Sessão 5

Capítulo 110 — O Réquiem do Conselheiro Kondo

 


 Perspectiva do Conselheiro Kondo 

Finalmente, chegou a hora. O salão do hotel estava reservado para a coletiva de imprensa. Dezenas de repórteres aguardavam.

Tremendo, caminhei até o pódio, piscando com o clarão incessante das câmeras. Não pude evitar me encolher ao ver tantas lentes voltadas para mim — mais do que eu jamais vira em toda a minha vida.

“Obrigado a todos por reservarem um tempo em suas agendas para estarem aqui. Daremos início agora à coletiva de imprensa do Conselheiro Kondo, para que ele explique o incidente escandaloso.”

O moderador — o gerente da filial — já havia iniciado a execução. Não parecia se importar nem um pouco com a minha preparação.

“Peço desculpas pelos problemas que meu filho e eu causamos...”

Assim que me curvei diante deles, mais flashes explodiram.

Alguns comentários maldosos se misturavam ao burburinho, frases como “Ninguém se importa com você!” e “Anda logo e diga a verdade!”

Conselheiro Kondo, é verdade que o senhor ameaçou a escola e a família da vítima para encobrir o caso de agressão cometido por seu filho?

Como o senhor pretende prestar contas aos cidadãos que votaram em você?

O senhor tem consciência de que cometeu um ato criminoso evidente?

As perguntas vinham em sequência, rápidas e agressivas — um verdadeiro tumulto.

“Há uma investigação em andamento sobre o caso, então vou me abster de entrar em detalhes...”

Antes que eu terminasse, gritos furiosos ecoaram:

Como uma desculpa dessas pode ser aceita!?

Você não vai enganar os cidadãos!

 Acha mesmo que pode sair impune!?

O que quis dizer com ‘cale a boca’ hoje de manhã!?

Senti o suor escorrendo pelas costas enquanto recuava, acuado pelos insultos.

“Falarei quando chegar o momento certo...”

Essas palavras só serviram para jogar ainda mais lenha na fogueira.

Os repórteres se levantaram das cadeiras, avançando como se fossem me atacar.

O moderador, o gerente da filial, gritou:

“Pessoal, por favor, se acalmem! Kondo-kun, você tem a obrigação de explicar. Responda claramente!”

Droga, droga, droga!!! Já chega. Vou contar tudo.

“Eu só queria proteger o futuro do meu filho... Não tive nenhuma participação direta na violência. Meu filho agiu por conta própria.”

Nesse instante, o brilho das câmeras atingiu o auge.

Anotem! O filho dele agiu por conta própria!

Ele praticamente admitiu!

Que pena...

Havia até risadas no meio.

“Quanto às supostas ameaças, eu só estava irritado com a prisão do meu filho... Não quis falar de forma tão agressiva. Eu estava apressado e acabei me expressando mal, só isso...”

As lágrimas brotaram involuntariamente — nervosismo, medo. Não consegui conter o soluço.

“Foi só isso... a gravação interpretou errado...”

O que há com seus olhos?

Está chorando?

“Eu me esforcei tanto esse tempo todo. Mas mesmo me dedicando tanto, o gerente da filial sempre foi horrível comigo. Ele depende de mim financeiramente, mas em momentos como este, corta relações sem hesitar. Eu o apoiei muito até que chegasse à posição em que está agora...”

Disse coisas que não deveria. Quando me vi encurralado, quis confessar tudo. E foi o que fiz. Se eu fosse cair, ele cairia junto.

“O que você está dizendo?! Mesmo sendo mentira, isso não é algo que se possa falar!!”

Ver o gerente da filial em pânico me deu um certo alívio. Mas, sem perceber, eu acabara revelando algo ainda mais grave.

Os repórteres, farejando o escândalo, se lançaram sobre a nova isca.

Isso significa que houve suborno!?

Conselheiro Kondo, o senhor admite ter subornado ele?

Como o senhor justifica essa declaração?

Os jornalistas, sempre sensíveis ao cheiro de uma manchete, se exaltaram ainda mais.

E assim, nasceu um inferno de humilhação.

O gerente da filial rapidamente se pronunciou:

“Isso é um mal-entendido! O Conselheiro Kondo está dizendo essas coisas movido pelo ressentimento, por favor, mantenham a calma!”

…e tentou desesperadamente se defender.

Mas não era mentira. O gerente realmente havia recebido propina em troca de apoiar minha nomeação como prefeito. Se isso viesse à tona, seria um escândalo colossal...

Contudo, a confusão foi rapidamente silenciada por um único homem.

O som de sapatos ecoou pelo salão barulhento. No mesmo instante, todos se viraram naquela direção. Um homem maduro, de postura ereta, caminhava lentamente até o púlpito. Eu soube imediatamente quem era. Não havia ninguém ali que não o reconhecesse.

Por que ele está aqui?

É real?

O número dois do partido governista!?

O homem subiu ao palco e sentou-se ao meu lado.

“Responderei às perguntas em nome de ambos.”

Ele sorriu suavemente e falou com dignidade.

Não pude evitar abrir a boca, surpreso.

“Secretário Geral Ugaki...”

Ele era o número dois do partido governista — um figurão que controlava o orçamento e as nomeações políticas. Um monstro que ascendeu àquela posição aos 45 anos, o mais jovem da história, conhecido também como “o Primeiro-Ministro das Sombras” por seu poder financeiro e influência política.

O magnata murmurou, num tom que ninguém mais pôde ouvir:

“Kondo-kun... você está preparado para isso, não está?” E então…

 

 

Traduzido por Moonlight Valley

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