Volume 10
Capítulo 5: A Sessão de Compartilhamento de Segredos Começa
No dia seguinte, depois da escola. O grupo de sempre havia se reunido na sala do conselho estudantil, agora acompanhado de quatro novas adições: Takeshi, Hikaru, Sayaka e Nonoa. Ou seja, todos que haviam comparecido à festa de aniversário da Alisa estavam presentes.
De pé, de onde podia observar a longa mesa, Masachika olhou lentamente para cada um dos presentes.
Touya, sentado em seu lugar habitual na outra ponta da mesa, tinha uma expressão metade curiosa, metade preocupada, imaginando o que aconteceria desta vez. Ao lado dele, em seu lugar de costume, Chisaki lançava um olhar perspicaz aos quatro convidados — principalmente para Nonoa. Por outro lado, Maria, como sempre, distribuía chá alegremente a todos, sem demonstrar nada de diferente do habitual.
Takeshi ocupava a cadeira da Alisa, inquieto, enquanto Hikaru, sentado no lugar habitual de Masachika, parecia deslocado, desajeitado. Sayaka, por sua vez, ocupava o lugar da Yuki, mantendo uma postura calma e serena.
E, finalmente, no lugar usual de Ayano, Nonoa apoiava o queixo em uma das mãos, com uma expressão como se aquela cadeira fosse realmente dela.
Após confirmar os lugares, Masachika trocou um olhar com Yuki e Alisa, que estavam à sua esquerda e direita, respectivamente. Ayano, como de costume, ficava encostada na parede, quase desaparecendo no ambiente.
Então, ele abriu a boca para começar.
— Certo, obrigado a todos por estarem aqui hoje, mesmo com suas agendas ocupadas, blá blá blá e tal — começou ele.
— Ei, não pule as formalidades assim! — interrompeu Takeshi em voz alta.
— Muito bem, com essa entrada direta do Takeshi, vamos ao que interessa. O motivo pelo qual reuni todos vocês hoje é… — ele fez uma pausa, lançando um breve olhar para Alisa, que estava à sua direita, antes de continuar. — Para dar uma explicação completa sobre por que a Alya saiu no meio da própria festa de aniversário… e, além disso, para falar sobre o segredo que Yuki e eu estamos guardando.
— Um segredo…? — Chisaki franziu a testa, confusa, enquanto Nonoa ergueu uma sobrancelha, aparentemente percebendo a intenção dele. Maria e Sayaka, por sua vez, apenas observavam Masachika em silêncio.
Os três garotos, entretanto, lançaram-lhe olhares de questionamento.
Respirando fundo, Masachika abriu a boca novamente.
— A verdade é—
— Na verdade, nós somos irmãos e temos os mesmos pais♡ — interrompeu Yuki antes que ele terminasse a frase, abraçando seu braço enquanto fazia sua grande declaração.
— Kufu — um riso estranho ecoou pela sala.
……
Nesse momento, tanto quem havia jogado a bomba quanto quem a recebia se voltaram instintivamente para a fonte do som — Sayaka.
Lá estava ela, cobrindo a boca com a mão e abaixando a cabeça, escondendo a expressão.
Era… um espirro?
Masachika pensou, trocando um olhar com Yuki, que ainda se agarrava ao seu braço esquerdo, os dois inclinando a cabeça em perfeita sincronia, compartilhando uma expressão confusa.
— Kufu — ela emitiu o som estranho novamente. — Que preciosidade.
Eles então se voltaram silenciosamente para Sayaka mais uma vez, vendo-a tremer, ainda com a cabeça baixa, mas agora com os olhos afiados como lâminas, encarando suas almas.
Era aterrorizante, extremamente aterrorizante.
— Mm, sim. Sim? Hein, irmãos? Irmãos!? — Hikaru levantou a voz em choque, sendo o primeiro a processar a informação.
Isso fez os outros saírem do silêncio atônito, voltando-se para Masachika e Yuki.
— V-Vocês… espera, não, não vocês… vocês não são amigos de infância, são irmãos!? — reagiu Takeshi, levantando-se visivelmente agitado, chamando Yuki de "vocês" de forma casual enquanto as palavras saíam confusas.
— O que… v-vocês querem dizer com isso? — perguntou Touya.
— Irmãos de verdade…? Eh? Mas os sobrenomes de vocês são diferentes. Ah, espera, isso faz sentido se seus pais se divorciaram, né…? — acrescentou Chisaki.
Talvez por Hikaru e Takeshi terem reagido de forma tão explosiva no início, ou talvez por causa de sua maturidade mais refinada, Touya e Chisaki expressaram suas confusões com mais compostura.
Takeshi, por outro lado, ainda não conseguia superar o choque, segurando a cabeça incrédulo.
— I-Irmãos? Então vocês são irmão e irmã…? Isso não é uma piada, certo? — falou rapidamente. — Não, espera, sim, consigo imaginar você fazendo isso, Masachika, mas com a Suou-san… não consigo imaginar brincando do mesmo jeito… Espera, então por que vocês se chamaram de amigos de infância? Não disseram que eram amigos de infância?
— Calma, Takeshi. Vou explicar tudo direito. Por enquanto, apenas sente-se.
— Espera, hein? Então, quem é mais velho? — perguntou Takeshi. — Ou vocês são gêmeos? Não, não pode ser, vocês não se parecem nem um pouco…
— Sim, sim, entendemos — Masachika finalmente conseguiu fazê-lo sentar, controlando a enxurrada de perguntas de Takeshi, antes de tentar retomar a explicação. — Não, e antes de mais nada, até quando você vai ficar se agarrando a mim?
Ele então afastou Yuki de seu braço esquerdo.
— Eek~♡
Ignorando o grito excessivamente teatral dela, ele pigarreou levemente.
— Vamos ver… bem, antes de mais nada, eu sou o irmão mais velho; ela é a irmã mais nova… — disse. — Para simplificar, eu deixei a família Suou quando era criança e… bem, basicamente fui deserdado. Então, do ponto de vista da família Suou, eu fui tratado como se nunca tivesse existido.
— Como se você nunca tivesse existido… — murmurou Takeshi, chocado, enquanto Hikaru e Chisaki franziram a testa, e Touya e Maria mexeram levemente as sobrancelhas.
Decidindo ignorar suas reações por enquanto, Masachika continuou.
— E por causa disso, Yuki e eu éramos tratados como estranhos sem relação, pelo menos publicamente. É por isso que nos chamamos de amigos de infância. E sim, mesmo que não pudesse ser evitado devido às circunstâncias da nossa família, ainda sinto muito por ter enganado todos vocês. Desculpem por isso — Masachika explicou.
— Eu também gostaria de oferecer minhas sinceras desculpas — acrescentou Yuki.
Com isso, ambos — e Ayano também, por algum motivo — inclinaram a cabeça.
— Ah, não, não dava pra evitar se era assim, né? — disse Takeshi, rapidamente, um pouco atrapalhado. — Vocês não podiam fazer nada, certo? Então… hum, acho que vocês dois não precisam se desculpar? Ou melhor, é…
— São aquelas circunstâncias de adulto, né? Então, sim… não dava mesmo pra evitar, não é? — Hikaru concordou, com o mesmo tom.
Embora os dois ainda estivessem claramente tentando processar a situação, tentaram levar na boa. Touya e Chisaki, com expressões sérias, apenas assentiram.
— Sim, se é um assunto de família, é… — concluiu o primeiro. — Mas ainda assim… irmãos? Irmãos…
— Sim… Mas por que você está revelando isso agora, de repente? — perguntou o outro.
— Hum, como eu expliquei — Masachika levantou a cabeça e respondeu —, eu basicamente fui deserdado e não voltava à mansão Suou há anos… Mas durante o aniversário da Alya outro dia, quando Yuki estava com um resfriado e eu hesitava sobre se deveria visitá-la ou não, Alya praticamente me arrastou e me deu o empurrão que eu precisava. Ah, e foi nesse momento que contei a ela que Yuki é minha irmã mais nova.
— Ahhh~, entendi. Então, já que você tinha contado para ela, achou que essa seria uma boa oportunidade para contar para o resto de nós também, né?
— Sim, bem… algo assim. Alya basicamente me deu a coragem que eu não tinha, então também é meio culpa minha que ela tenha saído no meio do caminho…
— Não, bem, a gente não está mais preso a isso, então vocês também não precisam estar. Mas entendi… então foi isso que aconteceu, né…? — Touya cruzou os braços e resmungou pensativo, enquanto os outros pareciam compreender também.
Até que Chisaki de repente se virou para Maria.
— Aliás, Masha, você não parece chocada com isso nem um pouco. Pode ser… que você já sabia? — perguntou, olhando para Alisa com uma expressão que dizia claramente: "A Alya contou para você antes?"
Mas como Alisa não tinha feito nada do tipo, ela balançou a cabeça e olhou para a irmã com uma expressão de suspeita e confusão. Atraídos pela troca, Touya e Yuki também direcionaram olhares interrogativos para Maria… Enquanto isso, Masachika sentiu o sangue esvair do rosto.
Oh merda! Estava tão focado em explicar tudo que esqueci completamente que isso era inevitável! É isso, Masha-san já sabe sobre nós!
Além disso, o motivo pelo qual Maria sabia que Masachika e Yuki eram irmãos era porque ela o conhecia desde que eram pequenos. Se as coisas continuassem assim, até essa parte do passado acabaria sendo revelada…
Enquanto Masachika enfrentava uma crise mental induzida pelo pânico, Maria, totalmente impassível, deu seu habitual sorriso suave.
— Hmm~, só uma sensação? — falou calmamente. — Tipo, Kuze-kun e Yuki-chan de alguma forma sempre passavam essa vibe de irmãos quando eu os observava. Acho que eu senti esse tipo de atmosfera entre eles~.
— Que tipo de "vibe" é essa?
— Hmm, né~… Eles realmente se entendem e confiam um no outro, mas não há absolutamente nenhuma tensão romântica entre eles, eu acho~? Se alguma coisa, sempre pareceu que são família. E se você olhar bem, os olhos deles são super parecidos. Então pensei que, talvez, eles realmente fossem apenas irmãos~. Algo assim — explicou.
— Que dedução maluca… Não, mas agora que você fala, os olhos deles realmente são parecidos… hein? — respondeu Chisaki, inicialmente com uma expressão de descrença, antes de se resignar, aparentemente sem inclinar-se a duvidar das palavras de Maria, já que não era a primeira vez que ela dizia algo estranho.
— Huh? Eles são parecidos? Sério?
— Espere, agora que você mencionou… talvez sim?
— Hmm…
Os rapazes franziram a testa, olhando de um lado para o outro entre Masachika e Yuki.
— Como você consegue descobrir isso só pela "vibe"…? — murmurou Alisa.
— Não esperava que descobrissem só pela vibe que tínhamos… — murmurou Yuki, de forma semelhante.
Phew, Masachika respirou aliviado por dentro.
Mas então…
— Então, Kuzecchi, você sabia que a Maririn-senpai tinha descoberto tudo, né? — Nonoa soltou a pergunta repentina, paralisando Masachika por um instante.
— Eh… é verdade? — Alisa lançou-lhe um olhar cheio de desconfiança, seguida por Yuki, Sayaka e os outros.
Sentindo todos os olhares pesando sobre ele, Masachika encontrou o olhar de Nonoa, que o observava fixamente, e seus pensamentos giravam em alta velocidade.
Como ela… não, é porque eu não reagi à explicação da Masha-san de jeito nenhum! Droga, fui descuidado demais! Que diabos, sou um idiota!? O que eu faço? Finjo que não sei? Não, isso vai me deixar ainda mais suspeito depois de não ter reagido na hora!
— Ohhh, ela me perguntou sobre isso de forma bem casual antes, tipo: "Vocês são parentes?" — Masachika assentiu relutantemente, rangendo os dentes. — Foi tão do nada e ela perguntou tão casualmente que eu não consegui inventar uma desculpa… Quer dizer, foi basicamente o mesmo que aconteceu com você.
— Ah, entendi~ — Nonoa assentiu com um olhar relaxado, como se estivesse satisfeita. — Mas sério, você não contou para Alissa? Mesmo depois de vocês terem sido descobertos? Achei que você certamente teria contado assim que eu e Sayacchi descobríssemos.
— Huh, vocês também sabiam? — perguntou Takeshi.
— Sim. Bem~, eu conheci o Kuzecchi há muito tempo, sabe? Quando ele ainda usava Suou como sobrenome. Ah, e contei para a Sayacchi também.
— Sério…? — Takeshi fez uma expressão um tanto convencida, mas insatisfeita ao ouvir a explicação de Nonoa.
Masachika percebeu exatamente de onde vinha aquela insatisfação — era a constatação de que Nonoa e Sayaka, que não o conheciam há tanto tempo quanto ele ou Hikaru, descobriram seu segredo antes deles.
E, ao lado dele, havia uma garota cuja insatisfação era muito mais óbvia.
— Что это такое?
(O que é isso?)
Não era preciso saber russo para entender a mensagem. A força pura de sua irritação — por sua irmã ter descoberto o segredo de Masachika antes dela — praticamente emanava de Alisa.
Sentindo isso nitidamente, Masachika voltou sua atenção para Takeshi — ou melhor, para Alisa — e ofereceu uma explicação:
— Olha, só quero deixar claro… A primeira pessoa a quem contei isso voluntariamente foi você, Alya, tá? Nonoa descobriu sozinha, e a Masha-san também de alguma forma, então não tive escolha a não ser admitir, já que não dava mais para esconder delas… E, sinceramente, eu tinha esquecido completamente que a Masha-san já tinha descoberto até agora — ele justificou.
— O avô proibiu estritamente que onii-sama revelasse nosso verdadeiro relacionamento para os outros… Mas ainda assim, ser descoberto duas vezes é bem surpreendente. Acho que nosso laço de irmãos é simplesmente forte demais para ser escondido, não importa o quanto tentemos. Não concorda, onii-sama? — Yuki falou provocativamente, apoiando a bochecha em uma das mãos em uma pose pensativa, novamente agarrando o braço de Masachika e se encostando nele carinhosamente.
— Huugh! — Sayaka soltou um grunhido animado.
— Okaaay~, Sayacchi, vamos nos acalmar por um segundo~. Ah, não se preocupe com ela — ela é só uma fã hardcore mesmo, só isso — Nonoa cobriu casualmente o rosto de Sayaka com a mão enquanto falava, fazendo com que todos se virassem para elas, e os outros inclinaram a cabeça confusos com um "Fã hardcore…?" antes de voltarem o olhar.
Então, ao ver Yuki esfregando a bochecha no ombro de Masachika, Chisaki deu um sorriso forçado.
— Yuki-chan… Não está agindo meio… diferente aqui? — ela perguntou. — Uh, você sempre age assim com o Kuze-kun — ah, quer dizer, seu onii-chan?
— Sim, isso é verdade. Eu realmente amo muito meu onii-sama.
— É mesmo~? Agora entendi… — Chisaki ficou sorrindo de forma constrangida, claramente surpresa enquanto Yuki declarava seu amor fraternal em voz alta com um sorriso radiante, apesar de ainda manter seus modos formais.
Isso não é nada comparado a como ela realmente é…
Enquanto isso, Alisa lançou a Chisaki um olhar que praticamente dizia esse pensamento, mas ninguém percebeu.
— Uhhh, como eu coloco isso… — Hikaru coçou a bochecha com um meio sorriso preocupado, sem saber como reagir.
— Hah, hahaha… — Takeshi soltou uma risada seca.
— B-Bem, é… — Touya levantou a cabeça e assentiu vagamente em um gesto inexplicável. — Nem preciso dizer que vocês dois já costumam ser assim, mas… se comportem na escola, tá?
— Espera aí, Prez. É meio injusto fazer parecer que estamos sempre grudados em privado, sabe? — Masachika afastou Yuki de novo, percebendo que sua irmã estava tentando agir de forma grudenta para aliviar a tensão.
Que diabos você quer dizer com isso?
Alisa transmitiu esse questionamento com o olhar, mas ninguém percebeu novamente.
Sentindo de alguma forma aquela exasperação no ar, Masachika pigarreou para disfarçar.
— Ahem. Enfim… o número de pessoas que sabem que somos irmãos aumentou agora; pensei que seria injusto manter isso escondido por mais tempo. E decidi contar para todos vocês porque confio em vocês. Mas, por favor, estou pedindo de verdade — não contem isso para ninguém. É um assunto delicado envolvendo a família Suou.
Ao ouvir seu pedido, casualmente entrelaçado com palavras como "injusto" e "confiança", tanto Touya quanto Chisaki endireitaram imediatamente as expressões, dando acenos firmes.
— Sim, não se preocupe. Prometo que manterei suas circunstâncias para mim — assegurou o primeiro.
— Mm, deixa comigo! Serei sua testemunha! — declarou a segunda, orgulhosa. — E se alguém vazar isso, vou garantir que receba a punição adequada! Ah, se quiser, devemos fazer um juramento de sangue?
— Muito obrigado… mas, hum, não, toda essa história de punição e juramento de sangue não é realmente necessária… Quero dizer, vocês são todos amigos preciosos, afinal. Mas agradeço o gesto… — Masachika deu um sorriso nervoso para Chisaki, enquanto ela fazia uma pose forte, batendo o bíceps direito com a mão esquerda, seu tom brincalhão não escondendo a seriedade de suas palavras.
Takeshi e Hikaru, também um pouco inquietos com as travessuras dela, assentiram para Masachika.
— Não, sinceramente, ainda não consegui processar toda essa situação… Mas eu não vou contar para ninguém. É segredo de um dos meus melhores amigos, afinal.
— É, obrigado por nos contar. Prometo que não vou falar nada para ninguém. Pode ficar tranquilo, ao contrário do Takeshi, eu sei guardar segredo.
— Oi! Por que você fala isso como se eu não soubesse guardar segredo!?
— Yeeeah, não é tanto que você não saiba guardar segredo, mas… mais como que você é escorregadio? Parece que você sempre solta as coisas por impulso…
— N-Não, não, não, isso não é verdade, tá!?
— Diga isso com confiança, cara — Masachika interveio com um meio sorriso, enquanto Chisaki inclinava a cabeça estalando os dedos de forma ameaçadora.
— O que você quer fazer? Quer resolver isso agora, enquanto ainda dá tempo? — ela perguntou de forma ominosa.
— Sarashina-senpai!? — Takeshi exclamou. — O que você quer dizer com "resolver isso"?
— Tipo, garantir que você vá ter uma dor de cabeça intensa da próxima vez que tentar falar sobre isso…
— Você tá tentando me traumatizar ou quê!? Juro que eu não contaria pra ninguém mesmo sem você fazer isso!!
— Ah, tipo aquelas maldições que colocam em assassinos nos mangás? — comentou Masachika. — Sinceramente, fiquei curioso para ver como isso funcionaria na prática…
— Que diabos, Masachika!? Você tá de boa com seu melhor amigo tendo o cérebro bagunçado!?
— Vai saber, talvez liberasse todos os tipos de químicos no cérebro, e na verdade acabasse sendo incrível, sabe?
— Você tá de boa se eu fizer cara de ahegao!?
(N/SLAG: Expressão facial exagerada.)
— Ok, definitivamente não vamos deixar ele fazer isso, Sarashina-senpai — Masachika desistiu da ideia que Takeshi trouxe.
— Não, quero dizer, eu nem ia mexer com o cérebro de vocês, de qualquer jeito — Chisaki esclareceu.
— Meu cérebro?
— Em outras palavras, esse é o ponto, certo? — Masha interveio.
— Você pode não sair dizendo coisas estranhas de repente, Masha-san? — Masachika retrucou, olhando para ela com expressão séria.
— Mas já que a Chisaki-chan disse, então esse é o ponto chave, certo? — Ela respondeu com total confiança, levantando um dedo como se estivesse apresentando uma grande verdade.
— A-Acho que sim?
— Fufufu, como esperado de você, Kuze-kun — Maria riu satisfeita, e as veteranas de longa data de suas travessuras, Chisaki e Touya, finalmente pareciam entender o que ela queria insinuar.
— Eh? Você tá tentando fazer uma piada, Masha…? — Chisaki perguntou. — Parece avançado demais, eu não entendi direito…
(N/SLAG: A Masha faz um trocadilho com "miso", que significa tanto "pasta de soja" quanto "ponto crucial". Depois emenda com "shouyu", que é "molho de soja", mas soa como "sou yuu" ("dizer isso").
— Será que é mesmo? — Touya perguntou secamente.
Seus comentários pareciam ter dado uma pista para os outros também, com Sayaka empurrando os óculos para cima, enquanto Nonoa soltava um "Eita…" com olhar sonolento.
— O senso de humor da Kujou-senpai realmente é… — Hikaru sussurrou antes de se conter, enquanto Takeshi olhava para os lados, genuinamente confuso.
— Huh, huh, o que ela quer dizer? — perguntou ele, mas ninguém se prontificou a explicar.
Alisa estava com a mão na testa, enquanto Yuki mantinha seu sorriso sereno e imutável. Quanto a Ayano… bem, como sempre.
Qualquer um podia perceber que a atmosfera havia saído completamente do controle, mas Maria, alheia ou simplesmente despreocupada, deu um sorriso suave.
— Claro, eu também vou guardar o segredo — disse. — Não vou contar a ninguém que Kuze-kun e Yuki-chan são irmãos.
— Ah, certo. Quero dizer, você já guardou isso de todo mundo o tempo todo, Masha-san, então eu realmente não me preocupo…
— É mesmo~? Hmm, mas… Oh! Já sei! — Maria bateu as mãos de repente, como se tivesse tido uma ideia genial, sorrindo radiante. — Já que estamos falando de compartilhar segredos, que tal cada um contar um também~? Só um, vamos ver~, um segredo ligeiramente embaraçoso, talvez? Assim, se você vazar o segredo, significa que o seu próprio também será revelado~!
— O que você tá dizendo de repente…? — Alisa a repreendeu levemente, exasperada com a sugestão repentina de começar uma sessão de compartilhamento de segredos.
Mas quase imediatamente, Yuki levantou a mão.
— Meu onii-sama me dá um beijo todo ano no meu aniversário! — declarou orgulhosamente.
— O quê—ei!? Por que você revelou isso!? — Masachika gritou.
— Masachika, você realmente…?
— Sério, Masachika…?
— Huh, de verdade…?
— E-E-E-ESPERA UM SEGUNDO! Deixa eu explicar! Primeiro, é só um beijo na bochecha ou na testa! E mais importante, foi ela quem pediu em primeiro lugar!!! — Masachika tentou se explicar freneticamente, enquanto olhares de choque e leve horror o cercavam instantaneamente. — Não sei se ela tirou a ideia de algum filme americano ou sei lá! Mas em algum momento ela começou a dizer coisas como "Você deveria demonstrar seu amor em palavras e ações no meu aniversário pelo menos," ou algo assim. E então ela transformou isso em tradição! Eu juro!
— Então isso significa… Huh? Você também faz, Suou? Para o Kuze? — perguntou Touya.
— Sim, eu na verdade… — Yuki parou, o tom transmitindo a resposta enquanto, por algum motivo, tocava a bochecha e desviava o olhar com expressão envergonhada.
Ah, me dá um tempo com esse ato explícito já, — Masachika a observava com os olhos semicerrados, como quem dizia isso. Os outros, por sua vez, olhavam com variados graus de desconforto.
E então…
— Ggh… Ha-hack—!
Uma certa fã começou a apertar o nariz com uma mão, com sangue claramente escorrendo.
— Huh, Sayaka-san!? — Hikaru levantou a voz, assustado, chamando a atenção de todos, enquanto Chisaki se levantava imediatamente.
— Uou, você tá bem!? — perguntou ela, freneticamente.
— Ah~, ela tá bem~. Okaaaay, Sayacchi~, vamos continuar segurando esse nariz agora — Nonoa falou, ajudando Sayaka como se cuidasse de uma criança, enquanto esta continuava a deixar o sangue escorrer sobre a mesa com olhar estranhamente atordoado.
Nonoa então se voltou para Chisaki.
— Como vocês podem ver, Sayacchi é na verdade uma fã hardcore do Kuzecchi X Yukkii — explicou casualmente. — Ela fica animada sempre que os vê próximos~.
— H-uh… Entendi… — Chisaki respondeu.
— Espera, você era… assim, Sayaka-san? — perguntou Takeshi.
— Eu não tinha ideia… — comentou Hikaru.
— Sayaka-san…? — Alisa não conseguiu esconder seu choque.
Os quatro se viraram para olhar para Sayaka, com expressões que misturavam surpresa e espanto.
— Aliás, uma vez fui para a escola sem sutiã nem calcinha, no ensino fundamental — Nonoa acrescentou de repente, como se jogasse a confissão casualmente.
— Essa é seriamente embaraçosa!
A chocante confissão dela ofuscou completamente o comportamento bizarro de Sayaka, e todos os olhares se voltaram para Nonoa, incrédulos. Ainda assim, a própria Nonoa não demonstrou nenhuma vergonha enquanto continuava.
— Tipo~, sabe como houve aquela moda do "sem sutiã" lá fora por um tempo? — falou. — Acho que meio que tentei por causa disso? Mas meus peitos ficaram incomodando contra a roupa, então desisti depois de um dia só.
…….
A história dela foi tão brutalmente honesta que nem Masachika — nem qualquer outra pessoa — conseguia reagir. Um silêncio tomou conta da sala do conselho estudantil, enquanto o clima naturalmente se transformava em uma verdadeira sessão de compartilhamento de segredos.
Os que ainda não haviam confessado trocaram olhares nervosos e assustados.
Ela foi a primeira de propósito só para armar tudo isso… Essa garota…
Pensou Masachika.
Yuki estava ao lado dele com seu característico sorriso inocente e antiquado, escondendo o sorriso malicioso por trás — algo que Masachika praticamente podia ver.
Enquanto ele meio que alucinava com aquela imagem, a próxima pessoa se adiantou.
— Uh, uhhh, tá! Eu vou! — Chisaki levantou a mão, como se sentisse a pressão do clima. Todos os olhares se voltaram para ela enquanto ela mexia nervosamente os dedos, corando levemente.

— Tipo, sabe como muita gente usa frases sofisticadas e elegantes nesta escola, né? Eu ainda não entendia essas coisas no ensino fundamental… então, quando um garoto da minha classe disse, "Vou atirar em um faisão," eu…
Ela engoliu em seco, desviou o olhar e encolheu os ombros antes de continuar.
— Eu disse, "Oh, eu quero ver!" e, hum… o segui.
— Oof.
— Então, uh… o que aconteceu depois, Chisaki? — perguntou Touya.
— N-Nada! Ele disse que só ia ao banheiro no meio do caminho, sabe!? Eu não o segui de verdade até o banheiro ou algo assim! — Chisaki explicou freneticamente para o namorado, o rosto vermelho de vergonha.
(N/SLAG: 雉を撃ってくる (kiji wo utte kuru): "Vou sair para atirar em faisões" Só que, no uso real, não se trata de caça: é um eufemismo para ir ao banheiro.)
O clima, congelado pela revelação de Nonoa, finalmente começou a suavizar um pouco com esse deslize inesperadamente inocente.
E talvez porque Touya sentiu a chance de manter o ritmo ou porque não queria deixar a namorada de fora, ele pigarreou e levantou a voz:
— Isso mesmo, se estamos falando de segredos embaraçosos… certo, eu sempre lavo meus pés quando chego em casa, sabe…? Especialmente nos dias de verão, quando eu fico todo suado, né? Bem… às vezes, eu cheiro minhas meias logo depois de tirá-las.
— Eca… — Alisa expressou seu nojo.
— Huh, por quê…? — perguntou Chisaki, genuinamente confusa, fazendo Touya se encolher um pouco.
— Não, eu entendo vindo da irmãzinha Kujou, mas te ver reagindo assim meio que machuca, Chisaki… — admitiu ele, parecendo esperar que ela simplesmente desse uma risada com algo como um brincalhão "Eca, que nojo~"
— Não, Prez, pra ser honesto, eu entendo isso totalmente! — Takeshi levantou a mão e se ergueu ali mesmo.
— Ehhh…?
— V-Você entende, Maruyama? De verdade? — perguntou Touya.
— Sim! É tipo, sabe quando… você não consegue evitar cheirar algo mesmo sabendo que está com mau cheiro? Eu faço isso também — tipo depois das atividades do clube. Eu cheiro minha própria camiseta e penso, "Uau, cheira mal… mas isso só prova o quanto me esforcei hoje!"
— Eca…
— Está mesmo fugindo do assunto, hein, Alya? — Masachika deu um sorriso torto enquanto observava o rosto de Alisa se contrair, suas sobrancelhas franzidas de desconforto visível. Mas naquele momento, Touya se levantou, acenando animadamente como se tivesse encontrado um espírito afim.
— Eu te entendo, Maruyama! — exclamou empolgado. — Uma camiseta ensopada de suor é prova que você se esforçou ao máximo!
— Sim! Exatamente!
— Ahhh, entendi, acho? Se colocar desse jeito, pelo menos… Mas ainda assim, meias…? — Chisaki não conseguiu deixar de comentar, com uma expressão meio convencida, meio cética, seu tom vindo de um lugar entre compreensão e hesitação enquanto observava os dois começarem a forjar uma amizade apaixonada (e agoniante de assistir).
— Então… certo — Hikaru levantou timidamente a mão, olhando para baixo, envergonhado. — Na verdade, hum… eu costumava assistir aqueles animes de garotas de domingo de manhã… Sabe, aqueles tipo garotas mágicas? Eu assistia com bastante frequência até, hum, minhas séries finais do ensino fundamental…
— Huh, sério? Isso é inesperado.
— Eu não fazia ideia…
— Não, quero dizer, eu originalmente só assistia ao programa que passava antes, mas depois, sabe… uma coisa levou à outra, eu acho… — Hikaru se explicou enquanto Masachika e Takeshi olhavam para o amigo surpresos com sua inesperada confissão.
— Ah, eu também assistia a esses! — Chisaki entrou de repente na conversa. — Eles sempre parecem só coisas de garotas mágicas, mas no fim sempre resolviam tudo com garra e socos. Cara, esses animes eram bem interessantes, nééé~?
— Ah, sim. Basicamente era sobre amizade fervorosa e vitória. Tinha mais a cara de um shounen do que qualquer outra coisa, mesmo sendo só garotas.
— Impressionante como mais duas pessoas conseguiram se identificar de repente… — Masachika comentou em tom sarcástico.
— Bom, isso porque—ah! — Sayaka tentou entrar na conversa, mas acabou fungando o sangue do próprio nariz ao perceber que deveria ser uma otaku de armário, fazendo o vermelho ser sugado de volta.
— Okay, okay, Sayacchi~. Vamos nos acalmar agora, sem se empolgar demais — Nonoa logo a advertiu.
Masachika lançou um olhar na direção delas, com uma expressão que dizia exatamente o que ele pensava: Que diabos tá acontecendo ali?
— Bem então, acho que é a minha vez, né~? — Maria tomou a palavra. — Hum, isso… é realmente embaraçoso, mas…
Ela abaixou levemente a cabeça e apoiou as mãos nas bochechas, com um tom de voz que parecia anunciar algum segredo bombástico. Todos se inclinaram um pouco para frente, cheios de expectativa.
— Eu, na verdade… costumava achar que a água do mar era salgada porque os peixes suavam — confessou Maria com um sorriso envergonhado.
— O quê? — Masachika e Chisaki disseram em uníssono, antes de se entreolharem. Então Chisaki se voltou para Maria. — O que você quer dizer com isso?
— Eeeh~? Não entendeu~? Tipo, a água do mar é salgada porque os peixes suam dentro dela, né?
— Por essa lógica, então os rios também seriam salgados, não?
— Mas os rios estão sempre correndo, né~?
— Ahn?
— Então é como se fosse um chuveiro. O suor é levado embora, por isso eu achei que a água do rio continuava doce.
— Entendi.
— Não, Chisaki, você não deveria concordar com isso — Touya interveio, com um sorriso cansado. — Seguindo a lógica da irmã mais velha Kujou, quanto mais para baixo o rio fosse, mais salgado ficaria, já que o suor dos peixes de cima ia descer junto, né?
— Ah, verdade. É… é assim mesmo, né? — Chisaki acenou levemente, começando a se convencer enquanto Touya continuava.
— Mas peixes nem suam, pra começo de conversa… Não suam, né? — ele acrescentou, confiante, mas logo inclinou a cabeça em dúvida.
Masachika franziu a testa, encarando uma questão na qual nunca havia pensado.
— Acho que não… — assentiu com cautela. — Eles não têm glândulas sudoríparas, e provavelmente nem regulam a temperatura do corpo.
— Oh? Então por que a água do mar é salgada? — Takeshi perguntou, mas ninguém conseguiu responder de imediato.
Um silêncio tomou a sala, até que todos se enrijeceram um pouco, e então Masachika abriu a boca de novo, cauteloso.
— Não é… tipo, por causa dos minerais do solo que se dissolvem?
— Você quer dizer do fundo do oceano?
— Hmm. Não, não seria mais das montanhas e tal, carregados pelos rios? O fundo do mar tem alta pressão da água e tudo mais…
— Espera, isso não significa que a água do rio é basicamente só uma versão fraca de água salgada também? — Takeshi perguntou.
— Ééé… Não, pera… hmm? — Masachika travou de novo, sem saber como explicar essa parte.
Mas então Maria, com seu sorriso suave e etéreo de sempre, entrou na conversa:
— O Kuze-kun tá certo, sabia~? E o Maruyama-kun também. Os minerais das montanhas fluíram para o oceano e se acumularam gradualmente por um tempo muito, muito longo, e é por isso que o mar é salgado. E isso também significa que a água do rio contém um pouquinho de sal, sabia~?
— Ohhhh — todos exclamaram em coro, impressionados ao aprender algo tão óbvio, mas que nunca tinham realmente parado para questionar.
(N/SLAG: Cara? que porra tá acontecendo aqui. Todo mundo sabe pq a água do mar é salgada)
A sessão de segredos tinha de alguma forma se transformado num quadro de curiosidades. Até que Maria, com um sorriso suave, trouxe o rumo de volta.
— Certo então, Alya-chan. Agora é a sua vez de contar um segredo, né~?
— Hã?
Um passe certeiro, jogado casualmente para a irmã mais nova.
— Eu não tenho nenhum segredo embaraçoso nem nada disso… — Alisa se encolheu levemente sob todos os olhares voltados para ela. Ela deixou o olhar vagar por um instante, como se estivesse pensando, antes de cruzar os braços, erguer o queixo e assumir uma expressão orgulhosa e desafiadora.
— Eu sempre tento viver de uma forma da qual não me arrependa; não tenho segredos embaraçosos — declarou com firmeza.
— Ooooh — Touya, Takeshi e Nonoa deixaram escapar vozes impressionadas diante de algo que a maioria das pessoas nem teria coragem de dizer em voz alta.
Mas…
— Ora, é mesmo? Nesse caso, talvez eu devesse relembrar o que você comentou no outro dia — sobre se trocar na frente do Masachika-ku—
— Nmyaaaaa!!! — Alisa soltou um grito selvagem, quase animal, e se lançou sobre a boca de Yuki com uma velocidade surpreendente para tampá-la.
O grupo inteiro congelou, olhos arregalados diante da cena de Alisa perdendo completamente a compostura em menos de um segundo. E, pelo jeito que todos reagiram, parecia que ela também tinha sido um pouco tarde demais…
— Tro… trocar de roupa? Ei, não me diga que…? — Chisaki chegou imediatamente à conclusão certa, e a expressão de Alisa ficou dura.
— Ahhh, então, na verdade, teve uma vez que fui com a Alya quando ela saiu para comprar roupas novas — Masachika se apressou em levantar a voz para cobrir o assunto. — Acho que é disso que ela tá falando? Da vez em que ela se empolgou demais e começou a fazer tipo um desfile de moda na minha frente? Não é?
— Masachika-kun!? — Alisa virou-se para ele, chocada, mas ele lhe lançou um olhar rápido e sutil.
Não tinha certeza se ela tinha entendido o sinal, mas, depois de piscar algumas vezes, Alisa estreitou os olhos, ainda que de maneira um pouco dura.
— Q-Quêéé saco! Por que você contou isso!?
— Ah, desculpa. Achei que não adiantava mais tentar esconder nesse ponto.
Embora a troca fosse claramente forçada e nada natural, Chisaki ainda assim assentiu, antes de inclinar a cabeça em confusão por um instante.
— Ahhh, então era isso… Mas espera, isso nem é tão embaraçoso assim, né?
— Não não, ela tava realmente entrando no clima. Eu acho que seria bem embaraçoso, na verdade.
— Peraí, não foi tão ruim assim, foi? — Alisa insistiu, ainda tentando encobrir a verdadeira história.
— Haaah… — Chisaki suspirou. — Bom… de qualquer forma, Alya-chan, não tá na hora de soltar a Yuki-chan?
— Ah, certo… — Alisa hesitou um pouco, mas acabou retirando a mão da boca de Yuki com cautela. — Me desculpa, tá? Yuki-san…
— Não, eu que passei do limite. Peço perdão.
Ao contrário do que Alisa suspeitava, Yuki recuou imediatamente, oferecendo um pedido de desculpas calmo. Finalmente ela relaxou um pouco…
— Ah, aliás, daquela vez no acampamento de verão em que você saiu sem sutiã—
— Nnnnnggghhh~!
— Você quer dizer da vez em que ela só usou roupas sem marca, né!? — Masachika tentou encobrir Alisa pela segunda vez. — Quero dizer, se combina com a pessoa que tá vestindo, quem liga pra marca!
— E-Exato!
— E daquela vez em que sua blusa ficou toda transparente lá no depósito de educação física—
— Nnnnnggghhh~!!!
— Ah, você quer dizer da vez em que a blusa dela ficou presa num lugar estranho e ela ficou se debatendo! Aquilo foi bem engraçado de assistir!
— Não é meio maldoso dizer isso, Masachika-kun!?
— Hipno—
— Nmuuuuugh!!
— Você quer dizer a vez em que ela foi hipnotizada na hora, mesmo depois de zoar esse negócio de hipnose, né!?
O mesmo ciclo se repetiu várias vezes: Yuki soltava bombas uma atrás da outra, Alisa desesperadamente tentava calá-la, enquanto Masachika corria para encobrir tudo.
— Éééé… — Touya deixou escapar um gemido estúpido enquanto assistia à cena. — Acho que finalmente entendi a dinâmica entre esses três.
— Pelo menos dá pra ver que o Masachika tá se matando aqui…
— Pois é. Talvez seja melhor a gente nem questionar mais isso…
— A Alya-chan tá tão animada assim~. Fufu — Maria riu baixinho.
— Hum, será que é assim mesmo que você deveria reagir como irmã dela? — Chisaki perguntou. — Mais importante, será que a Alya-chan tá mesmo de boa com a rival dela sabendo tanto podre assim…?
Enquanto os veteranos e amigos reagiam cada um à sua maneira, Alisa finalmente desabou, praticamente gritando em desespero.
— Meu apelido no primário, no Japão, era Tundra! Pronto, estão felizes agora!?
— Isso foi… meio do nada… Mas sim, faz sentido.
— Ei, não concorda com isso, Masachika-kun!?
— Quero dizer, crianças do primário inventam apelidos bem criativos às vezes, não é?
— O que você quer dizer com isso, seu… — Alisa começou a dizer, aproximando-se de Masachika.
— Nmph!
Talvez por ter ficado sem energia — ou por qualquer outro motivo naquele ponto —, ela largou a boca de Yuki e agarrou as bochechas de Masachika, puxando-as para os lados. O gesto infantil deixou Touya e os outros boquiabertos, enquanto Maria sorria ainda mais carinhosamente.
Depois de alguns instantes, talvez por perceber os olhares que recebia, Alisa rapidamente se recompôs, tentando retomar a postura — mas já era tarde demais.
Um ar indescritivelmente constrangedor pairava pela sala do conselho estudantil.
— Uhhh… Bom, então, acho que só falta o Takeshi? — Masachika passou o bastão, ainda segurando as bochechas que Alisa havia puxado.
— Hã, eu!? — Takeshi se sobressaltou, apontando para o próprio rosto. — Não, pera, eu já tinha contado alguma coisa junto com o Prez agora há pouco, não foi!?
— Aquilo foi só você emendando na confissão dele. Não conta.
— B-Bom, se você vai dizer isso, então e voc—
— Eu sou o cara que reuniu todo mundo aqui pra revelar todo o meu lance de família em primeiro lugar.
— Ngh, guh…
Encurralado para mais uma rodada de confissões quando já tinha baixado a guarda, Takeshi fez uma careta de agonia.
— Manda logo um grande final, Maruyama-kun! Algo bem empolgante! — Chisaki entrou na conversa animadamente, tentando aliviar o clima.
— Ah, isso mesmo! Vai, conta uma história digna de fechar com chave de ouro! — Touya se juntou também, e agora tanto o presidente quanto a vice do conselho o pressionavam.
Takeshi rapidamente se viu encurralado.
— Qu-quêêê~?
Soltando um gemido lamentável, ele lançou o olhar em volta da sala como se buscasse socorro, até que seus olhos pousaram em Sayaka, bem à sua frente…
Alguns segundos depois de encontrar o olhar dela — ainda com o lenço pressionado ao nariz —, Takeshi se levantou com uma expressão resoluta no rosto.
Com todos os olhares da sala fixos nele, cheios de expectativa, Takeshi respirou fundo.
— Eu na verdade gosto da Sayaka-san!!!
O tempo parou.
Todos congelaram, olhos arregalados, e o lenço escapou da mão de Sayaka.
Alguns segundos se passaram…
— Não é hora pra isso!!! — Masachika e Hikaru gritaram em perfeita sincronia.
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