A Mansão de Alamut Brasileira

Autor(a): Safe_Project


Volume 2 – Arco 4: Federação de Solum

Relatório 34: Bem-Vindos à FESOL!

                                                                                                    

01 de Fevereiro de 1998, 8:00 da manhã

                                                                                                    

Mês de fevereiro começou, para alguns marcava o fim das férias de fim de ano, já para outros; o início de uma nova fase em suas vidas!

Caminhando triunfante pela rodoviária lotada, a figura que se destacava pela cartola em sua cabeça atropelou toda e qualquer figura que se colocasse em sua frente, nem mesmo a vistoria foi capaz de parar aquele olhar que, em suma, mirava apenas uma direção e sentido.

— CARAI~! Até o céu é meio diferente! — Hector soltou a bagagem pesada, abriu os braços e inspirou profundamente. — Ah! Cheiro de… poluição!

Levando uma das mãos ao bolso direito do sobretudo, um papel de aparência rabiscada reafirmava o seu objetivo final neste lugar. Após guardar o endereço na cabeça, buscou o primeiro táxi que encontrou no caminho.

Invadindo o veículo, logo disse: — Aeroporto Velha Ponte, por favor.

A viagem começou sem mais delongas. Dirigindo pelas vias delimitadas ao seu tipo automóvel, o velho foi capaz de levar Hector sem muitos problemas para seu destino.

Chegando ao Aeroporto, o cartola notou uma maior movimentação. Pessoas de olhos levemente puxados e de pele branca faziam presença, assim como aqueles de coloração comumente mais parda e que esbanjavam um sorriso característico no rosto. Solis e Santa Estrela, respectivamente. Não apenas de Utopia, havia gente de todo lugar reunido ali.

A concorrência estava grande! Apenas um motivo para o rapaz de olhos esmeralda brilhar ao ponto de cegar seus oponentes. Não apenas ali, provavelmente mais Aeroportos perto das fronteiras estavam neste mesmo estado, todos com tripulantes convergindo para um único ponto em comum.

“Certo~! É agora que o negócio fica bão!!”

Indo até as checagens para embarcar em seu voo, o aventureiro de cartola iniciou sua mais nova jornada; mais que competitiva.

Destino? Nada menos que o Centro de Operações do Exército, também conhecido como Central de Fantoches!!

.   Duas

.   Horas

.   Depois

Mais do que um Aeroporto, isto poderia ter a proporção de uma CIDADE INTEIRA!! Pela janela do veículo aéreo, Hector teve o primeiro vislumbre do lugar que, a partir de hoje, chamaria de casa.

Não era muito diferente do que esperava, exceto pelo tamanho mesmo. Logo que desceu da aeronave junto dos outros passageiros, seus olhos caíram sobre as incontáveis construções… inusitadas para uma base militar. Hotéis, lanchonetes, até mesmo fliperamas!!

As pedras verdes em seus olhos brilharam como nunca antes, apaziguadas pelo chamar de atenção de um homem fardado.

— ATENÇÃO, EU DIREI APENAS UMA VEZ! Todos os recrutas devem deixar seus pertences em seus devidos alojamentos. — Enquanto falava, um outro homem providenciava as chaves a cada um. — Apresentem-se neste mesmo local em quarenta minutos para a cerimônia de entrada, é obrigatório que estejam trajando a farda!!

Ele bateu o pé e saiu da postura dura, se retirando para um camburão logo em seguida, no qual desapareceu base à dentro.

Os novatos, após alguns curtos segundos de confusão, processaram seus deveres e seguiram na direção apontada pelos guias. Era agora! Pensava o cartola, internamente se coçando ao pensar em trocar seu sobretudo por uma farda.

No caminho até os quartos, mais aviões foram chegando. Pelo perímetro, tropas organizadas marchavam em direção à muralha que demarcava o território da base, ao mesmo tempo que outros fardados vigiavam do auge da mesma.

 

 

Chegando naquele condomínio, Hector surfou na onda feita de pessoas até ser convenientemente arrastado para o andar de seu quarto. Uma verdadeira surpresa! Geralmente era ele o responsável por arrastar ou atropelar.

Quarto numero 6153, bem… alto. A dúvida do número exato de pessoas por ali atingiu-o, mas foi superada rapidamente pela curiosidade que emergia em todo o corpo.

Abrindo a porta, deparou-se com…!!

Ah, é só um quartin padrão. Bem bosta, na verdade.

Beliche de madeira e colchão fino, paredes somente rebocadas, porta de banheiro com uma tranca de confiabilidade no mínimo duvidosa.

Isso era realmente o esperado de um concurso INTERnacional? Talvez fosse apenas o exército querendo passar imagem de dureza. Clássico.

Meh! Independente de como me tratarem, é só botar pra fuder como sempre faço!

A maliciosidade no olhar podia ser vista de longe. Um golpista, diriam.

— Você é um golpista por acaso?

WOAH?! A cartola quase ultrapassou o teto no teto no salto que dera. Tá doido, maluco?! Virou-se furioso, encarando o invasor.

Um homem um pouco mais alto, de cabelos ruivos puxados para um fraco dourado contraposto pelo castanho de seus olhos ansiosos que decoravam o rosto meio alongado. Sua roupa se resumia num terno e sapatos cor de lama. Era como se um personagem de Thriller antigo estivesse diante de seus olhos.

— QUE-QUEM É VOCÊ, DESGRAÇA!?

Após o salto, procurou a certeza de que falavam com ele. Para seu azar, era.

— Victor…!! E você é?

Aquela expressão! Ele não genuinamente queria dizer seu nome. Era óbvio! Todos estavam competindo, até a mínima informação era crucial, até a cor da roupa íntima (Jovens místicos estavam por toda a parte)!

Em seu caso, no entanto, não havia o que temer. De corpo e honra invioláveis, Hector passaria por cima de qualquer dificuldade.

— Hector! Hector Wanderlust. Sou formado em três áreas diferentes do Direito e considerado gênio de onde vim!!!

Ba-Bah~, parabéns. 💧

— Mas e então, Victor? O que exatamente você procura aqui? Se estamos no mesmo quarto, eu poderia dizer que você também tem interesse na Fantoches?

O cartola inclinou na direção do outro, este que deu um passo para trás. Hector respeitava o direito ao silêncio, mas o olhar afiado obrigava qualquer um a confessar mesmo crimes que nunca cometera.

— Sim… Eu tô aqui pra entrar na Fantoches — disse coçando a cabeça. — O nome não é lá muito convidativo, mas o salário me atraiu muito.

Tsc! O estalo acompanhou uma atmosfera densa. Encarou fixo seu novo colega de quarto com olhar estreito.

— Pessoas que buscam apenas dinheiro nunca terminam bem, eu mudaria esse pensamento antes que seja tarde demais!

Virou um filósofo do nada? A pergunta estava estampada em seu rosto, mas Victor se contentou em assentir com a cabeça e dizer: O-Obrigado. Finalmente, abandonou sua bagagem em um canto do quarto.

De repente, uma interferência trouxe as atenções para o corredor de concreto. Pelos alto-falantes nas paredes, a voz do militar de antes trovejou contra os recrutas.

QUINZE MINUTOS PARA A CERIMÔNIA DE ABERTURA!!!

Talvez pelo tempo ou pelo tímpano estourado, todos se agitaram dentro do prédio. De todas as coisas, calma era algo que esta rotina nunca iria ser.

.

.

E de volta à pista de aterrissagem, Hector conseguira ter uma real noção de quantas pessoas estavam ali com as mesmas intenções que ele.

Ainda que toda a área fosse destinada ao esquadrão Fantoches, não havia um fim (muito menos limite!!) para os grupos de fardados.

Centenas? Milhares? Não duvidaria que alcançasse pelo menos um milhão de recrutas.

Victor, por sua vez, apenas passeava o olhar entre aqueles ao seu lado. Dentre todas as pessoas, claro que o maluco da cartola estaria logo à sua esquerda, apesar de que desta vez não a usava.

Hector se coçava ferozmente. Sem seu chapéu, parecia estar nu. A essa altura ele estava branco, mas ficaria anêmico quando passaram raspando o cabelo de todos. Enquanto todos eram calvados, a apresentação que tanto esperavam finalmente começou!

À frente de todas as pessoas, cercado por militares cujas fardas podiam ser resumidas em medalhas, uma figura peculiar e chamativa deu as caras.

Diferente de todos, trajava uma roupa inteiramente branca. Um terno que destacava apenas uma gravata amarela.

O cabelo curto combinava com o adereço do pescoço. Seus olhos azuis refletiam um oceano na alma daquele que os encarava, mergulhando em abismos escuros e imersos no desconhecido.

Ele ergueu a cabeça brilhantemente e um Yo~ foi a primeira coisa que se ouviu pelo microfone.

— É um enorme prazer ver que tantas pessoas estão dispostas a ajudar a humanidade e suas próprias nações a se desenvolverem!

Sua alegria contagiante fez sorrisos brotarem no rosto dos recrutas. Porém, era inevitável que aqueles que nunca o haviam visto antes tivessem uma sensação estranha. Sim, era o normal de se sentir quando diante de uma figura incompressível.

— Meu nome é Alex ThunderGold! Sejam bem-vindos a FESOL!!

 

 

 


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