Volume 1 – Arco 3

Capítulo 14: O Escolhido

Diego estava em uma posição desfavorável. A sua frente estavam três garotos prontos para avançar em sua direção e lhe empurrar da calçada alta. Embora não fosse uma descida ameaçadora, o rapaz da cicatriz sabia que ficar em um terreno inferior só daria ainda mais vantagens aos seus oponentes.

“Tenho que jogar eles para baixo de algum jeito. Mas como?”

Nenhuma ideia surgiu quando encarou aquele porco humano. De todos os três garotos, aquele seria o mais difícil de vencer. Afinal de contas só conseguiu se livrar de Bruno daquela vez por conta do jeito abobalhado do gigante. Agora, não podia contar que Golias seria do mesmo jeito.

O rapaz, então, tomou uma decisão.

Tirando rapidamente a mochila de suas costas, lançou-a contra o maior alvo. Golias apenas precisou dar alguns passos para trás e se defender do objeto, porém se surpreendeu ao ver que o rapaz da cicatriz já estava a centímetros de distância.

Um soco foi projetado por Diego, acertando em cheio o peito do rosado, mas isso não abalou Golias, que mal sentiu o impacto. Ao invés disso riu e lançou sua mãozorra na intenção de um agarrarão. O rapaz conseguiu desviar devido a lentidão do oponente.

Distantes um do outro, Diego notou que seus pés lhe levaram para a beirada da calçada alta mais uma vez. Além disso, reparou no novo número de crianças curiosas à sua volta, todas ansiosas para ver o desfecho daquela luta.

As ideias foram se arrumando em sua cabeça e o foco na situação voltou. Sua intuição lhe dizia que de alguma forma ele poderia vencer aquela batalha. Não era como da vez com os Baderneiros, onde estava ficando verdadeiramente irritado com a coceirinha na sua nuca dizendo para recuar.

“Ele é lento! Ótimo. Posso usar isso ao meu favor.”

A mochila jogada na direção do grandalhão já não seria mais o seu elemento surpresa. Dessa vez, ele correu em direção a Golias com toda a sua velocidade.

Golias tentou lhe alcançar mais uma vez com um agarrão, porém Diego desviou, ficando em sua retaguarda. 

“Ótimo! Agora é só lhe empurrar com tudo!”

Seria o mesmo movimento que tinha feito com Kisley, no banheiro. Exceto que não havia nenhum espelho por perto para lançar o rosto do rosado contra.

— Atrás, Golias! — gritou Kisley, para a infelicidade de Diego.

Com um bufo de raiva, o porcão se virou com velocidade, procurando seu alvo. Por pouco seu braço não batia no rosto do rapaz da cicatriz, que teve de recuar até os braços de algumas crianças curiosas. Logo elas lhe empurraram em direção a Golias.

Voltando a encarar seu oponente, Diego reparou que nem o garoto de terno vermelho e Kisley estavam atacando. Na verdade, o máximo que faziam era observar com escárnio toda a situação.

Diego investiu mais uma vez em direção a Golias, porém outra vez foi frustrado com Kisley denunciando a sua posição. 

“Se não fosse as ordens daquele cara…”

Com a nova ideia em mente, o rapaz soube o que fazer. Teria de silenciar os pequenos para depois dar conta do maior. 

Com velocidade, avançou em direção a Kisley. Assim que chegou perto o suficiente para lhe lançar um golpe…

— Alastor! — chamou o garoto.

No mesmo instante, o garoto de terno vermelho e chifres de cervo apontou um canivete para Diego com um sorriso medonho no rosto. O rapaz recuou outra vez. 

“De onde ele tirou isso?”

Aquele não era um estilete como da vez que brigou no beco. Era um verdadeiro canivete e poderia lhe causar ainda mais estragos que alguns cortes em seu braço esquerdo.

Passos pesados vindo de trás fizeram o rapaz se virar a tempo de desviar dum novo agarrão de Golias. Diego já estava cansado de recuar e o garoto-porco estava bufando de raiva. 

— Kisley! — falou Golias, sua voz era tão grave e pesada que tinha de respirar pesadamente a cada sentença. — Esse cara me irrita!

— Ele também me irrita. Mas quero ver ele ficar exausto de tanto pular para cá e para lá...

— Cala a boca! — A feição ameaçadora do garoto-porco fez Kisley lembrar quem estava no comando. 

— Bom, eu recomendo que termine logo com isso, Golias — falou Alastor. Sua voz era estridente e ao mesmo tempo elegante. Diego conseguia sentir um ar de superioridade vinda daquele garoto-cervo. — Tenho certeza que daqui alguns segundos aquele monitor vai aparecer e acabar com a festa.

Golias apenas bufou e voltou sua atenção para Diego com um olhar irado. Dessa vez, a intuição do rapaz lhe dizia para recuar. Para fugir. 

O garoto-porco deu um passo à frente.

De repente, o tamanho do rosado fez suas pernas lhe desobedecerem. Era como se Golias fosse uma muralha e Diego apenas um inseto. Inconscientemente, ele não entendia como e nem o porquê de seus instintos estarem falhando com ele naquele momento.

“Não posso ficar assim, tenho de enfrentá-lo."

Golias deu outro passo à frente. O coração de Diego batia tão forte que sentia suas costelas serem esmagadas.

“Mas como?”

Então o rosado finalmente chegou perto suficiente para dar um golpe. Diego se preparou para desviar, do mesmo jeito que tinha feito com todos os outros golpes. Seria fácil, Golias era lento. 

Porém para a surpresa do rapaz, o garoto-porco investiu com grande velocidade, carregou um golpe e acertou um soco no tórax de Diego.

O rapaz caiu da calçada alta de costas para o chão. Tentava respirar com dificuldade, como se um elefante estivesse em cima de seu peito. Ele se contorceu no chão por um instante e depois de cuspir um pouco de sangue, voltou a respirar. 

Aquele sangue lhe deixou apavorado. Um único golpe lhe prejudicou tanto… O que aconteceria se ele continuasse a receber socos como aqueles? 

Golias se jogou da calçada alta e ficou próximo de Diego. O encarava com um sorriso bestial e olhos irritados. O rapaz tentou recuar, porém seus sentidos não o obedeciam. O peito pressionado estava lhe impedindo de agir.

Sua intuição não parava de dizer para fugir, para correr e deixar todos pensarem que era um covarde. Talvez assim os apelidos de cachorro e vira-lata fossem substituídos por: covarde ou derrotado. 

Ele não sabia o que aconteceria. Ele não pensava sobre isso. Tudo que o seu corpo desejava era sair dali o mais rápido possível. 

— Então você quer mais, garoto da cicatriz — disse Golias. 

Para a surpresa de Diego, ele não estava mais caído e sim em pé, com as mãos em posição de ataque. Nem ele conseguia entender o motivo de estar pronto para lutar com aquele porcão. A poucos minutos estava disposto a fugir. Agora, sentia que deveria estraçalhar aquele gigante. 

“Mas como? Como eu vou bater de frente com esse cara…”

— Já chega — disse uma voz nova, calma e gentil.

Era um garoto mais velho, negro e sem cabelo. Usava óculos e um terno muito justo ao corpo. Diego reconheceu sendo Rodrigo, um dos monitores que lhe deu o programa de aulas no dia anterior. 

— Espero que vocês tenham se divertido o suficiente. Agora, por favor, vão direto para as suas salas.

Golias apenas bufou e saiu dali. Mas claro, antes soltou um sorriso escarnecedor para o rapaz da cicatriz. 

Rodrigo vigiou a porta enquanto todos entravam. Assim que Diego passou por ele com Tiago do lado, disse:

— Vá a enfermaria cuidar disso antes de ir para a sala. Fica no terceiro andar. E a propósito, senhor Murdock, evite lutas não autorizadas no terreno do Craveiro. Mais advertências podem resultar em uma suspensão. 

— Tá — respondeu, fingindo indiferença. Recebeu um sorriso em resposta. Rodrigo era uma pessoa curiosa, porém achou melhor não pensar muito sobre isso. 

 

 

Todos os alunos quentes do primeiro ano foram para a sala 300-T, onde a porta era um simples quadrado. Dentro da sala havia vários troféus, medalhas e algumas figuras de monstros extremamente horripilantes e esquisitos. 

Nenhuma daquelas criaturas era como A Besta que Diego sonhava, porém ainda assim causavam uma sensação estranha, embora essa sensação não pudesse ser classificada como medo. Era algo diferente.

No grande quadro negro — única coisa padronizada, que tinha em todas as outras salas — havia escrito: Prudência com Nocivos, Prof. Holland Tirano Riddley. 

Embora aquela fosse a sua primeira aula daquela disciplina, reconhecia o professor. Era o que só falava gritando e tinha um ar de autoritário. O mesmo que brigou com a Rúnica. Ao menos ele parece ser um cara que sabe como aquela mulher é uma vaca, se conformou. Diego agora pensava na frase: O inimigo do meu inimigo é meu amigo.

Mas as estatísticas nunca estiveram do seu lado. Desde que chegara no Craveiro, o rapaz só passou por problemas. Houve a luta com os Baderneiros, as aventuras que teve com Rafaela e nessa tarde já estava marcado por um outro grupo de alunos que o detestavam. De certa forma, ele já estava se conformando com o apelido de “brigão”.

Porém, em determinados momentos as estatísticas também estiveram do seu lado. Como poderia conhecer Tiago se não o tivesse ajudado? Ou como poderia conhecer Rafaela se não tivesse chegado atrasado? Talvez as chances estivessem do seu lado. Talvez todas as coisas ruins que lhe aconteciam eram balanceadas com coisas boas.

Talvez, e só talvez, dessa vez o Prof. Riddley seria um grande aliado, pois compartilhavam da mesma inimizade: Rúnica. 

No entanto, os seus sonhos de trocar conversas e mais conversas sobre como a Prof. Ramirez era detestável foram por água abaixo assim que Riddley pisou em sua sala.

Usava um terno militar com vários broches dourados. Cabelos ralos, moreno e dos olhos fundos — competiam com os olhos sombrios de Elizel, exceto pelo fato de que o Dragão Negro tinha os olhos verdes, bonitos e brilhantes, se não fosse a sua aura assassina que os tornava assustadores.

Sua carraca zangada e o jeito de andar, rítmico, como uma marcha forte, fez todos os alunos que conversavam se calarem. Ele ficou na frente de sua mesa, as mãos para trás do corpo, o peito estufado, os olhos analisando toda a sala. Após alguns instantes de silêncio, ele começou a gritar para todos.

— Alunos! Ontem, o senhor Monte, O Dragão Negro, deu uma aula sobre nocivos! Entretanto, ouvi muitas queixas sobre a aula! Segundo vocês, O Dragão Negro, deu uma aula muito fácil! Pois muito bem! Hoje, vocês que se acham tão espertos, irão fazer uma prova sobre nocivos! Valendo nota!

Todos da sala bufaram ao mesmo tempo. Diego ficou nervoso. Era sua primeira vez com provas, e qualquer um poderia notar que o rapaz não era de estudar. Enquanto as provas eram entregues, ele começou a se arrepender de não ter perguntado mais sobre os nocivos e também de ter dormido nas aulas.

Bem que o Tiago me avisou, pensou, porém jamais verbalizar aquilo ao loiro. Não daria um gostinho de vitória para o amigo. Na realidade, Tiago também parecia muito assustado com a notícia. Começou a pensar daquele jeito esquisito que apenas ele fazia.

— Enquanto vocês respondem — começou a gritar o tirano — quero que escrevam seus nomes em um papel!

— Fessor! — Lauro levantou a mão. — Isso tem alguma coisa a ver com o torneio dessa semana que vem aí?

Torneio? Haviam torneios no Craveiro? Mas quais tipos? Desde que chegou ali nunca ouviu ninguém falar sobre aquilo. Talvez fosse algo como uma competição de matemática, ou conhecimentos. O rapaz deu uma risada abafada ao pensar nos alunos tentando descobrir quais cores precisava misturar para dar violeta.

— Sim! — respondeu. — Como todos devem saber, o senhor Moraes se acidentou vergonhosamente! 

Todos olharam para Igor, o rapaz que quase ficou surdo por conta de Rúnica no dia anterior. Agora ele andava com uma faixa em volta dos ouvidos, e nenhum aluno, exceto os quentes do primeiro ano, sabiam o real motivo daquilo. 

A escola inteira saberia sobre o que Rúnica fez aquele aluno se não fosse o medo que todos sentiam dela.

— E como ele era quem iria representar essa turma — continuou — é preciso substituí-lo! E ainda bem que não vai competir! Foi tentar realizar um simples mistério e olhe só o que aconteceu a você! Um verdadeiro incompetente! Jamais será um verdadeiro opulento dessa maneira!

Era verdade, todos achavam que Igor estava daquele jeito por conta de um feitiço que ele mesmo tinha feito, porém mal executado. Pelo visto aquela notícia tinha chegado até os professores também.

Diego ficou irritado. Bateu a mão na mesa e se levantou bruscamente.

— Não foi culpa do Igor! — gritou, o rosto contorcido de raiva. — Foi culpa da Rúnica! 

— Não grite em minha sala de aula, Murdock! Não vejo porquê a professora Ramirez faria algo assim! Agora se sente!

— Pois o senhor deveria ver! Não viu o quão maligna é aquela mulher quando ela lhe bateu?

Pelo visto agora tinha ido longe demais. Sua raiva tinha lhe cegado e não pôde refrear suas palavras. Acabou falando sem pensar, ou, no caso, falando o que estava pensando.

Todos da sala começaram a discutir, surpresos. Pelo visto ninguém sabia o que realmente tinha acontecido entre o professor Riddley e Rúnica. E Diego tinha certeza que o professor não queria que as pessoas soubessem daquilo. Tiago, que estava do seu lado, ficou sem reação. Ao menos tinha parado de agir daquele jeito estranho.

— Silêncio! — ordenou, e todos se calaram. — O senhor vai ter de passar algumas semanas de suspensão comigo, senhor Murdock! Agora, sente-se!

Em seu segundo dia, já tinha conseguido uma suspensão. A contra gosto, ele se sentou, ainda com raiva. Porém encarava Riddley com ferocidade.

Depois do ocorrido, a aula continuou. Todos colocaram os seus papelzinhos com seus nomes dentro de uma caixa que passava de mesa em mesa. Então tiveram de começar a responder os questionários.

 

Como deve ser tratado o leigo/opulento/assistente-social que por ventura recebeu um parasita de um nocivo tipo v?

Quais é o maior ponto fraco dos nocivos a ser explorado no caso de uma infestação de níveis inferiores a superiores?

Além dos olhos como sendo o ponto mais sensível de qualquer criatura nociva, quais os tipos de gases de alta temperatura que podem ser considerados a maior fraqueza de um nocivo de qualquer tipo?

 

Diego não sabia por onde deveria começar.

Muito tempo havia se passado e grande parte dos alunos já estavam entregando as suas provas para o professor. Diego até tinha tentado pedir ajuda para Tiago, porém ele não estava disposto a passar cola.

— Senhor Cervantes! — gritou Riddley. — O que lhe faz pensar que um único opulento é capaz de enfrentar um nocivo amarelo sozinho?

— O Capitão Roudini consegue — disse Lauro. — Meus veios vivem falando que o Capitão Roudini e o comandante dele, o Pedro Vinicius lá é sensacional. Então ele consegue, cara… Digo... Fessor Riddley.

— Eu também acho que o Roudini é capaz, professor — disse Neto, folgado em sua cadeira, ao lado das gêmeas.

— Eu também acho — concordou Sheila. Mas talvez não achasse, já que provavelmente só estava concordando porque defendia Neto a todo custo.— Quer dizer, gente, o Roudini é um quente cor amarela, francamente...

Então existia um amarelo, e Roudini era esse alguém. Pelo visto o seu poder deveria ser realmente sensacional, como disse Lauro.

— É óóóóbvio que ele consegue, gente. O Roudini é um capitão — disse Selena, debochada, mais para não ser a única irmã a não apoiar Neto.

— Silêncio! — sibilou o professor. — É impossível um opulento enfrentar um nocivo amarelo sozinho! Não importa quem seja! E fim! Senhor Cervantes, você vai receber uma nota condizente com esse absurdo de resposta!

Por mais estranho que aquela sensação poderia ser, Diego começou a ficar feliz por Rúnica ter batido naquele professor tirano.

Assim que se levantou para entregar sua prova, acabou sem querer cortando o dedo com o papel. O professor apenas sorriu e bufou ao ver a prova de Diego, e começou a falar o quanto os Murdock tinham perdido qualidade ao longo das gerações. O rapaz aguentou tudo calado.

Assim que voltou para sua cadeira, olhou o corte em seu dedo. Sangue. E então viu uma grande oportunidade. Sua Hagar Selar estava exatamente no pescoço, pendurada. Atualmente era uma estranha pedra fosca. Mas logo ela iria brilhar com alguma cor diferente.

Estava tão ansioso para saber sobre sua cor que mal pensou duas vezes no conselho de Tiago: “Não faça o teste sem ser na frente de um professor, vai te poupar problemas.” Imediatamente pôs a mão sobre a pedrinha e esfregou seu dedo cortado discretamente sobre ela.

Ele cobriu seu pingente com as mãos, pois considerou que talvez a cor fosse forte demais e chamasse a atenção das pessoas. Talvez fosse uma cor muito incrível, como amarelo ou quem sabe algo próximo a amarelo, como laranja. Desejou que fosse amarelo, pois assim poderia jogar na cara de todo mundo o quão incrível era sua cor.

— Agora, vamos ao sorteio dos nomes para o torneio! — gritou o professor. — Mas antes, saibam que…

Seja lá o que estivesse falando, Diego não prestava atenção. Seu coração batia de ansiedade para saber sobre a sua nova cor. Tinha de ser alguma coisa incrível. Tinha de ser amarelo. Mas e se fosse uma cor fria, como azul? Impossível, com certeza era uma cor quente.

Diego viu vagamente o professor tirar o papelzinho da caixa e analisar o nome. Foi nesse instante, o instante que o professor estaria distraído com o nome de algum aluno, que o rapaz resolveu abrir as mãos e ver a sua cor. 

Assim que viu sua Hagar Selar, Diego levantou as sobrancelhas e abriu a boca. É serio?, pensou ele. Porém seus pensamentos logo foram interrompidos quando...

— Diego! — gritou Tiago.

O rapaz tomou um susto e tentou fingir que nada tinha acontecido. Ainda estava nervoso com toda a ansiedade. Provavelmente não tinham visto o que aconteceu, certamente não tinham. Como poderiam?

Mas se eles não viram, então por qual motivo estavam todos olhando para ele com olhar de espanto e surpresa?

Dani e Lauro balançavam a cabeça em positivo, as gêmeas encaravam o rapaz com as sobrancelhas levantadas enquanto mascavam chiclete. E os outros alunos também lhe encarava de um jeito esquisito, como se fossem holofotes mirando o astro de uma peça.

O professor Riddley o encarava, balançando o papelzinho seguro entre os dois dedos. Parecia muito sério. 

Sem entender muito do que estava acontecendo, Diego perguntou: 

— O que foi?



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