A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 8: NAS RUÍNAS

Percorreram um longo trajeto naquele dia.

Parando somente às margens do caminho que cruzava a planície Liares dentro das terras de Vanires.

Colocaram-se a descansar e alimentar-se quando o sol indicou o meio do dia.

Após um breve descanso, retomaram o caminho e seguiram durante o restante da tarde, sem novas paradas.

Como a estrada estava em bom estado, Niara decidiu aumentar os galopes e assim cavalgaram um pouco mais rápido.

Mudaram o rumo mais uma vez, seguindo as indicações de Niara.

O novo caminho era desconhecido até pelo príncipe Igor, mesmo conhecendo todo o reino de Vanires.

No início da noite, o tempo ficou pior. De forma intensa começou a trovejar... relampejar e a chover com muita abundancia.

Próximo a estrada, existia uma ruína de um antigo castelo. Na qual era cercado pelo que restou de uma muralha.

Encontrava-se abandonado há gerações e era conhecido por poucos habitantes da região como Castelo de Vilner.

O antigo morador era um regente chamado Balarte. Homem conhecido por sua crueldade e envolvido nas artes místicas do Submundo.

Com a chegada repentina da chuva, sem pensar muito, todos foram na direção do lugar para se proteger da tempestade.

Assim, passaram rapidamente pelas ruínas dos portões da muralha. Depararam-se  com um enorme pátio: muita sujeira, mato e árvores de pequeno porte. Da mesma forma como muitas outras edificações em ruínas.

Em uma certa distancia. Eram observados pela figura misteriosa que os seguia. Onde seu comportamento continuava o mesmo.

O vento forte e a intensa chuva que se iniciava encobriam o cheiro de carniça e podridão do lugar. De maneira que eles não perceberam que o lugar era pleno de morte.

Chegaram mais perto de uma construção onde podiam deixar seus animais.

Desmontaram dos cavalos e nos prenderam em local que parecia ser seguro.

A sacerdotisa então: sentiu um forte calafrio vindo de dentro de uma das ruínas. Em sequência, os cavalos se agitaram. Não pela tempestade, mas por sentirem algo muito maligno por perto.

Muito assustada Niara disse:

— Não podemos ficar aqui... pois forças das trevas habitam neste lugar!

— Estamos aqui, sacerdotisa, e vamos protegê-la. Ficaremos de guarda! Enquanto a tempestade não passa, podemos descansar. — disse o cavaleiro Igor.

Ela sentiu a coragem de suas palavras e ficou mais calma.

Concordou com o herdeiro de Vanires. No mesmo instante, os outros príncipes também concordaram.

Eles seguiram em frente, atentos a tudo. Atravessaram o pátio correndo e subiram a escadaria de pedras sujas a qual levava à construção principal.

Todos atravessaram as antigas portas do castelo, que rangiam sinistramente ao serem abertas.

No interior, a visibilidade era escassa devido à tempestade que obscurecia tudo ainda mais.

A única luz vinha da flecha flamejante no arco de Darion, que ele prontamente preparou, seu objeto místico em mãos.

Dentro do castelo, eles viram um vasto salão iluminado pela chama da flecha mística de Darion.

O príncipe de Salantis liderava o grupo, enquanto Zabuana protegia a sua retaguarda. Empunhando seu báculo transformado em uma lança afiada e segurando seu escudo feito da carapaça de animal marinho.

Escolheram o melhor local para montar acampamento, acenderam uma grande fogueira para se aquecer e várias outras, criando um círculo a fim de iluminar melhor a volta deles.

A sacerdotisa ficou próxima da fogueira principal para se aquecer; usava uma capa de tecido mais grosso, mas havia esfriado muito por causa do mau tempo.

O príncipe Darion e seu amigo Zabuana ficaram de guarda durante as primeiras horas e mais tarde seriam Walery e Igor.

Em um circulo estavam os cavaleiros reais, para proteção da sacerdotisa. Restavam sete cavaleiros da guarda real onde protegiam o sono da princesa.

Só se ouvia o barulho da forte chuva e dos trovões.

As janelas destroçadas e os buracos nas paredes eram vistos por causa dos fortes clarões dos relâmpagos.

Sem que percebessem, algo se movia entre a penumbra da escuridão, mas ninguém foi capaz de ouvir os sussurros pronunciados no meio das sombras.

Até Zabuana sentir algo estranho, dizendo:

— Estamos sendo observados! Silêncio! Escutem!

— Não escuto nada, meu amigo! Somente o barulho da chuva lá fora! — retrucou Darion que estava próximo a ele.

— Silêncio! Estão falando sobre os poderes celestes da sacerdotisa! — alertou outro, ficando atento.

Então uma das criaturas dentro das sombras começou a se movimentar na direção da sacerdotisa.

Zabuana percebeu o movimento e conseguiu alertar a todos para se defenderem, mas já era tarde demais.

Com seus enormes e escuros tentáculos, a criatura atacou os dois que estavam de guarda, que foram arremessados longe.

— CUIDADO! — gritou Zabuana ao sofre o primeiro ataque.

Os cavaleiros da guarda real, que estavam em volta da sacerdotisa, mal tiveram a chance de reagir. Foram agarrados e puxados para dentro das sombras pelos fortes e grossos tentáculos.

O príncipe Walery, vendo o que estava acontecendo. Levantou-se prontamente, mas foi atacado e jogado violentamente contra uma parede perto de uma das fogueiras.

Em seguida, príncipe Igor também foi atacado e jogado contra um pilar. Mesmo caído, o príncipe de Hanires usou uma de suas estrelas místicas. Que rasgou o ar na direção dos tentáculos, cortando-os ao atingir a criatura que se escondia no meio da escuridão.

Ouviram o rugido de agonia do ser das trevas.

O príncipe Walery, recuperando-se do ataque que havia sofrido. Aproximou-se da sacerdotisa, que havia acordado assustada. Retirou-a do meio dos tentáculos que ainda restavam no local.

Quando ele olhou para o alto. Uma visão aterradora, várias criaturas das sombras sedentas por sangue desciam da parte superior das ruínas do castelo.

Criaturas de corpos distorcidos: os olhos vermelhos como do fogo, os dentes saíam de suas enormes bocas. Tão afiados, prontos para dilacerar carne humana ou de qualquer animal que aparecesse pela frente.

Algumas eram menores estaturas. Pela pouca claridade, mal dava para ver as criaturas sobrenaturais.

Antes que pudessem chegar à sacerdotisa, foram atingidas pelas flechas de fogo do arco de Darion. Que também já havia se recuperado do ataque, enquanto seu amigo Zabuana ajudava Walery a proteger a sacerdotisa Niara.

Eles batalhavam com muita coragem, contra as forças das trevas.

Igor aproximou-se deles e disse:

— Temos de sair daqui AGORA!

— SAIAM TODOS! — gritou Walery, concordando com o príncipe Igor. — Levem a sacerdotisa agora! — falou o príncipe de Vanesia temendo que todos morressem.

— Os meus cavaleiros? — falou a sacerdotisa assustada e preocupada.

— Estão todos perdidos! Estão dentro das sombras envolvidos pelas criaturas! — constatou príncipe Igor. — Venha sacerdotisa! — ele a puxava enquanto ela chorava por seus protetores, onde havia orado tanto para que pudessem voltar aos seus amados familiares.

Todos correram desesperadamente para fora das ruínas. Defendendo-se como podiam contra as criaturas que apareciam pela frente. Enquanto outras devoravam os cavaleiros da guarda real.

Ouviam-se os gritos de dor e de agonia misturados ao som dos trovões.

Em segurança, do lado de fora do castelo. Todos tentavam se proteger da forte chuva.

A sacerdotisa Niara chorava pela morte daqueles que deram a vida para protegê-la.

Ao seu lado, abraçando-a, estava Zabuana numa tentativa de consolá-la.

O príncipe Walery olhava para todos e se perguntava em seu íntimo:

"Quais eram os perigos que eles ainda iriam de enfrentar? Qual seria a poder das forças das trevas? Por quanto tempo agüentarão e até quando resistirão suas forças?".

Essas eram suas preocupações com o bem-estar da sacerdotisa e dos demais.

A chuva caía sem parar e assim foi durante toda a longa madrugada...



Comentários