Volume 1

Capítulo 17: Plano de Retorno

Novamente os 9 heróis se reuniram, dessa vez parecia ter menos tensão, talvez por estarem na sala de conferências, sentados e finalmente estarem com uma proposta em comum: Voltar para o outro mundo.

— Como voltaremos? — Começou Anne.

— Usando a oitava chave — Respondeu Felipe.

— Mas ela está no poder da equipe de pesquisa e desenvolvimento… — Explicou Eduardo.

— Deixa comigo. — Kawã bateu no peito com confiança.

André assentiu com a cabeça. Enquanto isso, Felipe estava mais curioso com os motivos para que Léo tenha decidido voltar, a ponto de ficar descontrolado.

— Léo, o que aconteceu para você decidir voltar? — Perguntou Felipe.

— Acho que está na hora de saberem… — Léo disse em tom acanhado — Eu tive um namoro com Van-Nee, a filha de Zhan-Nee, patriarca do clã da floresta…

— Nós todos sabemos disso! — Reclamou Anne — Quero saber que história é aquela de “esposa”, como você casou e não contou para ninguém?

Leonardo estava trêmulo, ainda segurando o livro com as duas mãos, demonstrando inquietação e relutância em falar, mas acabou cedendo.

— Quando ela foi escolhida como sacerdotisa, sua família ficou muito feliz, e seu pai a enviou para o templo na Floresta Eterna do Reino do Sul para completar seu treinamento…

— Vai ao ponto! — Reclamou Jonas.

— Eu fiquei encarregado da segurança dela… — Continuou Léo.

— Que clichê! A princesa que se apaixona pelo seu segurança em um romance proibido… — Reclamou Lucas.

— Ela acabou grávida e casamos secretamente…

— Na Floresta Eterna? — Bufou Anne — Você engravidou ela em um lugar em que até mesmo olhar diretamente para a face de uma sacerdotisa pode ser considerado crime punível com a morte?

Anne estava quase para arrancar os cabelos, enquanto isso, Léo apenas deu de ombros com um sorriso amarelo.

— O que eu realmente estou curioso para saber, é como o André foi o único a ficar sabendo… — Murmurou Felipe.

— Quando descobriram a gravidez, ela corria risco de vida. — Explicou André — Coincidentemente eu estava na Floresta Eterna, aí o Léo me pediu para leva-la para o Leste, e esconder a sua identidade e da criança…

Felipe coçou o queixou e começou a falar:

— Léo começou a namorar com Van-Nee aos 17 anos, mas ela só foi enviada para o templo da floresta Eterna uns meses depois, levando em conta o tempo que dura uma gravidez, já voltamos há mais de 4 anos, então essa criança deve ter entre 5 e 6 anos.
Jonas e Eduardo faziam contas nos dedos, Anne bufava de raiva e Zita permanecia em silêncio já que não tinha culpa de nada nesse assunto, e André permanecia apático.

— Mas o que isso tem a ver com a sua decisão de voltar? — Insistiu Felipe.

Léo pôs o livro sobre a mesa de forma que todos pudessem ver a capa verde com letras douradas e padrões geométricos.

— Isso é uma carta mágica! — Explicou Léo — Somente pessoas com muito poder e controle perfeito podem fazer um desses, e ele só pode ser lido pela pessoa a quem foi endereçado, Van-Nee deve ter usado algo que pertencia a mim como rastreador genético…

— E o que diz? — Interrompeu Anne.

— Diz que 3 dos tronos antigos do Oeste estão vazios. — Respondeu Léo em tom angustiado — Tudo que fizemos foi em vão… Só restam 4 tronos naquele continente!

— São 3… — Interrompeu André — Nenhum mortal jamais sentou no trono de pedra…

— Então só restam 3 reinos… — Concluiu Felipe.

— E tem mais — Continuou Léo — Ela disse que a maioria das pessoas que possuem alguma capacidade mágica, por menor que seja, está migrando para o Reino do Sul, indicando que Long-Hua deseja construir um exército mágico.

— Isso não é novidade, as pessoas sempre tiveram mais liberdade para usarem magia no Reino do Sul, principalmente pela influência da Floresta Sagrada. — Explicou Eduardo.

— Mas dessa vez nem todo mundo está de acordo em ser voluntário no exército, e Van-Nee teme pela segurança dela e de nossa filha, já que muitos nobres falidos estão sequestrando pessoas com poderes e vendendo para as tropas do Sul. Ela se mudou para próximo da fronteira entre as planícies e a Cordilheira Escaldante.

Léo passou o olhar pelos outros 8 presentes e parando em Jonas, falou:

— Flek aproveitou uma crise de alimentos causada por desastres ambientais para criar uma crise política que levou os outros 3 reinos da Região Oeste à beira da falência, e usou toda a sua influência para que os nobres desses reinos o apoiassem, e seus respectivos regentes abdicassem dos tronos, e agora Flek reina soberano sobre o Oeste.

— Então os Reinos de Bronze, Ferro e Cristal já não existe mais? — Insistiu Anne.

— Isso é algo que só saberemos quando voltarmos…

— Você sabia disso tudo? — Felipe perguntou para André.

— Quase tudo, mas não acreditariam se eu simplesmente contasse… Então temos algum plano? — André parecia animado.

— Sim! — Felipe deu um sorriso malicioso e começou a explicar o que tinha planejado a partir do que tinha ouvido até agora —
Kawã precisa encontrar uma forma de roubar a oitava chave, daqui 40 dias será Natal, e estou me preparando para juntar todos os 33, todos estaremos reunidos, até lá eu e André tentaremos encontrar alguma pista sobre o Cavaleiro de Prata. Zita e Lucas irão resolver o problema da segurança das nossas famílias sem começar uma guerra ainda nesse mundo, conforme o plano de ação nº 326. Eduardo vai preparar um conjunto de poções de melhor qualidade possível, os demais ficam responsáveis em contatar os 24 restantes e repassar o que foi discutido e acordado aqui, garantam que eles topem ajudar.

Todos concordaram com o planejamento de Felipe sem nenhuma objeção. Apenas André quis adicionar alguns pontos.

— Proponho que não revelemos a nossa presença logo ao voltar para o Outro Mundo, isso poderia gerar alguns inconvenientes, causando risco à nossa segurança ou a de pessoas que eram ou são próximas a nós.

— Boa observação! — Lucas sorriu — Fazer um reconhecimento da situação é bem melhor do que chegar em um raio igual ao Thor…

— Igual a quem? — Perguntou André.

— Esquece…

A primeira reunião dos heróis em que André tinha participado sem que houvesse algum tipo de desacordo tinha chegado ao fim, e parecia que a felicidade geral seria possível.

Mas Lídia entrou correndo pela sala de conferências.

— Chefe! Chefe! Temos um problema…

— O que foi? — Felipe respondeu apoiando o queixo na mão e o cotovelo na mesa.

— O Tenente Glover… Ele está aí!

— Eita porr…



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