Volume 2
Capítulo 166: Convívio Amoroso; Abra a Porta, Qin Xa!
Após alguns minutos da breve discussão, Qin Xa observou todo esse mundo, tentando compreender sua extensão. Mas não conseguiu. Não havia possibilidade de que esse lugar, um mundo de mais de 1000 quilômetros comporto de uma planície sem fim — ser parte da sua mente.
Ela nunca entrou em seu Mar da Mente, apesar de saber que ele existe, mas esse mundo seguia bem a ideia de que para um lugar desse tamanho existir, era preciso uma quantidade ridícula de poder para mantê-lo.
E ela não tinha essa energia toda nem em sonho.
Katarina olhou para o horizonte onde o olhar de Qin Xa repousava e perguntou: — O que foi?
— Mãe, você disse que esse lugar é algo que fica entre os milhões de mundos, mas também disse que aqui é minha mente... — Qin Xa a encarou, se questionando o quanto toda a sua vida estava prestes a ficar caótica dependendo de quem é o infeliz que está por trás das ações de sua mãe.
— Quem foi que te trouxe aqui? Julgando pelo jeito que você ainda se veste faz pouco tempo que chegou nesse mundo, mas já tem um poder muito maior do que o meu...
Katarina demorou um segundo para responder, mas não demonstrou nenhuma reação forte a essa pergunta.
— Eu não sei, sinceramente. Faz só alguns dias que estava no leito daquele hospital, e quando tudo se apagou... uma garota apareceu para mim dizendo que... — de repente ela parou, olhando para o vazio ao lado de Qin Xa.
Qin Xa rapidamente tentou estender seus sentidos para o lado, procurando o que quer que estivesse ali... mas nesse mundo ela não tinha poder algum! Ela só viu o horizonte infinito, que ao longe fundia o verde da grama com o azul do céu.
Katarina então soltou uma risada abafada, parecia que quem quer que estivesse ao lado de Qin Xa disse algo engraçado.
— Ela disse que ainda não é hora de você saber quem ela é.
Qin Xa franziu a testa e de repente fez toda a sua concentração focar no lugar a um metro dela. Mesmo que estivesse completamente sem poder, se esse lugar ainda fosse seu reino mental, Qin Xa tinha controle quase absoluto sobre ele!
— O que ela quer fazendo a gente se encontrar? — tentou distrair sua mãe com essa pergunta, e funcionou porque Katarina continuou olhando para o mesmo lugar e respondeu categoricamente:
— Ela disse que... — nesse momento Qin Xa sentiu sua Energia Mental emergir das profundezas do seu ser e agindo com a mesma velocidade e ferocidade, ela concentrou toda aquela energia em seus olhos!
Queria ver o indivíduo que ousava ser tão descarado ao ponto de estar ao seu lado e não mostrar o rosto!
— O que você fez? — o rosto de sua mãe se tornou um misto de confusão e preocupação, e Qin Xa sentiu brevemente, porque a pessoa que estava ao seu lado se afastou extremamente rápido.
— Só tentei olhar ela... — sorriu, voltando seus olhos para sua mãe, e de repente vendo a figura dela rodeada por um pagode tão imensurável, que as palavras "colossal" , "titânico" "monstruoso" e "abismal" não chegavam nem perto de 1% de descrever o tamanho dele!
Qin Xa percebeu que o poder de sua mãe vinha de algo tão grande e antigo que se o universo fosse colocado ao seu lado, seria difícil saber quem era mais velho e poderoso!
Sua Energia Mental se desmanchou — como poeira ao vento — quando ela viu aquilo.
Sabia que se aquilo quisesse, poderia apagar sua existência do mundo como se não fosse nada. Então para proteger sua sanidade, a coisa destruiu sua Energia Mental.
Não olhe na face de deus.
Sua visão focou apenas em Katarina, que a encarava meio assustada. Tudo aconteceu rápido demais, e Qin Xa só agora terminou sua frase:
— ... mas parece que eu não consigo fazer isso. — Qin Xa não mentiu.
Mas agora ela sabia que os poderes por trás desse encontro eram grandes demais para serem contado, e poderosos demais para ela tentar competir... mas eles não pareciam ser inimigos... por enquanto.
— Só olhou? — Katarina franziu os lábios numa expressão confusa. De fato, ela realmente não parecia ter nenhum cultivo. Se tivesse poderia ter reagido instantaneamente para impedir as ações de Qin Xa, além de perceber o que foi que ela acabou de fazer.
— Se você só olhou, então por que é que ela saiu correndo?
— E eu sei lá. — ela deu de ombros, com um sorriso surgindo em seus lábios. — Quem se escondeu foi "ela", quem tem que explicar isso não sou eu. Desde quando é errado olhar os outros?
Katarina pegou a vara e levantou, fazendo Qin Xa pular da cadeira para longe.
— É assim que você responde sua mãe?
— Ah! Para! — Qin Xa tentou correr para o único lugar que poderia protegê-la de sua mãe: A casa na árvore!
— Para nada! Venha aqui! Eu quero saber com quem foi que você aprendeu a falar desse jeito, porque não foi eu que ensinei!
Qin Xa abriu a porta e entrou na casa as pressas, enquanto sua mãe corria atrás dela com a vara.
A casa era pequena, para o desgosto de Qin Xa... dois sofás vermelhos, que definitivamente eram muito fofos e confortáveis, estavam no meio da sala.
Não deu atenção extra a isso. Passou correndo, pisando no tapete de tricô que sua mãe tanto gostava. Não deu atenção à estante de livros no canto, ou as fotos de Elan e Katarina que estavam sobre a cômoda ao lado da janela!
Qin Xa partiu casa a dentro, passando pelos 2 quartos fechados e foi para a cozinha aconchegante.
Sua mãe entrou na sala, correndo. "Caramba! Por que é que isso parece mais perigoso do que aquela maldita guerra? É por que eu estou sem poder nenhum?!"
Qin Xa abriu a porta na lateral da cozinha e entrou... no banheiro! Ela rapidamente fechou a porta, se encostando nela e ouvindo:
— Abra isso, Elan!
— Não! Meu nome agora é Qin Xa, mãe!
— Eu sou a sua mãe e eu chamo você do jeito que eu quiser, Elan! Abra essa porta! — Katarina empurrou a porta, mas com Qin Xa se encostando lá, não tinha como ela abrir com sua força normal.
— Não, você quer me bater!
— Eu vou te bater mais se você não abrir ela agora!
— Então eu vou ficar aqui dentro! — mesmo com medo de apanhar de vara, Qin Xa estava sorrindo.
Ela escorregou pela porta até grudar seu bumbum sobre o carpete da entrada... lentamente lágrimas escorreram por seu rosto vermelho, se misturando numa expressão que misturava uma alegria intensa com uma tristeza imensa.
— Eu vou contar até 3 para você abrir essa porta! 1...
Ela encontrou sua mãe... ele encontrou sua mãe... demorou muito tempo. Mas aconteceu!
Ela estava alí! Ainda era sua sua! Falava como todas as suas lembranças recordavam! Se parecia com sua mãe e dizia que era sua tão amada, adorada e respeitada mãe!
Era inimaginável pensar que um dia isso realmente iria acontecer...
Pôs as mãos sobre o rosto, tentando compreender a sensação inquietante de incômoda que se misturava com sua felicidade.
Sua mãe estava alí... mas também estava agindo com muita pressa. Toda essa situação ocorreu rápido demais...
Era sua mãe... isso era verdade... mas Qin Xa estava começando a ter noção que ela tinha suas próprias circunstâncias também, apesar de não esconder a felicidade genuína que sentia.
— 2... — a contagem de Katarina só fez o sorriso bobo de Qin Xa se espalhar ainda mais. Era desagradável o desconforto...
Mas ele não nasceu de um dos seus inúmeros sentidos sobrenaturais, capazes de detectar perigos e ameaças. Era uma coisa muito mais simples.
— Eu não vou abrir! — gritou do banheiro, percebendo de repente uma tramela de madeira, que só precisou girar para trancar a porta!
Fazia muito tempo que ela não via essa coisa, mas parece que Katarina gostava bastante.
— 3! — Katarina bateu na porta, e de repente falou: — Como assim tirar meu poder? Se você ia tirar por que me deu ele?
Qin Xa levantou uma sobrancelha. Parece que o ser desconhecido estava falando com sua mãe. E sua ela não estava feliz com isso.
Algo estava saindo do controle daquele ser?
Qin Xa girou a tramela e espiou sua mãe por uma pequena fresta, apenas para aquela vara passar extremamente rápido e bater na sua testa com força!
Tak!
— Ai!!! — ela trancou a porta de novo, lacrimejando e choramingando. — Ai ai ai... aham-ham... ai.
Essa doeu de verdade.
— Eu disse para você abrir!
— Mããããããee, doeu...
— E é pra doer mesmo! — Katarina parou de tentar abrir a porta e novamente falou com o ser desconhecido. — Mas... tá bom! Tá bom! Elan...
— É Qin Xa!
— Quer apanhar de verdade?
— Não...
— A... — Quando estava prestes a falar o nome do ser, Katarina parou, soltou um bufo irritado, e continuou com outro pronome: — Ela disse que já que você quase viu ela, e viu um pequeno pedaço do meu poder, de agora em diante eu vou ficar sem ele. Ela disse que você não pode entrar em contato com esse poder agora. Disse também que é para proteger você.
Esfregando a testa machucada, Qin Xa achou isso compreensível.
Fazia sentido de acordo com o mundo que impedia que um poder maior que o seu fosse vislumbrado.
Na verdade ela até achou estranho conseguir quase interagir com aquela criatura.
Ou ela era uma pessoa inofensiva que queria se aproximar de Qin Xa sem cautela, ou ela era uma pessoa fraca, que se fingia de forte...
Mas quem era o ser capaz de transmigrar a alma de sua mãe e ainda ser considerado fraco? Isso nem fazia sentido, apesar da primeira hipótese também não fazer muito sentido.
— E o que eu posso fazer? Eu não consigo fazer nada aqui.
Era Qin Xa que não deveria ser tão absurdamente sensível ao ponto de conseguir perceber ela...
É, talvez fosse isso. Não fazia sentido alguém desse nível querer se aproximar dela. E nem tentar esconder seu poder, qualquer que seja ele.
— Não sei... ela disse que estava só avisando.
— E por que precisa fazer esse rodeio todo para dizer que tirou seu poder? Ela é idiota?
— Parece que sim... hahahaha! — Katarina soltou uma risada atrás da porta, fazendo Qin Xa querer saber o que é que esse ser acabou de falar para fazer sua mãe rir.
"Ela é a minha mãe! Sou eu quem deveria fazer ela rir!"
— O que ela disse?
— Ah, nada. — ainda assim uma risada escapou da mulher. — Vai ficar trancada aí dentro até quando?
— Até eu... — num lado um chuveiro alto, do outro uma banheira com água já quentinha, toalha pendurada e sabonetes sobre uma bandeja. Era um banheiro simples, mas ainda assim com tudo de bom! Tinha até uma privada!
— ... tomar um banho!
— Elan, você tem 17 anos que nasceu nesse mundo, não é?
— É Qin Xa. E são 12 anos!
— Por que você ainda é viciado em tomar banho?
— Eu não sou viciada em banhos... mas banhos são legais. Eu gosto deles. — Qin Xa, sorrindo, começou a tirar a roupa. — Ah, mãe.
— O quê?
— Faz uma torta!
Katarina ficou em silêncio por um momento, e respondeu com uma voz exasperada: — Eu vou fazer torta com o quê? Eu só fiz a casa e os móveis, não tem nada de comer aqui.
— Mãe, esse mundo tem "magia"! Mande essa pessoa que te deu esse poder fazer uma horta, ou trazer os ingredientes de algum lugar. — Qin Xa mesmo conhecia artes marciais do Dao da Madeira e sabia como manipular minimamente a vitalidade de plantas para fazer elas darem fruto mais rápido.
Uma ação verdadeiramente simples.
Para uma criatura com um poder maior que o dela, criar comida era bem fácil. Se havia algo fácil de fazer nesse mundo, com certeza era cultivar alimentos!
Mas também, não era como se sua mãe soubesse disso.
— Mas você é abusada, hein?
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