Volume 6
Capítulo 10: Quero Agradecê-la e Me Despedir
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
A apresentação ao vivo terminou com um sucesso estrondoso. A plateia explodiu em aplausos e gritos, com alguns até brincando e pedindo um bis. Enquanto Alisa permanecia na linha de frente, foi tomada por uma sensação estranha. Já houvera algum momento em sua vida em que tantas pessoas direcionaram sorrisos para ela? Alguma vez já fora tão procurada por tantos?
Ah, então é isso.
Seria isso o verdadeiro significado de ser "recompensada"? Por tanto tempo, Alisa trabalhou diligentemente sem receber qualquer elogio. Ela acreditava que, enquanto reconhecesse seus próprios esforços, isso já era suficiente. Contudo…
Quando reúno coragem para seguir em frente, percebo que há muitas pessoas que me reconhecem.
De repente, Alisa sentiu algo quente brotando do fundo de seu peito novamente. Apertou os músculos ao redor dos olhos, como se tentasse conter, e inclinou profundamente a cabeça.
E, em meio aos crescentes aplausos, Alisa trocou olhares com seus quatro companheiros de banda antes de deixar o palco.
— Uau, isso foi incrível!
Assim que saiu do palco, o corpo de Takeishi tremeu enquanto ele exibia um sorriso brilhante, incapaz de conter a empolgação. Os outros quatro membros assentiram, com a energia ligeiramente elevada.
— Sim, sim. Foi realmente fantástico! E não é só bajulação, essa foi a melhor apresentação que já fizemos!
— Concordo, sinto o mesmo.
— Oh? Sayacchi, você está prestes a chorar?
— N-Não! Isso não é verdade.
— Ah, é mesmo? Tem certeza~?
— Ah, qual é! Nonochan, você é tão insistente! Ahh—!
Inadvertidamente usando um apelido informal, Sayaka mostrou uma expressão constrangida. Alisa aprofundou o sorriso e mais uma vez inclinou a cabeça.
— Obrigada, a todos. Por me reconhecerem como líder. Por me mostrarem uma visão de mundo tão maravilhosa.
Os outros membros da banda retribuíram suas palavras de gratidão com sorrisos.
— Essa frase serve para mim também! O show foi tão incrível porque a voz de Alya-san foi espetacular! Ah, claro, a Sayaka-san no baixo e a performance da Nonoa-san no teclado também foram realmente boas!
— Não consigo evitar sentir que você só está sendo educado. Bem, sim, foi uma apresentação que criamos juntos, com a colaboração de todos. Não há necessidade de agradecimento.
— Não, sério, eu não estou apenas dizendo isso—
— Bom, de qualquer forma, deixando o Takeishi de lado, eu também me diverti. Obrigada, Alisa.
— Obrigada também, Alya-san. Obrigada por assumir o papel de vocalista e liderar todos como líder da banda. Você foi realmente confiável.
— Com esse clima, não tenho base para dizer que gratidão é desnecessária, não é?
— Bem, se você coloca dessa forma, eu também não estou em posição de dizer... Ah, Kano~! Você viu a performance impressionante do seu nii-chan?
Alisa observou Takeishi com uma mistura de diversão e exasperação enquanto ele imediatamente corria para seu irmão mais novo ao avistá-lo na multidão. Nesse momento, a plateia percebeu Alisa e os outros membros da banda e apressadamente aproximou-se deles.
— Kujou-san! Você foi seriamente incrível!
— Nonoa-sama! Isso foi incrível!
— Kiyomiya-kun! Olhe para cá!
A multidão avançou, gritando de excitação. Hikaru instintivamente deu um passo à frente para proteger as integrantes da banda, mas até ele atraiu olhares intensos das fãs, causando uma expressão de embaraço.
— Ah, isso é constrangedor. Bem, Alisa, vamos repelir eles com algum fan service?
— Fan service? Hum, repelir?
Alisa piscou, confusa, com a abreviação desconhecida e a palavra de tom ameaçador. Então, Nonoa casualmente disse.
— Assim.
Com um gesto como se não fosse nada, ela de repente exibiu um deslumbrante sorriso de idol e piscou com um brilho encantador.
— Obrigada a todos~☆ Mas, desculpem? Se ficarmos aqui, isso vai causar outra comoção. Poderiam, por favor, abrir caminho para nós?
Imediatamente após serem cativados por um fan service perfeito, eles foram prontamente solicitados a se afastar. Em um instante, vários membros do público começaram a pedir para as pessoas atrás se moverem, dispersando a multidão.
— Viu, é assim que se faz, sabe?
— Bem, hum? Ah, desculpe, eu não... consigo fazer isso.
Sentindo-se insegura sobre conseguir fazer o mesmo, Alisa riu de forma constrangida.
— Mas, falando nisso, onde foi que o Masachika se meteu? Ele ainda está ocupado com o comitê organizador?
Naquele momento, Alisa também começou a olhar ao redor, após ouvir as palavras inesperadas de Hikaru.
Era isso, ela queria compartilhar aquela emoção e entusiasmo que transbordavam em seu coração com ele. O mundo para o qual ele a havia levado. Os amigos que ele a apresentou. O palco que ele preparou para ela. Ela queria transmitir esses sentimentos que havia conquistado ali para ele, naquele exato momento.
Masachika-kun!
Enquanto tentava conter seus sentimentos inquietos e deixava seu olhar vaguear, de repente, uma voz chamou a atenção de Alisa.
— O quê, sério!? Um duelo!?
Puxada involuntariamente por palavras tão chamativas, Alisa virou-se reflexivamente na direção delas. Lá, ela viu um estudante animado falando com uma garota ao seu lado, segurando um smartphone na mão.
— Ei! Está rolando um duelo no auditório! Um duelo de piano.
— O quê? Quem?
— Kiryuin e Kuze! Já começou!
O que chegou aos seus ouvidos foi o nome do garoto que ela estava procurando. Junto com a torrente de informações que inundaram sua mente, Alisa ficou perplexa.
Masachika-kun...? Um duelo? Um duelo de piano... Por quê? O que isso significa?
Ela deixou seu olhar vaguear, como se procurasse respostas em alguém... e, de repente, percebeu que Hikaru, bem à sua frente, estava paralisado, fixo em um ponto.
— Hikaru-kun? O que est―
Seguindo o olhar dele, Alisa avistou três pessoas com expressões complexas. Teve a intuição de que eram os ex-membros da banda de Hikaru e Takeshi.
— Hikaru-k―
— Vá, Alisa.
— Hã?
Alisa se virou ao ouvir a voz atrás de si e viu Nonoa olhando para ela com olhos meio fechados, preguiçosos.
— Você está preocupada com o Kuzecchi, não está? Estamos bem aqui, então vá.
— Certo, então, Kurazawa-senpai! Posso contar com sua ajuda?
Ao chamado de Sayaka, Kurazawa Shiu, a garota de óculos vestida como uma cavaleira, membro do Comitê Disciplinar, apareceu prontamente. Ajustando os óculos, ela falou.
— A guarda-costas de Alisa Kujou, certo? Posso fazer isso.
— Muito obrigada.
— Então, vamos abrir caminho.
Seguindo aquela voz casual, Nonoa explodiu com seu charme e fez mais pedidos para abrir caminho. Como a travessia do Mar Vermelho, a multidão se dividiu, criando um caminho estreito. Alisa seguiu atrás de Shiu, correndo.
Masachika-kun... Por quê?
Perguntas rodopiavam em sua mente. Junto a elas, um senso indescritível de inquietação e impaciência crescia, dificultando que Alisa organizasse seus pensamentos. Era como se Masachika tivesse ido para um lugar distante. Essa premonição sombria pairava no fundo de sua mente. Para dissipá-la, ela correu. Acreditava que essa inquietação era apenas imaginação, e que, ao vê-lo, toda sua ansiedade desapareceria. Com essa convicção, Alisa correu.
Com a orientação de Shiu, Alisa chegou sem dificuldades ao auditório. Parou um momento para recuperar o fôlego em frente à porta, antes de inclinar a cabeça em agradecimento a Shiu.
— Obrigada, Kurazawa-senpai.
— Sem problemas. Bem, então, vou voltar ao palco.
— Certo.
Separando-se de Shiu, Alisa virou-se novamente para as portas do auditório.
— Muito bem.
Respirando fundo, ela empurrou as grandes portas duplas e entrou. O que a aguardava era o silêncio. Em meio ao silêncio, o som de um piano ecoava. Era tudo.
Isso é…
A melodia que encontrou seus ouvidos era como o luar iluminando a superfície de um lago. Um espaço tranquilo, onde até o menor som parecia hesitante em se manifestar. Caminhando lentamente por aquele espaço, Alisa avistou o garoto que criava essa atmosfera.
Masachika, você…
Ele era o garoto que Alisa estava procurando; e ainda assim, não era. Era um Masachika que ela não conhecia. O Masachika que ela conhecia nunca revelava seus verdadeiros sentimentos dessa maneira. Ele sempre escondia suas emoções por trás de piadas bobas e seu comportamento habitual e brincalhão. Nunca havia exposto seu verdadeiro eu através de sua música, deixando tudo transparecer.
Pare.
Alisa percebeu também. Aquela música era uma canção de amor dedicada a uma única pessoa, e apenas a ela. Seus dedos dançavam sobre o piano, criando tons ressonantes, como se fosse toda a sua essência tocando a música. Seus sentimentos intensos de saudade e as mágoas que mantinha escondidas eram transmitidos. Alisa sentiu uma intensa inveja da pessoa para quem aquela música era dirigida.
Não! Não!!
Uma voz infantil explodiu dentro de seu peito. Ela queria tapar os ouvidos e fechar os olhos naquele momento. Não queria que ninguém mais visse o verdadeiro eu que ele estava mostrando. Ela não queria que ele mostrasse isso. Não para mais ninguém.
Eu deveria ser sua parceira. Eu deveria ser a pessoa mais próxima dele. Eu deveria ser quem mais conhecia Masachika!
Emoções indomáveis a dominaram, e ela não conseguiu conter os sentimentos transbordantes. Sem compreender totalmente a si mesma, Alisa sentiu vontade de chorar, de gritar, enquanto cerrava os punhos com força. Ele parecia distante. Mais distante do que nunca. Mesmo achando que podia estar ao seu lado. Mesmo achando que estava se aproximando de seu verdadeiro eu. Mais uma vez, ele voou sozinho para longe, muito longe.
— Мой Волшебник
(Meu Mago.)
O pequeno murmúrio de Alisa foi abafado pelo som do piano.
***
O sentimento de realização era algo que eu nunca entendi completamente. Era verdade que eu ficava feliz se meu avô me reconhecesse, se minha mãe me elogiasse, ou se minha irmã ficasse encantada. Isso eu entendia. Mas o sentimento de realização em si? Isso eu não entendia. Talvez porque… Em algum lugar do meu coração, eu sempre senti um vazio. E, desde que deixei a família Suou, esse vazio era tudo o que restava dentro de mim.
Passei meus dias carregando esse vazio na casa simples e rotineira de meus avós paternos. Um dia, enquanto assistia casualmente a um anime infantil na TV, percebi a causa desse vazio.
— Eu tenho um sonho! Não importa o quão grandes sejam os obstáculos, eu nunca vou desistir!
No programa de TV, o protagonista sem talento lutava desesperadamente por seu sonho. Mesmo aqueles que inicialmente zombavam de sua dedicação acabavam sendo atraídos por sua determinação inabalável e começavam a apoiá-lo. Ele enfrentava provas e tribulações, às vezes sofrendo derrotas, mas, através de sua forte paixão e esforços incessantes, alcançava um sucesso retumbante. Ele era, de fato, o protagonista. Todos o apoiavam, celebrando sua vitória conquistada com trabalho árduo. E ele, abençoado por todos, alcançava o final mais feliz ao lado da heroína que sempre o apoiara.
...Lutas, derrotas, paixão, esforço. Nada disso era familiar para mim. O que eu tinha era um talento excessivo e desperdiçado, passando por processos fáceis que lembravam subir de nível em um jogo. Mesmo que eu alcançasse o sucesso facilmente dessa forma, não havia sentido de realização. Quem apoiaria alguém como eu? Quem celebraria meu sucesso? Certamente, meu sucesso era algo que ninguém jamais desejaria…
À medida que o vazio crescia em meu peito, tornei-me indiferente a tudo. Foi nesse período, quando eu havia perdido toda esperança e estava consumido pela apatia, que ela me trouxe esperança. Ela apareceu como um milagre, minha heroína. Se ela pudesse me apoiar, se ela pudesse me celebrar, eu não me importaria com o que os outros pensassem. Seu sorriso era minha esperança. Somente o sorriso dela preenchia meu vazio. As memórias que eu uma vez selei profundamente em meu coração como algo desagradável revelaram-se falsas. Agora que anos e anos de mal-entendidos foram esclarecidos, sinto apenas gratidão por ela.
Então...
— (É por isso que cumprirei essa promessa e finalmente colocarei um fim em tudo. Para resolver o amor do passado e seguir em frente sem arrependimentos. Vou transmitir as palavras que não consegui dizer naquele dia, com um sorriso para aquela garota. Nosso encontro foi um milagre e nunca foi algo ruim. Com profunda gratidão e amor…)
— (Obrigado por tudo... Adeus.)
Sussurrando assim, enquanto retirava as mãos das teclas, Masachika fechou os olhos por um momento. Atrás de suas pálpebras, ele viu ela, usando o mesmo sorriso inocente de antes. Masachika não pôde deixar de sorrir, de forma amarga, diante de sua própria conveniência.
Sentindo-se um pouco renovado pelo fato de conseguir sorrir, ele se levantou após a ressonância final da música ter completamente desaparecido. Curvou-se para o público silencioso como se fosse natural e deixou o palco.
***
Depois que Masachika desapareceu nos bastidores, uma salva de palmas irrompeu, embora tardiamente. Em meio aos aplausos, Ayano continuava acariciando gentilmente as costas de Yumi sem bater palmas.
— Madame.
— Me desculpe... Me desculpe...
Com o rosto enterrado em um lenço, Yumi repetia suas desculpas enquanto soluçava, como se esmagada pelo arrependimento. Na parte de trás, onde não eram notados por Masachika, um grupo de pessoas alinhava-se e aplaudia.
— Quem é ele? Ele não parece ser um pianista desconhecido.
Um homem levantou a voz, mas ninguém respondeu. Alguns deles lançaram olhares inquisitivos para Gensei, mas ao vê-lo manter-se em silêncio, todos se calaram.
— No entanto, é uma pena.
Em resposta à voz de outra mulher, eles concordaram um após o outro.
— Sim, realmente uma pena.
— Mas ele não pode vencer algo assim, não há o que fazer.
Acenando gravemente com a cabeça para essas palavras, o homem mais velho pronunciou com uma voz fria.
— Reconhecemos sua coragem e ambição em causar tal comoção. Mas fracassar na etapa final torna tudo sem sentido.
Tendo dito isso, virou-se e chamou Touya, que tinha vindo como guia.
— Vamos voltar?
— Hã? Tudo bem não vermos o resultado?
— Não há necessidade de ver.
— Entendido. Por aqui, então.
E assim, eles deixaram o auditório seguindo Touya.
***
— Então, como acabei ganhando?
Ao sair pelo corredor do palco, Masachika resmungou. Depois de terminar a performance, passaram imediatamente para a votação por meio de mãos levantadas, mas o resultado foi completamente inesperado para ele. Afinal, estava bastante claro que Masachika havia vencido. Nem sequer foi uma competição apertada. Os professores e funcionários, que tentavam contar os votos, trocaram olhares como se dissessem: "Espera, isso não está óbvio só de olhar?"
— Masha-san, você fez algo por trás dos panos?
Masachika perguntou para Maria, que o acompanhava, cerca de um terço séria, e Maria inflou as bochechas.
— Eu não fiz nada, sabia? Que rude.
— Bem, quero dizer, sabe?
Enquanto sorria de forma irônica com uma atitude brincalhona, Masachika sentiu seu coração ficando gradualmente mais frio. Ele havia vencido. O fato de ter vencido apenas amplificava o vazio dentro de si.
Que droga, a vida é um jogo tão manipulado.
Com uma vitória que desprezava, Masachika sorriu sem vida. E então, Maria repentinamente mostrou uma expressão gentil e abraçou Masachika de frente.
— O-Opa?
— Obrigada por cumprir sua promessa... Foi uma performance maravilhosa, quase senti vontade de chorar.
— Entendo, fico feliz em ouvir isso.
Com as palavras de Maria, Masachika sentiu um pouco daquele vazio sendo preenchido. Embora ainda lhe faltasse um senso de realização por uma vitória tão injusta, o elogio de Maria, assim como antes, confortou seu coração. Com nostalgia, ele lentamente se permitiu relaxar e se entregou ao abraço de Maria com uma sensação de calma.
Não, espera, isso está ficando longo demais.
O abraço dela estava longo. Ou melhor, estava ficando cada vez mais intenso. Parecia que ela até estava na ponta dos pés e esfregando as bochechas contra ele.
Uh-oh, isso está ficando perigoso. É diferente de antes! A maciez e tudo mais, é simplesmente diferente!
Quando Masachika estava prestes a se afastar de Maria, sentindo que sua crise havia atingido o ápice, Maria de repente soltou o abraço por conta própria. Então, olhando para Masachika, que parecia aliviado, mas também um pouco desapontado, Maria sorriu inocentemente.
— Saa-kun, você é tão fofo♡.
— Ah, bem...
— Hehehe, eu ainda gosto do Kuze-kun, afinal.
— Ah.
De forma casual e sem falsidade, tais palavras alcançaram Masachika, que franziu o cenho reflexivamente. Vendo essa expressão, Maria misturou um sorriso levemente triste ao seu.
— Me desculpe. Eu só queria dizer isso. Não quis te incomodar.
— Não, eu...
Masachika hesitou, incapaz de continuar dizendo "Eu estou feliz", enquanto tais palavras ficavam presas em sua garganta.
Eu gosto da Masha-san como pessoa, mas... como pensei, ela é apenas diferente daquela garota, sabe?
Masachika não conseguia direcionar os mesmos sentimentos que tinha por Maa-chan para a Maria à sua frente agora. No entanto,
Mas eu resolvi meus sentimentos por aquela garota... talvez, algum dia...
Com esses pensamentos, Masachika olhou para Maria enquanto emoções complicadas pairavam dentro dele. Em resposta, Maria franziu ainda mais as sobrancelhas, parecendo cada vez mais melancólica, enquanto dizia.
— Bem, se...
Ela estava prestes a dizer algo quando, de repente.
— Masachika-kun!!
Uma voz aguda chamou de lado.
— Eh... Alya?
Surpreso, Masachika se virou para ver Alisa, vestida com sua roupa de apresentação ao vivo, com uma expressão extremamente urgente.
— O que houve? Aconteceu algo?
Preocupado com seu comportamento incomum, Masachika perguntou com uma voz preocupada, mas Alisa cerrou os dentes e engoliu as palavras.
— Hum, você poderia... ir até ali comigo?
— Hã, o quê...?
— Está tudo bem. Apenas venha.
Com um leve toque no ombro e um sorriso, Masachika foi instigado por Alisa e assentiu levemente antes de segui-la. Enquanto Masachika saía com ela, ocasionalmente olhando para trás, Maria acenou com um sorriso.
Então, murmurou baixinho em um tom levemente triste.
— Если бы мы только тогда дали должное обещание встретиться снова~ Но это было бы уже слишком, не так ли?
(Se ao menos tivéssemos feito uma promessa adequada de nos encontrarmos novamente naquela época~. Mas isso teria sido um pouco exagerado, né?)
***
— Usando manipulação e engano, apenas para ser completamente derrotado em sua área de especialidade... Que vergonha.
Sumire murmurou, enquanto estava ao lado do grande piano arrumado nos bastidores do auditório, depois de olhar o conteúdo do envelope entregue por Masachika. Sem realmente prestar atenção nela, Yusho colocou silenciosamente as mãos no piano, continuando a olhar para as teclas.
— E então, o que há com isso? Por que você está com essa expressão tão tranquila?
Yusho respondeu após um momento à pergunta um tanto solene de Sumire.
— Sumire-neesan... Eu ainda amo o piano, afinal.
— Oh, você finalmente percebeu isso agora?
Foi uma confissão bastante significativa do ponto de vista dele, mas Yusho riu enquanto Sumire respondia de forma tão casual.
Verdadeiramente, eu não consigo me comparar à Sumire-neesan.
Ele estava se enganando esse tempo todo. Fingia que tocar piano era apenas um hobby, convencendo-se de que não era algo a ser levado a sério. Fugiu de seus verdadeiros sentimentos, buscando algo para substituir tocar piano. Ele se convenceu de que herdar o legado de seu pai era o objetivo de sua vida. Mas ele não podia mais mentir.
Pela primeira vez em muito tempo, enfrentou o piano de frente, dando o melhor de si, e acabou sendo derrotado. Ele não podia deixar de reconhecer a paixão avassaladora que sentia pelo piano. A performance de Masachika era diferente de tudo o que ele já havia ouvido antes. Era um nível completamente diferente, como se não fosse a mesma coisa que ele fazia. O piano de Masachika chorava. Ele gritava.
Tecnicamente falando, Yusho não sentiu que tinha perdido. No entanto, ele não podia deixar de sentir que ser derrotado era o curso natural dos eventos. Havia algo na performance de Masachika que o fazia sentir isso. Ele ainda não sabia o que era, mas acreditava que deveria procurá-lo. Por ora, só podia lamentar por não ter enfrentado Masachika verdadeiramente em sua plena força.
Me desculpe, estive enfrentando você com sentimentos pela metade o tempo todo.
Como pedido de desculpas, ele tocou levemente as teclas do piano. A partir de agora, decidiu enfrentá-lo de forma mais sincera. Não sabia se teria outro confronto com Masachika no futuro. Mas, se acontecesse, não teria arrependimentos da próxima vez.
— Sumire-neesan.
— Sim?
— Eu... Eu estou pensando em tentar uma faculdade de música.
— Isso é bom, não é?
— Hã?
Yusho se virou quando Sumire respondeu de maneira tão casual. Então, Sumire olhou para ele com uma expressão genuinamente irritada.
— Já faz muito tempo que percebi que você realmente não deseja herdar o Grupo Kiryuin. Não se preocupe, deixe isso comigo. Eu vou herdar orgulhosamente.
— Ahahaha...
Yusho soltou uma risada seca em resposta à declaração confiante de Sumire.
— Entendi, você viu tudo, não é?
— Sim. Especialmente o seu hábito de tentar se distrair com outra coisa quando não consegue o que realmente deseja. É bastante óbvio.
— É mesmo?
— Sim. Desde que você era pequeno, quando os balanços estavam ocupados, você ficava artificialmente animado na caixa de areia, ou sempre que o sorvete de chocolate estava esgotado, você acumulava outros sabores…
— Uh…
— E ainda é o mesmo agora. Só porque a garota que você realmente gosta não presta atenção em você, você se cerca de garotas de quem nem gosta.
— Hã?
Yusho ficou sem palavras com as palavras de Sumire. Um suor frio de repente correu por suas costas. Ele nunca esperava que ela o entendesse tão profundamente...
— Eu não sei quem é a sortuda, mas, mesmo que você se cerque de outras garotas como provocação, ela não vai prestar atenção em você.
— Ah, é...
Yusho assentiu sinceramente com uma expressão séria enquanto Sumire balançava a cabeça, com uma mistura de exasperação e desapontamento. Uma mistura de alívio e arrependimento o dominava, mas ele respirou fundo para mudar seu estado de espírito.
— Bem, mesmo que eu diga que quero tentar uma faculdade de música... não é algo que eu possa decidir de imediato.
— Isso é verdade. Primeiro…
— Sim, primeiro vou conversar com meu pai... Embora ele talvez não aprove facilmente.
— Isso não é o caso.
— Hã?
Quando Yusho levantou a cabeça em resposta à negação inesperada, Sumire balançou o papel que segurava no envelope, agitando-o suavemente.
— Primeiro, você tem que raspar a cabeça, certo?
— Hã?
— Você fez algo travesso novamente, não fez? Se fez algo errado, deveria começar raspando a cabeça e depois fazendo um dogeza.
Ao ouvir essas palavras e ver a frase escrita no papel que Sumire segurava.
QUANTO AO INCIDENTE OCORRIDO NO FESTIVAL ESCOLAR DE HOJE, KIRYUIN YUSHO CONFESSARÁ O QUE FEZ NA FRENTE DE TODOS OS ALUNOS.
A bochecha de Yusho tremeu.
— Q-Que isso... na frente de todos os alunos?
— Claro. Você perdeu, afinal.
— Mas... raspar a cabeça e fazer a reverência não faziam parte das condições…
— Como um homem japonês...
Interrompendo as palavras de Yusho, Sumire apontou o dedo indicador diretamente para o peito dele. Em seguida, ela bateu levemente no peito dele, uma a uma, como se estivesse perfurando-o a cada toque.
— Raspe—Sua—Cabeça—E—Faça—Um—Do—ge—za. Desuwa.
Diante das palavras da prima, que ele não poderia de forma alguma aceitar, Yusho franziu a testa de maneira desafiadora...
— De—su—wa?
— Certo.
Diante do olhar de Sumire, Yusho assentiu obedientemente. De muitas maneiras, Sumire era sua maior fraqueza.
***
— Oi, Alya? O que aconteceu?
Apesar de ter perguntado à Alisa, de cabelo prateado, que caminhava firme à frente, ela apenas respondeu com silêncio e continuou a puxar sua mão. Estava assim desde mais cedo. Masachika não conseguia saber se ela estava brava ou ansiosa, e não conseguia entender o motivo de estar assim. Embora tivesse algumas suposições sobre o que poderia ser, ele não sabia se isso era realmente o caso.
— Ei, para onde estamos indo? A apresentação ao vivo foi bem?
Masachika tentou iniciar uma conversa, mas Alisa permaneceu em silêncio como sempre. Antes que se desse conta, chegaram à parte de trás do prédio do clube, uma área completamente deserta. Finalmente, Alisa parou e se virou. Então, assim que se virou, ela o encarou em silêncio, fazendo as bochechas de Masachika tremerem.
— Então você está realmente brava? Foi porque eu não pude ir ver a apresentação ao vivo? Ou foi porque fui sozinho desafiar um candidato adversário? Bem, desculpa, sei que estou apenas criando desculpas, mas teve um motivo adequado?
À medida que a distância entre eles se reduzia, Masachika deu um passo para trás reflexivamente. No entanto, antes que pudesse recuar mais, a distância entre os dois foi reduzida a zero.
— Oh, eh?
Alisa de repente o abraçou pela frente, apertando-o com força. Masachika, sem querer, soltou uma voz boba.
— A-Alya? Sério, o que aconteceu?
Completamente perplexo e sem entender a situação, Masachika perguntou enquanto Alisa permanecia em silêncio. Sem dizer uma palavra, ela apertou ainda mais suas costas, pressionando-o com força nos braços ao redor dele, apertando-o com força.
O que isso significa? Que tipo de sentimento é esse?
Primeiramente, ser abraçado por Alisa era uma experiência totalmente nova. Bem, em vez de ser abraçado, talvez fosse mais apropriado dizer que ela estava se agarrando a ele?
P-Por que ela está em silêncio? Ela está incrivelmente macia, posso sentir um aroma agradável, mas também há uma sensação de força. Isso é realmente a Alya? Será que ela mudou por dentro de alguma forma? E se eu baixar a guarda e começar a ficar todo meloso com ela e depois ela de repente abrir a boca e me morder...?
Justo quando estava pensando nisso...
— !? Ai!? Ai ai ai!?
Ele foi realmente mordido no pescoço, fazendo Masachika gritar de dor.
— Que diabos está acontecendo? Algum tipo de parasita? Alguém tomou conta do seu corpo? Ou você virou um zumbi? Se infectou com algum vírus de zumbi?
Mesmo enquanto sua mente confusa gritava isso, a sensação dos dentes cravando em seu pescoço desapareceu. No lugar disso, uma sensação macia o pressionava, e antes que percebesse, seu rosto estava enterrado no ombro dela.
— Alya?
Hum, o que é isso? Por que ela está como uma criança birrenta se agarrando aos pais com cara de emburrada?
Mesmo sem entender a situação, Masachika tentou acalmá-la, batendo suavemente em suas costas. Então, ele ouviu vagamente algumas palavras sussurradas em russo.
— Ты мой партнер, да?
(Você é meu parceiro, certo?)
Sussurrando essas palavras, Alisa apertou mais uma vez o braço dele. Depois disso, o abraço de Alisa continuou até que ela foi chamada por Touya em seu celular.
Este Capítulo foi traduzido pela Mahou Scan entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!
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