Volume 6
Capítulo 4: Honestamente, Meu Coração Vacilou Bastante
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
Quando Masachika chegou em casa, uma amiga de infância linda, arrumada e de cabelos negros o cumprimentou com três dedos no chão. Ou melhor, Masachika foi recebido por uma empregada fofa quando voltou para casa. Ambas as situações seriam atraentes para qualquer otaku masculino saudável. Mesmo Masachika não tinha objeção a isso.
(N/SLAG: Refere-se à saudação tradicional em que você se ajoelha no tatame, com três dedos de cada mão tocando o tatame.)
— Bem-vindo de volta, Masachika-sama.
— Oh, oh...
É por isso que essa também seria uma situação dos sonhos para otakus à primeira vista. Na entrada, a bela jovem empregada, sua amiga de infância, inclinava a cabeça com um gesto gracioso. Seus longos e brilhantes cabelos negros fluíam sobre o uniforme de empregada e se espalhavam como um véu, fazendo dela uma verdadeira Yamato Nadeshiko. Mas, se aquela postura não fosse uma reverência, mas sim um dogeza, seria uma história diferente.
(N/SLAG: Yamato Nadeshiko descreve a "mulher japonesa ideal", representando os padrões tradicionais de beleza no Japão. Dogeza é um gesto de etiqueta tradicional, onde a pessoa se ajoelha e toca a cabeça no chão, como visto em animes ao fazer algum pedido.)
— O que você está fazendo?
Ayano pressionou toda a palma das mãos, não apenas três dedos de cada mão, contra o chão e esfregou a testa entre as mãos. Há quanto tempo ela estava nessa posição? Até Masachika ficou surpreso com isso.
— Mesmo que fosse uma competição, eu tenho que me desculpar com Masachika-sama por várias coisas──
— Ei, não explica isso naturalmente enquanto está no chão assim. Primeiro, levante a cabeça.
— Não, antes de tudo, eu me desculpo──
— Se você continuar com a cabeça abaixada aí, eu não vou conseguir tirar meus sapatos, tá? Não é apropriado que uma empregada receba o mestre primeiro?
Quando Ayano se recusou teimosamente a levantar a cabeça, Masachika a repreendeu sobre as boas maneiras de uma empregada. Ao fazer isso, ele tentou forçá-la a sair de sua posição. A atitude dessa amiga de infância estava além da imaginação de Masachika.
— Por favor, passe por cima do meu corpo.
— Ei, não mencione suas perversões sexuais assim tão casualmente. As únicas pessoas que podem dizer "pise em mim" são aqueles personagens amigos do protagonista que se sacrificam.
— Em outras palavras, eu deveria começar sendo um sacrifício?
— Não.
Após negar com uma expressão séria, Masachika se agachou com um suspiro. Então, depois de se esforçar para parecer tranquilo, ele a chamou em um tom sério.
— Ayano.
— !
Talvez percebendo algo pelo som da voz de Masachika, Ayano levantou a cabeça com alguma hesitação. Olhando diretamente para o rosto dela, Masachika perguntou calmamente.
— Por que o mestre deveria ser mandado pela empregada?
— !
— Levante-se.
— Sim!
Com a instrução de Masachika, Ayano se levantou como se estivesse sendo manipulada. Após ver isso, Masachika finalmente tirou os sapatos e disse enquanto subia pela entrada.
— Se você está se desculpando pelo que aconteceu durante o quiz, não precisa. Foi uma competição e ambos jogamos limpo. Se você tivesse pegado leve porque achou que eu estava sendo modesto, talvez eu tivesse ficado ofendido.
— Oh, não, não é nada disso...
— Certo? Então não precisa se desculpar.
Dizendo isso, Ayano deu um leve tapa no ombro dele, enquanto pegava a bolsa de Masachika.
— Então, sobre aquela técnica secreta na sala de aula──
— Não fale sobre isso.
Masachika tentou mexer na ferida de uma lembrança com um sorriso casual, mas Ayano o interrompeu com uma expressão séria. Masachika então rapidamente foi para o banheiro para evitar que ela falasse mais alguma coisa. Depois de lavar as mãos e fazer um gargarejo, ele estava prestes a voltar para o quarto quando Ayano lhe entregou uma bacia com uma toalha molhada.
— Por favor, entre e limpe o suor.
— Oh, obrigado.
Masachika a agradeceu honestamente, e depois de tirar o uniforme no quarto, ele se limpou com a toalha molhada. Logo depois que Masachika vestiu suas roupas de descanso, houve uma batida na porta.
— Com licença.
Ayano, que entrou com a cabeça inclinada, rapidamente pegou a toalha molhada e o uniforme que Masachika havia tirado.
— Não, tudo bem...
— Não, eu estava indo para o banheiro de qualquer forma.
— Bem, obrigado.
— Você é muito gentil.
Enquanto respondia, Ayano casualmente explorou o bolso da camisa que pegou para garantir que não lavasse algo estranho por acidente. Seu movimento parou por um momento, e a mão direita de Ayano puxou um pedaço de papel do bolso da camisa. Não, não era um pedaço de papel, mas a foto que Masachika tirou com Nonoa, tirada no café de empregadas que Sayaka e Nonoa administravam.
— Oh, isso é──
Masachika, percebendo esse fato, levantou a voz reflexivamente. Foi ao mesmo tempo que Ayano virou a foto na mão e viu a frente da fotografia.
Instantaneamente, as pupilas de Ayano se dilataram.
— Assustador!
Ayano olhava para a foto com os olhos inexpressivos e desfocados. De qualquer forma, os olhares de Ayano poderiam ter queimado alguns buracos na fotografia. Essa visão bizarra fez um arrepio subir pela espinha de Masachika.
Hã? Isso não parece uma situação onde um empresário é pego com o cartão de um hostess club pela esposa?
Remetendo a uma situação que ele pode ou não ter visto em um drama da TV, Masachika manteve a calma e explicou a situação.
— Oh, isso é de quando eu fui à exposição das turmas D e F. Nós só saímos para comer, mas eu não perdi tempo em mostrar minha sorte e ganhei essa foto na loteria deles.
Então, Ayano, que pode ou não ter ouvido o testemunho de Masachika, não mostrou nenhuma reação particular e murmurou algumas palavras com seus olhos negros como breu.
— Eu entendo.
— Não, desculpa, pare, tá? É assustador quando alguém diz "eu entendo" com as pupilas dilatadas. A realidade é que você não entendeu nada, certo?
Sem nem olhar para Masachika, que disse isso de maneira distante, Ayano respondeu em um tom de voz sem emoção.
— Não. É só que você não ficou satisfeito com o meu serviço.
— Não, me escuta. Não é como se eu não tivesse ficado satisfeito com seu trabalho e tivesse te traído com outra empregada ou algo assim...
Enquanto Masachika se desculpava, Ayano virou a cabeça lentamente para olhá-lo. Aliviado que pelo menos ela parecia manter a compostura o suficiente para ouvir o que ele estava dizendo como havia sido instruída, Masachika explicou a ela que era errado associar empregadas de cafés de empregadas com empregadas reais.
— É o que estou dizendo. Entendeu?
— Sim, eu entendi.
— Bem, que bom ouvir isso.
Masachika ficou aliviado quando Ayano lentamente assentiu com a cabeça, mas ainda era cedo para se tranquilizar.
— Falhei como empregada ao fazer meu mestre se sentir tão desconfortável, afinal!
— Você não me escutou!?
Enquanto Masachika gritava, Ayano, com seus olhos ainda totalmente escuros, propôs com uma voz fingida por cortesia.
— Esta noite, servirei você com toda a minha força, certo? Mestre.
Uma declaração de serviço de uma empregada fofa. Essa seria outra situação empolgante para qualquer otaku, mas quando Masachika ouviu isso... ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
⋆⋅☆⋅⋆
......
......
— Oh, lançaram um novo filme.
......
Não consigo me concentrar!
Enquanto navegava aleatoriamente na internet em seu computador, Masachika não conseguia evitar a curiosidade sobre o que estava acontecendo atrás dele. No início, Masachika ficou alarmado com a frase "servirei você com toda a minha força", mas, felizmente, Ayano não havia agido de forma particularmente excessiva até então.
Ela estava apenas lá o tempo todo, só no canto da sala.
Nenhum barulho, apenas ali o tempo todo.
No entanto, como se fosse uma surpresa, Masachika não sentia nenhum sinal de sua presença ou sequer seu olhar. Mesmo que ele não sentisse sua presença, ainda não se sentia à vontade, pois sabia que ela estava ali. E quando Masachika se virou, viu olhos escuros o encarando de volta. Isso era uma história de terror?
Sério, não consigo relaxar! Será que a Yuki passa o tempo dela assim? Estou surpreso que ela esteja bem com isso.
Ele temia a audácia de sua irmã, mas reconsiderou rapidamente: "Não." Pensando bem, eu também costumava estar ok com isso. Acho que estava acostumado porque crescemos juntos.
Desde que saiu da família Suou, Masachika dava como certo que normalmente estava sozinho em casa. Além disso, apesar de serem amigos de infância, Masachika e Ayano agora estavam em uma idade em que estavam cientes um do outro como menino e menina. Masachika geralmente não se importava com essas coisas, mas ainda não era o mesmo que lidar com Yuki.
Se fosse ela, eu não me importaria que estivesse no quarto. Ou melhor, não tenho vontade de ficar à vontade quando a Ayano está se esforçando tanto para trabalhar.
Por natureza, Masachika não tinha a audácia de deixar sua amiga de infância parada, esperando por ele, enquanto ele lia mangá na cama sem se importar com o mundo. Então Masachika pensou se poderia dar uma pausa para Ayano.
— Ayano?
— Sim, Mestre.
— Você não vai ter nada para fazer se ficar parada em um lugar assim, não é? Eu sou só um cara comum com muito tempo livre nas mãos. Como eu disse, pode fazer o que quiser, ok?
— Veja, é isso que eu gosto de fazer.
— Ah, sim...
Isso já estava acontecendo há um tempo, e Masachika não sabia mais o que fazer.
— Quero dizer, essa coisa de "Mestre" é...
— Algo em que posso ajudá-lo, Mestre?
— Não, é simplesmente que eu não me sinto em casa...
Quando ele disse isso abruptamente, Ayano abriu os olhos e olhou para Masachika.
— Mas... você mandou que o chamassem assim, não foi? Outras mulheres além de mim. Com "Mestre".
— Ah, é aí que você fica chateada?
Masachika perguntou com uma expressão séria, mas Ayano não deu resposta. Não, se você prestasse bastante atenção, ela murmurava algo em sua boca. Ele não conseguiu ouvir por causa da distância, mas... a visão de uma bela garota com uma expressão inexpressiva, parecendo uma boneca, e as pupilas dilatadas, murmurando algo em sua boca, era aterrorizante. De qualquer forma que você olhasse, parecia que ela estava entoando uma maldição, e Masachika se virou silenciosamente para frente.
Hah, não consigo relaxar.
Pensando consigo mesmo, Masachika mexeu no ombro despreocupadamente. Imediatamente, uma presença mexeu-se atrás dele, enviando um arrepio de perigo pela espinha de Masachika. Logo depois.
— Mestre.
— O―Oh.
Uma voz veio diretamente atrás dele, fazendo Masachika se encolher desajeitadamente e olhar para aquela direção. Então, Ayano, com seus olhos ainda totalmente negros, falou calmamente com uma força misteriosa.
— Posso lhe fazer uma massagem, se quiser.
— Uma... massagem?
— Sim, o mestre parece estar com os ombros tensos. Sei que esteve ocupado ultimamente, e se não se importar.
— Ah, entendi.
Ela queria fazer uma massagem nos ombros de seu mestre, que estava exausto. Isso era simplesmente gratificante e parecia uma boa ideia aceitar. Mas...
Sim, estou com um mau pressentimento sobre isso.
Considerando a declaração anterior de "Servirei você com toda a minha força", Masachika não pôde evitar se sentir cauteloso como um otaku. Não parecia que seria apenas uma massagem.
— Acho que sim... Hmmm.
— Tenho feito isso regularmente para Yuki, e tem sido muito bem recebido!
— Até para Yuki? Ah, se é isso... deve estar tudo bem, né?
Masachika reconsiderou aceitar a oferta de aliviar o desejo de Ayano em servi-lo. Mas se fosse uma massagem que ela fazia normalmente com Yuki, não deveria ser algo estranho...
— Agora, por favor, deite-se na cama.
Ainda tenho um mau pressentimento sobre isso.
Masachika quase deixou escapar uma réplica.
— Não, podemos usar uma cadeira, se você só quiser massagear os meus ombros.
— Já que estamos aqui, vamos aliviar toda a tensão do seu corpo!
— Uou, do corpo todo, hm?
— Sim, vai fazer você se sentir renovado, não vai?
— Você está dizendo isso de propósito?
— O que quer dizer?
Masachika olhou para Ayano com um olhar desconfiado.
No entanto, Masachika não conseguia ler os sentimentos dela através da expressão vazia, e seus olhos, que deveriam ser a única coisa que demonstraria alguma emoção, estavam agora tão negros que ele não conseguia decifrar nada.
Eu ainda estou com medo. Ei, por que eles estão totalmente pretos? Que tipo de emoção é essa?
De alguma forma, Masachika sentiu que, se recusasse, seria ainda pior, então ele se jogou na cama com cautela. Então, Ayano disse "Com licença", e montou em suas costas, fazendo Masachika ficar tenso.
Não, estou bem. Mesmo que outra pessoa pressionasse o corpo contra mim de uma maneira estranha ou me tocasse de forma inadequada, eu não me importo! Não me importo!
Masachika estava preparado para o desafio de ser massageado por Ayano, mas, no final, foi uma massagem muito decente. Não houve contato físico excessivo.
— Oh, isso foi bom.
— Que bom saber.
— Ah, obrigado. E desculpa, por ser um otaku podre.
— ?
Masachika percebeu que Ayano parecia estar com uma expressão de dúvida, mas, como ele sentia apenas culpa, não quis continuar o assunto. Não havia como ele admitir que esperava ser aliviado na parte inferior do corpo após a massagem.
— Vou preparar o jantar, tudo bem?
— Ah, obrigado...
— Sem problemas. Bem, então...
Masachika se encostou na cama, observando de canto de olho Ayano sair sem fazer nenhum som. Seus ombros e quadris, que haviam sido trabalhados por Ayano, estavam agradavelmente quentes, e Masachika não conseguia se mover. Quando queria se deixar levar por essa sensação boa, ele relaxou, e o calor agradável se espalhou por todo o seu corpo, fazendo suas pálpebras ficarem pesadas...
— ──Querido Mestre.
— Hm?
Um leve toque em seu ombro o fez abrir os olhos, e Masachika ficou um pouco assustado ao ver Ayano o encarando com seus olhos completamente negros.
— Ayano?
— Sim, sou eu, Ayano, Mestre.
— Desculpa, eu devo ter cochilado.
— Você deve estar cansado. O jantar está pronto, gostaria de comer agora? Ou prefere tomar um banho primeiro?
— Não, vou comer.
— À sua disposição, Mestre.
Parecia que ela iria fazer mais comentários estranhos, então Masachika se levantou rapidamente. Indo diretamente para a sala de jantar, a comida já estava posta na mesa.
— Você parecia cansado, então decidi fazer um shabu-shabu frio.
(N/SLAG: Shabu-shabu é um prato onde você cozinha carne, verduras e cogumelos em um caldo quente e depois mergulha os ingredientes em um molho de limão chamado ponzu, muito usado na comida japonesa.)
— Oh, que bom. Hoje estava bem quente, até para outubro, e fazer cosplay também foi cansativo.
No entanto, havia algo que o incomodava.
— Por que só para mim?
Quando Masachika perguntou isso, olhando para a mesa com apenas uma refeição preparada, Ayano respondeu como se a resposta fosse óbvia.
— A empregada não pode comer na mesma mesa que o mestre.
— Não, por favor, coma também. Você faz isso o tempo todo.
— Hoje estou diferente.
— Quando você fala assim, parece meio legal.
— Por favor, não se importe se eu precisar ferver a carne novamente.
Dizendo isso, ela puxou uma cadeira, e Masachika não teve outra escolha senão se sentar. Ayano foi até a cozinha pegar o arroz na panela elétrica.
— Quanto arroz você quer?
— Ah, a quantidade de sempre.
Ela rapidamente trouxe o arroz, soltando-o de forma perfeita. Depois de encher mais o copo de água, ela naturalmente ficou em pé, em um ângulo atrás de Masachika.
— Itadakimasu. (OBRIGADO PELA A COMIDA!)
— Então, por favor, aproveite.
O shabu de porco e os vegetais crus estavam misturados com ponzu, enquanto Masachika os levava à boca. Quando combinados com o arroz branco quente, o resultado era uma colaboração perfeita na boca.
— Delicioso.
— Obrigada.
Sim, estava definitivamente delicioso. No entanto, Masachika ainda estava preocupado com os olhos totalmente negros dela. O guardanapo e os temperos eram entregues a ele no momento exato, a água e o arroz eram repostos, e os pratos eram retirados de maneira eficiente assim que ele terminava de comer. Teria sido o serviço perfeito, mas Masachika não conseguia se concentrar na comida.
Hmmm, isso deveria ser o normal desde quando eu estava na casa dos Suou... Eu sabia que meus sentidos estavam ficando mais comuns.
Enquanto pensava nisso, uma voz o chamou de um ângulo atrás dele.
— Mestre, se não se importar, gostaria de limpar seus ouvidos.
— Meus ouvidos?
— Sim.
Ao perguntar — Como prefere? — Ayano sentou-se na cadeira ao lado de Masachika e bateu nas próprias coxas, dizendo — Vá em frente.
Vamos ver... Eu não tenho escolha, certo?
Com os olhos completamente negros ainda o encarando intensamente, Masachika não teve outra opção senão não recusar.
— Então, vou aceitar sua oferta.
Ao dizer isso, Masachika deitou a cabeça nas coxas de Ayano, e imediatamente a maciez de suas coxas e o suave perfume de seu corpo estimularam suas narinas.
Ugh... Em vez disso, a combinação de alguém em um uniforme de empregada limpando seus ouvidos dá uma atmosfera suspeita...
Enquanto Masachika endurecia o corpo com esse pensamento, uma voz disse — Com licença — seguida pelo início da limpeza dos ouvidos.
Oh... mas, isso é meio bom também...
Ele não sabia quantos anos fazia desde que alguém limpou seus ouvidos, mas era melhor do que ele esperava. Os dedos finos de Ayano acariciavam levemente sua cabeça e bochechas, e a estimulação nos ouvidos, que era levemente cócegas com uma sensação formigante, era perfeita. No começo, Masachika quase sentiu um arrepio nas costas, mas a estimulação foi se tornando mais e mais agradável, e ele queria que aquilo continuasse para sempre.
Ohhhhh, tão bom... Que alívio...
O calor do corpo de Ayano contra suas bochechas e o conforto de ter seu ouvido limpo deixaram Masachika cada vez mais encantado...
E então a mão de Ayano se afastou.
— Sim, agora pode virar para o outro lado.
— Ah? Ahh…
Sentindo-se mais do que um pouco decepcionado, Masachika virou o corpo sem pensar muito. Então, depois de ter sua visão preenchida pelo uniforme de empregada de Ayano, foi quando ele finalmente disse: "Hmm?" Masachika pensou.
Hã? Isso não parece tão ruim do ponto de vista físico?
Embora fosse difícil dizer com o uniforme de empregada, se alguém pensasse calmamente, a ponta do nariz dele estava prestes a se enterrar no abdômen inferior de Ayano. Isso não é uma má ideia, não importa como você olhe? Assim que ele pensou nisso, a limpeza dos ouvidos começou novamente, e a sensação deliciosamente tentadora fez com que Masachika relaxasse mais uma vez.
Hã… Ah, melhor esquecer isso.
Com a cabeça solta, Masachika decidiu: "Se isso está incomodando, vou simplesmente fechar os olhos e deixar Ayano fazer o trabalho dela". O calor e a sensação do tecido do uniforme dela esfregando contra suas bochechas e a ponta do nariz fizeram Masachika sentir como se estivesse sendo gentilmente abraçado na cabeça. Ele estava em um estado de êxtase.
— Isso foi ótimo.
Depois de voltar para o quarto, Masachika murmurou para si mesmo. Aproveitando o fato de que Ayano estava comendo e não estava no quarto, ele absorveu a sensação agradável em seus ouvidos. Então, depois de um tempo de preguiça, de repente ocorreu-lhe.
Oh, é melhor tomar banho enquanto posso.
Naquele momento, Ayano provavelmente estava lavando a louça. A parte mais alarmante do Tempo de Super Serviço de Ayano (nomeado por Masachika) era o banho. Masachika já previa isso. Ele previu que, se fosse tomar banho quando as mãos de Ayano estivessem livres, ela própria diria: "Vou lavar suas costas".
A água do banho já deve estar aquecida, então, enquanto Ayano está fazendo o trabalho de casa, devo entrar rapidamente.
Tendo decidido isso, Masachika saiu do quarto com uma muda de roupa. Enquanto escondia as roupas atrás das costas, ele fingia que só precisava usar o banheiro e foi em direção a ele. Então ele colocou as roupas no cesto de roupas e se virou para fechar a porta, só por precaução, já que Ayano estava lá como de costume.
— Uau!
— Deixe-me lavar suas costas.
— Eu sabia!
Masachika retrucou e estalou a língua diante do desfecho previsível.
— Não, você não pode! Isso é uma má ideia!
— Sem problemas. Estou pronta para qualquer coisa.
Sem mover uma sobrancelha diante da recusa enfática de Masachika, Ayano começou a tirar o uniforme de empregada ali mesmo.
— Não, não, o que você está fazendo──
Enquanto ele dizia isso, o uniforme de empregada caiu no chão, e o que apareceu foi o maiô que Masachika havia visto na praia. Ah, e meias até o joelho com armas desenhadas nelas.
Uh, maníaca.
Enquanto Masachika tinha esses pensamentos idiotas, Ayano tirou suas "armas" e as meias também, e entrou no banheiro primeiro.
(N/SLAG: "Armas" refere-se às lapiseiras e lápis, seja lá o que for, que ela mostrou no volume em que Masachika ficou doente… Tem até uma ilustração. Procure que ninguém aqui é teu empregado. | Shisuii: calma moreno…)
— Oh, espere──
Antes que ele pudesse se segurar, a porta do banheiro se fechou, e Masachika ficou paralisado.
— O que, posso entrar sem me preocupar?
Baseado na situação anterior, parecia que Ayano não iria ceder de jeito nenhum. Se Masachika não entrasse, ela provavelmente ficaria esperando indefinidamente no banheiro.
Uh, argh… quero dizer, se ela está usando um maiô, deve estar tudo bem? Espera, por que ela tinha isso com ela desde o começo? Estava guardado no quarto da Yuki o tempo todo?
Embora fosse um mistério como o maiô acabou ali, o fato de que Ayano estava usando-o mostrava que ela tinha algum bom senso. De fato, até o momento, parecia que Ayano não havia feito nada indecente, e eram apenas suspeitas infundadas de Masachika. Houve um incidente durante as férias de verão em que Masachika acabou expondo Ayano uma vez, mas parecia que ela havia aprendido com aquela experiência. Então, talvez… estivesse tudo bem confiar em Ayano e segui-la até que ela estivesse satisfeita...
Bem, sim. Para ser honesto, a massagem e a limpeza dos ouvidos foram tão boas que agora estou até interessado na ideia de ter minhas costas lavadas.
Masachika nunca teve alguém lavando suas costas desde que se lembrava. Mas ele não conseguia deixar de ficar curioso sobre o que aconteceria se Ayano, que demonstrou tanta habilidade na massagem e na limpeza dos ouvidos, lavasse suas costas. Como resultado, depois de alguma hesitação, Masachika se despiu e enrolou uma toalha firmemente em torno da cintura antes de entrar no banheiro.
Então, ele calmamente disse a Ayano, que estava agachada atrás da cadeira do banho esperando por ele.
— Você pode só lavar minhas costas, mas depois disso pode sair imediatamente?
— Sim. Se quiser, quer que eu também lave seu cabelo?
— Hmm? Oh… então, por favor.
Masachika sentou-se na cadeira de banho, tentando não olhar muito para Ayano. Ayano então ligou rapidamente o chuveiro e começou a lavar a cabeça de Masachika depois que a temperatura da água subiu. E assim, a lavagem de cabelo começou primeiro...
Uau, sério? Isso também é tão bom…
Masachika achava que o serviço de lavagem de cabelo que você recebe após cortar o cabelo no barbeiro era agradável, mas isso era muito melhor. Os dedos esguios de Ayano mexiam em seu cabelo com uma força precisa, estimulando seu couro cabeludo e fazendo-o se sentir muito confortável.
— A intensidade está boa para você?
— Sim, está perfeita.
Fechando os olhos, Masachika concentrou-se na sensação em sua cabeça.
Poderia ser que a Yuki recebesse isso todos os dias? Se for assim, sinceramente, eu te invejo, irmãzinha. Não, mas com aquela quantidade de cabelo, Ayano teria dificuldade.
Enquanto pensava nessas coisas, o tempo feliz passou num piscar de olhos. E, como esperado, novamente, nada indecente aconteceu dessa vez também. Conforme prometido, Ayano lavou o cabelo de Masachika e enxaguou suas costas, depois saiu rapidamente do banheiro. Nunca houve um caso de — Certo, agora vamos para a parte da frente...
Acho que eu estava pensando demais.
Depois de tomar banho, Masachika se sentiu estranho e envergonhado no quarto. Ele estava muito envolvido em suas próprias fantasias ofensivas, motivadas pelas palavras de Ayano "servirei você com todas as minhas forças" e sua própria mentalidade otaku. Masachika ainda estava um pouco preocupado com os olhos sombrios dela e com o fato de que ela o chamava de "mestre", mas Ayano provavelmente só fazia o que costumava fazer com Yuki, independentemente da diferença de gênero.
Além disso, ela tinha preparado um maiô, levando em consideração que eles eram de sexos opostos. Ayano estava apenas cuidando dele tanto quanto podia com seu orgulho de empregada, mas esse cérebro otaku estragado estava todo desconfiado e cheio de fantasias duvidosas sobre ele...
— É, estou começando a me sentir um pouco como se quisesse morrer.
Em sua mente, o diabo Yuki o provocava: "Você estava realmente esperando algo mais, não estava? Hm? Seu pervertido sujo!" e o chutava, enquanto o anjo Maria argumentava: "Ele é só um garoto! Não tem como evitar!" enquanto Masachika refletia sobre suas ações. Então.
— Mestre, posso entrar?
— Ah, sim.
Houve uma batida na porta, e Masachika endireitou sua postura relaxada.
— Com licença, Mestre. Eu trouxe um pouco de leite quente.
— Ah, obrigado por ser tão atenciosa.
Quando Masachika levou a xícara aos lábios, a doçura do mel e do leite se espalhou levemente pela boca, e ele não pôde deixar de sorrir. De alguma forma, aquilo aqueceu seu coração, e Masachika agradeceu a ela naturalmente.
— Obrigado, Ayano.
— Não foi nada demais.
— Não, não é só isso, mas também por você sempre cuidar da Yuki.
— ?
Sentindo o olhar questionador de Ayano sobre ele, Masachika continuou a encarar a superfície do leite.
— Hoje, você cuidou de mim da melhor forma possível e sinto que agora sei o quanto você pensa na Yuki regularmente. Quando pensei em como você sempre se esforça para cuidar dela, não pude deixar de querer te agradecer — o sorriso de Masachika tornou-se um pouco amargo. — Na verdade, esse deveria ser meu papel, cuidar da Yuki e apoiá-la... realmente sinto que não sou um irmão mais velho bom o suficiente.
— Isso é──
— É verdade. Independentemente da razão, não muda o fato de que eu pressionei demais a Yuki ao deixar a família Suou pelos motivos errados. E, mesmo agora, estou tentando fazer da Alya a presidente do conselho estudantil, em vez dela, movido por sentimentos que nem entendo... Então acho que nem estou qualificado para te agradecer em primeiro lugar.
Dizendo isso, Masachika olhou para Ayano com um sorriso gentil, que trazia um pouco de amargura. Olhando diretamente nos olhos dela, Masachika falou com sinceridade.
— Ainda assim, obrigado. Você fica ao lado dela e pensa nela mais do que qualquer outra pessoa. Isso me deixa muito feliz. Espero que continue sendo a melhor amiga dela.
Com as palavras de Masachika, os olhos de Ayano se arregalaram. A luz voltou aos olhos dela e Ayano sorriu levemente.
— Não diga algo tão desagradável, Masachika-sama.
Masachika também sorriu em resposta à resposta calorosa. Um clima de calma passou entre eles, e Masachika tomou mais um gole do leite.
— Está delicioso. A Yuki também gosta disso?
— Sim. Ela gosta muito dessa receita.
— Bem... Agora que penso nisso, não ouvi muito sobre a Yuki de você.
— Contarei o quanto quiser.
— Ah, claro. Seria bom.
Eles sorriram um para o outro enquanto conversavam sobre Yuki por um tempo. Então, quando o leite quente de Masachika acabou, Ayano olhou para o relógio e se levantou da cama.
— Acho que está na hora de dormir.
— Ah, sim... Terei um dia ocupado amanhã. O leite quente me esquentou bem, então acho que vou dormir cedo hoje.
— Às suas ordens. Gostaria de outro copo?
— Estou bem. Obrigado.
Recebendo a xícara vazia de Masachika, Ayano piscou como se algo tivesse ocorrido de repente a ela.
— Oh, Masachika-sama.
— Hmmm?
— Gostaria de um travesseiro de peito?
— Você está estragando tudo, sua idiota!
— Yuki gosta bastante.
— Aquela minha irmã idiota!!
O grito de Masachika cortou o ar calmo. Então, o telefone de Masachika vibrou, e uma mensagem de Yuki dizendo "Desculpa" apareceu na tela.
...A propósito, Masachika recusou o travesseiro de peito. Ele ficou muito tentado, mas recusou com uma vontade de aço.
(N/SLAG: Novo fetiche desbloqueado | Azure: Melhor fetiche.)
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