Reviravolta da Vida: Fui Traído e Falsamente Acusado, Mas Agora a Garota Mais Bonita da Escola está se Aproximando de Mim Japonesa

Sessão 6

Capítulo 147 — Amada Miyuki

 

— Perspectiva de Miyuki —

   Estou tremendo no meu quarto. Não consigo parar de chorar.

   Não acendo a luz, não como, e tudo o que consigo fazer é me trancar no quarto.

   Penso no que aconteceu na noite passada…

 

****

 

   A Mitsui-sensei me levou ao hospital onde minha mãe estava.

   Por que ela me levaria, estando eu em prisão domiciliar? A escola parece estar sendo muito rigorosa com esse problema de bullying. E também querem verificar o estado da minha família.

   Até chegar ao hospital, cada momento parecia uma caminhada até a forca.

   Sensei explicou a situação de forma objetiva. A cada explicação, minha mãe suspirava profundamente e tremia.

     Por que ela deveria sofrer tanto por causa do que eu fiz?

     Não. Não é só ela. Também deixei triste a mãe do Eiji, que cuidou de mim…

“Sim, eu sei. Você pode ter seus motivos. Mas eu não tenho obrigação nem dever de ouvir. Eu não quero passar a te odiar mais do que já odeio, então, por favor, pare de inventar desculpas estranhas.”

   As palavras da mãe do Eiji continuavam se repetindo na minha cabeça, mesmo quando eu tinha encontros secretos com o Kondo-senpai.

   Achei que aquelas palavras eram uma maldição. Mas não. Não eram. Eu tinha feito algo tão terrível a ponto de fazer minha outra mãe, que sempre foi gentil comigo, dizer algo assim.

   Ela me amava como se eu fosse sua própria filha. Por causa dela, eu poderia ter tido duas mães. E ainda assim, com meu ato insensato, fiz essas duas mães insubstituíveis sofrerem.

   Cada palavra dita por Sensei, mesmo que os fatos fossem dolorosos para ela. Eu percebi isso quando vi minha mãe começar a chorar, seu rosto contorcido na cama do hospital. Eu tinha sido egoísta e completamente má.

   Eu ignorei o fato de que minha mãe, normalmente gentil, e a mãe do Eiji estavam sofrendo mais do que eu.

   Fui eu quem as forçou a me rejeitar de forma tão cruel.

   Eu não sei o que fazer. Nem mesmo sei como compensá-las. Nem a minha mãe, nem o Eiji, nem a mãe dele.

   Eiji foi a primeira pessoa que me lembrou de sorrir depois que meu pai desapareceu…

“Eiji é só meu amigo de infância, mas ele é um… namorado insistente, meio perseguidor, horrível e violento.”

“Eu não quero que você manche mais nossas lembranças. Acho que seria melhor se não tivéssemos mais nenhum relacionamento. Acho que seria melhor para nós dois. Eu não quero odiar a Miyuki mais do que já odeio.”

   Ao mesmo tempo, lembro das minhas piores palavras e das palavras do Eiji, que, como vítima, não deveria ser capaz de dizer algo tão gentil para mim.

     Por que você é tão gentil comigo? Você poderia ter me insultado, até me batido, e eu não teria reclamado. Por que se importa tanto com nossas lembranças?

   Eu fui a pior namorada e amiga de infância.

   Você disse que não queria manchar nossas lembranças. Não, você não pode. Fui eu quem fez mal a você, você tem o direito de me insultar, de fazer o que quiser. Então, por favor, não diga coisas assim…

   A Ichijou-san se tornou alguém que o entende, mesmo tendo o conhecido há tão pouco tempo, e eu, que estive ao seu lado por dez anos, não entendi nada sobre ele. Eu sou a pior.

   Me desculpe. Todo esse tempo eu só procurava um escape pela ausência do meu pai.

   Você é gentil, então acabou sendo a vítima da minha carência.

   Sinto muito por não ter me despedido direito. Sinto muito por te trair. Sinto muito por ser ingrata. Sinto sua falta. Mesmo que fosse só uma palavra, quero pedir desculpas. Quero me redimir.

   Quero que você descarregue sua raiva em mim. Eu sei que é tarde demais. Meu pedido de desculpas não vai resolver nada. Na verdade, só vai te machucar mais. Mas,

     Quero me redimir. Por favor…

   Decidi enfrentar minha mãe como o primeiro passo.