Volume 1 – Arco 2
Capítulo 55: Passeio no parque (2)
Kishito e os outros tinham feito uma pausa depois de andarem em várias atrações no parque. Rika tinha escolhido as atrações que eram consideradas as mais famosas do parque como também as que tinham mais adrenalina.
Isso não foi apenas pelo seu gosto neste tipo de atração como também são as que Kishito não gosta muito. Rika estava claramente fazendo isso de propósito de um modo que se tornasse uma punição para o irmão.
Agora vendo como ele estava se apoiando na mesa, isso a deixou com um sorriso no rosto que não desapareceu por um tempo.
No momento estavam em quatro pessoas na mesa, além do Kishito e Aya que estavam apoiados nela, Rika e Donavan estavam juntos.
Donavan tinha mantido o seu jeito quieto durante todo o passeio, não participava das conversas e se afastava do grupo muitas vezes como se tivesse algo o incomodando.
Essa ação não passou despercebido, mas ninguém queria tocar no assunto.
O grupo do Kishito sabia o que passava por sua cabeça e que Donavan podia estar lutando contra si mesmo, mas por o entenderem, eles respeitavam sua escolha.
Antes de virem para o parque, Xia e Alicia tinham tentado convencê-lo a não ir, assim se afastando da Aya podendo firmar a decisão. Elas até quiseram desmanchar o grupo que almoçavam juntos, assim os afastando.
No entanto, tudo isso foi negado, Donavan acreditava que não importava o que acontecesse não iria mudar sua decisão. Sendo que estar perto da Aya era um teste de resolução.
Assim eles continuaram do mesmo jeito de antes, mas a cada dia visivelmente Donavan estava fraquejando.
Já as outras três garotas estavam no balcão de uma das lanchonetes esperando o pedido que tinham feito. Como Kishito e Aya precisavam descansar elas se ofereceram para comprar os lanches.
— O Donavan é muito teimoso!
Sae reclamava com Xia e Alicia enquanto esperavam no balcão, com as bochechas estufadas mostrando o descontentamento com a situação.
Fazia alguns dias que ela mostrava esse descontentamento quando Donavan não estava por perto, sendo uma pessoa perceptiva que era, cada mudança era percebida durante todo o tempo. Por muitas vezes as tentativas de fazer ele e a Aya ficarem juntos não dava certo.
Sabendo que um gostava do outro, porém, mesmo depois da Aya se declarar para Donavan e estarem juntos quase todos os dias, esse casal não ia para frente.
— Talvez apenas não é para acontecer.
Alicia a respondeu entediada. Juntar o casal seria algo interessante, mas ela entendia o lado do Donavan por não querer que esse relacionamento vá para frente.
— Como assim não é para acontecer? — Sae se irritou com a fala da Alicia. — Aya sempre foi tímida, tive muito trabalho em convencê-la a se confessar. Mesmo depois que Donavan a rejeitou eu ainda a convenci a continuar tentando. Eu apenas não entendo por que ele continua negando.
— Você parece ter bastante certeza nisso. Vamos apenas deixar as coisas como estão, é melhor parar com isso antes que a Aya se machuque. — Xia tentou convencê-la a parar.
No entanto, essa tentativa não pareceu fazer nenhum efeito, pois, os olhos da Sae brilharam indicando sua inflexibilidade a desistir.
— Eu não vou desistir! A relação deles parece tão fofa e pura, não é essa coisa estranha entre você e o Hishima-san.
— Esquisita?
— Sim esquisita. Meus olhos localizam casais apenas olhando para eles. Agora vocês dois… um parece interessado no outro, mas… não de um jeito romântico como o Donavan e a Aya. Do jeito que vejo, eu diria que nem vocês sabem o que um sente pelo outro.
“A percepção dela é muito boa. Apenas por observar os dois ela já conseguiu ler eles, esse sentimento é o mesmo que tenho quando os vejo.” Alicia pensou depois que Sae falou.
Xia também não entendia o estranho sentimento que tinha pelo Kishito, mas não imaginou que alguém que os via apenas alguns minutos no dia conseguiria a ler desse modo.
No início Xia pensou que era apenas por Kishito ser a fênix, mas com o passar dos dias sua mente começou a pensar que seria algo diferente.
— Pedido 37, pedido 37!
A atendente chamou para entregar o pedido. Sua voz interrompeu a conversa das garotas, porque esse essa o pedido delas.
Com o lanche em mãos, o trio chegou na mesa onde estava todo mundo e o grupo lanchou em uma atmosfera alegre que sempre estava em volta deles.
Porém, essa alegria foi interrompida quando Rika falou qual seria a próxima atração que iriam ir depois do lanche. Kishito e Aya paralisaram ao ouvir ela.
— Rika já chega de brinquedos como esse, que tal irmos em um mais tranquilo? — Kishito foi o primeiro a reclamar.
— Ficamos bastante tempo aqui, precisamos nos apressar antes que comecem a fechar os brinquedos. — Rika não se importava com as reclamações do Kishito.
— Eu não vou mais neles, esquece!
— Como não? Você disse que eu ia escolher aonde iríamos, não volte com sua palavra.
— Isso não tem nada a ver. Estamos no lugar que você queria, então cumpri minha promessa.
— Eu tenho uma ideia!
Enquanto os irmãos discutiam sobre se iriam ou não na próxima atração que Rika escolheu, Sae exclamou os interrompendo e chamando a atenção do grupo.
— Tem um brinquedo que quero ir antes que fique muito tarde.
Depois que continuou, Sae estava com os olhos brilhando com expectativas que Rika ia aceitar.
Rika sempre foi teimosa quando era algo relacionado a Kishito, chegando a se tornar bastante egoísta. No entanto, quando olhou para Sae algo pareceu surgir em sua mente de repente que a fez aceitar o pedido.
Depois que Rika aceitou o pedido, Sae não contou qual atração ela queria, mas levou o grupo pelo parque e andaram alguns minutos até pararem numa fila. Ela não era muito grande, porém, teriam que esperar uns vinte minutos para poder entrar.
Quando o grupo viu que a atração que Sae tinha escolhido eles logo perceberam qual era sua intenção. Aquela era uma fila para a roda gigante.
Logo em seguida uma frase que era esperada foi dito por ela.
— Vamos ter que nos dividir em dois grupos. — A frase da Sae foi um pouco diferente do que todos esperavam, o que fez ela sorrir debochadamente. — Vocês pensaram que ia falar para formarmos duplas não é? Estamos em sete então para ninguém ficar sozinho formaremos grupos maiores.
— E como vai ser a divisão?
Rika já entendendo o que sua amiga queria fazer perguntou. Depois de tanto tempo que eram amigas, uma já conhecia bem a outra que não era necessário falar para formarem seus esquemas.
— Vamos decidir na sorte! — Sae declarou animadamente.
Um tempo se passou depois de decidirem como seriam separados os grupos. Cada grupo estava dentro de uma cabine enquanto a roda gigante começou a girar.
O sol estava se pondo e a visão de dentro das cabines deixaria qualquer pessoa maravilhada com a vista do sol se escondendo atrás da cidade. Essa era uma cena bem conhecida, pois, era um das atrações do parque.
Rika estava bem relaxada deitada no banco da cabine olhando o pôr do sol, seus olhos pareciam perdidos vendo a cena em completo silêncio. Estando deitada com a cabeça no colo do Kishito, que acariciava seu cabelo do mesmo modo que sempre fazia em casa quando estava no sofá vendo televisão.
Na frente deles estavam duas pessoas que não estavam preocupados com a ação dos dois, elas pareciam acostumadas a ações deles. A atenção delas estava no pôr do sol que as encantou profundamente, às duas eram Xia e Alicia.
Durante o sorteio os quatro acabaram juntos, apesar da Alica e Xia suspeitarem que Sae tinha manipulado o resultado, elas não tinham como comprovar e apenas seguiram a onda.
No início elas pensaram em reclamar pelo Donavan, porém, foram impedidas. Quando entraram na cabine seus pensamentos estavam em tentar adivinhar o que ele estava pensando, mas ao verem o pôr do sol tudo isso parecia desaparecer.
Na outra cabine estava silencioso, que diferente da primeira, era mais relacionado às pessoas que estavam lá dentro tinham um relacionamento meio estranho no momento.
De acordo com o sorteio era para ter três pessoas nessa cabine, no entanto, agora tinha apenas duas delas. Aya e Donavan olhavam a vista, mas desde o momento que entraram na cabine nenhum dos dois falou nada.
Momentos antes de entrarem na cabine, Sae deu uma desculpa que tinha esquecido algo e deixou os dois para embarcarem sozinhos. Desde então mais nada foi falado entre eles.
— Sae continua insistindo mesmo depois do que aconteceu, — Donavan que não era muito de falar foi quem quebrou o silêncio — porque ela pensa que podemos ter alguma coisa?
Aya ficou vermelha quando ouviu Donavan falando com ela. Mesmo com eles almoçando juntos na escola, Aya poderia contar nos dedos quantas vezes ele lhe dirigiu a palavra.
— D-depois que fui foi rejeitada por você… a única coisa que eu queria era me esconder. Sae foi a pessoa que mais me incentivou a falar com você e quando disse o que aconteceu ela não acreditou muito.
Mesmo com o rosto vermelho Aya olhou para Donavan tentando ver cada detalhe da sua expressão, querendo pegar qualquer mudança enquanto continuou:
— Ela sempre dizia que tinha certeza que você também gostava de mim e me incentivava. Por isso continuei indo nos almoços mesmo você me ignorando. — Aya tomou coragem e depois de morder seus lábios perguntou. — Eu acredito nela, então se você não gosta de mim, por favor olhe para mim e me diga a verdade.
Os olhos da Aya estavam brilhando com lágrimas começando a aparecer. Porém, Donavan não se virou e continuou olhando para o pôr do sol. Aquela era uma clara declaração que não iria responder como ela queria.
Aya esperou por uma resposta que não chegou quando lágrimas começaram a escorrer pelo rosto.
— Me diga pelo menos porquê? Na outra vez você não me disse nada e foi embora, dessa vez você também não fala nada. É algo que fiz? É algo que não sou?
Lágrimas caíram no chão enquanto Aya falava, mas Donavan não virava o rosto. Ele tentava se manter indiferente enquanto seu coração batia cada vez mais rápido.
Donavan queria usar essa oportunidade para selar totalmente seu coração assim não tendo mais que sentir do modo que estava no momento. No entanto, a última pergunta da Aya o fez pela primeira vez desde que entraram na cabine a olhar para ela.
— É por causa da tatuagem do pássaro que você tem?