Volume 1 – Arco 2

Capítulo 65: Encontro

— Para pessoas que se dizem guerreiros, vocês temem muito o desconhecido. — Sr. Arimoto disse de um jeito debochado.

Fumiaki não se importou com o comentário e chamou seu time para colocar Noty em uma gaiola feita especialmente para ele.

Enquanto tudo está sendo arrumado, Sr. Arimoto voltou a olhar para Xia que ainda tentava puxar ar para se recuperar.

— Hm? Você ainda está acordada?

Xia estava no chão, sua ferida sangrava, sangue escorria entre os dedos da mão que tentava estancar o sangramento. Ela estava esperando, se ela tiver tempo o suficiente, a habilidade de cura que ganhou da lâmina poderia recuperá-la o suficiente para se mover e poder tentar escapar novamente.

Quando Sr. Arimoto e Fumiaki conversavam ela concentrou todos seus esforços em se curar, porém, ao ouvir as palavras do Sr. Arimoto suas pupilas encolheram.

— Aaahhhh!!!

Xia deu um grito de dor, sua ferida que começava a dar sinais de fechar abriu novamente, Sr. Arimoto tinha pisado em sua mão que estava em cima do ferimento. Ela o olhou com seus olhos vermelhos, raiva estampava em seu rosto e o desejo de matar surgiu consumindo seu pensamento.

Porém, não durou muito, logo algo encobriu toda sua visão, foi rápido e não tinha como ela resistir com seu ferimento.

Xia desmaiou logo depois do Sr. Arimoto chutar seu rosto.

 

*****

 

— Entreguei a mercadoria como você queria, onde está encomenda? — Sr. Kazuyoshi cobrou Sr. Arimoto depois que via Xia desmaiando.

Sr. Arimoto olhou para o Sr. Kazuyochi e sorriu. Seu olhar voltou para o carro e fez um sinal.

Dentro do carro saiu um homem idoso carregando uma maleta, seu rosto não mostrava nenhuma emoção quando chegou perto do Sr. Kazuyochi e a abriu.

Os olhos do Sr. Kazuyochi brilharam ao ver o que estava dentro dela, sua respiração acelerou e um sorriso cheio de ganância apareceu no rosto. Com as mãos tremendo ele encostou no que estava dentro da maleta, seu corpo tremeu ao sentir a aura que vinha de dentro dela.

— Sim! É isso mesmo! — A voz do Sr. Kazuyochi tremeu quando murmurou.

Sr. Kazuyochi fechou a maleta e a pegou. O homem idoso recuou alguns passos e ficou atrás do Sr. Arimoto em uma postura de servo perto de seu mestre.

— Maeba! Dê a eles o antídoto, estamos voltando.

— Sim senhor! — O homem idoso chamado Maeba respondeu e começou suas preparações.

O que nenhum deles percebeu foi que ao longe tinha um homem em cima de um prédio observando tudo que acontecia. Ele tinha o cabelo com o penteado pompadour e um rosto bonito, normalmente um sorriso galanteador estaria em seu rosto, mas dessa vez ele estava sério e com um olhar afiado.

Esse homem é atualmente um das pessoas mais fortes da Makuredan e estava ali para garantir a segurança do grupo da Xia, essa pessoa é o Owen.

No entanto, ele não se moveu do lugar e apenas observou tudo acontecer. Sua atenção estava principalmente nos Caçadores da Noite Nublada, ele observava eles prendendo Noty e o levando embora.

Na mente do Owen algo estava muito errado, por isso decidiu que era melhor não agir no momento. Pelo que observou tudo acontecendo, Xia e os outros não estariam em perigo no momento, então ele ia testar as águas primeiro.

Owen observou os Caçadores da Noite Nublada fazendo todas as preparações e colocando Noty dentro de uma jaula, depois em um caminhão. Suas ações eram bem organizadas e mostrava que tinham feito muitas preparações antecipadamente para isso.

Outro grupo que tinha feito preparações foi também a do Sr. Arimoto, que trouxe quatro cápsulas estranhas onde colocou os corpos da Xia e os outros. O cuidado com que faziam isso mostrava que não eram amadores, eles devem ter feito isso inúmeras vezes no passado.

Mesmo assim Owen não deu tanta atenção para eles. A primeira vez que se mexeu foi quando os Caçadores da Noite Nublada deixou o local, usando suas habilidades, ele começou a seguir eles pulando de prédio em prédio.

 

*****

 

— Hahahahah! Depois de domar esse Sete Caudas ninguém vai parar a gente em Tokyo. — Takeda estava sentado no banco de passageiro na frente do caminhão.

Ele era um dos membros dos Caçadores da Noite Nublada que trabalhou para prender Noty. A animação estampava seu rosto por ter a oportunidade de fazer sua organização crescer.

A risada contagiou alguns dos integrantes que deram um leve sorriso.

— Fique quieto Takeda, trabalhei muito hoje e estou com sono.

Sara falou na parte de trás do caminhão, ela estava ao lado da gaiola que prendia Noty deitada numa cama improvisada.

— Você não está animada com o Sete Caudas que conseguimos hoje?

— É apenas um animal de pelúcia, o que tem para se animar? — Sara respondeu sonolenta — Estou mais animada com o sonho que vou ter essa noite.

Takeda a encarou perdendo toda a animação que tinha no começo, ele sempre se irritava com esse modo sonolento da Sara. No entanto, ele não tinha como reclamar muito dela, pois, as suas habilidades eram inigualáveis, ela é uma pessoa que podia se contar durante as missões.

Mas Takeda sempre se irritava em como ela ficava quando não estava lutando.

— Nem quando algo bom acontece vocês param de brigar?

Dessa vez que falou foi o homem que dirigia o caminhão, seu nome é Hosokawa e sendo um membro da equipe ele já estava acostumado a ouvir os dois brigarem. Diferente do Takeda, Hosokawa não se importava com as ações da Sara.

— Ela é irritante Hoso-san.

Sara não se importou de responder Takeda e apenas balançou a mão no ar indicando que achava o mesmo dele.

*Suspiro*

Fumiaki suspirou, no entanto, ainda tinha um sorriso no rosto. Apesar de ser irritante por muitas vezes ele ainda gostava de como os membros do seu grupo eram próximos. Essas pessoas eram sua família.

— Vamos pa…

Fumiaki interrompeu suas palavras de repente e olhou para cima, era como se seu olhar podia ver além da carcaça e saber o que acontecia no lado de fora.

Logo em seguida o caminhão fez uma curva brusca e um barulho ensurdecedor foi ouvido por todos.

*brrr-booom! brrr-buuum! trommm!*

Uma luz branca cegou momentaneamente as pessoas que estavam na parte de trás do caminhão, uma leve dormência passou pelos seus corpos.

Alguns segundos depois o caminhão parou, a porta de trás tinha sido arrombada, ela tinha uma marca preta chamuscada como se tivesse sido acertada por um raio.

— Está todo mundo bem? — Fumiaki procurou os outros membros do grupo depois que o caminhão parou.

— Que merda foi essa? — Hosokawa foi o primeiro a responder irritado.

— Isso foi um raio, eu ouvi a cachram. — Takeda gesticulava agitado.

Sara não respondeu, mas Fumiaki a viu levantando.

O que ele não viu foi o Sete Caudas que haviam capturado, no lugar estava uma gaiola vazia com um buraco nela. No outro lado da porta do caminhão ele viu um lobo preto correndo se afastando deles.

Fumiaki saiu do caminhão e no lado de fora viu a confusão que estava o lugar. O clarão que aconteceu de repente fez muitos motoristas perderem o controle e baterem.

Havia carros amassados e pegando fogo por todo o lugar. As ruas que eram sempre iluminadas estavam às escuras. Com tudo parado havia pessoas que saiam dos veículos e sentavam na calçada tentando se recompor, como havia também outras que estavam em melhor condição procurando ajudar os outros.

Sara foi a segunda a sair do caminhão sendo seguida por Takeda e Hosokawa.

— Isso está um caos. — Sara comentou.

— Olha o Sete Caudas está fugindo! Merda, va…

Takeda viu Noty fugindo e notificou o grupo começando a correr em seguida, mas ele tropeçou em algo e caiu no chão.

Ele se virou e viu o que o fez cair foi Sara que botou o pé na frente dele. Sua raiva aflorou, mas quando ia falar percebeu que nenhum dos outros três integrantes do grupo estava prestando atenção nele e sim olhando para um prédio ao lado.

Seguindo o olhar deles, Takeda viu um homem em meio a escuridão olhando para eles de cima do lugar. Mesmo estando escuro ele podia ver essa pessoa claramente.

— Owen, a Bela Tempestade, então foi você que enviaram como guarda-costas. — Fumiaki disse seriamente olhando para o homem.

Owen olhava para as pessoas que estavam no caminhão, algo o fazia se sentir apreensivo, dizendo que seria perigoso chegar muito perto.

Ele franziu quando ouviu Fumiaki falando, mas continuou mantendo distância. O olhar sério desapareceu e o que apareceu foi um sorriso galanteador que sempre tinha.

— Guarda-costas? Não, não. Eu achei que a noite estava tão bonita e quando vi a senhorita ao seu lado com sono, pensei em chamá-la para um jantar a luz de velas.

— Oh! — Fumiaki franziu.

— Você criou um cenário em tanto *buwaaahhhh*, mas na hora de me convidar fez isso de tão longe? — Sara bocejou em meio a sua fala, ela ainda estava sonolenta. — Eu fico com vergonha de te responder na frente de tantas pessoas.

Takeda tinha acabado de se levantar quando ouviu a conversa, o que o deixou ainda mais irritado. Ele sentiu um grande desgosto pelo homem.

— Ei seu imbecil! — Takeda gritou apontando o dedo para o Owen. — Para com essa conversa fiada e desce aqui para eu arrebentar sua cara.



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