A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 13: ONDE HABITA O MAL

— Lá está a maldita Torre Negra! Aquela é a entrada! — falou Damário apontando com o dedo indicador.

Os cinco demonstraram em seus rostos a surpresa diante da imponência da Torre Negra. Menos Damário, pois já conhecia, através de seu pai, como era uma das diversas torres das trevas que existiam pelo mundo. Verdadeiros templos de adoração ao caos.

— Vamos deixar nossos animais aqui e ir a pé até lá. — completou Damário.

Os outros concordaram com ele.

Desmontaram dos Minênios e foram a pé.

Desceram lentamente a grande duna, tomando todos os cuidados para evitarem cair em algum tipo de armadilha. Na qual o feiticeiro poderia ter instalado pelo caminho.

Ao terminarem a descida, caminharam cuidadosamente na direção da entrada da Torre Negra.

Todos estavam atentos a qualquer movimento nas areias.

Aproximando-se da torre, viram um brilho muito forte vindo do topo dela. Era nas cores vermelha e preta, mesclavam-se como se estivessem vivas.

— CUIDADO! — gritou Ferrety em tempo de todos desviarem do ataque mortal.

Onde cada um desviou para um lado. Separando-se em várias direções.

Era raio gerado de energia mística maléfica, que quase os atingiu.

Bateu nas areias explodindo e emitindo um intenso brilho negro, com som ensurdecedor quase como de um trovão.

O feiticeiro negro, do alto da sua torre, invocava seus poderes das trevas com vários gestos das mãos.

Disparava contra eles, continuando seus ataques mortais.

O céu havia ficado nublado, ouvia-se o barulho de fortes raios rasgavam as nuvens negras.

O vento aumentava a cada instante, fazendo a capa dos cavaleiros balançarem.

Todos estavam surpresos com a incrível demonstração de poder do feiticeiro.

— Reúnam-se! Todos juntos com Ferrety! — orientou Walery com muita coragem.

Com seu escudo erguido, Ferrety irradiava intensamente o brilho azulado do campo de força místico impenetrável. Onde os protegia emitindo uma verdadeira muralha sonora.

O feiticeiro continuava o ataque, cada vez mais raios poderosos caíam sobre o grupo.

— São muito fortes os ataques dele... não sei por quanto tempo vou agüentar!!. — avisou Ferrety, sentindo agonia em seu corpo, pois a barreira mística do escudo dependia diretamente de sua força física e mental.

— Vamos nos separar! — falou Walery corajosamente. — Darion, Zabuana e eu vamos por este lado e vocês para o outro! Temos que nos aproximar mais da maldita Torre! Preparem-se ao meu sinal! — então, gritou — AGORA!

Eles se dividiram e saíram em direções opostas.

— Darion! Dispare suas flechas. Já! — pediu Walery.

As flechas flamejantes dispararam na direção do feiticeiro, mas por conta da grande distância, era impossível atingi-lo.

Darion, então, passou a mirar nos raios mortais para bloqueá-los, quando as flechas entravam em contato com as forças místicas, causava uma explosão em forma de luzes, dissipando brilhos de cores diversas e sons distintos.

Do outro lado, o príncipe Igor, com suas estrelas prateadas, desviava os ataques mortais, impedindo que fossem atingidos.

Já próximos à torre, o feiticeiro lançava sobre eles bolas de fogo, que eram atingidas pelas estrelas místicas do cavaleiro Igor ou pelas flechas de fogo sobrenatural do arco de Darion.

— Minhas flechas estão acabando! — falou Darion preocupado.

Ainda que tenha tido a oportunidade de reabastecer, não eram suficientes para o confronto contra uma força tão grande.

— Venham comigo! — respondeu Walery.

Foram em direção aos outros para se reunirem.

Nesse momento, o feiticeiro, fazendo novos gestos e dizendo palavras antigas, invocou seu exército pessoal:

— Acordai-vos meus servos! Matem os intrusos... os infiéis, os invasores do deserto!

Os seis cavaleiros observaram uma grande horda de mortos saindo do fundo das areias em volta da Torre Negra.

Eram cavaleiros, ladrões e todos aqueles que um dia desafiaram o feiticeiro, para matá-lo ou roubar seus tesouros.

Tiveram suas almas aprisionadas sem seus corpos de mortos-vivos, passando a serem servos do mestre da Torre Negra.

As criaturas atacaram com força e violência e os cavaleiros contra-atacaram com igual intensidade.

— Estamos cercados! — disse Zabuana olhando em todas as direções.

Damário pensou e agiu rapidamente: juntando as duas mãos, socou violentamente o solo, provocando um grande tremor diante deles, de maneira que até mesmo a torre estremeceu.

Em algum lugar no interior da edificação: a sacerdotisa sentiu o abalo, percebendo, em seu coração.

Sabia que eram os cavaleiros batalhando para resgatá-la.

Então sorriu ao saber que estavam ali.

Com imenso tremor, as criaturas caíram ao solo, desequilibradas e atordoadas pela onde de choque do golpe místico.

— Vamos! Depressa! — pediu Damário.

Lutavam contra as criaturas mortas-vivas que ainda estavam em pé.

Correram e como estavam muito perto da Torre, não havia como o feiticeiro atacá-los, pois logo chegaram perto das paredes. Prejudicando a mira para o ataque vindo de cima, mas as criaturas continuavam a se aproximar deles.

Aproveitando que estavam em um ponto cego, correram até a entrada da Torre.

Damário tomou um pouco de distancia e socou a porta fortemente, uma... duas e três vezes, mas seus golpes só a faziam a estrutura estremecer.

— Não está dando resultado! Essa maldita torre tem poderes sobrenaturais! — exclamou Damário, sem acreditar que não conseguia derrubar os portões.

— Espere! — falou Walery.

Ele fixou a atenção dentro do Olho de Cristal de sua espada mística: quando aquilo acontecia, era como se sua mente e seu corpo fossem transportados para dentro do Olho de Cristal.

 Lá ele via a revelação do que estava oculto, poderia ser qualquer coisa: um caminho, uma porta, uma muralha, uma passagem secreta, tudo era revelado.

A sensação era estranha para o próprio príncipe, ele acessava um lugar totalmente diferente da realidade. Repleto de névoas, em um piscar de olhos.

Dessa vez, ele viu que havia um ponto fraco na torre, onde o poder místico era menor.

— Damário! Rápido naquele local. Golpeie com toda a sua força! Agora! — pediu Walery quando voltou a realizadade.

Damário vendo que havia muita certeza nas palavras dele e onde apontou com a espada para as seis dobradiças da porta.

Enquanto os outros lutavam arduamente contra as criaturas invocadas pelo feiticeiro negro Vahad.

Damário foi até o local indicado e golpeou quatro vezes.

No quarto golpe, a porta e uma parte da parede cederam.

— Rápido todos para dentro, antes que a Torre se restaure! — falou Damário.

Eles entraram rapidamente e, quando o último cavaleiro entrou pela brecha, deixando as criaturas do lado de fora.

A abertura se fechou completamente por atrás deles.

O local em que eles estavam era um grande salão de piso rústico, iluminado por tochas presas nas paredes.

Tinha uma escadaria prateada à direita da porta de entrada.

Um lugar silencioso. Sentia-se somente o odor do óleo queimando nas tochas.

— Vamos! Temos de encontrar a sacerdotisa dentro dessa torre maldita! — exclamou Igor.

— Mas tomemos cuidado... sabemos que o feiticeiro negro nos preparou armadilhas. — comentou Walery.

Com passos lentos e cuidadosos, começaram a subir a escadaria.

Sempre atentos e preparados para enfrentarem as armadilhas ou ataques do feiticeiro negro...



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