Volume 1 – Arco 2

Capítulo 66: Ataque

— Vamos lá, desce aqui!

Takeda continuou provocando Owen para lutar, mas foi respondido com silêncio.

— Já chega Takeda. — Fumiaki disse. — Ele não está aqui para lutar.

Owen não saiu do lugar e nem se importou com as provocações do Takeda, o que Fumiaki disse estava certo, ele só queria ganhar tempo. Não existia nenhum apoio vindo, mas era necessário tempo para a fuga do Noty ser tranquila.

Owen aguardou mais alguns minutos encarando o grupo antes de virar e ir embora. Ele não tinha falado mais nada depois do convite para Sara. Quando Fumiaki percebeu que ele estava ganhando tempo não havia mais necessidade disso.

— Vamos apenas deixá-lo ir desse jeito? — Takeda olhou para Fumiaki. — Ele nos fez perder o Sete Caudas.

Fumiaki olhou Owen sumindo na escuridão e não se importou em responder. Ele havia recebido uma ordem antes de sair da organização para não entrar em nenhuma batalha desnecessária.

Os Caçadores da Noite Nublada estavam guardando suas forças, com o número de pequenos grupos de outras organizações vindo de todo o mundo, eles decidiram se afastar e observar como tudo ia ocorrer.

— Já que o bonitão foi embora vou voltar a dormir.

Sara ignorou tudo que acontecia ao redor e voltou para o caminhão. Depois de deitar na cama ela fechou os olhos e pareceu entrar num sono profundo.

Takeda olhou para ela irritado, mas dessa vez não falou nada. Ele apenas engoliu sua raiva enquanto esperava o que Fumiaki ia dizer.

— Vamos voltar para base, não há nada para fazermos aqui. — Fumiaki decidiu e andou para o caminhão.

Hosokawa concordou e o seguiu.

— Senhor e o Sete Caudas? — Takeda perguntou confuso.

— Sara o marcou, poderemos ir atrás dele quando quisermos.

 

*****

 

Um homem andava apressado pelo corredor. Cada passo que dava ecoava por todo lugar e pessoas que estavam no caminho saiam da frente para ele passar.

No entanto, as pessoas que abriam caminho não tinham olhares de respeito ou medo, seus olhares eram de preocupação. Alguns tinham sentimentos mistos.

O ambiente no local que estavam normalmente é calmo com pessoas rindo durante o trabalho. Eles eram como uma grande família.

Esse lugar é um laboratório de pesquisa chamado Centro de pesquisa avançado Uratamiaki, sendo especialista em genética, e também um dos dois laboratórios de pesquisa que pertence ao Conglomerado Masataka.

As principais pesquisas realizadas são em tratamento de doenças genéticas, vacinas e analises de mutações. Muitas pesquisas realizadas no Centro de pesquisa avançado Uratamiaki criaram tratamentos que beneficiou inúmeras pessoas.

Grande parte de seus lucros são em contratos realizados para o governo Japonês. Entre eles estão o de melhoramento genético de sementes para agronomia, a qual traz sessenta por cento dos contratos.

Porém, essa calmaria acabou a dois dias atrás quando um dos principais cientistas fez algo que poderia mudar tudo. Ele trouxe o que os outros comparariam a uma bomba relógio para o Centro de pesquisa avançado Uratamiaki.

Desde então vários dos principais cientistas começaram a pegar suas pesquisas e enviarem para outros locais. Agitação tomou conta de tudo e hoje o número de pessoas querendo sair de lá tinha aumentado.

E o nome da pessoa que iniciou tudo isso estava bem ali, Yoshiie Arimoto.

Arimoto andava pelo corredor não se importando com os olhares centrados nele, a raiva que sentia tinha chegado a ponto de não ver as pessoas que estavam ao redor. O lado esquerdo do rosto estava latejando, e a cada vez que sentia isso a raiva ficava mais forte.

Aquela foi a primeira vez que levou um tapa como esse no rosto, o pior é que essa é primeira vez que seu irmão mais velho levanta a mão contra ele. O que mostrava a seriedade do irmão e o quanto o que ele fez vai influenciar o laboratório.

Em meio a sua raiva, a conversa que teve com seu irmão ainda ecoava pela sua cabeça, foi uma conversa rápida, mas o marcou por ver seu irmão com raiva com ele:

— Seu imbecil, você sabe a merda que fez dessa vez?

— Terata…

Arimoto estava de cabeça baixa na sala quando ouviu a voz raivosa do seu irmão, essa não era a primeira vez sendo repreendido por ele, mas quando tentou falar foi interrompido.

— Cala a boca! — Terata bravejava — Por causa da besteira que fez vou ter que agir rápido e dar um jeito de me livrar dessa arma maldita.

— Como assim se livrar? Eu ti…

paft!

O som do tapa soou na sala, Terata acertou no rosto do Arimoto o pegando desprevenido. Ele caiu no chão com a força e ficou olhando assustado para seu irmão.

— Você estava pensando que ia ficar com essa arma no laboratório? Vou entregar ela para a primeira pessoa que quiser levá-la embora. Se eu não encontrar ninguém que queira ela, eu solto aqueles garotos e mando eles de volta para Makuredan com um pedido de desculpas.

Terata parou de gritar e se sentou na cadeira atrás da mesa, ele fechou os olhos para se acalmar.

Arimoto se levantou do chão e ficou em pé esperando se seu irmão iria dizer mais alguma coisa.

— Onde estão os garotos? — Terata perguntou depois de se acalmar um pouco — Se precisarmos deles, vão estar preparados?

— Sim irmão.

— Prepare a lâmina, vou tentar negociar essa arma. Quando voltar, vamos nos livrar dela. Pode ir.

Arimoto olhou para seu irmão, ele parecia querer dizer alguma coisa, mas não sabia como falar. O que chamou a atenção do Terata que o olhou franzindo a sobrancelha.

— Diga que não fez mais nada errado!

— Po-porque todos estão com tanto medo dessa lâmina? Essa organização escondida existe mesmo? Com essa arma posso completar meu projeto e o sonho que compartilhamos pode se tornar realidade.

— *Suspiro* Meu querido irmãozinho, você é muito inteligente para fazer as pesquisas, mas fora isso eu diria que você é um tapado. Vou explicar de um jeito que você entenda.

Terata continuou: — Se essa organização existe e atacamos o portador antes do prazo, podemos ser destruídos por eles, se ela não existe, teremos na mão uma arma desejada por dezenas de organizações médias e mais de cem organizações pequenas.

Num momento de raiva Terata levanta da cadeira e segura Arimoto, e o joga para fora da sala o fazendo cair no chão.

— Agora vá e arrume tudo para quando eu voltar.

Essas foram as últimas palavras do Terata à Arimoto antes de fechar a porta.

Arimoto ficou um tempo no chão assimilando o que aconteceu e se levanta, andando pelos corredores.

Depois de andar mais um tempo ele entrou em sua sala. Aquele era o que considerava como lar, o lugar onde passava a maior parte do dia imerso em pesquisas. Onde poderia desfrutar da paz que precisava para se acalmar e continuar analisando os dados que tinha obtido.

Ao chegar na sala ele foi direto para a cadeira e reclinou sobre ela, com os olhos fechados e tentando esvaziar a mente, apenas ficou ali relaxando, não se importando com a agitação do lado de fora.

Um tempo se passou até Arimoto abrir os olhos bem mais calmo, seu olhar caiu diretamente em um objeto que havia adquirido a pouco tempo, mas também é o motivo de tudo que estava acontecendo.

Uma cápsula estava em pé no meio da sala, com uma parte feita de vidro transparente podia-se ver um líquido verde viscoso com vários pontos no meio dele que brilhavam vermelho de tempos em tempos. Envolvido pelo líquido tinha uma espada com cerca de um metro de sessenta de altura, na lâmina estava inscrita vários simbolos parecidos com runas.

Aquela era a lâmina da imortalidade.

Uma arma que estava sendo desejada por muitas pessoas, estava agora nas mãos do Arimoto. No entanto, ele não era como os outros que queriam usar a arma apenas para ter vida eterna, ele queria desvendar os mistérios dela.

Como uma arma única, os relatos da lâmina da imortalidade vêm dos tempos antigos, antes mesmo dos grandes reinos surgirem. Talvez armas que foram consideradas sagradas em lendas e contos foram inspiradas nela. Essas lendas poderiam até mesmo terem acontecido, com essas histórias sendo contadas sobre o portador.

Cada vez que pensava nisso Arimoto ficava excitado. Se conseguisse analisar tudo sobre a lâmina e pudesse encontrar o método que foi feita e seus materiais. Ele poderia imbuir tudo em seu corpo e se tornar a arma mais mortal e durar eternamente.

Com esses pensamentos Arimoto pegou os dados que tinha e começou a analisar tudo que podia minuciosamente, excitado ao ver cada informação que lhe levaria ao seu sonho.

Vruuuuuuummmmmm!!!!!!!!!!!

A luz da sala apagou quando o alarme tocou e a iluminação de emergência acendeu. Uma luz vermelha preencheu a sala e iluminou o rosto do Arimoto que mudou de excitado para sério.

Ele levantou e saiu da sala, no corredor encontrou várias pessoas correndo em direção a uma saída segura.

— Quem está nos atacando? — Arimoto perguntou a um homem que passou ao seu lado.

— Ainda não sabemos, mas eles conseguiram destruir nosso sistema de energia principal.

O homem respondeu Arimoto e continuou seu caminho o deixando pensativo para trás.



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