Volume 2
Capítulo 168: Convívio Amoroso; As Fabulosas Aventuras de Uma Garota Chamada Qin Xa Que Deixam Sua Pobre Mãe Muito Preocupada Com Sua Saúde Mental
Refletindo sobre essa declaração de Qin Xa, Katarina não demonstrou uma reação intensa. Como esperado da sua mãe quando se tratava de assuntos sérios, pensou a garota que não tirava os olhos da torta no fogão.
— É difícil acreditar que meu filho se tornou um assassino nos poucos dias que eu parei de ver ele...
— Mesmo que eu me culpe por ter feito aquilo, eu estava sendo caçada por um assassino que queria me matar. — olhou nos olhos de sua mãe. — Desde criança a família onde eu nasci executava criminosos em praça pública, e esses foram apenas os que eu vi. Por tudo o que eu aprendi desde que cheguei nesse mundo, ter poupado a vida daquele homem e deixado a sua sobrevivência nas mãos da sua própria capacidade de impedir o Yin que se infiltrava em seu corpo, já foi um ato de misericórdia.
— Se toda misericórdia for desse jeito o mundo não vai para frente nunca.
— Na verdade esse mundo de algum jeito é mais evoluído que a terra... A única diferença é que aqui eles não usam a tecnologia, muito menos prezam pelo desenvolvimento da sociedade como um todo. Se eles tiverem o mínimo para sobreviver já é mais que o suficiente.
— E onde que isso é mais evoluído que na terra se aqui eles parecem um bando de selvagens que tem um rei na barriga? Isso é uma regressão do que significa ser um ser inteligente. Como que você pode dizer que essa selvageria e violência é superior a ordem que tinha na terra?
— Enquanto na terra a humanidade evolui, se aprimora e adquire conhecimento ao custo da destruição dos recursos e da natureza, — Qin Xa abriu um pequeno sorriso. — aqui as criaturas vivem para buscarem uma liberdade tão grande, que qualquer conforto que não seja conquistado com seu poder é considerado um lixo. Tirando toda a parte da violência esse mundo é ótimo... bem, ótimo é uma palavra bem forte. Ele é um bom mundo.
Katarina não pareceu acreditar, e continuou comendo os doces um por um. Mas assim como o café do lado de fora, esses doces não pareciam ter fim.
— Eu poderia discordar, nas não sou eu que vivo aqui há mais de 10 anos...
— Hun-hunf! — Qin Xa sorriu. — Que bom que você aceitou essa fácil, mãe. Mas que hora essa torta fica pronta?
— Quando ela fica reta é a hora.
— ...
Katarina ignorou o olhar desprovido de inteligência e certeza de Qin Xa e perguntou, séria: — Não estávamos falando de um assunto importante? O que mais aconteceu com você?
— Você acha que isso é importante, mas quando eu estava derretendo em lágrimas era para parar que estava chato? — para o balançar de ombros de sua mãe, que assentiu, Qin Xa revirou os olhos.
— Ninguém gosta de gente que chora. Eu principalmente. Vai, conta como foi que você aprendeu a usar magia! — agora a atenção de Katarina pareceu acender como uma chama, mas ela não parou de comer.
"A maçã doente não cai longe da árvore podre..." Qin Xa fechou sua boca que quase abriu o suficiente para caber um ovo. Como sua mãe conseguiu ser uma senhora tão admirável quando era tão insensível?
Bem, Qin Xa não era muito diferente. Sua natureza de brincar com qualquer coisa foi uma ótima herança... mas sentir isso na pele, não era tão legal...
— Começando pelo começo, primeiro eu morri, aí conheci uma deusa que me deu um bocado de talento, aí quando eu tinha 11 anos depois de nascer eu fui acusada de roubo e expulsa de casa. Fui sequestrada por uma seita e conheci minha primeira amiga, mas aí apareceu um dragão super gigante que disse que ela deveria ser a herdeira dele, e cozinhou ela junto com pedaços do corpo dele, pepois deu a ela um monte de técnica de cultivo, e foi embora. Assim, minha amiga se tornou uma gênia igual eu.
Qin Xa não percebeu que enquanto falava, Katarina mordeu os lábios e encarou intensamente as mãos que tremiam segurando o doce, como se ouvir aquela voz fosse um tormento e cada palavra fosse um prego cravado em sua carne.
Quase abriu a boca para interromper, mas Qin Xa continuou falando:
— Depois disso eu aprendi a fazer drogas, tive que fazer minha amiga matar uns traficantes de pessoas, tive minha primeira desilusão nessa vida, aprendi a lutar um pouco, fomos jogadas numa dimensão onde quase todo mundo morreu, lutamos uma guerra que no fim fez a gente cair num buraco de minhoca que nos trouxe para outro planeta, e quando eu cheguei aqui passei uns 10 dias sendo torturada-
— Espera! — Katarina largou os doces e encarou Qin Xa, que parou novamente de encarar a torta. — Oi?
— Isso não é um pouco demais não?
— Não sei. É a minha vida. Ela foi bem corrida nos últimos meses... e isso porque eu nem contei sobre todo o conhecimento que eu tenho. Sabia que se eu tivesse os materiais, eu poderia construir um avião mesmo sem saber nada de cálculos de engenharia ou física? O Qi, que é a energia que todo mundo usa, simplesmente despeja um monte de conhecimento na sua cabeça toda vez que você está cultivando. Eu sei de coisas que nem consigo colocar em palavras-
— Elan, você consegue ir um pouco mais devagar? — Katarina respirou fundo, pegando as mãos de Qin Xa que encarou isso com curiosidade.
Lembrava que toda vez que sua mãe fazia isso, sua velha estava muito preocupada. O que aconteceu para que ela ficasse tensa?
Qin Xa até falou de um jeito que omitiu os detalhes mais abomináveis e cruéis de suas experiências. Sua mãe não era tão sensível ao ponto de se abalar por um relato desses.
— Como assim você foi torturada? Por que fizeram isso com meu filho? — agora mulher estava prestes a chorar pelo tom rouco de sua voz.
— Ah, isso? Não foi bem uma tortura... quando eu e minha amiga caímos naquele buraco a gente apareceu nesse mundo tão de repente que ele queria mandar a gente de volta, ou nos matar. Aí o Qi desse mundo começou a brigar com o Qi que tinha no meu corpo, e isso fez meus ossos quebrarem, meu sangue ferver ou congelar, minha pele rasgou como se um leão estibesse me comendo e... — a expressão de Katarina ficou pálida conforme essas poucas palavras eram ditas.
Qin Xa percebeu de repente que... ela se tornou extremamente insensível com sua própria segurança. Que coisa tosca.
Ela realmente passou por isso e conseguia falar como se não fizesse parte da sua vida...
— Bem, são coisas que podem acontecer com todo mundo... — antes dela terminar de falar, Katarina a abraçou com força, calando sua boca.
— Minha filha, você não precisa se fazer de forte... você não merecia passar por essas coisas horríveis... eu não deveria ter te perguntado isso... desculpe...
— Mas eu ainda nem cheguei na pior parte... — quase sorriu, porém os braços trêmulos de sua mãe a fizeram perceber algo estranho, e o aperto da mulher em seu corpo continuava a aumentar.
— Mãe?
Algo molhado caiu sobre os cabelos de Qin Xa, deixando sua garganta apertada demais para ela olhar para cima.
— Eu estou bem... — Katarina espremeu essas palavras. Passou os dedos no cabelo de Qin Xa, tão fragiu eram seus movimentos que Qin Xa estranhou a figura que a envolvia. — ... eu estou bem... mas você não merecia passar por isso...
— Eu estou bem mãe, eu sempre fui poderosa-
— VOCÊ NÃO FOI PODEROSA O SUFICIENTE...
Essas palavras fizeram algo explodir na mente de Qin Xa — uma compreensão bizarra do que atormentava e fazia sua mãe agir de uma forma tão apressada para saber dos detalhes da sua vida, e ela olhou rapidamente para o rosto de sua mãe, apenas para sentir as lágrimas da mulher caírem sobre o seu, junto com o corpo leve que desmoronou sem forças.
— Mãe!
Qin Xa pegou sua mãe as pressas, impedindo ela de cair, e se levantou do banquinho da cozinha as pressas, ficando pálida ao daitar a senhora no piso.
— Mãe! — verificou seu pulso, percebendo estar tão irregular que era um absurdo!
Seus batimentos eram mais rápidos que os de um gato.
Mas a densidade da camada Qi na pele da mulher diziam que... ela não tinha um pingo de cultivação em seu corpo, além daquela que crianças tinham quando estavam começando!
Porém, suas energias internas estavam desordenadas ao extremo, como um turbilhão de caos e poder que se forçava a sair daquele corpo frágil!
Não era possível uma coisa dessas... sua mãe teve um desvio de Qi?
Mas como que alguém poderia ter um desvio de Qi sendo que havia uma quantidade tão ínfima de Qi em seus meridianos?
— A menos que... quem foi o imbecil que ensinou ela a cultivar e não a ensinou como limitar os movimentos do seu Qi de acordo com as emoções? — Qin Xa espremeu essa pergunta entre dentes.
Katarina disse que estava nesse mundo há poucos dias, e se na sua percepção era isso, então nunca que ela teve tempo o suficiente para compreender a base do cultivo e começar a lidar com a entidade onipresente e onipotente que era o Qi!
Ela era mais leiga que uma criança sobre esse assunto!
Qin Xa sem hesitação reuniu sua consciência e um pseudo Sentido Espiritual se manifestou nesse mundo, apesar de ser dentro da sua mente — ou fora do universo!
Seus olhos recuperaram toda a concentração que ela tinha quando estava cultivando sério de verdade, e usando um dedo, chamou o Qi de uns 3 quilômetros ao seu redor.
Esse Qi estava livre ou sob o domínio de alguém? Não fazia diferença.
Ela chamou e o Qi veio!
Não houve demora em seus movimentos quando todo seu conhecimento sobre o corpo e meridianos — adquirido através do cultivo intenso de milhares de pílulas — foi concentrado na ponta do seu dedo, junto com o Qi, e ela começou a expulsar o Qi que estava agitado dentro do cérebro de sua mãe!
Na cabeça tinha centenas de meridianos minúsculos e extremamente sensíveis, mas assim que o comando de Qin Xa passou por lá, seu Qi levou todo o Qi de sua mãe para fora. E isso esvaziou completamente a mulher!
1 segundo depois, Qin Xa moveu seus 10 dedo por cima de sua mãe, arrancando toda a bagunça que estava ocorrendo lá dentro...
Tanto era seu foco, que no momento que em uma minúscula particula de Qi se moveu ao seu lado, seu olho esquerdo fez seu Sentido Espiritual ficar naquela partícula com intensidade o suficiente para uma figura feminina se revelar brevemente ao seu lado, de joelhos...
E apenas o vislumbre de sua figura fez Qin Xa perceber um poder tão incomensurável, que comparado à visão que ela teve meses atrás, quando cruzou o universo com Lou Bin Luo, não chegava a representar meio centésimo do tamanho dessa criatura!
Se havia algo comparável à Zhuang Huan Bei Meng, com certeza era essa pessoa!
Só que foi tão rápido que quase pareceu uma miragem.
Essa deveria ser a garota da qual sua mãe tanto falava.
— Por que você está apenas observando? — Qin Xa perguntou, focando sua atenção no coração de sua mãe.
Ali havia se formado 3 "nós" de Qi, que se fossem deixados livres iriam dilacerar o coração da mulher!
Qin Xa precisou criar 10 fios de Qi em cada dedo de sua mão, fazendo-os se infiltrar naqueles nós e desmanchá-los tão rápido que nem pareceu que se formaram.
Mas o problema voltou a surgir no cérebro da mulher. Um demônio interno poderoso estava atormentando sua mãe, por quê?
O Qi ao redor das duas se moveu levemente, numa ação mínima, para formar uma curta frase forjada de luz verde.
"Nós não deveriamos interagir com você. E nem você deveria conseguir interagir com ela."
— Por quê? — a luz que surgiu no ar foi fugaz. Como se a pessoa sequer ousasse afirmar sua presença.
"Porque estamos separadas por uma barreira chamada "séculos"."
As pupilas de Qin Xa se contraíram
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