Sessão 6
Capítulo 131 — Aida e Sua Família em Choque
— Perspectiva de Aida —
Fui suspenso da escola e trancado no meu quarto.
Minha família desconfiava de mim, mas eu ignorava tudo e não saía do quarto. Parecia que eles tinham recebido uma ligação da escola…
Minha mãe não parava de bater na porta. Mas eu não abria e a ignorava por completo.
“Ei, recebemos uma ligação da escola. O que aconteceu? Você andou intimidando um menino da sua turma? Disseram também que você quebrou alguns equipamentos da escola. Vai, abre a porta. Pelo menos me conta o que está acontecendo. Seu professor disse que você provavelmente será expulso…”
Quando ouvi aquilo, minha mente ficou em pedaços. Eu fui um aluno exemplar até o fundamental. Era um filho que dava orgulho: Estudioso e bom no futebol. Mas agora sou um delinquente que maltrata colegas, suspenso da escola, aguardando punição. Consigo imaginar o quanto eles devem estar chateados. Mas eu estava com muito medo de explicar. Porque, sabe… Eu nem sei como cheguei a essa situação. Só fui tomado pelo clima do clube até pouco antes da punição.
Eu realmente não percebi que havia feito algo errado até o momento de ser punido. Eu achava mesmo que o Aono era o vilão e que podia fazer o que quisesse com ele. Estava sob a ilusão de que estava do lado da justiça. Depois de ser chamado pelo Takayanagi-sensei, toda a minha noção de justiça começou a desmoronar. Achei que, se calasse a boca, tudo ficaria bem…
Mas a má conduta do Kondo-senpai e sua prisão pela polícia me abalaram. Acabou. Não sei por que confiei nele. Tenho certeza de que serei expulso. Acabei de checar na internet e o Aono pode me processar. Se isso acontecer, pode haver custas e vou ser destruído socialmente…
“Não, não, não.”
Fico repetindo isso como se estivesse quebrado.
Fui enganado. Queria dizer isso. Mas não consigo parar de lembrar do rosto desesperado do Aono naquele dia, e sinto como se ele estivesse me dizendo que nunca me perdoaria. Sinto que estou perdendo a cabeça.
Eu não sei por quê…
Tudo é culpa do Kondo e da Amada. Se aqueles desgraçados não tivessem me enganado, nada disso teria acontecido. Eu teria me formado no ensino médio normalmente e não estaria nessa encrenca…
“Abre essa porta agora. Você tem que dizer algo pra eu entender…”
É culpa dele, é culpa dele, minha vida está uma bagunça.
“Cala a boca, velha bruxa!!!”
Com isso, eu abri a porta. Minha mãe, que tentava abri-la, caiu de joelhos e desabou no chão. A expressão no rosto dela foi a mais triste que já vi. Eu fiz isso. Não tem volta.
“Por quê?”
Minha mãe me olhava com lágrimas nos olhos. Sem dizer nada, fechei a porta e tranquei. Ouvi ela desabar em prantos do lado de fora. Uma pontada de consciência veio sobre mim…
Fui eu quem fez isso, então devo ser severamente punido. Não posso perdoá-lo, não posso perdoá-lo. Não posso perdoar o Kondo. Vou arrastá-lo pro inferno comigo.
Eu o adorava como se fosse um ídolo, e agora estou tomado por um espírito vingativo.
Só o Kondo, que brincou com nossas vidas, eu jamais, jamais…
NUNCA O PERDOAREI!
— Perspectiva de Ai —
Depois que o Senpai foi embora, notei que o Kuroi tinha me enviado um relatório sobre a situação atual.
Começava pelos resultados da investigação dos dias de ensino fundamental da Tachibana-san, a presidente do Clube de Literatura. Lá, ela teve uma carreira de destaque como aluna exemplar. O relatório trazia várias conquistas: prêmios em resenhas de livros e outros concursos.
As notas dela também eram excelentes.
Normalmente, nada disso despertaria suspeita.
Mas quando analisei a lista de colegas dela que foram para o nosso colégio, senti um calafrio percorrer minha espinha…
“A gerente Tachibana-san estava na mesma turma que o Kondo e o Endo-san. Mas o Endo-san está na mesma série que o Eiji-senpai, então será que ele é… um ‘ronin’? Se eu investigar a fundo, com certeza vou descobrir algo. Tem algo estranho aqui…”
Pedi ao Kuroi que investigasse para me aproximar da verdade.
Pedi que ele apurasse a amizade entre a presidente Tachibana-san, o Endo-san e a Domoto Yumi. Talvez eu conseguisse descobrir tudo por aí.
Em busca da verdade, abri a caixa de Pandora.
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