A Lenda do Destruidor Brasileira

Autor(a): Pedro Tibulo Carvalho


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 7: Um estranho encontro

Após essas palavras, o elfo negro começou a caminhar em direção do beco, o humano atrás de si não conseguia conter as emoções. Não entendia como ou porque alguém mataria friamente outro de sua raça dessa forma… apenas sabia que a sua visão estava vermelha de tanta raiva. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, foi atacado por outro cidadão da Vila.

Esse era um Meio-Orc, com duas manoplas em suas mãos. O jovem teve que desviar de mais e mais golpes vindos do Monge. Tudo enquanto via o elfo negro sair dali, sem poder descontar sua raiva no assassino. Irritado, usou sua espada para tentar cortar o Meio-orc, mas o mesmo usava suas manoplas como proteção, além de sorrir com clara arrogância.

Desviou de mais dois socos e então tentou uma estocada, que, para sua frustração, foi repelida pela manopla.

Com um movimento de corte, impediu que um soco acertasse seu rosto e afastou-se do Monge, cujos golpes eram rápidos demais para que pudesse bloquear normalmente.

O Meio-Orc correu contra o jovem, que usou um ótimo trabalho de pés para desviar para o lado.

“Forma básica, falcão ascendente!” Sua espada foi em direção do lado do seu adversário, com clara intenção de feri-lo. Sua raiva era tanta que não pôde imaginar o que viria a seguir.

O Meio-Orc ignorou a dor e tentou um soco contra Ethan, que usou o pomo da arma para redirecionar o golpe e continuou o golpe naturalmente. A última coisa que o monge viu foi o fio da espada, que se aproximava de seus olhos em uma imensa velocidade e que conseguiu cegá-lo.

Com um grito, caiu no chão e segurou seus olhos, que sangravam. Nisso, o rapaz olhou para o seu adversário caído e para o fio de sua espada, que estava coberto de sangue, com pavor claro em sua expressão.

Ele cegou alguém… acabou de tirar a capacidade de alguém funcionar corretamente… não matou o Meio-Orc mas, sabia como era essa cidade, não seria difícil imaginar que ele não sobreviveria. Não pôde se sentir culpado, nem conseguiu buscar o ladino de antes… visto que mais cidadãos foram contra ele, dessa vez em grupo.

 

Após muita luta, para o alívio do rapaz, enfim havia chegado na taverna. Sangue pingava de sua espada, e mesmo que sua roupa estivesse um pouco suja, não havia ferimento algum em seu corpo, mas o seu olhar morto mostrava o quão exausto estava e o quão pesada era a culpa que carregava nos ombros.

Ao entrar no local, todos os olhos desconfiados dos clientes foram até si, e o rapaz usou um movimento rápido para limpar sua arma e guardá-la na bainha. Caminhou até o Taberneiro e pediu um quarto enquanto ignorava a animosidade dos outros.

‘ O Taberneiro entregou a chave para si, e o rapaz subiu as escadas e foi até o quarto 102, que estava arrumado. A madeira das paredes, um tanto desgastada — mas de uma forma confortável para o rapaz —, junto a cama, davam uma atmosfera agradável para o lugar, e Ethan suspirou com certa tranquilidade, algo resultante da temperatura, que fora ajustada pelas runas mágicas para ser do seu agrado.

Pôs sua espada ao lado de sua cama e então tirou sua camisa e se deitou, satisfeito com a maciez, que o fizera esquecer do que ocorrera antes. Caiu no sono e seus sonhos, como sempre, atormentaram-no com a risada maligna de Agar e a visão infernal do eclipse no vilarejo.

Acordou no meio da noite e foi até o banheiro do quarto, para sua irritação, cuspiu o líquido negro dentro da pia, que teve o mármore desmanchado e descolorido. Praguejou em clara irritação ao ver rachaduras aparecerem.

Pegou uma esponja da banheira e começou a lavar de forma nervosa a pia. O que o deixou ainda mais irritado foi o fato de que o líquido fez o material apodrecer. O rapaz largou o objeto, temeroso que aquilo se alastrasse em seu corpo.

Após alguns minutos, o líquido perdeu as forças e deixou a pia podre e envelhecida. Suspirou pesarosamente ao perceber que as noites sem sono estavam de volta.

 

Amanheceu na Vila dos Ladrões, e Ethan saiu do banho, com um bocejo que escapou de seus lábios. Seu corpo estava encharcado de suor, e precisava desesperadamente de uma ducha. Viu a runa na parede e, com um sorriso maravilhado, mais uma vez contemplou a maravilha que era a magia.

As runas eram algo conveniente e que, quando descobertas, permitiram que a humanidade avançasse muito. Muitos não sabiam de onde elas vieram, apenas que a União Mundial das Nações Livres mantinha a origem censurada, algo normal.

Vestiu-se com calma e tranquilidade, pôs a Bento na cintura e saiu do quarto, os passos temerosos ainda refletiam as lembranças do dia de ontem. Faminto, seus pés o guiaram até a cantina da Taverna, e pôde enfim reparar a tensão no ar. Era estranho ver tantas pessoas felizes e relaxadas, mas que ficavam mais e mais desconfiadas tão rápido sempre que alguém entrava ou saia do lugar.

Sentou-se num banco em frente ao balcão, sentiu o banco duro e sem qualquer acolchoamento, tal qual o ambiente do local. Achou apropriado, visto que a cidade como um todo era um lugar difícil de se viver.

O banco também era alto, de forma que, se alguém mais baixo ou com um condicionamento físico pior que o dele sentasse ali, teria dor nos joelhos de tão desconfortável. Os arredores, agora que pôde perceber, tinham um cheiro forte de álcool. Uma banda tocava uma serenata, que não parecia fazer nada para acalmar os ânimos.

Tocou algumas vezes na madeira do balcão, sentiu-a ressoar consigo e ficou mais relaxado. O ambiente, por mais tenso que fosse, tinha um ar caseiro, que só era estragado pelos diversos Ladinos que estavam ali.

O rapaz reparou nisso também.

Sabia que era a vila dos ladrões, mas a quantidade de Ladinos que havia no lugar, em relação a outras classes, era absurda. Até mesmo os que não tinham um físico ideal.

Não pôde deixar de lembrar do meio-orc de ontem. Era um Monge, provavelmente um que fora enviado numa missão para a cidade, mas que quebrou um dos sacramentos e não pôde mais voltar para o templo.

Ao menos era nisso que acreditava. Sabia bem que a força de um Monge vinha dos Sacramentos, que eram juramentos que todas as classes e subclasses religiosas deviam realizar antes de avançar. Os vários Sacramentos davam poderes fora da compreensão humana para aqueles que os usavam e quebrá-los significava perder as dádivas, a não ser que eles fizessem um rito de purificação.

Teve os pensamentos interrompidos por um homem grande e barbudo. Era o taberneiro, que trouxera para ele um menu contendo todas as opções, mas o rapaz não sabia o que escolher. Olhou várias vezes para as opções, mas os nomes não eram familiares, além de não ter nenhum dos ingredientes listados.

— Sugiro o café da manhã 5#. É o melhor ovo frito da cidade.

Ethan foi surpreendido por uma voz amigável. Virou-se para trás, com a mão pronta para sacar a espada, mas o jovem a sua frente não parecia ter qualquer intenção de luta. Havia dado de cara com um rapaz humano. Portava com roupas de ladino, uma capa azul-escura, e duas adagas em sua cintura.

Tinha cabelos bagunçados e em um tom azul-escuro, com olhos de um azul elétrico. Sua pele era branca. Tinha um sorriso amistoso e calmo, e seus olhos não deixavam transparecer nada além de bondade, algo que desarmou.

Acenou e fez o pedido. O ladino sentou-se ao seu lado e pediu o mesmo, porém com mais ovo e menos pão. Quando o prato chegou, teve que segurar a baba na boca. Era composto por dois pedaços de pão, recheados com ovos e queijo quente. Maçãs Abacus fatiadas e que só esperavam que o jovem as comece, além de várias fatias de bacon.

— Então? Você não é daqui, não é?

— Não. Vim me matricular para o exame dos Mármores.

— Bem, boa sorte.

— Obrigado. — Cortou um pouco do pão e levou o pedaço para a sua boca. Arregalou os olhos logo em seguida. — Delicioso!

Hahaha, eu te disse! Ei chefia, traz duas taças de cerveja!

O taberneiro grunhiu, irritado com a animação dos dois. Alguns segundos e o drinque fora servido em dois copos de vidro enormes. Recebeu a cerveja de bom grado e olhou com curiosidade para o Ladino. — E você? Vai prestar o exame também?

— Eu planejo, sim… só que ainda não. Tenho coisas a resolver.

Estava para inquirir, mas decidiu por não o fazer. Provavelmente era o tipo de coisa que era melhor se manter afastado, o tipo que aprendeu a duras penas que não se devia interromper. Meramente levou o copo até a boca e engasgou com o queimar em sua garganta.

Sorriu com a risada contagiosa do estranho e bebeu novamente, dessa vez estava acostumado com a substância, e, por isso, não ardeu tanto na garganta. O homem trazia um sentimento de leveza, algo que o rapaz era grato.

— Bem, boa sorte para nós dois então.

— Por uma boa sorte.

O rapaz sorriu e brindou com o estranho.

 

Após o café da manhã, levantou-se com os ânimos renovados e foi em direção a saída. Notou, com certo nervosismo — que fizera com que sua mão fosse até o cabo de sua espada novamente —, como vários pares de olhos seguiam seus movimentos.

Caminhou para a saída. Esperava um ataque, qualquer coisa que fizesse com que tivesse que lutar por sua vida ali dentro, mas o fato de que nenhuma faca voou em sua direção foi tranquilizador.

Dessa forma, assim que saiu da taverna teve que desviar de uma saraivada de flechas. Sem tempo para identificar o que estava havendo, mas com instintos que uma vez mais o surpreenderam, Ethan puxou sua espada para bloquear uma Foice com Corrente que teria arrancado um olho.

Com ansiedade e expertise, moveu-se para o lado direito enquanto desviava das correntes e flechas. Um dos adversários visíveis usava um manto negro, com uma máscara que portava o símbolo da guilda dos assassinos na frente.

Sem sequer pensar ou sentir qualquer coisa, o rapaz avançou contra o homem da corrente. O vazio dentro de si havia retornado e o compelia a matar aqueles que o desafiavam.

No entanto, estava frustrado pela forma que desviava dos vários cortes. Não desistiu, continuou pressionando, estava buscando uma abertura que pudesse usar.

Cada corte de sua espada era seguido por outro, e os golpes eram alternados entre estocadas e cortes.

O oponente não tinha tempo de identificar um padrão e, nervoso com o que estava em sua frente, pulou para trás de forma a conseguir um pouco de espaço para respirar.

Não teve espaço para avançar contra o assassino e teve que desviar de outra saraivada de flechas.

Sabia de onde vinham, mas sabia que não podia fazer nada. Estava muito longe, e havia um oponente de média distância para cuidar. Isso o frustrou, mas não permitiu que sua raiva o cegasse. Baixar suas defesas agora só serviria para levar-lhe para a morte.

O rapaz não conseguia avançar contra o assassino da corrente por conta das flechas. Tinha que pensar numa solução e rápido… precisava de algo que o permitisse. Seus olhos vagaram nos arredores, enquanto desviava das flechas e da corrente. Não foi o bastante.

Gah!

O som de carne perfurada preencheu o local. Olhou para baixo e viu a ponta de uma adaga saindo de sua barriga, que logo desapareceu de dentro de si.

Com um urro, virou-se e tentou cortar o pequeno Halfling atrás de si, mas as correntes do seu outro adversário seguraram a mão e puxaram a Bento, para seu desespero e raiva.

Isso o deixou livre para receber outro golpe do Halfling, que tentou atacar sua jugular.

O rapaz meramente fez como havia treinado e pôs pressão em suas pernas, sentiu-se grato pelas várias tardes que passou repetindo o mesmo movimento ao sentir a adaga criar um pequeno corte em sua testa.

Conseguiu escapar do golpe por um triz, e a surpresa momentânea do Halfling foi tudo o que precisou.

Largou sua espada e pegou-a com a mão livre, seus olhos mantinham determinação e raiva, algo refletido em sua arma. Com um rápido movimento, sem qualquer hesitação, o Halfling foi enviado para longe, com sangue escorrendo dum corte em seu peito.

Ouviu o som de ar sendo cortado e, instintivamente, usou toda sua força para levantar a mão acorrentada para proteger a cabeça, a força foi tanta que o outro caiu no chão e foi arrastado para perto.

Diversas flechas foram disparadas, e todas perfuraram seu corpo, uma dor correu pelo seu corpo e um grito esganiçado escapou de sua garganta, perdeu força nas pernas e tentou recuperar a respiração.

O assassino da corrente, que usou esse tempo para se levantar, tentou puxar o corpo de Ethan, mas o rapaz se manteve firme.

Mesmo que sentisse dor, seus instintos básicos fizeram com que conseguisse manter sua consciência.

O medo de apagar, de não acordar e de não conseguir concluir seus objetivos era grande demais, recusava-se a deixar isso ocorrer, e, por isso, para o assassino, era como tentar puxar uma montanha.

Olhou para o seu inimigo, que recuou em claro medo ao ver a frieza e raiva que foram direcionadas a si.

Ouviu o som de corte no ar e, com um pulo, saiu em disparada em direção do homem, que tentou correr, mas cuja corrente que ligava ambos apenas o deteve.

Ao ver que não sairia vivo se hesitasse, pegou uma espada pequena, que tremia em sua mão esquerda.

Foi um gesto inútil.

Com um puxão, trouxe-o para perto de si e, ao relembrar do Halfling, pulou e fincou a lâmina na garganta com eficiência e poder que não devia possuir.

Só então percebeu a situação em que estava. Apenas quando o corpo caiu ao seu lado, como uma marionete sem cordas.

Usou uma técnica de média distância, uma que não servia para defesa pessoal, mas sim para matar seu oponente da forma mais eficiente possível.

Não sabia o porquê, mas dentro de si entendia que, se usasse essa técnica com uma espada longa, teria muito mais eficiência.

A mesma estranheza que sentiu após matar o cervo, a cinco meses atrás, tomou conta de si. Era como a última vez que isso ocorreu, sua mente estava separada em duas diferentes, uma humana, outra não. Temia que a bile subisse a sua garganta de novo, mas o som de flechas ao vento tirou essa preocupação. Usou o corpo do assassino morto como escudo enquanto procurava algum lugar para se esconder.

Chamou atenção que chega, estava ferido e com medo da morte que parecia ficar cada vez mais próxima, e os moradores o olhavam com clara ganância e hostilidade. Temeroso, sentiu-se aliviado quando viu um bueiro, próximo a si, sem dúvida seria sua salvação.

Após a última flecha impactar contra o corpo, contou, de forma ansiosa, até 6. Havia notado que esse era o tempo entre uma saraivada e outra… e após terminar a contagem, correu em direção ao bueiro.

 

— Merda… perdemos ele.

O arqueiro reclamou irritado, enquanto dirigia o olhar para onde o rapaz foi visto pela última vez. Seu companheiro, se é que dava para chamá-lo assim, segurou o tridente com tranquilidade. Suas feições angelicais eram marcadas pela pele de um elfo negro.

Seus olhos eram roxos, com um certo brilho que exigia respeito. — Bem, aquele garoto vai longe.

O arqueiro praguejou contra a tranquilidade do elfo, sentiu-se incomodado com a situação em que fora posto, com o parceiro que apontaram para si. Tinham um trabalho a fazer, e com parte da equipe deles morta… agora ficaria mais difícil de cumprir a missão que lhes foi dada.

— Bem, sempre podemos pedir mais recursos para o mestre Sigma.

— Não seja idiota. Se ele descobrir nosso fracasso, já era.

Isso era verdade, depois de tudo. A missão que receberam é de grande importância para a facção aristocrática. Ela recebeu um pedido que daria dinheiro o bastante para tomarem o controle da Guilda dos Assassinos e de Lockust.

Matar um adolescente humano devia ser simples, ainda mais com tantas raças especializadas em assassinato no grupo deles. Ainda assim, agora o elfo da floresta — com certo temor e breve irritação — entendeu o motivo de terem dado um pagamento tão alto pela cabeça do alvo.

Sim, como um elfo da floresta, sua especialidade estava na Destreza, e por isso era tão humilhante não matar um alvo com suas flechas, que podiam alcançar vários dos alvos que já enfrentara.

Estava decidido. Aquele alvo seria sua presa.

 

A primeira coisa que Ethan fez ao descer das escadas do bueiro foi compreender o que fizera. A próxima foi vomitar. Acabou de matar duas pessoas, e o choque do fato causou um estado febril. Olhou para o seu reflexo na água suja, sentiu-se enojado.

Estava empapado de suor e sangue, o corpo coberto de flechas, a pele pálida e também havia o buraco no estômago. Coberto de sangue; sujeira; e machucados, lembrou-se — para sua frustração e medo — das imagens de mortos-vivos que leu nos livros.

Apoiou-se na parede e começou a andar enquanto pressionava o machucado para estacar o sangue. Seus esforços foram infrutíferos, e caiu no chão, exausto demais para se levantar.

Para sequer pensar.

Ainda assim, não podia cair aqui… a entrada do esgoto não era selada, e qualquer um poderia entrar e cortar sua garganta. Dessa forma, fez um esforço monumental, levantou-se e caminhou em frente. Mesmo sem energia, o medo da morte servia como um forte incentivo.

Assim, caminhou por algumas dezenas de minutos nos tuneis subterrâneos, cada passo era seguido da perda súbita de equilíbrio; cada movimento, uma tortura que devia aguentar calado… até que, enfim, não aguentou mais. Mesmo com Bento como apoio, o rapaz caiu.

Ficou alguns segundos ali. Para seu alívio e medo, o chão frio diminuía a temperatura febril de seu corpo, enquanto o seu sangue vazava do ferimento, o que tornava sua visão turva e criava mais e mais medo dentro de si, ao mesmo tempo que incendiava mais e mais a chama de seu desejo.

— Ainda não…

Ethan não sabia, mas aquele lamurio foi o que lhe salvou. Passos foram ouvidos, mas o rapaz estava exausto demais para ouvir ou pensar naquilo. Não pôde nem ao menos sentir os braços gentis tirarem seu rosto do chão.

Nem registrou a sensação do líquido que fora derramado em seu ferimento.

Mas, demorou segundos, um grito infernal escapou de seus lábios e cortou suas cordas vocais. Seu cérebro registrou uma dor aguda na barriga e associou isso ao sentimento de ter carvão, em brasas, enfiado em seu interior, além é claro das várias agulhas que costuravam sua carne, remendavam-na de volta ao formato inicial de uma forma bruta.

Era uma dor que nunca sentira na vida, e, como resultado, sua mente apagou. Recuperou a consciência após alguns minutos e, mesmo surpreso com a ausência de fraqueza ou ferimentos, reparou no seu salvador, uma mistura de gratidão e desconfiança brotaram em seu peito.

O homem a frente do rapaz era humano. Sua roupa consistia duma capa roxa, com um quimono negro por baixo, duas adagas amarradas na faixa. O mais marcante era a máscara no rosto do homem.

Branca, com duas adagas que partiam uma corrente ao meio.

— Quem é você?

— Isso não é importante agora. Consegue ficar de pé?

Recusou a ajuda e levantou-se por conta própria, humilhado e frustrado por precisar ser salvo uma vez mais. Olhou para o homem a sua frente com um pouco de receio, pois era a primeira vez que viu alguém vestido de forma tão exótica.

O homem virou as costas e começou a caminhar após ordenar a Ethan que o seguisse, mas não fez como ordenado. Invés disso, repetiu a pergunta ao membro da guilda, que soltou um suspiro frustrado, virou para o encarar com breve irritação e obstinação.

— Sou um membro da Guilda dos Assassinos… e fui contratado para te proteger. Ao menos por agora.


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Vi também que ninguém respondeu a pesquisa, então... é, acho que eu escolho dessa vez. Espero que respondam a do próximo mês.



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