A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 17: ATAQUE À CIDADELA

O grupo de amazonas os acompanhou até os limites de seu território, de acordo com as ordens de sua rainha.

No momento em que Os 7 ficaram, enfim, sozinhos, o ser misterioso surgiu, vendo os grupos se separarem, ainda se mantendo escondido.

Por baixo do seu capuz o sorriso de satisfação era nítido.

A viagem prosseguiu por duas luas: em certas noites, o céu exibia as três luas, cercadas por muitas estrelas que brilhavam intensamente e, durante o dia, fazia muito calor, com o brilho forte do grande sol sobre eles.

Em outro dia viram o céu nublado de chuva e frio e, no amanhecer, intensa neblina.

Passaram por pontes sobre largos rios de correntezas perigosas e por pequenos e serenos riachos. Cruzaram também imensas e densas florestas.

Nesses dias: sempre conversavam muito, principalmente a sacerdotisa Niara com Zabuana, às vezes com Franchine e com Damário que estavam ao lado dela em certos momentos.

Na frente deles: ia sempre o cavaleiro Ferrety em enorme silêncio e com o olhar triste, pouco atrás seguia o príncipe Darion. Sempre observando o silêncio do portador do escudo místico. Mais atrás, guardando a retaguarda, iam os príncipes Igor e Walery.

Mesmo lado a lado, os dois pouco se falavam.

Finalmente, estavam entrando nas terras do reino de Tanys e Niara observou as vastas planícies e os campos Valdinis: era assim o seu nome, escolhido por causa do primeiro desbravador das terras do reino de Tanys.

Um lugar cheio de flores, muito belas e perfumadas por sinal.

Eram colhidas pelos moradores locais para serem usadas em muitos enfeites da casa dos nobres e da realeza.

Passavam diante deles: pequenos animais selvagens, sem contar o belo revoar dos pássaros e seus cantos acima da cabeça dos viajantes.

Mais à frente, encontravam-se os campos de Nadiner: outro lugar de conhecimento da sacerdotisa.

Nome de um dos antigos reis de Tanys assim o homenageando, muito mais extenso que o anterior, com capim bem verde e rasteiro.

Essas visões enchiam o coração de esperança da sacerdotisa, na qual se demonstrava em sorrisos.

Era perceptível aos olhos dos que a acompanhavam, assim os fazendo sorrir também.

Depois dele campo ficava um bosque de onde dava para ver a cidadela de Nincira.

Todos continuaram a percorrer o caminho. Nesse tempo, já se havia passado mais da metade da tarde.

Chegaram ao fim do bosque quase no fim do dia.

Ao saírem dele, a jovem sacerdotisa viu algo que a preocupou muito: o povoado em volta da cidadela havia sido atacado e o centro de Nincira estava sob ataque naquele momento.

A princesa de Tanys viu muita fumaça subindo e ficou atordoada e muito aflita.

A paz que havia dito momentos atrás dava lugar a uma enorme agonia crescente seu coração.

— Minha mãe! Meu povo! Chegamos tarde demais? — disse Niara com olhos cheios de tristeza e lágrimas que começavam a escorrer pelo seu rosto.

— Acalme-se, sacerdotisa! Estamos aqui e chegamos, sim, em tempo de salvar o seu povo e todos os habitantes de Téryna! — falou Walery, encorajando-a, ao ver a tristeza em seus olhos.

— Vamos, depressa! — disse o príncipe Darion, completando a fala do companheiro.

Eles saíram em cavalgada com muita rapidez.

A noite se aproximava, enquanto passavam pelo povoado que cercava a cidadela, onde se depararam com muitos mortos e muita destruição.

Chegaram à entrada principal de Nincira e os grandes portões estavam escancarados.

Viram os corpos de vários cavaleiros e de muitos aldeões, sem o menor sinal de vida.

Havia fogo por vários lugares da cidadela e ouviam-se gritos de terror por todos os lados no interior da cidadela.

— Sacerdotisa, em que direção fica o palácio? — perguntou Walery, sem conhecer o lugar.

Ela, muito nervosa e chorando, apontou em frente um caminho calçado por grandes pedras.

A população passava por eles em tremendo desespero, pânico e gritaria.

Corriam para todos os lados, tentando sair da cidadela.

— Vamos, temos de ir até o palácio. — disse Walery aos outros, com uma expressão de muita preocupação.

Foram todos em disparada com seus cavalos.

Passaram por uma grande área aberta e viram os cavaleiros do exército de Tanys.

Eram os arqueiros, lanceiros e cavaleiros que lutavam contra uma criatura terrível e imensa.

Ficaram surpresos com o que viram, olhavam um para o outro com olhares atônitos.

Era um dragão de três cabeças, negro como as próprias trevas.

Com suas bocas cuspia grande quantidade de fogo incandescente.

Tinha extensas e poderosas asas e fortes tentáculos, e uma cauda cheia de fortíssimos espinhos na ponta.

Atacava com grande violência o exército do reino.

Seu rugido ouvia-se por toda a cidadela.

Era uma fera indomável e indestrutível, na perspectiva dos humanos.

Distante, avistaram aquele que seria o comandante do exército de Tanys. Montado em seu imponente cavalo, dava as seguintes ordens aos seus tenentes:

— Posicionem as lançadeiras daquele lado da via principal e disparem ao toque da tuba. Mandem os arqueiros para as muralhas e para aquele lado! — disse, apontando para o lado oposto de onde se encontravam lançadeiras ainda gritava. — COM RAPIDEZ, MANDE OS LANCEIROS JUNTO COM A CAVALARIA.

Os tenentes, também montados em cavalos, assim fizeram, saindo rapidamente a galopes.

Após alguns instantes: já estavam as lançadeiras posicionadas em formação de ataque, três colunas por cinco linhas.

Na via principal de Nincira, enquanto a cavalaria do reino, com quase mil valorosos cavaleiros, montados em seus garanhões de guerra. Fizeram um grande cerco contra a temível criatura das trevas que atacava descontroladamente.

Chegavam mais e mais homens da cavalaria a cada momento, para reforçar o exército.

Da mesma forma, os mais de trezentos lanceiros, com suas afiadas e fatais lanças, estavam no aguardo do sinal da tuba para atacar o dragão.

Uma grande quantidade de arqueiros movimentava-se, tanto na parte de baixo como do alto da muralha, para atacar a maldita besta descomunal.

Boa parte do exército da rainha Andinara também estava no enfrentamento: usavam as lançadeiras, nas quais havia um grande arpão de duas pontas, feitas de baquita ou de hortis.

Ao toque das tubas, era o sinal para elas serem acionadas. Disparando com força os objetos de ataque.

Da mesma forma, uma enorme chuva de flechas foi atirada pelos arqueiros, as quais caíram sobre o dorso e outras partes do corpo do dragão.

A cavalaria mantinha o cerco à criatura, impedindo que avançasse sobre a cidadela.

Os cavaleiros e os lanceiros jogaram suas pontiagudas e mortais lanças, todavia os ataques foram em vão.

Por causa da couraça impenetrável do dragão, as flechas, os arpões e as lanças se estilhaçaram como se fossem feitos de cristal.

Por sua vez, o contra-ataque da fera foi destruidor. Usava de sua força bestial.

O fogo ardente vinha das bocas das três cabeças, dava cusparadas em várias direções ao mesmo tempo. Atingindo e consumindo tudo o que havia pela frente.

Era um fogo infernal como se viesse das profundezas do Submundo das trevas.

Queimou uma grande quantidade de cavaleiros e cavalos, atingindo também as formações dos lanceiros, sem a menor chance de se defenderem.

A fera usava a sua cauda para atacar os arqueiros, posicionados na muralha que cercava e protegia toda a cidadela.

Destruindo boa parte da barreira feita de grandes blocos de pedras.

Muitos arqueiros morreram com impacto da queda ou soterrados pelas pedras.

O mesmo destino teve muito dos lanceiros que haviam corrido para aquele lado.

Era uma batalha fervorosa dentro da cidadela.

Muitas das construções foram destruídas pelo avanço do ser da escuridão e servo do caos. Usava sua cauda ou o fogo escaldante de suas entranhas para destruir tudo à sua frente.

Os habitantes: fugiam feridos ou com corpos em chamas... outros já estavam mortos, queimados ou soterrados. Dentro de suas próprias casas ou vítimas do desabamento de construções externas.

Os sobreviventes corriam em desespero e gritaria, em todas as direções da cidadela, procuravam uma saída daquele lugar que havia se transformado no próprio Submundo.

Foi quando o general, com expressão de desespero em ver o exército sendo dizimado, viu a sacerdotisa e os outros que estavam com ela.

Dirigiu-se cavalgando rapidamente em direção a eles.

— Minha senhora, ainda bem que chegou a tempo! — disse ele, agora com ar de esperança em seu rosto.

— Onde está a minha mãe? — perguntou Niara, muito preocupada com a segurança da rainha e temendo pela vida de todos.

— A rainha encontra-se no palácio!

— Leve-a até a sua rainha! — pediu Walery ao comandante para assegurar a segurança dela. — Também mande todos evacuarem a cidadela. Toque o sinal com as tubas para avisar o exército e use-o para ajudar na evacuação da cidadela... pois agora é conosco! — falou Walery demonstrando muita coragem.

O comandante concordou fazendo um gesto positivo de cabeça.

O príncipe de Vanesia virou-se à frente dos outros seis e disse com toda coragem em seu coração, olhando nos olhos de cada um dos novos amigos:

— Aqui estamos reunidos por um único motivo... livrar esse povo das forças das trevas. Seja este ou quaisquer outros povos, devemos manter a paz e a harmonia entre os nossos... levar a justiça aonde for necessário e manter aquilo que é mais precioso em nossos corações. O amor por todos! Que hoje seja um dia de honra e glória. Vamos! Lutemos como se fosse o último dia de nossas vidas!

Ainda montados nos cavalos: Os 7 partiram para cima da criatura, gritando com toda vontade, sabendo que poderiam morrer, mas se acontecesse, morreriam com coragem, honra e glória.

Para trás ficou a sacerdotisa, torcendo por eles, enquanto era levada até sua mãe pelo comandante do exército.

Onde usando sua tuba, o som alto para que os arqueiros, lanceiros e o que havia restado da cavalaria recuassem.

Do alto de uma das torres: a figura misteriosa, observava cuidadosamente Os 7 e tudo o que ocorria em volta da grande criatura.

Sabia ele que nada poderia fazer naquele momento, mesmo se os príncipes viessem a morrer e a profecia se concretizasse nas terras de Téryna.

Enquanto os cavaleiros do reino se afastaram, Os 7 aproximaram-se da criatura...



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