A Lenda do Destruidor Brasileira

Autor(a): Pedro Tibulo Carvalho


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 14: A fuga de Ethan e a determinação de Hector! Aqueles escolhidos pelo destino.

Não sabia quanto tempo se passou desde que acordara, os sentimentos dentro de si eram complicados. Por um lado queria desistir; mas também queria lutar por sua liberdade, assim como fazia o tolo a sua frente, que continuava a jogar seu corpo contra as barras.

“Há quantas horas ele está nisso?” Havia desistido de contar os minutos depois de entrar na marca dos 20. Ninguém viria ao resgate, estavam sozinhos e sem qualquer auxílio de fora. Precisava de alguma coisa para fazer no meio tempo, antes que ficasse deprimido novamente.

Não pôde deixar de lembrar do que ouviu. A sua frente estava alguém que, como ele, perdera tudo que tinha num instante. Alguém que tinha todos os motivos do mundo para desistir, mas que se mantinha fiel aos objetivos que traçou.

Não pôde deixar de sentir-se enojado com sua fraqueza. Aquele rapaz perdera tudo, mas não parou de lutar. Não adiantava pôr desculpas como sua infância ter sido roubada, ou que sofreu por mais tempo, pois ambos perderam o mesmo.

De repente, o barulho cessou. Olhou para frente e o viu parado, seu corpo se mantivera rígido. Não fez nenhum barulho, o que era algo impressionante na visão de Hector, visto que a mancha de sangue no ombro só crescia.

Não podia ver a expressão cansada de Ethan, nem sabia o motivo de ter parado. “Talvez, finalmente tenha desistido…” Achava isso bom, pois assim teria uma morte menos dolorosa. “Se bem que, com aquela quantidade de sangue e o ângulo que o braço dele dobrou, já está sentindo muita dor.”

Ethan trabalhava numa solução que tirasse-os dali, buscava algo em sua mente que pudesse quebrar essas correntes. A dor nublava os pensamentos, manter-se firme era algo que exigia cada vez mais esforço e a ideia de se deitar e aguardar o destino era prazerosa demais.

“Não!” Chacoalhou a cabeça para espantar aqueles pensamentos. Não podia fraquejar ali, não com tudo o que perdeu. O pensamento fez com que voltasse a chocar o ombro contra o metal com ainda mais força. Ouviu o suspiro cansado de Hector, mas estava focado demais para pensar nisso.

Tinha que sair dali, morrer não era mais uma opção. Não quando tantas pessoas caíram sem que pudesse fazer nada. Se desistisse, desapontaria não só seus irmãos, sua mãe, seu avô e o resto do pessoal da vila… mas também Ittai.

A mera ideia disso acontecer era algo pior que a morte para ele. — Vamos! Abra! Abra! — Continuou a bater, mordia o interior de sua boca para aguentar a dor infernal de torcer o cotovelo várias e várias vezes. “Merda… MERDA!”

Notou que começou a usar essa palavra com muito mais frequência, isso denotava o quão frustrado estava. Tudo graças aquele maldito demônio, conseguia ouvir a risada do desgraçado. A mera lembrança trouxe uma mistura de sentimentos negativos, algo que causou um pouco de enjoo em si.

“Espera ai…” Arregalou os olhos com a ideia que teve. Era tão óbvio que havia se esquecido disso. Amaldiçoou a falta de memória. — Ei… Hector. — Sua voz saiu fraca, porém havia uma faísca de esperança nela. — Eu acabei de ter uma ideia que pode nos tirar daqui… mas… vai ter que confiar em mim.

O ladino arqueou uma sobrancelha, curioso com o que ouviu. Não sabia o porquê, mas aquela voz trouxe um pouco de ansiedade e excitação dentro de si. Era uma ideia que veio da mesma pessoa que estava disposta a morrer para capturar alguém, sem falar que estava nervoso com isso.

No entanto, só havia uma resposta ali. — Seja o que for… se pudermos sair daqui, não tenho problemas em perder um membro ou dois. — Virou-se e olhou para o jovem, que mantinha um sorriso cansado. Estava claro que a dor devia ser insuportável.

— Bem, isso é um alívio. Vira as algemas para a minha direção. — Fechou os olhos e respirou fundo. Adentrou nas camadas mais profundas de sua mente, forçava a passagem dos portões na primeira camada do labirinto imenso que era sua alma. Para sua confusão, dessa vez não houve a rejeição. Invés disso, sua consciência fluiu no lugar.

Não havia o sentimento de rejeição exacerbada, nem o medo de ser devorado pela coisa que habitava dentro de si. Apenas aceitação e o sentimento de nostalgia, de que voltava ao lar depois de muito tempo.

Fora isso, também havia o estranho sentimento de poder. Era incrível. Nunca se sentiu tão bem, tão forte. Sentia-se como se pudesse enfrentar o mundo inteiro e sair vitorioso, e a euforia que veio disso era intoxicante.

E então, veio a dor. Descargas elétricas incineravam seu corpo, suas veias queimavam, e vários espasmos arrebentavam os músculos. Abriu seus olhos e viu várias descargas elétricas, que saíram das algemas.

Queria gritar. Queria morrer. Só queria que a dor parasse.

Nisso, a rejeição do lugar voltou, assim como o medo de ser consumido. Sentiu o estômago queimar, algo que era nublado pelo inferno que vivia. Não podia cair ainda, sabia disso… mas desistir nunca lhe parecera tão fácil.

Perseverou. Virou-se para as algemas do Ladino, arqueou as costas, e deixou o líquido negro escapar de sua boca. Aquela foi a primeira vez que o sentimento que acompanhou a ação foi dor, além das várias vozes, que gritavam num coro enlouquecido.

As vozes pareceram se misturar e formar uma única voz. Era calma e tranquila, mas poderosa e carismática. Apenas uma pergunta foi dita por Ele. — Rejeitai teu legado por que, descendente?

Não registrou a pergunta, queria apagar e dormir, mas não podia. Não agora que estavam tão próximos da liberdade.

O líquido começou a fazer efeito assim que tocou o metal, a energia das Runas começara a entrar em colapso conforme era absorvida. As duas substâncias lutavam por dominância. Era como ver duas forças primordiais da natureza, que entravam em confronto.

Dois deuses.

A Energia da Vida, eterna e atemporal, não conseguiu sobreviver ao toque da morte, cujo tempo tudo consome. Houve uma luta, que foi breve, e, para a surpresa de Ethan, o líquido negro apenas consumiu as runas.

Hector sentiu a diferença em segundos. A náusea no estômago fora substituída por alegria quando sua energia voltou a circular normalmente pelo seu corpo. Com um sorriso aliviado, deixou a Energia Interior correr por suas veias, ativou os Ciels, sua força aumentou, e, com isso, quebrou as algemas com facilidade.

Olhou maravilhado para as mãos livres, a felicidade em reganhar sua liberdade fizera com que se virasse para Ethan, prestes a agradecer. As palavras morreram na boca assim que viu o estado em que estava.

Pálido, suado e com espasmos recorrentes. — Ethan, você…

— Deixe isso para depois… — A voz saiu rouca e cansada. Não tinha energia para fazer nada, mas se forçou a dar as costas ao Ladino, que entendeu o que lhe era pedido. Com um rápido golpe de sua mão, cortou o metal.

Tentou levantar-se, mas caiu no chão. Não conseguia mover um músculo, e a dor infernal nublava seus pensamentos. Hector encarou a visão com pena e, com um suspiro, virou-se de costas e se agachou. — Vem, eu te carrego.

Sorriu com a oferta e se moveu em frente.

Sentiu o corpo frio de Ethan cair em suas costas, pôs as mãos do rapaz em seu pescoço e, com um rápido movimento, arrebentou as grades. O barulho que resultou fez com que fechasse os olhos em agonia. “Merda… devia ter medido melhor minha força…”

— O que foi isso?

— Veio dos prisioneiros!

Hehe, estamos encrencados…

— Isso não é hora para rir… — Procurava um lugar para se esconder, mas não chegaria a tempo. Teria de agir rápido e de forma que nenhum Ladino em sã consciência agiria. Precisava encarar esse problema de frente.

Avançou contra a porta, que se abriu e revelou dois Ladinos, ambos carregavam lanças. Viu alguns objetos a sua frente e pensou em como poderia os derrubar sem chamar mais atenção. “Merda… estão quase aqui…” A lança foi para frente, tinha que sair dali agora!

Com um pulo, parou do outro lado dos Ladinos e deu um forte chute no rosto de um deles, o que o deixou um pouco tonto. Desviou para o lado ao ver a lança do companheiro se aproximar e então pegou o cabo dela. Aproveitou que estava no primeiro Céu e tirou a arma da mão do adversário.

Com um giro rápido, a lança perfurou a garganta daquele a sua frente, e com outro, a base bateu na mandíbula do antigo dono. Girou uma terceira vez e perfurou o segundo no peito, que fez com que caísse morto. Deixou os dois corpos para trás e seguiu para o corredor.

Seguiu correndo, Hector não ousou desativar o primeiro Céu, algo que se provou útil contra vários inimigos que encontro no caminho. Ainda assim, a exaustão física e mental começava a consumi-lo, até que entraram enfim num imenso Hall. Podia ver a saída ali, algo que o deixou aliviado, mas algo o parou.

Um imenso ciclope, com 5 metros de altura, bloqueava a passagem. Por sorte, a besta dormia, mas teriam que ser silenciosos. Um movimento em falso e… — Espera, não podemos ir ainda! — A carona parecia não perceber o perigo a frente e desceu, sem ligar para o barulho enquanto se alongava. — Nossas armas estão lá!

— Cala à boca.

O jovem não entendeu o porquê de sussurrar, nem pareceu ouvir. — Mas Hector, minha espada… — Apontou para a direção em que as duas adagas e a Bento foram postas. — Além de suas armas…

— Deixa isso pra lá. O rei nos dará um equipamento novo quando…

— Não! Aquela espada foi um presente…

Hoark! — Para o horror de Hector, o barulho veio da entrada, virou-se devagar para a direção do Ciclope, que avançava contra eles com um imenso porrete, e depois para Ethan, que só então entendeu o motivo do seu amigo sussurrar.

Ahh…

— Não me venha com “Ahh”! — Ambos se separaram, foram para direções opostas. O monstro não soube o que fazer, então apenas começou a balançar o porrete aleatoriamente para tentar acertar alguma coisa.

Quando pareceu se focar em Ethan, Hector usou Magicae Sagitta contra a criatura, mas sua pele era resistente a magia, e, por isso, não causou dano aparente. A criatura continuou a avançar contra Ethan, que rolou para o lado. O porrete quase o acertou.

Assim que pôde, pegou a Bento e as duas Adagas, correu para longes enquanto desviava do porrete. Aproximou-se dos pés do monstro e tentou a Andorinha Raivosa, mas sua espada não fez nem cócegas na pele da coisa.

Pulou para trás e desviou de um pisão, e então rolou de novo, e a arma passou por cima de si. Tudo isso enquanto os projéteis mágicos continuavam impactando contra a aberração, sem fazer qualquer efeito.

“Droga, não importa o que eu tente, nada adianta…” Já haviam se passado alguns segundos desde que o confronto começou, e o fato que já usara quase todo o seu arsenal de técnicas simples contra o ser o frustrava.

Olhou para seu companheiro e notou a exaustão que começara a transparecer. “Se não acabarmos com essa coisa, mais reforços podem vir, e aí vamos morrer!” Procurava na memória alguma lição de Ittai que pudesse ser útil ali, mas nada parecia surgir. O tempo estava acabando, quando a inspiração veio para si.

Numa das lições do velho, fora dito para si que, contra inimigos mais fortes e resistentes, deve-se atacar o ponto fraco, e que não importa quem é, sempre há um ponto fraco. Nisso, olhou bem para o ciclope, a pele de pedra, os músculos de aço… nada parecia ser fraco naquela coisa… com exceção…

— Mas é óbvio! — Esquivou do porrete, que se afundou no chão, e pulou em cima dele. Com um movimento rápido, subiu o braço e foi até o ombro, onde o olho imenso da criatura o encarava. Com um sorriso, enfiou a Bento no único ponto fraco da coisa. “Como não pensei nisso antes?”

A criatura rugiu de dor, arrancou a espada do lugar em que estava fincada e, com um pulo, evitou ser agarrado. Cegara o ser que ainda estava de pé e chorava com a dor, as lágrimas se misturava com o sangue, e balançava a cabeça de um lado para o outro, buscava o humano, que olhou para seu companheiro, com uma mensagem clara.

Hector foi em direção a coisa e, assim que tirou as mãos do olho, atirou vários projéteis contra o membro ferido. Cada um deles acertou o alvo, além de causarem choques no cérebro da criatura, que após alguns ataques, caiu morta.

Os dois olharam para o imenso corpo, e após alguns segundos, saíram em disparada à saída. Após saírem do armazém, correram para longe e, quando tinham certeza de que estavam a sós, puderam descansar.

— Céus, essa é a primeira vez que vejo um ciclope…

— Essa é a primeira vez que vejo alguém sobreviver à um ciclope. — O sorriso no rosto logo morreu, e então uma carranca brotou no lugar. — Seu idiota! Quase morremos por conta de algumas armas! Qual o seu problema.

— É o que eu disse! A Bento foi um presente!

— Ora seu… — Estava para continuar a discussão, mas sentiu suas forças se esvaírem. Olhou para o rapaz a sua frente com clara raiva. — Quer saber… não tô com paciência pra isso… só vamos voltar logo para o castelo.

— Certo.

Os dois começaram a caminhar, cada um perdido em pensamentos, mas ambos aliviados por terem escapado.

 

O Padre de Seth caminhava pelos corredores da base, um sorriso calmo em seu rosto e um brilho psicótico nos seus olhos. A expressão de um avô gentil ainda estava lá, mas a maldade que carregava não podia ser negada.

Estava empolgado para chegar na capital de Nevra e poder fazer suas pesquisas no corpo daquele jovem. Não conseguia esperar para descobrir como alguém que não possuía nenhuma ligação com a igreja podia possuir um sacramento.

Entrou num corredor do armazém, caminhava a passos lentos, até que algo chamou sua atenção. — Mas o quê? — Sangue e corpos enfeitavam o chão, uma visão macabra que fez com que um sentimento pesaroso se instalasse no estômago.

Correu em direção ao local onde a cela dos dois estava, ignorou os corpos enquanto ia. A cada passo, o desespero aumentava. Não queria imaginar o que Agar faria consigo caso não conseguisse cumprir o prazo, e aquele rapaz era vital para a pesquisa.

Cada passo o levava mais perto, até que parou de correr e começou a andar. A respiração estava descompassada, uma prova de que seus dias de juventude há muito já se foram. Atravessou a porta escancarada e se deparou com uma cela vazia.

— Merda! — Não podia deixar que Agar soubesse disso, teria que achar o espécime se quisesse evitar a ira de seu mestre. Estava para pedir ajuda quando se lembrou de que estava só naquele lugar. A raiva cresceu, pois sabia que se saísse dali, seria alvejado pelos Imperialistas.

Tinha que agir e rápido, mas o que fazer?

— Kuhihi… vocês humanos não conseguem fazer nada certo mesmo… — A voz veio de trás de si, uma que conhecia e odiava. Virou-se e se deparou com a mulher misteriosa, que ordenou a morte de Ethan a algumas semanas.

— Byaja, o que quer?

— Vim dar uma olhada no projeto de Agar, ver como ele está indo. Infelizmente, parece que acabou escapando. — Os olhos negros se moveram em direção aos corpos, e não pôde deixar de estalar a língua. — Como são frágeis. Se ao menos os Infernais tivessem toda a liberdade que os Demônios tem, já teria acabado com isso.

A Infernal se virou para o Padre, que parecia contemplar se devia a exorcizar ou não. Ambos mantinham uma relação de ódio profundo, o que era esperado, visto que serviam a lados opostos. — Bem, mande meus comprimentos à Agar.

— É Lorde Agar para você.

— Que seja, ninguém se importa realmente com esses títulos. — Isso era verdade, o sorriso da mulher se alargou e se tornou macabro. O Padre sentiu a intenção assassina da criatura e permitiu que sua energia sagrada saísse de seu corpo ao ativar os sacramentos que ainda tinha. — Afinal, estamos na era dos homens… e os antigos Lordes Demônio são notícia velha.

— Cuidado com quem insulta, sedutora.

A mulher apenas deu as costas e, com um salto, virou um morcego gigante, que voou para o teto e atravessou o metal como se fosse papel. O Padre olhou para o buraco, seus olhos prestavam atenção no céu, que brilhava laranja com o final da tarde, o antigo armazém cheirava a poeira e sangue.

Contorceu seu rosto em desgosto e caminhou para longe, o rosto fora transformado numa máscara focada apenas em como resolver o problema atual. Seu Lorde queria se tornar o novo Rei e instaurar um reinado de sombras, algo que queria e muito ver.

Sabia que não devia, mas não podia deixar de se sentir maravilhado com a oportunidade de revidar contra esse mundo cruel, que conseguia apenas oprimir os que tem o mínimo de talento, mas que estavam fora da engrenagem.

Se tinha uma coisa que odiava, era Mediocridade.

Agar prometeu para ele que, sob seu reinado, a humanidade voltaria a ser o que outrora foi na época de Seth. Queria ver os grandes feitos que podiam ser alcançados caso o Mundo Livre fosse destruído e seus habitantes deixassem de ser complacentes.

Não só isso, mas depois de descobrir a verdade por trás do Mundo Livre, tinha que fazer algo para eliminar esse mal. Com esses pensamentos, foi até seus aposentos. Lá, sentou-se em sua cama e pegou algumas pílulas que estavam ali. Com um movimento rápido, engoliu-as e voltou para suas anotações.

“Pelo bem da humanidade…”

 

Caminhavam pelas ruas com cautela e atenção. Após escaparem do armazém, a última coisa que queriam era voltar para lá de novo. Nisso, Hector pensava no que descobrira até então sobre seu amigo.

Um rapaz que não se importava com a própria vida. Não dava a mínima para a morte, desde que consiga alcançar as metas que traçou. Não só era uma mentalidade perigosa — tanto para ele, quanto para aqueles que estão ao redor —, mas havia um motivo do porquê dessa mentalidade era algo interessante.

Alguém que perdeu tudo e que se sente endividado com aqueles que perdeu. Junte isso a obsessão que tinha com o sonho e o pouco valor que dava para sua vida, tem-se um indivíduo que só pensa no futuro e que é incapaz de olhar para os lados.

Sabia que esse tipo de pessoa era perigosa, que acabaria morto se continuasse perto dele. Mesmo assim, para sua surpresa, havia algo sobre Ethan que não podia ser ignorado. Algo que comandava a atenção dos outros, forçava-os a segui-lo. Apenas um nome vinha na mente do assassino.

Carisma.

Um Status que não influenciava em nada no crescimento individual de uma pessoa, um que poucos tem um número expressivo o bastante para pôr numa ficha. Lembrava do que seu mentor uma vez disse sobre esses indivíduos, do medo que sua voz tinha quando os chamou.

Os Escolhidos do Destino.

Nunca pensou que veria alguém assim na sua vida, nem pensou que experimentaria tal sensação. Como se fosse uma mariposa, numa noite de inverno, atraída por uma única chama. Aquela luz era brilhante demais para ignorar, e o fato o assustava.

— Tudo bem?

Os pensamentos foram interrompidos pela voz preocupada de Ethan. Olhou para o rapaz e suspirou, decepcionado por ser transparente a esse ponto. Murmurou uma maldição e continuou a caminhar, forçando-o a voltar à segui-lo.

Os dois passaram pela devastação da antiga base, cuidaram para não afundar o chão ainda mais. Viu outra vez a destruição que Jack causara, a raiva de antes apareceu ao lembrar de todos os companheiros que perdeu e apertou os punhos até sangrarem.

Pensava em como vencer o homem, sabia que não poderia enfrentar um monstro daqueles ainda, mas teria sua vingança. Olhou para seu companheiro, que avançava com cautela, e lembrou da primeira interação deles.

“Acho que… acho que vou prestar o exame com ele. Talvez a associação me permita ficar forte o bastante para não perder mais ninguém.”

 


Bem, por conta de uns problemas pessoais, não pude postar o tanto quanto queria esse mês. Não precisam se preocupar, pois a Lenda do Destruidor vai voltar a programação normal a partir de agora.

 

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