Volume 1
Capitulo 10: O DESERTO
Após uma jornada exaustiva, os príncipes e a sacerdotisa avançaram pelos sinuosos caminhos da densa e misteriosa floresta de Tapitas.
Com os sentidos aguçados, os cinco heróis mantinham-se em constante vigilância, protegendo a sacerdotisa que seguia em seu meio.
Sob o manto das árvores imponentes. Cavalgavam com cautela, cada passo marcando uma busca incessante por segurança, em meio à vastidão verdejante que os cercava.
Ao chegarem ao fim da floresta sem problema algum pelo caminho, ao avistarem uma nova estrada de terra seca e árida.
Agora na fronteira da floresta cheia de vida. O grupo de olhares atônitos diante de um deserto. Onde os seres viventes eram escassos: serpentes, algumas aves de rapina, lagartos e insetos diurnos e noturnos.
— Sacerdotisa... aonde vamos por essa terra seca e árida? — perguntou intrigado o príncipe Darion.
Ela continuou em silêncio, sem esboçar a responder.
O príncipe Walery disse:
— Vamos poupar a nossa água, para que não morramos de sede!
— Sim! Façam isso, pois o caminho é longo até nosso destino! — respondeu Niara seriamente.
Eles ficaram em silêncio e continuaram pela estrada.
Mais adiante, tudo era pura areia, a paisagem transformou-se drasticamente.
Bem afastado dali: escondido no meio da mata. A figura misteriosa via o grupo se distanciar, se os seguisse poderia ser descoberto.
Dessa forma decidiu avançar por outro caminho e reencontrá-los depois. Se acaso conseguissem completar a jornada perigosa pelo deserto.
O sol brilhava agudamente sobre eles. Os cavalos começaram a ter dificuldades para galopar.
Foi quando Zabuana disse:
— Vamos desmontar. A areia está dificultando os nossos cavalos a continuarem!
Todos concordaram com ele.
Desmontaram rapidamente de seus cavalos e foram puxando-os pelas rédeas, tomando os devidos cuidados para andar, por causa da areia muito fofa.
Seguiram em frente e em fila, sendo guiados pela sacerdotisa.
Havia chegado o meio do dia e o calor era terrível.
Caminhavam lentamente pelas áreas quentes do deserto. Só se via as enormes dunas formadas pelos fortes ventos.
Continuaram a seguir em frente, protegendo-se como podiam do intenso brilho do grande sol com suas capas.
O único que suportava era o príncipe Zabuana, pois a sua tribo vivia em uma região quase igual onde eles estavam.
Até que encontraram um lugar para se abrigarem e descansarem.
Era como um oásis em tamanho moderado, com um lago pequeno e três poços de água. As águas eram cristalinas, frescas e deliciosas para saciar a sede.
Ao redor, uma construção simples, coberta por folhas de palmeiras e coqueiros, oferecia abrigo para quem precisasse descansar ou passar a noite. Era um refúgio tranquilo e seguro.
Estavam alimentando-se e descansando, enquanto seus cavalos saciavam a sede no lago.
Antes de partirem, encheram as suas Génitas que estavam quase vazios. Sem demorar mais, partiram em caminhada pelo deserto.
Seguia na frente da coluna: Ferrety, em seguida Darion, Zabuana, Niara, Walery e por último Igor.
Seguiam muito devagar para pouparem seus animais naquelas areias quentes.
Assim foi a tarde inteira, sob sol escaldante e ventos tórridos.
Quase no fim da tarde. Na frente do grupo: ainda continuava o cavaleiro Ferrety em seu silêncio profundo, mas muito atento.
Atrás, ia o herdeiro das tribos do Oeste, Zabuana, conversando com Niara, pois era o único que quebrava o silêncio da princesa, sempre tentando animá-la.
Do outro lado, Darion também prestava atenção àquele lugar árido.
Por ultimo: seguiam os príncipes Walery e Igor, sempre em alerta por desconhecerem aquelas terras.
Ao escurecer, montaram acampamento, encontraram alguns pedaços de galhos secos para acender uma fogueira, porque havia esfriado muito. Apesar do calor intenso que passaram durante o dia.
Todos alimentaram-se e, um tempo depois, decidiram quem ficaria de guarda nas primeiras horas.
Os escolhidos foram Zabuana e Ferrety. Os outros foram descansar próximo à sacerdotisa.
Faltava pouco para o início da madrugada. Uma leve neblina começou a se formar: vinda sorrateiramente, arrastando-se pelo solo como víbora, como se tivesse vida própria.
Quando envolveu o grupo, começou a subir lentamente até cobrir acima de suas cabeças.
Então, um dos portadores dos objetos místicos disse:
— Sinto algo de ruim nesta neblina! — argumentou Zabuana, temendo pelo pior.
— Estranho em um deserto haver neblina! — disse Ferrety, já tomando posição de defesa. Erguendo um pouco mais o escudo que, no mesmo instante, começou a reluzir o tom de azulado e a vibrar levemente as suas ondas sonoras.
Nesse momento, o príncipe Igor acordou e ficou atento. Preparado para qualquer coisa.
Rapidamente, a neblina ficou mais densa e já não dava para ver quase nada à volta deles. Como se ela houvesse formado uma prisão.
— Tem algo no meio dessa neblina! — disse Zabuana com uma expressão alerta.
Eles ficaram em alerta e em posição defensiva.
Zabuana, coma força do pensamento, transformou seu báculo com um brilho esmeralda em um machado de duas faces e ergueu seu impenetrável escudo.
Ao mesmo tempo, o cavaleiro Ferrety empunhou sua espada e levantou totalmente o seu escudo que vibrava formando uma fina barreira azulada.
Sem esperar, algo passou em cima de suas cabeças. Sentiram o movimento pelo deslocamento de ar provocado.
— CUIDADO! Há alguma coisa no meio da neblina! — alertou o príncipe Zabuana. — E está sobre nós!
O príncipe Darion, que estava ao lado da sacerdotisa. Levantou-se rapidamente desembainhando a espada.
Foi atingido com muita força por algo e arremessado longe e caindo desmaiado.
Walery e Igor, que já haviam acordado por causa do alerta.
Levantaram-se de forma muito ágil em seguida foram atacados com extrema violência, ambos caíram sem consciência.
Zabuana e Ferrety: correram para proteger a sacerdotisa, porém não viram mais a jovem princesa.
Os dois olharam em volta, viram a neblina começar a se dissipar.
Foi quando viram no céu, bem ao longe, formas estranhas.
Eram criaturas aladas levando Niara que estava em um profundo sono.
Zabuana e Ferrety: foram até seus companheiros. Tentavam reanima-los, onde pouco a pouco, iam despertando e os três já estavam recompostos.
Os cinco montaram em seus cavalos mesmo sabendo da dificuldade imposta pelo terreno.
Partiram rapidamente em uma cavalgada desesperada atrás da sacerdotisa pelas
dunas do deserto, deixando todos os pertences para trás.
Passaram a madrugada inteira perseguindo as criaturas aladas, mas não conseguiram alcançá-las.
Estavam cansados da cavalgada, em um terreno complicado e estavam com muita sede. Ainda mais os três que foram feridos pelos ataques.
Mesmo estando frio naquela hora da madrugada, o vento gelado era seco, que secava qualquer gotícula de água na superfície.
Com as suas forças esgotadas, os três príncipes caíram desacordados de cima de seus cavalos...