Volume 1

Capítulo 8: Nascimento do Monarca

Um ano antes da batalha em Reven, no reino de Astot, um homem desconhecido adentrava pelos enormes e imponentes portões do castelo, caminhando com confiança. À sua passagem, todos abaixavam a cabeça em sinal de respeito.

Pelos corredores do castelo, uma multidão de guardas ocupava seus postos. Enquanto o homem avançava com firmeza, as vozes distantes se transformavam em gritos, ecoando pelo corredor. Ele se aproximava de uma imponente porta de madeira vermelha, de onde os sons tumultuados provavelmente emanavam. Dois guardas mantinham-se como sentinelas, protegendo o que quer que estivesse causando a agitação.

— Ei! Pare aí mesmo — disse o primeiro homem, visivelmente nervoso, como se estivesse disposto a proteger o que estava por trás da porta com sua própria vida.

O segundo guarda colocou a mão em seu ombro e, sem cerimônia, desferiu um soco contundente em sua região estomacal, fazendo-o vomitar imediatamente. O som seco do golpe reverberou por todo o corredor, mas o homem desconhecido não demonstrou qualquer reação.

— Me perdoe, meu Príncipe, ele veio de outro país ontem — explicou o segundo homem, curvando-se diante do Príncipe e obrigando seu colega a fazer o mesmo.

Os olhos do primeiro guarda se arregalaram, suas pernas tremiam, e ele permanecia todo sujo de vômito.

"Príncipe!? O Que eu fiz meus deuses, eu serei executado. Tenho a certeza disso", pensou ele apavorado, já esperando o pior.

O Príncipe se aproximou, o guarda ainda curvado e trêmulo. Então, algo inesperado aconteceu.

— Erga a cabeça. Você não tem culpa por não me conhecer, esquecerei isso — disse o Príncipe, com um sorriso simpático no rosto.

O primeiro guarda ficou perplexo, sem entender nada, enquanto o segundo deixou escapar uma leve risada, como se soubesse que algo assim aconteceria. Os dois guardas abriram as portas pesadas juntos, uma tarefa demasiadamente árdua para apenas uma pessoa. O Príncipe seguiu em frente

— Ei, isso realmente aconteceu? — indagou o primeiro homem, surpreso.

— Claro que sim. O Príncipe é a pessoa mais gentil que você encontrará na corte — respondeu o segundo homem, orgulhoso.

— E o soco que você me deu, precisava? — perguntou o primeiro, ainda se recuperando.

Hahaha! Não, não, mas foi engraçado. Agora vai trocar a cueca. 

Enquanto o Príncipe adentrava o local, deparava-se com um salão imenso, repleto de bandeiras e brasões, com um gigantesco tapete vermelho cobrindo o caminho até um trono imponente, onde um homem estava sentado. No salão, encontravam-se muitas pessoas, todas vestidas com trajes elegantes, algumas até mesmo ostentando coroas, indicando que eram nobres e reis de outros países.

Com a entrada do Príncipe, todos pararam o que estavam fazendo para observá-lo. Seus cabelos vermelhos e olhos verdes chamavam a atenção, e seu andar imponente impressionava a todos ali presentes. Contudo, não era apenas sua presença física que atraía os olhares, mas também seu prestígio. Apesar de jovem, o Príncipe já havia acumulado méritos e era considerado o sucessor de seu pai.

— Oh! Meu filho, Dorch! — exclamou o Rei, levantando-se do trono com um sorriso radiante no rosto. — Me alegra muito vê-lo.

O príncipe avançava pelo salão em direção a seu pai, onde grandes janelas deixavam a luz do sol penetrar, banhando-o em um brilho dourado. Suas vestes amarelas reluziam sob essa luminosidade celestial. Ao se aproximar do rei, este abriu os braços, e o príncipe prontamente o envolveu em um abraço caloroso. Uma onda de aplausos ecoou pelo salão, testemunhando o gesto de amor e união entre pai e filho.

— Pai! Que saudade eu estava de você, minha viagem demorou mais do que o planejado — relatou Dorch, mantendo um enorme sorriso no rosto enquanto abraçava seu pai.

Dorch havia percorrido nove reinos em busca de oportunidades de negócios para auxiliar o reino de Astot, que enfrentava uma pequena crise. Como príncipe herdeiro, essa responsabilidade recaíra sobre seus ombros.

Após o abraço, algo chamou a atenção de Dorch: o rei de Re'Loyal não estava presente, ao contrário dos monarcas dos outros reinos. Intrigado, ele questionou seu pai sobre a ausência, claro, além dos reinos inimigos ou extremistas. O monarca, de volta ao trono, pediu uma taça de vinho ao serviçal real, enquanto explicava a situação ao filho.

A ausência do rei de Re'Loyal se devia à intensificação da revolução em seu reino, que tornava perigoso para o monarca deixar seus domínios. 

— Sério, pai? — indagou Dorch, mantendo sua postura altiva digna de um príncipe. — Pensei que as revoltas tivessem cessado.

— Filho, você sabe que ser rei vai muito além de um título ou posição... — o Rei ponderou, levando a mão ao rosto. — Mas infelizmente o rei de Re'Loyal não compreende isso. Com sua péssima gestão, as revoltas nunca cessarão.

Enquanto discutiam, um homem envolto em um manto azul se aproximou, reverenciando tanto o Príncipe quanto o Rei. Era Alendriel, um mago da corte vindo da região de Alexandria. Com um sorriso caloroso, ele dirigiu-se aos monarcas:

— Meu príncipe, que bom vê-lo bem. Estava prestes a invocar minha magia mais poderosa para encontrá-lo.

Alendriel, um recém-chegado ao reino, avistou o Príncipe apenas uma vez antes deste momento.

— Não havia necessidade de se preocupar comigo, afinal, tenho o melhor guerreiro do reino como meu guarda-costas pessoal — declarou o Príncipe, com um tom de orgulho evidente, dirigindo o olhar para um homem imponente entre os nobres.

O homem, ao perceber o olhar do Príncipe sobre si, revirou os olhos e começou a se dirigir na direção do monarca. Sua imponente armadura de mithril prateado fosco ecoava o som de ferro a cada passo, enquanto seus cabelos castanhos e seus músculos robustos chamavam a atenção de todos. Enquanto se aproximava do Príncipe, ele tomava longos goles de vinho em seu copo.

— O que o "principezinho" quer comigo? — caçoou, exibindo uma expressão de deboche, ainda degustando o vinho em sua mão.

Todos ao redor ficaram surpresos. Ninguém jamais ousaria tratar um membro da realeza daquela maneira.

— Ele é seu príncipe! — interveio o mago, começando a conjurar uma magia. — Melhor se desculpar, ou eu te matarei aqui mesmo!

O Príncipe deu um passo à frente, encarando o guerreiro. O silêncio dominou o ambiente, o tempo parecia ter congelado. Todos suavam frio, o clima era tão tenso que poderia ser cortado com uma faca. O Príncipe colocou a mão sobre a cabeça do guerreiro.

— O que você disse? Seu cabeça oca de armadura.

Parecia que a situação iria escalonar para a violência, mas, subitamente, algo mudou, aliviando a tensão: o Príncipe começou a rir.

Hahaha! Meu amigo, Aldebaram, sempre um brincalhão, não é?

— Você também, Príncipe, apesar de ser horrível em piadas, e ainda pior em ofensas haha! — respondeu o Guerreiro, estendendo o punho em direção ao Príncipe.

O Príncipe retribuiu o gesto, e eles se cumprimentaram com um toque de punhos. O clima imediatamente se desanuviou, o mago compreendeu a situação e relaxou sua postura.

— De que deus é a figura na corrente em seu pescoço, Aldebaram? — perguntou o mago ao guerreiro.

Aldebaram segurou a figura em seu pescoço com orgulho e respondeu:

— É de Tyr, o deus da guerra e coragem.

— Tyr? O deus cultuado nos países mais ao norte?

— Exatamente, não só o norte, já que as mitologias se misturaram graças às guerras celestiais, né — expressou Aldebaram, ainda segurando a figura de seu deus em seu pescoço.

Tyr era o deus da guerra nórdico, filho de Odin, o criador das civilizações nórdicas. Conhecido por abençoar os mais valorosos guerreiros. Qualquer um que quisesse ser realmente um guerreiro poderoso o cultuava e esperava ansiosamente que ele o aceitasse, e lhe desse uma benção.

As bênçãos dele iam de aumento de força ou agilidade, até poderes absurdos capazes de destruir cidades inteiras. A mais comum era o estado Berserker.

Apesar de ser um deus da guerra, fornecedor de habilidades realmente destrutivas. Ele era considerado um deus benevolente e bondoso que, prezava pela justiça acima de tudo. Existiam histórias que contavan, que ele seria um dos responsáveis pelo fim desse mundo em algum futuro próximo, pois acharia a terra já imunda, injusta e apenas com a maldade espalhada. E depois iria recomeçar a humanidade junto ao deus chinês Yu Huang.

Aldebaram o cultuava não só por poder, mas também por ter nascido em terras nórdicas e ele ainda fazia parte de sua cultura. 

O Rei interrompeu o papo para anunciar as novas alianças que firmou para seu reino, afinal, toda essa festa tinha sido feita com esse intuito.

— Anúncio a formação da aliança com o reino de Aldemere Dominium, comemoremos os nossos novos laços! Nossos novos irmãos! — gritou o Rei para que todos pudessem ouvir, essa aliança abalaria o equilíbrio de poder da região e traria enormes consequências.

Abalaria, pois Aldemere Dominium era considerado o país mais poderoso do centro do continente de Mythárea. Graças às suas fontes imensas de recursos naturais e matérias primas.

E o país de Astot era conhecido pela enorme força militar, que se dizia capaz de destruir três reinos de uma vez, isso só pela quantidade massiva de homens.

Vivaaaaaa!! — gritam todos na sala.

O príncipe não aparentava felicidade ao ouvir as boas novas muito, mas comemorava junto. O mago soltava magias impressionando a todos. O Guerreiro viu a atitude estranha de Dorch e decidiu o chamar para fora do salão.

— O que ouve príncipe? Parece que não está feliz com isso — perguntou Aldebaram, estranhando sua atitude meio apática.

— Irei te contar Aldebaram… — O Príncipe estava com uma expressão séria em seu rosto, coçando a cabeça sem parar. — Acontece que Aldemere, é um reino corrupto, essa aliança não trará qualquer benefício.

— Bom, terei que concordar com você e Aldemere também é um país preconceituoso. Meu povo por ter o resquícios do sangue dos gigantes, não são aceitos lá sem receber discriminação.

Aldebaram ficou triste ao dizer isso, ele já havia passado por muita coisa.

O príncipe não parava de coçar a cabeça, parecia uma criança com piolhos em seus cabelos, sua expressão era um misto de apreensão e raiva. Ele sempre soube que Aldemere nunca foi flor que se cheire, com tanto nervosismo acumlando-se, começou a andar de um lado para o outro, e expressou tenso:

Tsc, droga, Aldebaram. — Ele foi falando e andando de um lado ao outro. — Eu sei desses problemas, esse provavelmente é o maior erro que cometemos.

Aldebaram segurou o príncipe, apesar de ser um brutamontes, ele era um homem de bom coração e iria ajudar o príncipe acima de tudo. Ele encarava o príncipe enquanto o segurava, sua expressão se mantinha calma e isso acabou acalmando o monarca. Esse olhar e essa expressão era a de alguém que confiava no jovem rapaz e, isso o encorajou.

— O que foi principezinho? — começou a debochar, e continuou: — Você sempre foi intrometido, sempre se metendo nos assuntos do reino. Não vai me dizer que se acovardou agora?

— Óbvio que não amigo. Irei agora mesmo ao meu pai, dar minha opinião e ele escutará, desistindo da aliança. — O Príncipe estava realmente confiante.

— Ótimo, honre o deus que está tatuado em seu corpo. — O Guerreiro apontou para tatuagem do deus Sol invictus, no pescoço de Dorch.

— Sim, honrarei o meu deus, ele me banhou com luz solar quando precisei e não irei decepcioná-lo!

Aldebaram avisou que teria que partir, mas que eles encontrariam-se em outro momento. Os passos de Aldebaram ficavam cada vez mais distantes, até que o príncipe não os escutava mais. Com isso o príncipe reuniu um pouco de coragem e entrou no salão novamente.

Todos ainda estavam comemorando, erguendo suas taças de vinho. O Príncipe caminhou até o Rei que havia descido do trono e estava no pé da escadaria que subia até ele. Ao chegar perto do Rei, o Príncipe o puxou para um canto e falou:

— Pai, repense sobre essa aliança. Ela não será benéfica para nós.

O Príncipe tentava alertar seu pai, colocando a mão em seu ombro e falando de forma concisa, mas o Rei que já tinha bebido um pouco, não estava raciocinando direito e isso ocasionou em sua resposta:

— O que filho!? Como assim não será benéfica, essa aliança trará nossa salvação, pare de falar bobagens! — O Rei ficou nervoso em instantes e acabou falando um pouco mais alto.

Todos no salão escutaram e começaram a observar, nunca tinham visto o rei falar daquela maneira com seu filho. Dorch deu dois passos para trás e já irritado gritou com seu pai.

— Você não vê? que só vão nos usar! — Ele estava com as emoções à flor da pele. — Aldemere irá apenas nos usar para fins de guerras! É um país sujo meu pai!

Com tais palavras, todos ficaram surpresos. O Rei de Aldemere, Bartolomeu, não se pronunciou sobre tais acusações. As emoções dos dois estavam exaltadas, que o Rei no auge de sua insensatez, desferiu um tapa no rosto de seu filho.

Todos ficaram assustados, Dorch com o tapa recuou um pouco, ele acabou avistando Bartolomeu. Em um momento de loucura, ele avançou para cima do rei de Aldemere.

— Seu desgraçado!! Você quer acabar com nosso reino! Irei te matar!

Os gritos podiam ser ouvidos por toda corte, todo castelo, mas antes de Dorch chegar ao rei Bartolomeu. Os guardas o seguraram a mando de seu pai, o imobilizando no chão enquanto o mesmo se debatia.

— Já chega!! Você não vê que está manchando toda nossa imagem, seu tolo! — O Rei estava totalmente estressado, ele mordia os lábios. — Você só não será executado por ser meu filho, agora levem-no daqui!

Os guardas obedeceram e retiraram o Príncipe da sala, o clima que antes era de festa e comemoração, agora parecia de um velório. Todos não sabiam como reagir e estavam com medo de tentar falar com o Rei.

— Rápido traga-me mais vinho, e vocês aí voltem a tocar — ordenou o Rei, pedindo ao serviçal e a banda que se encontravam na corte, ele procurava uma maneira de descontar a raiva e seria na bebida para não ser em seu filho.

Com tais palavras os músicos imediatamente voltam a tocar, a festa volta ao normal em um instante. Nem parecia que a situação toda ocorreu minutos antes. O Rei de Aldemere se aproximou do Rei, devagar, sorrateiramente com um sorriso maligno no rosto.

— Tudo bem, Trorch? Nunca o vi tão irritado, nem quando lutamos lado a lado, contra cem homens. — Bartolomeu tentava puxar assunto, com o Rei Trorch, o sorriso maligno persista em seu rosto.

— Estou sim, filhos, né? E me perdoe por ele.

— Não se preocupe, acontece, mas sobre a aliança… continua de pé, né? 

O Rei Trorch que parecia bêbado, já não se importava mais com suas palavras.

O Rei olhou para Bartolomeu, olhou para a taça de vinho e deu risada. Bartolomeu ficou sem entender mas riu junto, o Rei disse que a aliança continuava, nada mudou, Bartolomeu ficou aliviado. A festa se encerrou, o Rei já debilitado pela bebida foi para seus aposentos e todos os convidados voltaram para seus respectivos reinos e domínios.

— Droga pai! O que o senhor estava pensando quando aceitou a aliança… é loucura! vão nos usar apenas para invadir Re'Loyal! Igual já estão usando a revolução Espinhard… — esbravejava Dorch, sozinho, andando de um lado a outro no quarto.

O vento entrava pela janela do quarto do príncipe, seus cabelos balançavam, ele era banhado pelo brilho da lua. Ele parou e ficou olhando para fora da janela, quando de repente escutou um grito.

Dorch saiu correndo para verificar o que poderia ter sido, barulhos de metais das armaduras dos soldados, eram escutadas por todo castelo. O cheiro de sangue começava a penetrar o nariz de Dorch conforme ele se aproximava de um quarto. Ao chegar perto da porta, ele percebeu que eram os aposentos de seu pai.

Sangue começou a escorrer por debaixo da porta. Em um ato desesperado, ele tentou a arrombar, mas por ser fraco e a porta resistente, ele não conseguiu e acabou deslocando o ombro.  

— Socorrooooo!!!! Alguém!!! Guardas!!!!

Em instantes, os guardas lotam os corredores. Ele manda arrombar a porta. Ao entrar no quarto o cheiro de sangue impregna o local. E o que ele viu, o marcará pelo resto de sua vida: seu pai com uma espada cravada em seu peito.

O Rei acabava de sofrer uma tentativa de assassinato. Rei Trorch, ainda respirava e com o que lhe restava de forças, pediu para seu filho se aproximar.

— Pai! Não fale. — O Príncipe estava em prantos, enquanto segurava as mãos de seu pai. — O mago está vindo! Ele poderá te curar.

ha…ha, deixe disso. — O Rei sorri. — Me perdoe por mais cedo, talvez você esteja certo…

— Pare de falar pai-

— Dorch seu irmão…

— Qual irmão pai? Todos os meus irmãos morreram na última guer- 

— Dorch, seu irmão bastardo, procure seu ir… — Bartolomeu não completou a última palavra.

O Rei estava morto.

— Nãoooooooooooo!!!! Maldição! Maldição! Maldição! Porque meu deus!? — Dorch estava destruído, sua mente estava em pedaços. Seu pai acabava de morrer em sua frente, o sangue do seu progenitor mancharam suas roupas outrora brilhante.

— Eu juro que me vingarei pai, eu juro em seu corpo morto, que quem fez isso ira pagar. A cabeça dele será exibida como troféu e o país será transformado em ruínas. Eu juro pelo deus Sol Invictus.

Naquele dia nascia o mais poderoso monarca que este mundo já viu, aquele que poderia mudar toda a história. Naquele dia nascia Dorch Solactes, o novo Rei de Astot.

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Notas:

Deuses citados para caso não seja de seu conhecimento:

- Tyr, deus nórdico da guerra.

- Yu huang, deus chinês, também conhecido como imperador de jade, senhor dos céus.

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