A Aurora Dourada Brasileira

Autor(a): W. Braga


Volume 1

Capitulo 12: BATALHAS NAS AREIAS

A alvorada despontava com clima quente logo cedo. Haviam tomado um excelente café da manhã.

Em pouco tempo: estavam os cinco jovens junto de Damário, em um lindo jardim, montados em animais conhecidos como Minênios.

Onde o mesmo Damário explicou sobre os animais. Eram espécies de animais acostumados a andarem sobre as dunas, extremamente rápidos e de postura fortes e ágeis.

Damário se despediu de seu pai que o abençoou com um beijo em sua fronte.

A irmã lhe deu um abraço forte e carinhoso, antes dele montar em seu animal.

Sem prolongar a partida. Saíram a galopes: rumo ao portão principal, que já se encontrava aberto para entrada dos mercadores e suas mercadorias.

Passaram por dentro da cidade em grande velocidade, guiados pelo filho do feiticeiro Hamared.

Ao cruzarem os portões: seguiram por um caminho longo, perigoso e desconhecido. A fim de encontrarem e adentrarem na amaldiçoada Torre Negra. E assim retirarem, com vida, Niara, mesmo que isso lhes custasse as próprias vidas.

Em um dos vários lugares dentro da Torre. A jovem sacerdotisa observava os raios do grande sol entrarem pelas altas janelas. Neste momento, apareceu uma sombra negra que foi condensando lentamente.

Era o jovem feiticeiro Vahad. Quando terminou a sua transformação, perguntou:

— Você deixou de comer durante todo o dia e a noite de ontem! Será que ainda não percebeu que terá de viver aqui para o resto de sua vida?! Você será a rainha do meu novo reino. — disse o jovem sombrio com muita confiança.

— Jamais! Meu lugar é junto de meu povo e de minha mãe. Eles virão! — disse Niara com ar de coragem e esperança.

Ele riu.

— Tola! Já disse para esquecê-los, pois já não vivem mais entre nós!

— Eu sinto em meu coração que estão vivos!

— Muito bem, vou deixá-la pensando a sós... mas lembre-se: será minha de uma maneira ou de outra! — ele encerrou a conversa sorrindo sinistramente e desapareceu como uma neblina entre os raios do sol da manhã. Deixando-a com um olhar de esperança e confiança.

Os seis jovens se encontravam no meio do deserto sentindo um calor indescritível sobre eles.

Usavam novas capas: de cores mais claras, para se protegerem, dadas pela irmã de Damário. Continuavam firmes no propósito de encontrar a tal Torre Negra a fim de resgatar a sacerdotisa Niara.

Ao mesmo tempo, alguém os observava. Em um escuro e tenebroso salão: o feiticeiro negro debruçava-se na beira de um poço de águas de trevas, nas quais aparecia refletida a imagem do grupo de cavaleiros indo velozmente na direção da Torre.

— Então, estão vivos! Espere! Quem está com eles? Sim, então quer mostrar a sua força, meu antigo mestre... enviando-me seu filho? — ele soltou uma grande risada e continuou a falar com si mesmo. — Minha vitória será ainda melhor! — continuou rindo e começou a fazer vários gestos estranhos com as mãos diante do poço.

Ao mesmo tempo, falava palavras mais antigas que a própria Torre Negra, invocando seus poderes sombrios da escuridão e do caos.

Diante de si fez surgir um grupo de criaturas formadas pelas areias escaldantes do deserto. Deu a elas vida com o poder das trevas.

— O que quer senhor da Torre Negra? — disse uma das terríveis criaturas que estava à frente das demais.

— Vêem aqueles que andam sobre as areias do deserto? Eu os quero todos mortos, enterrados sob as dunas!! — ordenou Vahad, com muito ódio em seus olhos.

— Sim, senhor da Torre Negra! Sua ordem será cumprida!

Quando a criatura começou a se afastar, Vahad acrescentou:

— Espere! Também quero as armas deles, tragam-nas para mim!

— Sim, meu senhor! Elas serão suas! — respondeu o ser maléfico do deserto.

As criaturas desapareceram, transformando-se em areia e escorrendo pelos frisos do piso, deixando o feiticeiro rindo a ponto de sua voz ecoar por toda a torre.

No meio da caminhada: os seis começaram a perceber movimentação estranhas nas areias. Em seguida, começaram a se formar as criaturas, que brotavam do chão.

— HOMENS, ÀS ARMAS! — gritou Walery com muita coragem, puxando a espada mística com Olho de Cristal que logo reluziu um intenso brilho.

Rapidamente, todos sacaram as suas armas místicas e prepararam-se para a batalha.

— São os espíritos malignos que servem o feiticeiro da Torre Negra! — respondeu Damário.

Uma batalha começou a ser travada no meio das areias.

Montados em seus Minênios, usavam suas armas místicas.

Darion disparava com a mira certeira nas criaturas que eram consumidas pelo fogo místico do seu arco.

Zabuana havia transformado seu báculo em uma lança longa de duas pontas e cortava os malditos seres das trevas que gritavam de agonia.

Em uma outra posição: Igor ministrava seus ataques com perfeição, usando uma das suas estrelas de prata, cortava o maior número possível de seres das areias.

Enquanto: Walery, Ferrety e Damário desceram de suas montarias rapidamente atacavam sem trégua com suas espadas os seres nefastos do Submundo.

Mas a cada criatura que era derrubada por eles com as suas armas místicas, outras iam surgindo do fundo das areias.

— Não podemos continuar assim por muito tempo. — falou Darion, preocupado.

Atirando suas flechas de fogo místico sobre uma das criaturas de areia que a consumiu em uma labareda ardente e mortal.

— Para onde vamos se estamos cercados? — perguntou Zabuana aflito.

Defendendo-se, transformando a lança em uma espada, lutava contra as terríveis criaturas das areias.

— Esperem! — disse Walery.

O jovem príncipe olhou através do místico Olho de Cristal de sua espada que revelou a ele o caminho a seguir.

Era um lugar cheio de plantas. Havia um poço de águas refrescantes e cristalinas. Um oásis no meio do deserto.

— Venham todos comigo, rápido! — falou Walery demonstrando confiança.

Walery, Damário e Ferrety com uma grande agilidade, os três montaram em seus animais. Sem demora, saíram em disparada a galope e os demais os seguiram.

Passaram em uma cavalgada forte no meio das criaturas do deserto.

Abriram caminho à força e coragem. Na direção indicada pelo olho místico de sua espada.

Em poucos instantes: chegaram ao oásis e lá ficaram à espera das criaturas, mas elas se mantiveram longe, pois  este tipo de lugar era sagrado e não podiam entrar.

— Ficaremos seguros por enquanto! — comentou Walery, mais calmo.

— Estamos presos... ficaremos aqui por muito tempo!? — argumentou Ferrety mostrando-se preocupado.

— Mantenham a calma! Vamos ter paciência. Descansaremos e depois veremos o que podemos fazer. — respondeu Walery, acalmando a todos.

Protegidos, os seis foram descansar, pois estavam cercados por todos os lados pelas terríveis criaturas do deserto.

Longe dali, o feiticeiro observava tudo atentamente e furioso.

— Malditos sejam os cavaleiros de outras terras! Viverão apenas três dias neste lugar — falou o feiticeiro Vahad, rindo.

No fim da tarde, eles se reuniram para ver o que poderiam fazer, pois o número de criaturas havia aumentado consideravelmente.

— Até agora, nada de termos alguma idéia para sair daqui. — falou o cavaleiro Igor.

O silêncio tomou conta do grupo. Estavam todos pensativos.

Damário levantou-se e foi na direção do poço. Lá na beira lavou o rosto e bebeu a água fresca e pura.

Nesse momento, a imagem de seu pai apareceu nas águas e falou:

— Meu filho!

— Pai! — disse ele surpreso.

— Escute com atenção! Só poderei falar com você agora! Ao amanhecer... saiam a galope na direção contrária ao local em que a Estrela Maior nascer! Mantenha isso que digo consigo e não diga nada aos seus companheiros, pois tudo que fazem e falam está sendo observado pelo feiticeiro da Torre Negra. No momento adequado, você dirá a eles. Entendeu meu filho?

— Sim, meu pai! Farei o que o senhor me pede. Eu agradeço a ajuda!

Com sorriso nos lábios por ter ajudado o filho e os demais cavaleiros.

A imagem do pai desapareceu nas águas limpas e refrescantes do poço.

Ele voltou e ficou junto aos outros sem dizer uma só palavra.

Logo chegou à noite. Acenderam uma fogueira e começaram a se alimentar.

Estavam pensativos e em silêncio, tentavam achar um meio de sair daquele lugar. Só se escutavam os murmúrios e ruídos das criaturas arrastando-se pelas areias.

Decidiram quem ficaria de guarda na primeira hora.

Foram escolhidos Igor e Damário. Aos demais, restou tentar descansar, pois a noite seria longa para todos.

Outras fogueiras haviam sido acesas para ajudar a iluminar e aquecer mais o local, pois sabiam da baixa temperatura de madrugada.

Quando começou a amanhecer. O príncipe Damário levantou-se às pressas e chamou os outros.

— Levantem-se! Rápido, montem em seus animais! Depressa! E sigam-me!

— Por quê? — perguntou Darion surpreso e sonolento.

— Andem logo! Sem perguntas, só me sigam! E confiem em mim!

Eles pegaram suas coisas, equipando-se rapidamente, montaram em seus Minênios e seguiram em disparada.

As criaturas ficaram atordoadas e cegas por causa dos primeiros raios do grande sol que vinha na direção delas.

Os cavaleiros, que usando suas armas matavam várias à frente para abrir caminho, com muita velocidade na cavalgada.

Longe dali, o feiticeiro que havia ficado de sentinela a noite inteira observando os jovens cavaleiros, assistia tudo em sua grandiosa Torre Negra.

— Malditas criaturas das sombras! Não conseguem fazer algo direito! Muito bem cavaleiros! Chegaram longe demais. — disse com muita ira.

Vahad fechou os olhos e fez alguns gestos com as mãos. Que brilharam intensamente na cor de sangue.

Invocava seus poderes da escuridão. Falou novamente palavras antigas e desconhecidas por qualquer homem ou mulher.

Do nada surgiu no meio do deserto uma grande cortina de arei: um forte vento a soprou, dando lugar a uma terrível tempestade que disparou na direção dos cavaleiros.

O feiticeiro riu, terminando de fazer seu encantamento diabólico.

Longe dali, eles já estavam bem distantes das criaturas e conversavam.

— Foi o seu pai que avisou e pediu que você fizesse isso? — perguntou Walery admirado.

— Sim! Estamos seguros, mas o feiticeiro observa tudo o que fazemos e dizemos a todo instante.

— Ele já sabe que escapamos das criaturas? — perguntou Igor.

— Sim! — respondeu Damário.

Nessa hora, um deles observou algo à distância.

— Vejam! O que é aquilo? — perguntou Ferrety surpreso.

— Maldito feiticeiro! Uma tempestade de areia! Rápido... cubram a cabeça dos Minênios e os próprios rostos! Peguem essa corda e prendam em algum lugar nas selas dos seus animais... para não nos perdemos em meio a tempestade. — disse Damário, percebendo pelo aspecto da tempestade que fora criada com poderes místicos obscuros.

Ao terminarem de fazer o que ele havia pedido. A tempestade chegou batendo forte em seus corpos, quase derrubando-os dos Minênios.

Seguravam firmemente nas celas e nas rédeas dos animais.

— Walery! Use sua espada para nos guiar através da tempestade! — pediu Darion, ele mal conseguia falar por causa da tempestade, mas já havia percebido qual era um dos poderes dela.

O jovem príncipe de Vanesia: olhou com muita dificuldade para Olho de Cristal de sua espada que irradiou novamente a luz da salvação.

Soltando um fino feixe de raio de luz em linha reta, a qual deveriam seguir.

Da torre, Vahad observava tudo.

— Agora todos vão perecer! — ele olhou novamente para a imagem dos cavaleiros. — Impossível! Eles continuam em frente! Como? — com muita surpresa, ele olhou firmemente para dentro do poço de águas negras. — Maldito cavaleiro que está com a amaldiçoada espada mística Olho de Cristal. Estão sendo guiados por ela. Então que venham, eu os esperarei e aqui encontrarão a morte.

A tempestade foi perdendo a força e cessou.

— Conseguimos! — disse Darion, ofegante, mas sorrindo.

— Ainda não! — revelou Damário.

— Como assim? — falou Darion surpreso.

— Faltam os discípulos do feiticeiro.

— O quê? — perguntou Walery.

— Meu pai contou-me que vocês foram derrubados por certas criaturas no meio de uma forte neblina, foram eles que os atacaram.

Fiquemos atentos quando se aproximar o anoitecer. — alertou Damário.

Na torre, andando de um lado para outro, os movimentos do feiticeiro entregavam o quanto estava nervoso. Enquanto esperava por um dos seus discípulos.

Foi quando o seu principal servo e discípulo ficou diante de seu mestre.

O seu vassalo usava roupas negras de couro. Era um homem de estatura forte, como o príncipe Zabuana.

— Mandou chamar-me, meu senhor? — curvou-se e perguntou o líder dos discípulos das trevas.

— Sim. Veja! Eles ainda vivem! Quero-os mortos! — falou o jovem de olhar sinistro e tenebroso.

O servo se levantou e olhou no poço de visões.

— Sim, meu senhor! Será feita a sua vontade, meu mestre! — respondeu ele.

— Tenha certeza disso! — disse o feiticeiro Vahad.

— Teremos a vitória, meu senhor!

Curvou-se, levantou-se e saiu rapidamente do salão, deixando o mestre sozinho com um sorriso maldoso nos lábios.

A noite chegou fria como sempre. Acompanhada de ventos gélido e seco que ajudavam a esfriar ainda mais.

Os seis pararam em um oásis maior que o primeiro para descansar da longa viagem.

Acenderam várias fogueiras pelo oásis para iluminar melhor o local e comeram carne de Overis assada, cujos rebanhos eram oriundos do oeste da cidadela de Damarys.

Onde para acompanhar beberam a conhecida bebida Nelval. Feita de saborosas frutas, vindas das terras ao sul da cidade.

Damário havia trazido a refeição junto com suas provisões.

Os cinco cavaleiros ficaram admirados com o sabor doce e suave da bebida, mesmo misturada com a água fria que havia no pequeno lago do oásis.

Ao terminarem, satisfeitos pela farta alimentação, decidiram quem ficaria de guarda nas primeiras horas.

Os escolhidos foram o príncipe Zabuana e Ferrety.

Enquanto se preparavam para descansar: Damário explicou para eles que os servos do feiticeiro das trevas usavam poderes místicos sombrios, para transformar seus corpos. Misturando homens e animais, de acordo com as ordens do seu mestre.

Os outros cinco ficaram surpresos e em seus pensamentos o que levariam homens até o ponto de se submeterem às forças das trevas!

Iniciando a madrugada: quando iam trocar de sentinela, uma neblina branca começou a surgir sorrateiramente na altura dos seus pés e foi subindo lentamente.

— Acordem todos! — chamou o cavaleiro Igor.

— Depressa! Levantem-se! — disse também Zabuana.

Quando todos já estavam em pé, a neblina estava bem fechada acima deles.

— Fiquem atentos! São os discípulos do feiticeiro negro. — comentou Damário.

Por cima de suas cabeças, eles ouviram barulho das asas das criaturas.

— Preparem-se! Eles já estão aqui. — disse Damário.

— Juntem-se! Formemos um círculo, um de costa para o outro!

Ferrety erga seu escudo sobre nós! — pediu Damário.

Assim que ele terminou seu pedido. Ferrety ergueu o escudo que, ao sinal de ataque, brilhou.

As criaturas atacaram com muita força, mas graças à barreira sonora criada pelo escudo com um brilho intenso. Formou uma cúpula acima deles e com isso o ataque foi rechaçado.

— Darion! Ataque agora! Você também, Igor!

Flechas de fogo foram disparadas em várias direções.

Cruzavam o ar junto com estrelas prateadas.

Ao atingirem algumas criaturas que soltavam gritos de dor e caíam violentamente ao solo nomeio da neblina.

Muitas já mortas pelas estrelas e feridas pelas flechas de fogo que iam consumindo-as lentamente, fazendo-as gemer de dor e agonia.

Viram: rapidamente, no meio da neblina, seres metade homem e, metade criatura alada. Com poderes sobrenaturais do Submundo.

Em seus corpos, farrapos de pano envolviam os membros.

Príncipe Walery, usava a espada para localizar as posições das criaturas, guiava os ataques de Darion e Igor e dizia a eles a hora de atacar as criaturas que sobrevoavam.

— Darion! À esquerda, sobre a cabeça de Zabuana.

Ele disparou a flecha de fogo no meio da forte neblina, atingindo a criatura em uma de suas asas. Ela gritou de dor, caindo ao solo violentamente, em agonia.

— Igor, lance agora uma das suas estrelas em linha reta sobre sua cabeça, agora!

Ele lançou, atingindo duas criaturas bem no meio dos seus corpos, que caíram afastadas de onde os cavaleiros estavam, ficaram agonizantes e, logo após, sem vida.

Walery guiava Darion e Igor, que atacaram as criaturas aladas até todas estarem no chão mortas ou gravemente feridas.

A neblina diminuía a sua intensidade conforme as criaturas caíam mortas.

— Derrubamos todas as criaturas. Vamos atacar e matar... sem misericórdia, essas que ainda estão vivas! — disse Walery.

Sem perder tempo, atacaram as criaturas que estavam feridas. Que não tiveram nenhuma chance de resistir.

A essa altura, a neblina já havia desaparecido por completo e ficou visível quantos corpos atingidos pelas flechas em chamas ou cortadas pelas estrelas de prata haviam nas áreas.

— Malditas criaturas! Derrubaram-nos da primeira vez, mas agora todas estão mortas. — comentou Ferrety.

Da torre, o feiticeiro contemplava sua derrota e a dos seus discípulos com muito ódio em seus olhos.

Durante o dia, os honrados cavaleiros arrumaram suas coisas e partiram deixando para trás cinzas e os corpos sem vida dos homens que outra aurora foram criaturas aladas.

Onde começaram a serem devoradas por outros seres do deserto.

Quando se distanciaram daquele lugar, viram logo à frente seis seres encapuzados de grande estatura, em pé em meio às áreas do deserto.

— Quem são eles? — perguntou Zabuana.

— Esses são os discípulos mais poderosos do feiticeiro negro! — respondeu Damário.

Os estranhos se revelaram, tirando seus capuzes e seus mantos.

Eram parte de vários animais: garras afiadas como armas, couro duro feito armaduras, reflexos e agilidade sobrenaturais.

Saíram correndo para atacar com força os cavaleiros que, sem pensar, desmontaram de seus animais e também partiram para o ataque.

Iniciou-se uma nova batalha. Ainda mais ardorosa do que as anteriores. Mesmo usando suas armas místicas, as criaturas resistiam aos golpes infligidos.

Os cavaleiros se separam para terem mais espaço para lutar bravamente e com todas as forças.

Uma batalha fervorosa, os cavaleiros conseguiam atingir as criaturas, mas também eram atingidos. Nem mesmo suas armaduras resistiam.

Sangue escorria pelos ferimentos por baixo das vestes deles, assim como um líquido escuro e viscoso escorria dos ferimentos das criaturas servas do feiticeiro da torre.

Logo começaram a vir os resultados, pois as criaturas começaram a fraquejar e a sua resistência diminuir.

A cada golpe fatal, elas soltavam gritos de agonia e transformavam-se em pó diante dos olhos dos cavaleiros.

Até a última cair, pelas mãos de Ferrety, com a cabeça decepada por sua afiada espada.

Os seis jovens caíram ao solo. Cansados e feridos, pois mal haviam descansado durante a noite por terem lutado desde a madrugada até aquela hora.

— Temos de continuar — disse Walery preocupado com Niara.

— Estamos exaustos e feridos! — respondeu Igor, com um pouco de dificuldade.

— Se continuarmos aqui... seremos atacados novamente pelo feiticeiro que nos observa! — falou Ferrety.

Já se havia passado o meio do dia, o calor que sentiam era enorme.

— Tem razão, cavaleiro! — disse uma voz misteriosa. Eles se assustaram. Era o jovem feiticeiro das trevas.

Ao avistarem-no, eles levantaram rapidamente e se prepararam para enfrentar o feiticeiro.

— Mas fiquem calmos! Vou poupá-los agora. Aprisionarei cada um de vocês dentro da minha torre... sentirão a maior dor do mundo, pois sofrerão as maiores torturas. Pedirão para morrer, mas manterei cada um vivo e vou fazê-los sofrer eternamente. Vou esperá-los em minha torre, para ser completa a derrota! — falou ele rindo e, em plena luz do dia, desapareceu como uma sombra enterrando-se nas areias do deserto.

— O que faremos? Estamos sem condições de continuar! — falou Darion, cansado e ferido depois das duas batalhas.

— Temos que ficar atentos contra o feiticeiro! — falou Igor, também muito preocupado.

— Fiquem calmos, cavaleiros! — uma voz feminina respondeu.

Era a jovem irmã de Damário.

— Damarys, o que faz aqui? — perguntou o príncipe do deserto surpreso e preocupado. — É muito perigoso!

— Foi o nosso pai. Pediu que viesse até vocês para trazer essas ervas e ajudar na recuperação dos ferimentos. Também para dar-lhes forças para a última batalha.

— Agradeço minha irmã, por se arriscar e vir até nós. — disse Damário, aliviado.

— Estarei sempre com você, meu irmão. — falou ela muito feliz em poder ajudar o irmão e os cavaleiros.

Ela socorreu todos, cuidando dos ferimentos.

Havia-se passado algum tempo, despediu-se do grupo e de seu irmão, desaparecendo em um brilho azul da cor do céu.

Sem mais demora, deixaram o lugar rapidamente, galoparam a tarde inteira. Sob o clima quente e seco sem nenhum vento para refrescá-los.

Passaram por várias dunas que pareciam as mais altas colinas até chegar à noite.

Outra noite gélida caiu sobre os seis. Eles estavam em volta de uma fogueira, alimentavam-se, cada um com seus pensamentos sobre o que esperaria por eles na Torre Negra.

Quando Zabuana interrompeu os pensamentos de todos, perguntando a Damário sobre o pai dele:

— Explica para nós sobre seu pai, se você é príncipe, ele é o rei, um rei feiticeiro?

— Sim, meu pai era rei, mas abriu mão de governar. Criou um conselho, do qual a minha mãe e rainha faz parte... para substituir a monarquia até que eu esteja com idade para assumir o trono.

— Mas por quê? — questionou Ferrety.

— Meu pai teve um sonho... uma revelação, na verdade. Quando mais jovem, segundo a qual deveria escolher entre reinar ou seguir as artes místicas! Então, para proteger a quem ama, preferiu seguir as artes do sobrenatural da luz! — falou o príncipe do deserto.

— Ele já era casado com a sua mãe? — perguntou Walery.

— Sim! Tanto eu como minha irmã já éramos nascidos, embora bem pequenos! — disse ele serenamente.

— E quando chegará a hora de assumir? Você já é adulto, parece ter quase a nossa idade ou pode até ser mais velho que alguns de nós! — falou Darion.

— Disse meu pai que o momento ainda está para chegar, pois muitas coisas estão para acontecer. — disse ele, mudando o tom de voz, agora mais preocupado.

Os outros se olharam e ficaram em silêncio.

Esperaram um pouco antes de irem descansar, ao se deitarem, adormeceram rapidamente, enquanto um ficava de sentinela.

Da Torre Negra, o feiticeiro observava.

— Esta é a última noite livre de vocês. Amanhã, quando chegarem aqui... serão todos meus prisioneiros! — falou ele, soltando um sorriso sinistro.

Mais um dia iniciou-se e os seis em seus animais. Continuavam a galopar pelas areias quentes do deserto.

Em pleno meio-dia, com o sol forte sobre suas cabeças, usavam os capuzes de suas capas para suportar o brilho intenso da grande estrela, à frente estava uma grande duna.

— Atrás daquela duna está a Torre Negra. — disse Damário, avisando e preparando os outros cinco.

— Como você sabe? — perguntou Ferrety.

— Meu pai havia me dito há muitas luas passadas! Falou que a torre ficaria atrás da mais alta duna, aquela que nunca se movia. Ela é diferente das outras dunas.

— Então, vamos! O que estamos esperando? — exclamou Walery.

— Calma cavaleiro! Temos que nos aproximar com cuidado. — argumentou Damário.

— Está bem! — concordou o príncipe de Vanesia.

Eles começaram a dirigir-se à grande duna, subiram lentamente e com muita dificuldade.

Ao chegarem ao topo, avistaram a edificação sombria...



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