A Lenda do Destruidor Brasileira

Autor(a): Pedro Tibulo Carvalho


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 10: Um perigoso inimigo, parte 2

Matar…

Sua mente estava perdendo a batalha contra o medo, contra a criatura. Deixá-la tomar controle de si, para que pudesse liberar seus instintos mais animalísticos e básicos, era tentador demais.

Matar…

De certa forma, sentia-se feliz. Conseguiria a felicidade que tanto queria, e seria livre de verdade. Realizaria o sonho de ser livre, livrar-se das amarras que o prendiam desde a infância. Obteria tamanho poder que ninguém estaria a sua altura.

Matar…

— Magicae Sagitta! — Uma voz irrompeu a neblina que tomou conta de si. Abriu bem os olhos e voltou a lucidez. Virou-se em direção ao monstro, cujo sorriso feral desapareceu, substituído por uma expressão impassível. Atrás dele estava uma fumaça azulada e, para sua felicidade e horror, logo viu o Ladino, que se movia numa direção em que conseguisse atacar da melhor forma possível.

— Mire em meus inimigos e Acerte! — Pulou para cima enquanto desviava de uma espadada que vinha na sua direção. Apontou sua mão na direção da cabeça do homem e rugiu. — Magicae Sagitta! — O cavaleiro negro sentiu o impacto e dobrou a coluna, virou-se e balançou sua espada, dissipou a fumaça e sorriu satisfeito ao ouvir o som do choque de metais.

Hector foi lançado contra uma casa. Para evitar o impacto, virou o eixo de seu corpo e deixou seus pés impactarem contra a parede, pulara uma vez mais, com a mão apontada.

— Mire em meus inimigos e Acerte! Magicae Sagitta!

Para sua surpresa, o inimigo já estava esperando algo parecido. Usara sua espada no chão e cortou as pedras polidas, enviou-as para cima com sua enorme força. As flechas impactaram contra as pedras e uma nuvem de fumaça surgiu. Pilhas de destroços voaram contra si, o que o forçou a usar toda a sua destreza para girar seu corpo.

Usara o primeiro destroço como um degrau para tomar impulso e pular em direção a outro, continuou assim, até estar frente a frente com o espadachim, que preparou um corte com sua espada. Não era tolo o suficiente para enfrentar aquele monstro num combate direto.

Para a surpresa dos dois, pisou na superfície da espada. Evitara a lâmina e com um salto, estava atrás do inimigo. Suas adagas tentaram perfurar a jugular, frustrou-se ao vê-lo abaixar e esquivar do ataque.

Pulara para longe com o objetivo de esquivar de uma rasteira e segurou suas adagas numa posição de combate que o permitiria o máximo de velocidade.

Ethan olhava impressionado para a luta que se desdobrava, era como ver dois tipos opostos se enfrentando.

Um era forte e resistente, enquanto o outro era rápido e furtivo, e os dois estavam no mesmo nível. Ao menos, era o que parecia. Tentou levantar-se uma vez mais, sentiu suas pernas protestarem.

Não se importava.

Aquela luta, sabia bem que o seu aliado precisaria de ajuda. Nenhum dos ataques dele faziam qualquer efeito, não queria perdê-lo, já que foi um dos poucos que o ajudara na cidade. Um dos poucos que o ajudara em toda sua vida.

Com pernas bambas e incerteza no coração, foi em direção a luta enquanto tentava acompanhá-los com os olhos. Cada passo era acompanhado por um aumento súbito na velocidade, até que chegou ali.

— Andorinha Raivosa! — Sua lâmina fora defletida pelo aço da espada, olhou surpreso para o cavaleiro, que afastara-se. Nisso, determinado, decidiu continuar. — Andorinha Raivosa! Falcão Ascendente! Pendulo Inverso!

Usou tudo o que tinha, cada golpe era bloqueado, porém seguido de outra continuação, de forma que o ritmo constante começara a deixá-lo assustado. Repetiu aquela série por quatro vezes em menos de 10 segundos, sua voz não conseguia acompanhar sua velocidade.

O guerreiro urrou de dor e usou sua espada para afastá-lo. Suspirou e sorriu com alegria. — Que maravilha! Que luta maravilhosa! Quantos anos não fazem desde que senti uma dor dessas!

— Cale-se! Como ousa se divertir depois de matar meus colegas! — Hector olhava com fúria, uma aura branca começava a sair dos poros. Gritou o mais alto que conseguia e, num instante, ativou o Primeiro Ciel. — Vou lhe mandar pro inferno, desgraçado!

— Que interessante… e você? Não vai entrar no primeiro Céu também? — Olhou para Ethan com clara expectativa, e o rapaz teve que reprimir um calafrio ao ver aqueles rubis. Não queria perder, mas o medo e apreensão substituíam sua vontade, algo que o atrapalhava.

Com cautela, circulou-o. O outro entendeu e fez o mesmo. — Não posso… não tenho como.

— É mesmo é… que tristeza. — A figura desapareceu, e, por puro instinto, levantou a Bento. Conseguiu impedir que sua cabeça rolasse, mas foi lançado para longe. Contudo, conseguiu parar e avançou contra o homem, que desviava de Knives uma vez mais. Sua armadura era resistente, de forma que as lâminas potencializadas pela aura não podiam a perfurar.

Girou sua enorme espada, mandou os dois para longe e foi contra Ethan. O rapaz desviou de um corte baixo, usara a mesma pirueta que viu antes e correu. A um metro de distância dentre os dois, começou a puxar sua espada, girou o pé e, com mais um passo, cortou o adversário, seu golpe tão rápido quanto um raio. — Forma básica, Patada Leonina.

A força do ataque não perfurou a armadura, mas foi o suficiente para o lançar para trás, o ar escapou dos pulmões, não teve tempo de respirar. As adagas estavam para perfurar seu crânio exposto, sabia que morreria se não agisse logo, e com isso, pulou para trás, seu corpo impactou contra Knives, que foi lançado para longe.

Respirou fundo e levantou a espada acima de sua cabeça para parar um Pendulo Inverso, olhou com um sorriso excitado e, com um empurrão de ambos os lados, saiu de perto do cavaleiro negro, que sorria feito um louco.

— Quando foi a última vez?! Quando foi a última vez que estive tão perto da morte?! Céus, sinto como se estivesse prestes a ter um orgasmo! Deem-me seus nomes? — Os dois olharam para si como se fosse louco, algo normal depois do que falou, por isso não se importara. Invés disso, apenas sorriu mais e mais.

— Ethan…

— Hector Knives.

— Ótimo… ótimo, realmente. — Levantou sua espada e avançou. Sua arma desceu e partiu a terra, o jovem a sua frente desviou no último segundo. Sabia o que viria a seguir, mesmo sem o rapaz precisar gritar o nome do ataque.

Para o espanto de Ethan, usara seu cotovelo e joelho para pinçar a espada, de forma que parasse a Andorinha Raivosa e, em segundos, pegou o fio da Bento mais rápido do que o jovem pudesse reagir, lançou-o na direção de Hector.

Reganhou a calma e deu mais uma pirueta no ar, de forma que aterrizasse no chão com tranquilidade. Viu as costas do outro, que avançou enquanto caia e que em um segundo já trocava golpes com o adversário.

A cada choque de armas, movia-se mais e mais, numa dança hipnótica e mortal, que apenas alguém do nível de Knives parecia dominar. O adversário parecia sempre prever o próximo golpe, e isso deu para si uma vantagem que o permitiu competir contra a destreza absurda daquele a sua frente.

Mal conseguia seguir os movimentos de ambos e, mais uma vez, sentiu inveja daqueles que possuíam os Ciels, visto que essa era a única coisa que permitia que lutasse naquele nível. Saiu em direção aos dois, sua espada presa na mesma posição necessária para a Patada de Leão.

Dessa vez, miraria no pescoço do desgraçado, de forma que não errasse.

Os rostos daqueles que morreram surgiram em sua mente. Não os conhecia, mas estavam ao seu alcance, sentiu-se culpado por não ser capaz de salvá-los, por falhar de novo em proteger alguém. Ouviu a maldita risada, que impedia que pudesse dormir. Seus pés chegaram enfim na frente do desgraçado, que percebeu o avanço.

Estava para recuar e usar sua espada como defesa, no entanto, ouviu uma voz gritar atrás de si. — … e Acerte! Magicae Sagitta! — Estava tão empolgado com a luta que esqueceu completamente de prestar atenção nos arredores, e em especial, de ouvir o que seu oponente dizia.

Várias flechas impactaram contra suas costas, enviaram-no para frente, e viu o mesmo golpe que tirou todo ar de seu tronco, estava chegando. Naquele momento, instinto bruto tomou conta de si, e com um grito de puro poder, liberou sua energia interior.

Uma Aura avermelhada empurrou os dois para longe, ambos impactaram contra casas. Ethan quebrou outra parede, enquanto Knives fora lançado contra um telhado. Ambos olharam surpresos na direção do homem e só então repararam que ainda não ativara os Ciels na luta.

— Droga, acabei usando… peço perdão. — A Aura recuou, e o monstro sorriu com certa vergonha, pôs sua espada nas costas. — Por um momento, perdi o controle. Bem, quase que eu morro. — Nisso, gargalhou. Ambos não conseguiam acreditar no que ouviram, o medo nublou seus corações.

Como era possível que aquele monstro tivesse tanto poder? O máximo que devia acontecer era reforçar seu corpo, mas para serem lançados para longe com tanta facilidade… — Bem, vamos continuar?

Naquele momento, Hector entendeu que apenas haviam duas opções. Era escapar ou morrer, por mais que quisesse vingança, sabia que não poderia fazer nada contra aquilo, e por isso correu em direção a Ethan, que estava em choque.

Não fez nenhum movimento para impedi-lo, nem olhou para ele. Invés disso, apenas sorria na direção do jovem, que deixou o assassino levá-lo para longe. Tudo enquanto os olhos vermelhos seguiam os dois, sem sequer querer se mover.

— Aqueles dois vão longe… mal posso esperar para lutar com eles de novo. — Nisso, caminhou numa direção contrária, satisfeito com a luta. Seu olhar foi em direção ao arqueiro, que tinha os olhos brilhando em irritação.

— Você os deixou escapar! — O Elfo da Floresta estava escorado numa das paredes do beco, seus olhos foram até a espada do homem, tão grande quanto ele, e se perguntou como era possível que alguém carregasse tanto peso. — Tinha um trabalho! Matar o inimigo. Por que não o fez?

— Quem sabe… eu posso fazer a mesma pergunta a você. Teve várias chances de atirar de onde estava.

O Elfo cuspiu no chão e se virou, sussurrou algo que fez o homem sorrir em alegria. Nisso, ambos saíram dali, estavam indo para a base da Facção Aristocrática, onde reportariam sua missão. Ambos pensavam em coisas distintas, mas os dois tinham a mesma pessoa em mente.

Ethan.

 

Após chegar na base, Knives explicou para seus superiores a situação de ambos, junto a perda do esquadrão de Eleanora. Foi liberado, mas para sua irritação, não podia recolher os corpos de seus companheiros.

Ethan foi levado para a Ala Médica, para que possa ser curado. Não sabia o porquê, visto que recebeu uma poção de cura, além de ser curado por uma médica, mas os membros da organização não deram muita escolha para si.

Nisso, sentou numa cama dura e fria, o oposto de Oldale. Olhou quieto os arredores, as paredes de pedra polida tinham alguns arranhões, tochas iluminavam o local. Várias camas com cortinas para dar privacidade ao ambiente, além do cheiro constante de remédios, produzidos naquele lugar.

Um anão chamou sua atenção. Virou-se para lá e notou os olhos pesados do homem. — Bem, acho melhor descansar garoto. — Puxou um trago do seu cachimbo e sentou-se no pé da cama, que tremeu com o peso conjunto de um humano e de um anão. — Não só teve uma tarde cheia, como também fora curado duas vezes em menos de uma hora. É impressionante que esteja acordado.

O rapaz acenou, não tinha forças nem ânimo para discordar. Deixou suas costas caírem na cama, tentava seu melhor para esquecer do rosto daqueles que matou no dia de hoje. Tirou várias vidas mas isso não era o mais preocupante para si.

Não sentia nada. Nenhuma culpa, nenhum pesar. Nada.

Apenas o sentimento de nostalgia sempre que lembrava do campo de batalha, sua mente tentava processar como tal coisa era possível, mas não encontrava respostas. Sempre que chegava perto de algo, sentia tal coisa ser puxada para longe. Algo o impedia de sequer pensar no que ocorreu.

O mais estranho é que, desde a primeira vez que matou alguém, não sentiu mais a queimação no estômago que associou ao veneno que cuspia. Não, sentiu apenas o vazio crescer, dominava-o mais e mais, ameaçava engoli-lo.

Suas pálpebras ficaram mais pesadas. Seu corpo não se movia, e só então relembrou do quão pouco sono teve na noite passada. Não demorou muito para cair nos braços de orfeu, e, como sempre fora, seus pesadelos voltaram com força total.

 

— Pode me dizer o motivo de poupá-lo? — Uma voz ante as sombras fora ouvida pela massa de carne, que não prestou atenção em si. Invés disso, seu foco estava na bola de cristal, que mostrava a luta de Ethan e Knives contra o misterioso espadachim negro. — Estou falando contigo! Quer me responder, Agar?

O demônio então se virou, seus olhos vermelhos se dirigiram para a mulher a sua frente. Não, seria uma vulgaridade chamar de mulher aquela… coisa. Tinha o corpo de uma bela mulher, porém a cabeça, ou cabeças, eram todas de animais distintos. Uma era de aranha, outra de Cabrita, a terceira, uma serpente, e a quarta era de uma leoa.

Suas unhas tinham longas garras, que secretavam um líquido corrosivo o bastante para queimar a caixa de metal em que estavam. Sua pele era de um azul pálido, quase cinza, e tinha asas de morcego, que cresciam de suas costas.

Por favor, Morginna, cale a maldita boca. Prefiro falar com Servaria. — Nisso, a serpente riu, enquanto a Leoa espumou.

— Isso não responde a pergunta, Agar. — A cabeça de bode, Cira, comentou. A aranha, Agatema, observava a troca de farpas silenciosa, buscava algo além da informação que Morgianna e Cira queriam.

Isso que a tornava a segunda mais perigosa dentre as cabeças da mulher-besta.

Agar olhou para as quatro, aguardava algo ou alguém. Seus vários olhos procuravam na escuridão o segundo sob seu comando. — Não é óbvio, eu quero ver aonde isso vai dar. Os Destruidores sempre foram a minha fonte de entretenimento favorita, depois de tudo, Kukuku.

— É inútil falar com ele, Morgianna. — A leoa acenou, cansada dos mistérios do homem. A Cabrita então farejou o ar, e logo fez uma expressão de desgosto. — Olha quem finalmente resolveu aparecer. Está atrasado, Montero.

O metal então se realinhou, e um pequeno monte de ferro surgiu. Tinha um único olho, além de um sorriso perpétuo e que mostrava os dentes. — Não fique assim, Irmã Cira. Eu estava ocupado com meu culto.

— Dá pros dois calarem a boca! Agar, eu exijo uma explicação! — Mostrou os dentes para enfatizar seu ponto, e todos ficaram quietos ali. Após alguns segundos, apenas um riso fora ouvido. — O-o que é tão engraçado?

Você “exige”? Kukuku, honestamente… mesmo que seja a mais jovem das irmãs, nunca pensei que fosse tola a esse ponto… QUEM PENSA QUE É, MESTIÇA! — O quarto de ferro tremeu e quebrou ante a fúria do demônio, que cresceu ao ponto de englobar todo o barco em que estavam, de forma que matou todos os tripulantes dali, absorveu-os, com olhos que brilhavam com o imenso poder que tinha.

Bem, essa é minha deixa… — O monte de ferro desapareceu, sua consciência fora transmitida para outro lugar, longe dali. A mulher besta, apenas pôde tremer ao ver os vários olhos e bocas sorrirem na sua frente.

— Mestre… peço piedade! Não castigue minha irmã tola! — Agatema, a mais velha, tinha medo em sua voz. Todas tremiam, e mesmo Servaria perdeu o sorriso serpentino que tinha sempre no rosto.

Tem razão… não vou castigá-la. Fazer isso, por mais que ela mereça, não seria verdadeiramente justo. — Todas suspiraram em alívio, porém as próximas palavras tornaram a esperança em desespero. — Não… a culpa da irmã tola também cai nas irmãs sábias, que não a avisaram do poder de seu superior.

Nisso, no mar de Sales, apenas os gritos animalescos foram ouvidos, todos imploravam por uma piedade que nunca viria.

Tudo enquanto Agar, “O Muro” sorria com claro sadismo.

 

Duas horas se passaram, duas horas que Ethan teve de sono antes de acordar com um berro de medo. Duas horas que foram seguidas por mais treino do rapaz, até o médico chegar e chamar o jovem, que perdeu o controle de sua espada e quase arrancou a cabeça do Anão fora.

— Ops…

— Fora… caí fora! — Nisso, o rapaz saiu em busca de outro lugar que pudesse treinar. A base, um enorme emaranhado de tuneis subterrâneos, era complicada para si, e não demorou muito para ter que pedir ajuda de um dos membros da Guilda.

— Um lugar para treinar? Venha comigo. — Seguiu o mascarado, ambos chegaram enfim numa porta, que fora aberta, o rapaz soltou um sorriso de felicidade clara. Lá, tinham diversos alvos, com vários pesos, trilhas de corrida e equipamentos de madeira, que podiam ser usados sem o medo de matar alguém. — Use a vontade!

O rapaz nem prestou atenção. Apenas foi até um dos pesos, que tinha duas esferas enormes presas. Lá, estava escrito 75 quilogramas em cada. Pôs-se numa posição específica e então levantou o bastão, com mais esforço do que queria admitir. Continuou o levantamento até seus músculos queimarem e seus braços caírem, sem força alguma neles.

Não parou. Lembrou-se do monstro que enfrentou e de como não conseguiu fazer nada contra ele. Foi até outra máquina, que prendia pesos nas pernas e o forçava a levantá-los. Começou a treinar as pernas, e seguiu assim até não conseguir mais ficar em pé.

Sua frustração aumentou ao lembrar dos membros do esquadrão de Knives, e da mulher que o curou. Não pôde fazer nada, algo que o irritava constantemente. Saiu do aparelho e caiu no chão, esgotado e incapaz de se levantar.

Apenas ficou ali, quieto, enquanto ouvia uma voz no fundo de sua mente. Uma que gritou consigo e que o forçou a levantar. A voz pertencia ao seu mestre, que dizia para levantar e deixar de fazer cena, que era patético.

Usou toda sua força para ficar de pé e seguiu na direção de onde deixou Bento. Tirou-a da bainha e então começou várias repetições, o que atraiu uma plateia. Nunca viram um estilo tão único e tentavam emular os movimentos, mas, para a confusão de muitos, sentiam-se sem força depois de algumas repetições, ou apenas faziam errado e gritavam de dor.

— Vejo que também não conseguiu descansar. — A voz de Knives surgiu ao seu lado, olhou para seu companheiro, que ainda estava de máscara. — O quê?

— Nada… é só que, agora que paro para pensar, sua voz é familiar. — Nisso, o homem suspirou, e levou sua mão até a máscara. Tirou-a e fez com que Ethan arregalasse os olhos. — Você é o cabra do Bar!

Riu, algo que deixou o jovem envergonhado. Tinha usado seu dialeto de novo. — Sim, esse sou eu. Prazer, Hector Knives. — Estendeu sua mão, com um sorriso, pegou-a, e ambos apertaram, firmando uma amizade. — Queria treinar contigo, mas recebi ordens para te levar para o castelo.

— Castelo? Que castelo?

— O do Rei dos Ladrões, é claro.



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