yuki disse para si mesma e se dirigiu à sala do conselho estudantil com Ayano.

***

Na sala do conselho estudantil, um alvoroço em toda a escola estava acontecendo enquanto os membros do Raikokai estavam de visita. Era um incidente escandaloso pelo qual, se fossem profissionais, a questão da responsabilidade do corpo administrativo seria inevitável. No entanto, os membros do Raikokai presentes naquela sala não mostravam sinais de desconforto... ou assim parecia.

— Agora me pergunto como eles pretendem resolver a questão?

— Mais do que isso, me pergunto quem causou esse tumulto? Suponho que estejam tentando mirar no atual conselho estudantil... ou talvez estejam mirando o ex-presidente e vice-presidente?

Não, pelo contrário, eles estavam até apreciando essa confusão. Até mesmo os olhares que desciam ao pátio da escola, onde a comoção acontecia, eram mais curiosos do que preocupados. Suas atitudes eram verdadeiramente as de espectadores de um ponto de vista elevado.

Claro, se a comoção realmente se transformasse em um distúrbio que resultasse em uma série de feridos, eles mobilizariam seus seguranças para controlar a situação. No entanto, nesta fase, os membros do Raikokai estavam mais interessados em observar a resposta dos membros coordenadores do corpo estudantil. Para eles, não era incomum que esse nível de confusão ocorresse durante uma campanha eleitoral.

— Com o ex-presidente do conselho estudantil servindo como presidente do comitê executivo e o atual conselho estudantil supervisionando o festival da escola, era costume que aqueles que visavam derrubar o conselho atual mirassem neste evento. Isso era a norma naquela época, durante nosso tempo.

— A única maneira de se qualificar para o Raikokai era sobreviver e ter sucesso na coordenação do festival da escola... Mas suponho que os tempos tenham mudado...

— Mesmo assim, é lamentável... Com licença. Não pretendo desrespeitar a neta de Suou-san.

— Não importa. O fato é que minha neta falhou em evitar essa situação.

Na época em que eram estudantes, o castigo corporal pelos professores era comum nas escolas de todo o país. Seirei Gakuen servia como um distinto ponto de encontro social para seus alunos, e as campanhas eleitorais eram legítimos conflitos de facções onde os alunos representavam suas respectivas famílias.

O Raikokai, que originalmente era apenas um grupo de ex-alunos influentes, introduziu o sistema eleitoral há cerca de 70 anos para centralizar o poder e torná-lo mais seletivo. Desde então, os alunos da escola vinham disputando apenas duas cadeiras, usando poder, recursos financeiros e, às vezes, até violência. E na campanha eleitoral, onde tudo estava em jogo, não era incomum ver pessoas feridas ou até expulsas da escola.

Mas foi por isso que as posições de Presidente e Vice-presidente do corpo estudantil eram tão especiais. Vencer tais batalhas de facção e assumir tais posições era sinônimo de se tornar os governantes da geração. E a organização onde tais governantes se reuniam era o Raikokai de hoje. Eles tinham o poder de mover o Japão sem exagero. Com suas conexões, não havia nada que eles não pudessem fazer no Japão. É por isso que, do ponto de vista deles... a campanha eleitoral da geração atual parecia totalmente fraca.

O avanço das redes sociais e o fortalecimento das normas de compliance eram forças pressionadoras da era, fazendo com que as batalhas eleitorais anteriormente ferozes desaparecessem. Embora o sistema de triagem rigorosa, como debates e cumprimentos pelos membros do conselho estudantil, permanecesse inalterado, essa realidade havia se transformado em um concurso de popularidade entre os alunos. Eles não respeitavam o atual Presidente e Vice-presidente do Conselho Estudantil, que foram escolhidos em tal campanha eleitoral. Além disso, no fundo, eles nem os reconheciam como membros do Raikokai.

— Mas parece que há um par de candidatos que é um pouco interessante este ano, não é? Ouvi dizer que, se forem eleitos, planejam incorporar o candidato oponente ao conselho estudantil para trabalharem juntos.

Para dissipar o ambiente ligeiramente desconfortável, um dos homens ergueu a voz, e as sobrancelhas de Gensei se contraíram. O outro homem, no entanto, não pareceu notar e respondeu de forma curiosa.

— Ah, incluindo também o candidato oponente? Hmm, bastante intrigante... Parece que esse par de candidatos entende a essência de uma campanha eleitoral.

O que eles entendem como essência de uma campanha eleitoral era o estabelecimento de conexões. Formar relações que seriam úteis no futuro, criar facções e, ao alcançarem a vitória eleitoral, garantir aos membros de suas facções posições no conselho. Assim, controlavam os alunos da escola e as pessoas de sua geração. Essa era a campanha eleitoral para eles.

— Isso me dá uma pequena esperança para a próxima campanha eleitoral — comentou alguém. — Parece que temos outros estudantes com contas a acertar que conseguem causar um rebuliço desse tipo.

— Hmmm, até agora, parece que as coisas estão indo exatamente como alguém quer... Bem, vamos ver o que acontece agora, certo? 

Mas havia uma maneira simples de sair impune.

Sabendo disso, eles esperavam. Aguardavam o momento em que as portas da sala do conselho estudantil se abririam novamente.

***

— Oh.

— Ara.

Masachika parou por um momento ao ver Yuki e Ayano, que surgiram do lado oposto do corredor em frente à sala do conselho estudantil. Mas, conforme se aproximavam, Masachika também caminhou em silêncio. Em frente à sala do conselho estudantil, os candidatos opostos se encararam.

......

As duas partes pararam de cada lado da porta da sala do conselho estudantil e, mais ou menos ao mesmo tempo, Masachika e Yuki se olharam em silêncio por alguns segundos antes de voltarem sua atenção para os dois homens que pareciam ser os seguranças do Raikokai.

— Com licença, eu sou Masachika Kuze, um dos Oficiais de Assuntos Gerais do Conselho Estudantil. Recebi instruções da Presidente Kensaki para vir aqui verificar o Raikokai.

— Da mesma forma, sou Yuki Suou, Relações Públicas do Conselho Estudantil.

— Sou Ayano Kimishima, Assuntos Gerais do Conselho Estudantil.

Todos os três se apresentaram e mostraram seus cartões de identificação estudantil.

— Alguém mais veio aqui antes de nós? Embora apreciemos a presença dos seguranças garantindo a segurança, é fundamental que o paradeiro dos membros do Raikokai não seja conhecido por indivíduos suspeitos.

Em resposta à pergunta de Masachika, os dois seguranças se entreolharam por um momento antes de responder brevemente.

— Não, ninguém chegou antes de vocês.

— Entendo... Obrigado.

Masachika e Yuki ficaram internamente aliviados ao ouvir essas palavras. Haviam chegado a tempo.

— E agora, o que faremos, Masachika-kun?

....

A uma curta distância da sala do conselho estudantil, Yuki perguntou a Masachika. Ela olhou nos olhos do irmão e esboçou um leve sorriso irônico.

— Nesse caso, vamos ficar de olho em cada pessoa que chegar. Independentemente de quem seja, não vamos guardar ressentimentos.

— Ah.

Após um pequeno aceno de cabeça, Masachika girou sobre os calcanhares. Sentindo a presença de Ayano em suas costas, ele virou a esquina do corredor e encostou as costas na parede. Após alguns minutos de espera, uma figura apareceu na outra extremidade do corredor. Masachika ficou no meio do corredor e cumprimentou a pessoa com um leve sorriso no rosto.

— Yo, Kiryuin. O que o traz a um lugar desses?

— Ah, Kuze. Posso lhe fazer a mesma pergunta, o que está fazendo aqui?

Em resposta ao sorriso hostil de Masachika, Yusho respondeu com um leve sorriso sarcástico.

***

— Foi você, não foi?

Por outro lado, enquanto Yuki seguia na direção oposta à de Masachika, outro estudante apareceu diante dela.

Olhando para Yuki, que estava parada em frente à escadaria, o estudante estreitou os olhos atrás dos óculos. Encontrando seu olhar, Yuki falou calmamente.

— Isso é uma pena, Presidente-san.

O garoto riu um pouco com esse chamado.

— Eu não sou mais o Presidente... Suou-san.

— Isso mesmo... Kaji, Presidente do Comitê Disciplinar.

Os 67º e 68º Presidentes do Conselho Estudantil da Seirei Gakuen Junior High School se enfrentaram nas escadas.

 

(N/SLAG: Mas que merda tá acontecendo kkkk. Esse é o volume mais louco que eu já li. Aparentemente, o autor meteu uma ação para agitar o festival do nada. Aposto que deve estar ligado àquele cara com quem a Sayaka estava conversando, os "outros candidatos". Além disso, é tanto personagem entrando em cena que fica difícil distinguir quem é quem. N/Azure: Esse volume ta sendo bem diferente mesmo entre todos os outros, eo fato de estar aparecendo muito personagem esta deixando bem mais interessante no meu ponto de vista!)


Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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